15 de janeiro
Texto da Publicação
Prezados amigos e seguidores do projeto OFB!
Em decorrência de equívocos em documentação, comunicamos que alguns pedigrees de Fila Brasileiro, surgiram em redes sociais de internet, com titularidade de Original Fila Brasileiro, com absoluto estranhamento para nosso sistema de registros, assim como de parte da diretoria da Sobraci.
Preparamos um comunicado mais completo, que será publicado logo a seguir, com as explicações a respeito dos fatos.
Repudiamos quaisquer tentativa de plagiar ou obter documentos desta raça sem nosso conhecimento, e podemos garantir que tal fato não se repetirá, com maior vigilância da parte do convênio
Núcleo de Preservação do OFB/ Sobraci.
15 de janeiro
Texto da publicação
Comunicado OFB – documento Inválido.
Prezados seguidores e aficionados do projeto Original Fila Brasileiro!
Estamos comunicando a todos a respeito de equívoco em documentos, produzidos com titularidade da raça Original Fila Brasileiro - OFB, por engano nos ambientes da Sobraci.
Os documentos foram apresentados em redes sociais de internet, através de grupos de Fila Brasileiro, fato que criou estranhamento aos dirigentes tanto do Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro - NPOFB, quanto a dirigentes da Sobraci.
Conforme acordo firmado entre as partes, documentos para a raça OFB, só podem ser emitidos no sistema cartorial Sobraci, por demanda do NPOFB, através de seu sistema próprio de controle racial.
Da mesma forma, nos ambientes internos da Sobraci a emissão dos mesmos documentos – sejam RI ou pedigrees – só podem ser emitidos pelo núcleo correspondente ao NPOFB, e não por outros núcleos.
Para que um animal com pedigree da raça FB, assim como cães de origem em fazendas, sem pedigree, alcancem a condição de registro na raça Original Fila Brasileiro, exige-se uma série de requisitos.
A condição primária para um registro OFB, é que o animal passe por uma análise presencial de um técnico credenciado do Núcleo. Somente se aprovado, haverá autorização para a transferência documental, ou Registro Inicial - RI.
Exclusivamente por meio deste procedimento, o diretor administrativo do NPOFB encaminhará à Sobraci a orientação para o devido registro ou confecção de pedigree, passando o animal a pertencer à raça OFB. E somente então a Sobraci realizará a confecção dos papeis.
No caso ocorrido em questão, cabe-nos informar que estes procedimentos não aconteceram da parte do NPOFB, não havendo da parte de nossos técnicos ou diretoria, qualquer conhecimento a respeito dos animais ou dos documentos dos mesmos.
Os cães não foram avaliados e sua documentação nos é desconhecida! Não nos cabe entrar no mérito de uma possível viabilidade dos animais como OFB. Apenas que nos são desconhecidos. Se o proprietário desejava aderir ao projeto OFB, o caminho seria buscar o Núcleo em primeiro lugar.
É certo que o projeto está despertando interesses da parte de muitos criadores do FB, com o indiscutível crescimento da proposta, porém alertamos que o crescimento vem sendo realizado de forma ordeira, com regras e controle.
Em outros momentos já demos publicidade a comunicados, avisando que grupos de internet com denominações similares ao projeto OFB, não possuem autorização do NPOFB ou perante à Sobraci para emissão de documentos relativos a esta raça.
Sempre procuramos combater a desinformação, buscando a transparência, deixando claro que o trabalho de resgate da raça OFB é de autoria própria, com nome e endereços certos.
Portanto informamos que os documentos que ora apresentamos nesta postagem, não tem validade racial, estando em processo de cancelamento pela própria Sobraci por solicitação do NPOFB.
Alertamos também que quaisquer outros documentos que venham acaso surgir, motivados por equívocos semelhantes, da parte de qualquer grupo ou entidade paralelos ao projeto OFB, são destituídos de validade para este projeto.
Visite nosso Facebook e conheça nosso trabalho: originalfilabrasileiro.
Nosso trabalho é pacífico, preservacionista, de cunho técnico e autônomo.
Entre em contato conosco através de nossas redes sociais, tire suas dúvidas, evite ser enganado!
26 de janeiro
Texto da publicação
Prezados seguidores das redes informativas do Original Fila Brasileiro.
Como informamos recentemente, o sucesso do projeto OFB tem tido o efeito de criar redes paralelas, ou plágios de formas diversas, assim como causar irritação da parte dos que se sentem ofendidos com a verdade exposta, das alterações causadas na raça FB.
De nossa parte, o trabalho tem sido informar, demonstrar e provar com fotografias de época que o Fila Brasileiro Moderno é algo inexistente no passado da raça. E que o OFB é o que vem acompanhando a jornada da colonização do Brasil.
Ainda hoje, defensores do FBM, tentam com suas linguagens rebuscadas e ressentidas com a exposição da verdade, ocultar o que fizeram com a raça, atacando o projeto de resgate do Original Fila Brasileiro.
Desafiamos por diversas vezes nos oito anos do projeto OFB, demonstrarem por foto – pelo menos uma única foto de época – que o atual padrão praticado nos clubes de FBM tenha existido em algum momento nas origens da raça.
