REFRESCO NA MEMÓRIA
Parte 3
Parte 3
Reviver é importante!
Continuando nosso trabalho de esclarecimentos sobre o OFB, vamos elucidar sobre a afirmativa de que as fotografias a seguir nunca foram de cães de origem Parnapuan, negando o mestre da raça e do Cafib.
Acima (ou ao lado):
Dunga de Parnapuan, foto distribuída por seu proprietário, príncipe Albrech Von Bayen (S.A.R.), após a apresentação deste cão na Exposição Mundial de Dortmund, Alemanha. Nascimento em 12/05/1954, Vol. In. Nr 2103, Filho de Tamoio de Parnapuan KCP In. 1690 e Campeã Lupe Von Cadyz y Cadyz KCP In. 1007. Dr. Paulo Santos Cruz, São Paulo.
Obs: Lupe foi a primeira fêmea do canil Parnapuan.
O registro e as referencias a este cão podem ser vistos no livro “Fila Brasileiro – Um Presente das Estrelas” de Paulo Roberto Godinho, à página 279, assim como esta mesma fotografia.
Segundo Godinho em seu livro, em 24 de Dezembro de 1954, nascia a ninhada D-1, a quarta criada por Dr. Paulo e Dona Antonieta. Um machinho rajado foi separado para o príncipe S.A.R. Este machinho foi embarcado para a Alemanha em 25 de Abril de 1954.
Vale a pena adquirir o livro de Godinho, pois temos aí depoimentos interessantíssimos de época, que podem elucidar muito sobre o passado de cães e pessoas, com uma honestidade e fidelidade que caracteriza o autor. Godinho nunca se furtou à verdade, sempre dando a César o que é de César. Posteriormente, o príncipe ofereceu uma entrevista ao jornal A Tribuna, onde elogiava sem medidas, o caráter e as habilidades do nosso cão brasileiro, original, cujos pais vinham de fazendas do sul de MG.
Acima: fotografia de Garoa de Parnapuan, também referenciada no livro de Godinho, com esta mesma fotografia à pagina 280.
Segundo Godinho, em “Outubro ou Setembro de 1955 - sic”, nascia no canil Parnapuan a fêmea Garôa, filha de Caiçara de Parnapuan e a Ch. Tauá de Parnapuan. Esta fêmeazinha baia de boca preta, ficara separada para o canil, assim como outra, Hera de Parnapuan, branca com malhas castanho-rajado. Como o príncipe não conseguira outros cães para levar à Alemanha em um segundo momento que vinha ao Brasil, estas fêmeas foram cedidas, como investimento para o nosso Fila no exterior. Confiamos plenamente nos conhecimentos de Godinho, e não temos a menor dúvida quanto à veracidade de suas afirmativas e de seu livro. Quem duvida é porque nada sabe sobre o passado do Fila Brasileiro, de verdade.
Não é surpresa que os modernistas e defensores do Fila Moderno, não consigam reconhecer nas fotos um Original Fila Brasileiro, e tentem convencer às pessoas de que estes cães nunca foram Parnapuan – ou que por isso nunca foram do tipo Original que estamos resgatando das fazendas. Da mesma forma, não é surpresa que não consigam reconhecer os cães registrados pelo Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro, como os mesmos de antigamente, caídos no esquecimento.
Fotografias como estas, de Dunga e Garoa, nos dão a pista do caminho da preservação, para quem respeita a cultura de seu povo, e dá valor à nossa história. Não podemos perder a memória.
Acima: fêmea original, fotografada no interior do sertão mineiro, 2019.
Acima (ou ao lado): Fila puro, com pedigree, lábios enormes em “V” invertido. Encontrado em fazenda, proveniente de famoso canil de filas puros. Seria este cão resultado de cruza de mestiços registrados como “Regular”? Seria esta a razão destes cães fora do padrão, compondo o plantel – e premiados - de filas puros? Que tipo de mestiço teria entrado aqui ?
Se, no entanto, admitindo que o FB se alterou, argumentarem que a raça evoluiu ou foi aprimorada, tudo bem, é uma atitude honesta que respeitamos e elogiamos. Nós seguimos nosso caminho, o da preservação do Original. Avante OFB!