Uma única pergunta sem uma única resposta! A única resposta para a única pergunta que cabe na cinofilia do Fila Brasileiro: onde está a fotografia antiga, de época, onde se pode ver um Fila de padrão moderno?
Como única tentativa de se explicarem, dizem que os julgamentos de Paulo Santos Cruz se constituíram em “graves erros conceituais”.
Já que não conseguiram uma ÚNICA fotografia de cão de origem Parnapuan ou uma ÚNICA fotografia de cão premiado Fila Puro sob orientação de PSC, que se apresente com a aparência dos atuais, culpam o velho mestre que dormita em seu túmulo, impossibilitado de repor a verdade sobre seus cães, sua criação e seus ensinamentos.
De nossa parte, afirmamos com certeza que TODAS as fotografias de cães premiados em exposições da Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro e clubes derivados, sob orientação de PSC, endossam plenamente este projeto. É o que buscamos seguir.
Além do que muitos de nós estávamos lá à época e não perdemos a memória.
Depois de tantas comprovações do desvio de rumos, depois que o rei está nú, ainda tentam acobertar a nudez com desinformações e ataques ao próprio mestre. Patéticas atitudes!
O projeto OFB teve início no descontentamento de diversos criadores e estudiosos, especialmente estudiosos do comportamento canino, com os lamentáveis resultados que a seleção moderna impôs à raça nos ambientes do Fila Moderno.
44 anos de estudos ininterruptos orientam os trabalhos do projeto OFB!
Em 2012, alguns criadores decidiram se desvincular dos clubes em uma ação enérgica, e juntamente com a entidade cartorial Sobraci, estabeleceram os parâmetros para o resgate do antigo e funcional Original Fila Brasileiro.
E como o projeto tem crescido!
Clique aqui e veja fotografias de Filas Modernos em comparação aos OFB antigos e atuais, e comprove você mesmo que a verdade liberta.
Neste site você poderá ver também algumas publicações de ordem técnica, onde se demonstra a morfologia moderna, a falta do conhecimento técnico dos modernistas, e a morfologia funcional construída por séculos de trabalho no campo.
Entre no projeto, entre pela porta, e apoie o resgate desta maravilhosa raça nacional! Não aceite a desinformação!
Nosso projeto é pacifico, de fundamentação técnica, baseado em estudos e pesquisas, e continua aberto para mais pesquisas e conhecimento.
Não somos donos da verdade, mas sabemos o que é errado! Não somos perfeitos, por isso mesmo não temos a postura arrogante dos que se sentem donos do Fila Brasileiro.
Continuamos estudando, aprendendo e buscando mais!
Nossas publicações tem caráter elucidativo, educativo, e de formação sobre a raça Original Fila Brasileiro.
3 de fevereiro
Texto da publicação
Temos afirmado por diversas vezes que o projeto OFB se constitui em um trabalho diferente dos encampados pelos tradicionais clubes de criação de cães, especialmente do Fila Brasileiro.
Nosso trabalho se baseia em estudos e pesquisas e as criações do Original Fila Brasileiro, não devem ter o objetivo de uma produção em série para mera venda de filhotes, a um determinado mercado.
As criações devem permanecer artesanais, com objetivo central de preservar a raça na sua concepção original.
E neste ponto, quando falamos em raça, somos muitas vezes mal compreendidos e até mesmo severamente criticados pelos criadores de Fila Brasileiro do sistema tradicional e comercial.
Acusam-nos sobretudo de estarmos criando vira latas, ou de estarmos criando cães mestiços. E isso é compreensível do ponto de vista da concepção de raça de que partem os modernistas. A concepção que podemos dizer, tradicional mas já arcaica e desatualizada.
Para estes, raça é algo que se mostra o mais homogêneo possível aos olhos de observadores. Concepção baseada no fenótipo dos animais, ainda que este fenótipo tenha sido construído de forma artificial, pela denominada seleção artificial.
De outra forma, qualquer grupamento de animais que apresente alguma variabilidade fenotípica, não pode ser denominada “raça”.
Tal concepção deixa de lado outros fatores que certamente caracterizam as raças, como a funcionalidade, a rusticidade que caracteriza o grupamento animal e as suas aptidões físicas e mentais desenvolvidas na função.
Como nosso trabalho procura ter cunho mais científico e vem quebrando tabus e mitos que permeiam a criação do Fila Brasileiro, decidimos neste post, escrever um pouco sobre a saga do reconhecimento do nosso gado “Pé Duro”, o Gado Curraleiro, crioulo ou aborígene resgatado especialmente no Piauí.
Acessando um artigo de publicação na Revista de Antropologia da UFSCar – Junho de 2018, “Dos Manuais que Fazem Raça: técnicas e enunciados sobre purezas zootécnicas”, da Professora Adjunta da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Natacha Simei Leal – (natachaleal@gmail.com), nosso seguidor poderá chegar a interessantes conclusões sobre pureza racial.
Vamos citar aqui alguns trechos do trabalho:
No RESUMO: “O artigo pretende demonstrar como tecnologias de “raceamento” semelhantes podem vir a produzir distintos saberes em torno das ideias de genética, ambiente, nação e mesmo sobre a história e a centralidade da pecuária e do agronegócio na economia brasileira”.
O gado Pé Duro, possui histórico muito semelhando ao Fila Brasileiro, claro, o original. Caracterizam a raça a rusticidade e a funcionalidade, provenientes de ambientes onde se pouco manejava os animais para a obtenção de uma raça, no sentido das aparências e da homogeneização:
“As raças nativas de gado de uma região constituem uma forma de expressão do povo que a habita. Permitir seu desaparecimento seria o mesmo que permitir a destruição dos marcos físicos de sua civilização. Uma raça nativa de gado é um monumento tão necessário a ser preservado como qualquer monumento histórico, que identifique, caracterize ou de relevo a uma tradição querida”. (Domingues et al. 1956).
“Se durante a colonização as práticas ultra extensivas de criação que culminaram no desenvolvimento do gado Pé-Duro – sem cercas, manejo alimentar ou seleções dirigidas – foram fundamentais para a ocupação dos sertões e, geraram ciclos econômicos de vulto como do couro” (pg 43).
Da mesma forma, sugere o artigo da revista como origem do Pé Duro, a Península Ibérica, sugestão também que decorre dos estudos mais acurados sobre as origens do Fila Brasileiro, que erroneamente foi considerado um mestiço de raças inglesas.
Sobre a origem do Pé Duro:
“Com vistas a provar a pureza racial dos pés-duros, através da análise de material genético de animais que habitavam a Fazenda Octávio Domingues, um pesquisador da Embrapa passou a realizar pesquisas com marcadores moleculares. Pela análise comparativa do DNA destes espécimes com o de outros bovinos conseguiu provar seu tronco racial original: indubitavelmente eram descendentes diretos dos Auroques Ibéricos.”
Esta análise de material genético, com marcadores moleculares, tem sido um sonho do projeto OFB. Esperamos ainda poder captar recursos para financiar este trabalho, que definitivamente esclareceria suas origens remotas.
Mas voltando à questão da comprovação de raça pura, no caso do Gado Curraleiro ou Pé Duro, um embate técnico científico perdurou por anos, já que uma corrente de teóricos acredita que sem uma homogeneização dos animais, do ponto de vista de sua aparência externa, não se pode afirmar por raça pura.
Comenta a situação o artigo da revista:
“A genômica, no entanto, não resolveu um problema: o fenótipo. Como racear espécimes, como os pés-duros, bastantes distintos em seus corpos e colorações? A genética, certamente, assegurou uma origem étnica e a recorrência de um conjunto de atributos que não eram vistos a olho nu (a tendência a produzir o mesmo marmoreio em sua carne e a resistir às mesmas doenças ou parasitas, por exemplo), mas não exatamente critérios fenotípicos ou estéticos precisos”.
No entanto, venceu a concepção que considera outras características como comprovação de raça:
“Foi só muito recentemente, no ano de 2012, que os Pés-Duros foram reconhecidos com uma raça bovina nacional. E, justamente, através da difusão de um documento. O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento publicou uma portaria autorizando a Associação Brasileira dos Criadores de Curraleiro/Pé-Duro (ABCPD), com sede em Teresina, a emitir outros documentos: certificados de registros genealógicos”.
Segundo a revista aqui citada, finalmente venceu a concepção que acreditamos, se encaixa como luva ao caso do OFB, como explica a autora, após grandes polêmicas:
“.... os saberes da genética, que Domingues considerava atuarem no campo das generalidades, trouxeram outras ferramentas que asseguram a pureza racial. E esta aliança entre tradição, cultura, genética, naturalização, desenvolvimento sustentável gerou alguns efeitos no controverso processo de raceamento dos pés-duros”.
E segue:
“O Processo de Declaração de Relevante Interesse Cultural da Raça de Gado Pé-Duro do Estado do Piauí publicado pela Coordenação de Registro e Conservação da Fundação Cultural daquele estado - um passo fundamental, segundo zootecnistas e criadores, para o reconhecimento da raça - reforça a importância do ‘saber-fazer’ das práticas agropecuárias rústicas dos sertanejos que tornaram esse gado como tal”.
No caso do OFB, como temos demonstrado fartamente, há uma estrutura morfológica bem identificada (nas palavras do criador OFB Alberto Jorge – Canil Cangaço):
“No chassi; nos ângulos escápulo-umeral abertos; no comprimento dos membros de cães andadores, que encaram mato alto; na robustez; nos trens traseiros fortes de boa ossatura e principalmente ilíaco comprido, o que contribui para comprimento e angulação adequados; a maioria deles tem cabeça periforme; em média os dentes dos aborígenes se mostram até um pouco mais largos; e definitivamente eles também são homogêneos em não ostentarem um hipertipo. Muito difícil encontrarmos aborígenes hipertipados. Ou de pernas curtas, rebaixados. Ou com ilíaco curto e perna de porco. Drives altos de defesa também não são comuns entre eles”.
E conclui:
“Então eles formam um conjunto homogêneo, mas a homogeneidade é estrutural, interna, mais profunda. Como dito no post sobre o gado Curraleiro”.
Portanto as tentativas de desqualificar o trabalho do projeto OFB pelos modernistas, se baseia em conceitos superados de pureza racial, no qual somente a tentativa de aparência homogeneizada justifica tal pureza.
O conjunto de características que comprova as raças crioulas, justifica plenamente os trabalhos preservacionistas como o nosso. Até porque não teria sentido querer preservar o novo, produzido por meios artificiais dentro de canis e com sentido puramente comercial.
Interessa preservar patrimônios autênticos, antigos e ameaçados, como é o caso do OFB. Patrimônio Nacional é aquilo que se refere à história de uma civilização; não o que foi produzido modernamente.
Reforçamos que temos sempre procurado nos afastar dos ambientes de alguns clubes de criação do Fila Brasileiro, que há mais de 40 anos vivem de polêmicas infrutíferas, agressões e uma comunicação duvidosa e distorção de fatos.
Com frequência nos atacam, caluniam e tentam desinformar as pessoas a nosso respeito, mas como se diz, a caravana do OFB vai passando.
Nosso trabalho se baseia em fatos e fotos, além da busca científica. Aqueles que se agarram a sistemas arcaicos e menos informados a respeito de raça e criação, não conseguem acompanhar nosso trabalho e não caberão em nosso meio. Portanto, fiquem com o que tem, mas por favor se desagarrem de nós.
Conforme dissemos na publicação anterior, basta um olhar aqui no site:
Em nossas postagens, pode-se ver inúmeras provas com todas as comprovações de que o FBM é uma invenção moderna e o OFB é o que sempre existiu antes dele.
Clicando aqui, você poderá acessar o post “Refresco na Memória” e verá com riqueza de fotografias de época o que sempre afirmamos e provamos.
E poderá comprovar que os modernistas não são capazes de responder à ÚNICA PERGUNTA que é pertinente para seu negacionismo: onde está uma ÚNICA fotografia de época que mostra um ÚNICO cão Fila Moderno no passado?
Separamos algumas fotografias aqui para ilustrar o texto, e também complementando o artigo da revista, lembrando que outro item que comprova a raça pura, é a capacidade de transmissão de determinadas características de pais a gerações futuras.
Em primeiro lugar uma fotografia do gado Pé Duro.
9 de fevereiro
Texto da publicação
Patrimônio nacional.
Coincidindo com nossa publicação anterior, que versa sobre conceitos de raça ligados a patrimônio genético nacional e funcionalidade, exemplificando o gado Pé Duro ou Curraleiro e o Original Fila Brasileiro, nos deparamos com algo interessante e importante para nossa causa.
Há alguns dias saiu veiculado em redes de internet, a notícia de que há um projeto de lei na câmara dos deputados em Brasília, solicitando que a raça de cães Fila Brasileiro seja reconhecida como patrimônio genético e cultural nacional.
Atitude absolutamente louvável do Deputado Paulo Bengtson (PTB/PA), que “Declara a raça canina Fila Brasileiro patrimônio cultural e genético do Brasil”.
Não era sem tempo, afinal a raça é reconhecida – como raça pura - em âmbito nacional e internacional nos meios cinófilos desde a década de 1950.
O documento do deputado reforça a importância da raça no Brasil, tanto no aspecto histórico quanto funcional. E outro fato importante no documento encaminhado a Brasília, é o reconhecimento de que a origem da raça se relaciona com colonos portugueses.
Finalmente a hipótese levantada de forma pioneira por Antônio Carlos Linhares Borges, em seu livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, aos poucos passa a prevalecer.
Observe-se parte do texto do gabinete do deputado, que acompanha o documento encaminhado à Câmara:
“O Fila Brasileiro é uma raça que está marcada na história da colonização do nosso país. Acredita-se que sua origem é fruto de cruzamentos aleatórios e sem muita participação do homem, entre cães trazidos pelos nossos colonizadores portugueses.”
“Sua atuação foi significante na colonização, pois, além de atuarem como cão de guarda, protegendo os colonizadores de ataques de onças, e até mesmo de nativos, atuavam como cão de caça e também pastoreiro”.
Até recentemente prevalecia a equivocada hipótese – que vinha sendo tratada como teoria – de que o Fila Brasileiro seria resultado de acasalamentos entre raças inglesas. Embora ainda haja quem mantenha o equívoco como verdade, esta ideia caminha para o descrédito cada vez mais, podendo justificar apenas os fenótipos modernos para a raça.
A despeito da importância do ato do deputado, cabe-nos refletir sobre as consequências da situação, caso a proposta seja aprovada e transformada em lei, considerando o cenário cinófilo nacional que envolve a raça.
Que a raça merece o reconhecimento, não há dúvidas.
Mas ao se falar em patrimônio autenticamente nacional, ligado à história da colonização, não se estaria falando de um cão encontrado pela cinofilia oficial nas décadas de 1940,1950 e 1960, e até certo momento da década de 1970?
Um rico arquivo fotográfico digno de museu, dos períodos originais do reconhecimento da raça – e até de antes - pode com enorme facilidade fazer identificar a que cão o projeto de lei estaria se referindo.
Da mesma forma um olhar neste, pode-se dizer, vasto arquivo fotográfico disponível na internet ou nos anais de clubes, permitirá comprovar a ausência nos períodos de descoberta da raça, de cães Fila Brasileiro de tipo moderno.
Ao sermos atacados por criadores de Fila Brasileiro Moderno, que tentam desqualificar o plantel OFB dizendo que se trata de cães sem raça definida, temos desafiado a que nos mostrem UMA ÚNICA FOTOGRAFIA de época, onde se possa ver um FBM.
Temos comprovado fartamente que cães como os do plantel OFB estavam lá, antes mesmo da década de 1950.
O nosso post anterior que cita o exemplo do gado curraleiro, em comparação aos OFB, comprova que se tratam de raças puras. Demonstramos também com cientificidade que o conceito de raça utilizado pelos modernistas, para atacar o projeto OFB, é defasado e equivocado.
Então mediante a farta presença de cães de padrão OFB no passado, e absoluta ausência de cães FBM no mesmo período, a qual Fila Brasileiro o documento do deputado estaria preocupado em evitar a extinção?
Sim, porque o texto do deputado se refere a um patrimônio que poderia estar ameaçado de extinção:
“E por estar atrelado à nossa história temos que, merecidamente, reconhecê-la também como patrimônio cultural, assegurando que esse patrimônio brasileiro não entre na lista de ameaçados de extinção”.
Evidentemente que esta parte do texto do projeto de lei não se refere aos FBM. Sabe-se que as exposições do moderno Fila Brasileiro estão repletas de exemplares e criadores, não havendo nada que justifique dizer que estariam em risco de extinção. O mercado de vendas de filhotes está em plena atividade!
Fica a reflexão para nossos seguidores, nesta saga de preservação do Original Fila Brasileiro, e para o futuro mediante a aprovação do projeto de lei.
Temos como uma das metas de nosso trabalho, a realização ampla de exames de DNA de nosso plantel e de cães que denominamos aborígenes, em busca de marcadores genéticos, através do qual poderemos comprovar que os originais são autênticos cães coloniais.
Esperamos que o reconhecimento do projeto de lei do deputado Paulo Bengtson, nos facilite este caminho, já que estamos trabalhando para que o padrão original não se extinga.
Neste post seguem algumas fotografias de época, onde se pode ver cães de padrão original, e outros de nosso plantel, absolutamente compatível com os antigos.
Seguindo-se a orientação da Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro (1979), cães como estes foram utilizados com fêmeas aborígenes, em busca do “vigor híbrido”, e do resgate e fixação do padrão de origem da raça.
Buscando-se cães de padrão antigo, e descartando-se o indesejável com qualquer sinal de distanciamento do padrão, é possível o resgate. Basta que o foco seja este.
Após anos de ostracismo nos clubes, este padrão começa a ser resgatado timidamente por alguns clubes de criação de FB, com certeza por influência do trabalho do projeto OFB. Uma revisão que a raça precisava e estava emperrada pelos caminhos comerciais que tomou.
Somente a primeira fotografia apresenta um Fila de tipo moderno, divulgada na internet com objetivo de angariar votos para o projeto do deputado, onde se pode ver a diferença entre os padrões.
Vamos apoiar plenamente a aprovação do projeto de lei! Para nós mais que nunca é uma oportunidade de avanço.
19 de fevereiro
Texto da publicação
Os ambientes da criação do Fila Brasileiro há mais de 40 anos se tornaram conturbados especialmente devido a fatos que envolveram a mestiçagem com outras raças.
Desde então, algumas figuras atuantes no ambiente, não necessariamente criadores, mas também criadores e juízes da raça, se tornaram notórias por polemizar, acusar, denunciar muitas vezes sem comprovação e até caluniar e difamar.
Triste situação que envolveu a raça em polêmicas, a maioria das vezes infrutíferas, a despeito de algumas denúncias de mestiçagem terem sentido.
Neste processo, diversas situações se desencadearam, com canis tendo que fechar as portas injustamente denunciados e caluniados, e outras linhas de criação assumindo tipos morfológicos exóticos.
O que se poderia esperar seria que cada facção criadora, com filosofias diversas, se acomodasse em seu nicho de criação, assumindo-se que o Fila Brasileiro passaria a acomodar padrões raciais diferentes. Que é a realidade.
Afinal, se houve mistura racial que alterou a raça, mas os cães portando documentos com genealogia de várias gerações, não haveria mesmo como retomar os caminhos originais da raça.
Nenhum criador aceitaria apagar todos os documentos de seus cães, para começar de novo do zero. Até porque isso não adiantaria, já que a raça estando alterada, os cães não voltariam a ser o que foram no passado.
Neste processo, reconhecendo que as alterações de padrão aconteceram, a CBKC ao longo de décadas, alterou por diversas vezes o texto de seu padrão oficial. Evidentemente procurou-se adequar o texto aos cães, já que seria mais complicado – quase impossível - alterar os cães ao texto original.
Por outro lado, outras entidades procuraram manter como referência de padrão morfológico, o texto de Paulo Santos Cruz de 1979, editado por ocasião em que se efetivava a criação da Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro.
Porém estes que se propuseram a cuidar da preservação do antigo e original Fila Brasileiro, acabaram por seguir o caminho do mercado traçado pela poderosa CBKC, fazendo aproximar o perfil de seus cães, ao perfil CBKC.
Um pouco mais, um pouco menos, o que se observa é que a partir do ano de 2000, os fenótipos se tornaram muito próximos, apesar das polêmicas e acusações. Por volta do ano de 2010, os julgamentos nas exposições estavam aprovando cães idênticos.
Algumas tentativas de diálogos com dirigentes de clubes, no sentido de alertar – ou pelo menos fazer reconhecerem – das transformações a que a raça vinha passando, se tornaram infrutíferas.
Algumas destas figuras notórias das polêmicas, sentindo-se como proprietários do FB, se fecharam a todas as tentativas de chamamento à responsabilidade para a preservação da raça.
O que motivou a criação do projeto OFB, com sentido de resgatar o que restava da raça, ameaçada por tantas formas diferentes de se entender o que seria o padrão ideal.
Reação simples diante de uma situação difícil de ser resolvida.
Mesmo se sabendo da existência de cães de padrão original ainda, dentro dos clubes, o que se percebia era pela desvalorização deste padrão e premiação por outro tipo – o exótico vendável.
Não haveria chance de se salvar o padrão, sem dar a ele oportunidade de se reproduzir de forma organizada e sobretudo com objetivo focado nele.
Nenhum clube tinha este foco na prática até pelo menos recentemente. O discurso descolara-se da prática.
Com o advento e sucesso do projeto OFB, a porta da preservação se abre para que o foco das premiações retome o passado. Para quem assim desejar.
Muitos não querem aderir ao projeto! Alguns tentam “entrar pela janela”, criam grupos paralelos talvez com esperança de confundir as pessoas.
Outros, diante do inegável crescimento do projeto e adesão cada dia maior de pessoas interessadas na preservação do patrimônio nacional, atacam o projeto. Os mesmos que atacaram criadores da BKC de forma indiscriminada, sem observar a justiça e veracidade das informações em muitas das situações. Ou novatos orientados por estes.
Nos atacam com as mesmas alegações com que atacaram indiscriminadamente os criadores do antigo BKC – e até hoje o fazem - na tentativa de ocupar o seu lugar no mercado.
Não é preciso entrar em detalhes. Quem nos acompanha sabe de quantas situações já fomos acusados de forma caluniosa e de quantas tentativas fomos vítimas no sentido de se retirar do ar este site do Facebook.
Atualmente usando a estratégia de formação de grupos de ódio ao OFB, estão se organizando em sites na internet, alguns sem autoria definida, com fito de espalhar desinformação e confusão no ar!
Em uma das postagens de um destes grupos de ódio, são colocados com objetivo de ridicularizar os OFB, fotos de alguns cães que teriam sido reprovados em análise na presença de PSC.
Realmente tem muitas fotos de cães que não passariam em nenhuma análise para a raça FB ou OFB. O que nada significa; serve apenas para confundir.
Entre estas fotos, foi colocada foto de um cão do município de Teófilo Otoni, como se tivesse sido reprovado em análise em 1979, de nome Galã, proveniente de uma antiga criação de cães boiadeiros.
Faltam com a verdade. Na verdade o cão foi aprovado!
Como em 1979 o cão foi apresentado para análise pelo hoje fundador do projeto OFB, somos levados a crer que o clube do ódio em referência foi criado para detratar a pessoa e o Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro.
Mas cabe-nos colocar mais ainda. A história precisa ser contada por completo.
O cão de nome Galã, durante o procedimento da análise para registro inicial, se mostrou indiferente à “luva” com que o figurante tentava estimular uma reação agressiva.
Mediante a espetacular morfologia que o Galã apresentava, a solução encontrada pelos juízes foi a qualificação “regular”, com aprovação. Era um cão de fazenda, trazido ali de longe, acostumado a permanecer solto onde haviam muitos trabalhadores.
Desconsolado com o resultado, um parente do fazendeiro que havia providenciado a viagem do Galã à exposição, comentou: “eles estão pensando que o cachorro vai importar com esta “luvinha” do juiz?
“Vou mostrar para eles o que é temperamento de cachorro!” E seguiu ao matadouro municipal onde combinou uma apresentação de trabalho com o cão, encontrando lá um boi bravio que estava encaminhado ao matadouro por ser perigoso.
Após o término da exposição, todos seguiram para o matadouro municipal.
Tal cão, embora classificado pelos então inexperientes aprendizes de juiz como “Regular”, após a exposição deu uma demonstração para aqueles aprendizes, de como se pode equivocar nas provas de temperamento.
A estória está contada no livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, de Antônio Carlos Linhares Borges.
Também pode-se ver parte da história contada no nosso site em uma postagem com uma reflexão sobre temperamento com o título:
Temperamento e comportamento; instinto, condicionamento, nervos e coragem.
Interessante postagem com fotos de Fila antigos.
Por outro lado nas postagens de tais grupos de ódio – alguns sem autoria declarada – se divulga que nós somente mostramos como exemplo de cães antigos, os piores aprovados em antigas exposições.
Também faltam com a verdade, e tentam inverter as práticas, colocando no projeto OFB, o que é prática deles mesmos.
O projeto OFB tem em seu site diversas publicações onde demonstramos de forma comparativa e inegável, que as alterações na raça FB aconteceram no sentido de se produzir um Fila diferente, moderno, que denominamos FBM.
Você verá aqui no site os premiados em exposições antigas, sob a batuta de Paulo Santos Cruz, a maioria destes com qualificações as mais elevadas – medalhas de Ouro, Prata, e ganhadores de “melhor da exposição”.
A verdade será rapidamente reposta, visitando-se o post denominado Boletim, cujo post é divido em 6 partes.
São 06 seções onde se pode ver cães premiados sob orientação de PSC, em contraposição aos premiados em exposições recentes.
Só premiados!
A discrepância entre os julgamentos, justifica plenamente que os modernistas considerem “graves erros conceituais” os antigos julgamentos. Problema deles!
Entrando no site, neste post, você verá fotografias de cães como:
(Parte 1) - Dendê da Fazenda Malota – 23/05/1982 – Medalha de ouro – Classificação Ótimo, a qualificação máxima concedida a um cão por PSC. Ao lado, uma fotografia de um cão OFB (Ouro II do Caramonã), compatível com o julgamento.
A fêmea Iurá – classificada como Muito Bom “Medalha de Prata”, a melhor fêmea de exposição (1980) sob julgamento direto de PSC.
Em seguida você verá fotografias de cães premiados recentemente, para seu próprio julgamento e conclusões.
Na “parte 3”, você verá fotografias orientadas por PSC no Boletin, onde se tem como ensinamento: “As orelhas de uma Fila Puro” e na outra fotografia, “Uma cabeça correta de um fila puro tigrado”.
Em seguida ainda na mesma “parte 3”, um exemplo em fotografia do que os modernistas consideram o ideal do Fila Puro.
Aceitar que os premiados por PSC sejam puros, podemos. Aceitar que os Modernos sejam puros, podemos.
Mas aceitar que se trata do mesmo padrão, ninguém honestamente pode aceitar. Todos temos que concordar que houve uma cisão no meio do caminho, no meio da história, que separa o antigo do Moderno.
Na “parte 4” do mesmo post você tem a oportunidade de reforçar sua percepção da realidade, sobre o conceito de raça pura e qualidade modernos.
E mais uma fotografia de fêmea premiada em exposição de 1981, por PSC, e três fotografias de fêmeas OFB.
Na “Parte 5”, esta você não pode perder, o padrão visual do Fila Puro segundo conceito de Santos Cruz, e imagens fotográficas de cães premiados como Fila Puro em períodos recentes. Com distorções enormes nos conceitos.
A “Parte 6” é mais técnica, onde demonstramos os equívocos do ponto de vista conceitual sobre o “Trem Anterior” do Fila Puro moderno. Razão do “rebaixamento” da cernelha e comprometimento funcional para a raça.
Nos próximos posts vamos evidenciar esta verdade mais ainda!
E veja aqui conosco as fotos do acontecimento com o Galã e o boi bravio.
E você verá também foto da filha de Galã, Loba, também aprovada em análise com a qualificação “Muito Bom” e classificação de “Melhor Fêmea da Exposição”.
A título de curiosidade mostramos também os cães de Juca de Luizinho na fazenda com o menino Daniel R. De Magalhaes Borges. Fotos do pai Antônio Carlos Linhares Borges já em pesquisa de campo nos idos da década de 1970.
Desde então as pesquisas com os aborígenes continuaram até os dias de hoje.
23 de fevereiro
Texto da publicação
Conforme prometido, estamos dando seguimento em algumas publicações onde demonstramos de forma sobeja o que são os verdadeiros Fila Puro de origem, ou Original Fila Brasileiro.
Dúvidas tem surgido a respeito de qual é a aparência destes cães, pessoas tem demonstrado desconhecimento e outras pessoas envolvidas a mais tempo com a raça FB, tem se negado a reconhecer cães tipicamente originais, das décadas iniciais dos registros da raça.
Sabe-se que em 1979 foi lançada a ideia de resgate da raça original, que era simplesmente denominada Fila Puro, e para que se alcançasse sucesso nesta empreitada, o autor da ideia, o juiz e reconhecido como Pai da Raça Fila Brasileiro, Paulo Santos Cruz, propôs que se buscasse cães no interior em fazendas onde pudessem ser encontrados.
Afinal ele mesmo e todos os criadores antigos, iniciaram suas criações a partir daqueles cães das fazendas, identificados desde a década de 1940 pela cinofilia brasileira. A raça é brasileira!
Em 1979, após mais de 25 anos criando Filas a partir daqueles aborígenes, PSC tinha certeza de que aqueles seriam os Fila Puro, diferentes de alguns cães que começaram a aparecer nas pistas por volta de 1975.
Voce verá na publicação de nosso site de hoje, a declaração de PSC no Boletim O Fila, de que a raça é bem fixada, com uma foto de um animal original.
Cães diferentes dos antigos não seriam confiáveis, do ponto de vista de se realizar um trabalho de preservação. Seria preciso ir de volta às fazendas buscar material genético autêntico, para salvar a raça.
Em um dos Boletin O Fila, ele explicava que deveriam partir de alguns cães confiáveis de linhagem já conhecida, e promover um programa de acasalamento com cães de fazenda (que no projeto OFB denominamos aborígenes).
Com este programa, esperava-se manter o padrão mais antigo de forma radical, e ao mesmo tempo buscar rusticidade e evitar a consanguinidade, já que o plantel de cães confiáveis seria pequeno.
Explicava ele que se fossem utilizados apenas cães de linhagens conhecidas, confiáveis, em pouco tempo o programa cairia nos riscos da consanguinidade com prováveis prejuízos ao plantel em formação.
Enquanto PSC esteve por perto, orientando os julgamentos e dando formação a novos juízes que deveriam seguir os caminhos traçados, buscou-se avidamente pelos cães sem pedigree nas fazendas.
Avaliava-se os cães em exposições e algumas vezes mesmo nas fazendas, e os introduzia no programa de reprodução. Se acaso algum exemplar transmitisse características indesejáveis aos descendentes, seria retirado da reprodução. Era um risco que se teria que correr.
Risco menor do que utilizar cães com pedigree sem se saber ao certo como foram obtidos aqueles pedigree. Na grande maioria das vezes, os cães de fazenda reproduziram bem, considerando o objetivo de preservar o padrão antigo.
Após os primeiros 4 anos do programa traçado por PSC, os resultados obtidos estavam atingindo o objetivo. Em alguns casos o objetivo era atingido plenamente.
No Boletim O Fila de 23 de Maio de 1982, já se comemorava os resultados, sob a batuta do mestre Santos Cruz, fazendo-se referência ao cão Dendê da Fazenda Malota. Dendê era o segundo cão no Brasil a receber a Medalha de Ouro – (Qualificação Ótimo) - premiação máxima concedida pelo programa de PSC.
E no texto do Boletin, a explicação do sucesso do método que utilizava cães a partir do Registro Inicial: “Dendê da Fazenda Malota já faz parte de uma geração de cães programados ....” etc.
Era um cão de terceira geração do programa traçado por PSC. Tudo registrado e documentado no excelente Boletin.
O programa deveria ter prosseguido por mais gerações para melhor se consolidar em busca de resgatar o padrão antigo, dos cães de 1950.
Infelizmente após o afastamento de PSC da cinofilia, estando o mestre já idoso, o programa foi pouco a pouco desativado, passando-se a aproveitar mais cães com pedigree de outras entidades do que os aborígenes.
Como temos demonstrado, pouco a pouco a fenótipo denominado Fila Puro se transformou. A tal ponto que quando o projeto OFB se iniciou apresentando fotografias de cães encontrados em fazendas, os criadores de FB em geral abominaram aqueles cães.
Especialmente criadores novos, com menos de 20 anos de vivência com a raça FB, não reconhecem até hoje os aborígenes como Fila Puro.
Compreensível; não conhecem a raça nas origens. Nunca viram um Fila Puro de origem em suas vidas.
Não estamos com isso justificando a ignorância. Quem quiser conhecer a realidade, existem inúmeras fotografias destes cães disponíveis na internet, com datas de 1930/40, 1950, até 1960 ou pouco mais. E para os que tem possibilidade de acesso, tem o Boletin O Fila. Tudo lá, documentado.
Alguns criadores mais antigos – que se auto denominam tradicionais - chegaram ao ponto de afirmar por escrito que os julgamentos orientados por PSC se constituíram em “graves erros conceituais”.
O projeto OFB no entanto adotou de forma completa o programa de PSC. Daí a diferença entre clubes e o projeto. O objetivo passa a ser preservar aquele Fila Puro de origem.
Neste post, demonstramos a metodologia do projeto e os resultados que já vem sendo obtidos, apesar das críticas ácidas de que ele tem sido alvo. Nada de novo, ou de excepcional. Apenas o programa abandonado de PSC.
Hoje demonstramos o trabalho do Canil Apeú, um dos credenciados pelo Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro, localizado em Castanhal, Pará.
As fotos demonstram seis gerações de cães, dentro de um programa em que se partiu de algumas linhagens confiáveis, intercalando com os aborígenes de fazenda.
Sem segredos e sem tentativas de milagres. Simples e eficaz.
Os filhotes da sexta geração já estão sendo testados na lida com gado na fazenda do Canil Apeú, com excelentes expectativas.
Em nenhum caso dos acasalamentos programados nasceram cães com características indesejáveis, exóticas à raça original. Em praticamente todos os casos, os aborígenes contribuíram com uma carga genética altamente transmissível, donde se pode depreender por uma genética antiga.
Veja em outra postagem, o cão de excelência na opinião do mestre Paulo Santos Cruz, Dendê da Fazenda Malota, qualificação “Ótimo”, Medalha de Ouro, clicando aqui.
E veja também no mesmo post fotografias de cães premiados em exposições modernas, em comparação com os antigos. Desta forma comprovando a radical transformação no conceito de raça pura.
Fica difícil garantir que não tem diferença nenhuma dos antigos. Ou se adota um padrão ou o outro. Adotamos o antigo.
E como demonstração de que este projeto é diferente, estamos divulgando aqui, o primeiro formato no processo seletivo da raça, inédito na história do Fila Brasileiro, com as regras de seleção que passarão a ser utilizadas dentro das datas estipuladas.
Acreditamos sim, que existem ainda bons cães de padrão aproveitável na atualidade. O que não existe é um programa coletivo específico para a seleção deste padrão fora do projeto OFB.
Acreditamos também que podem existir programas particulares, isolados, de algum canil, com objetivos semelhantes.
Porém sem a coletividade de criadores, não haverá diversidade genética bastante para manter a saúde dos animais. Além do que, uma andorinha só não faz verão!
7 de março
Texto da publicação
Aborígenes puros.
O projeto OFB é uma realidade.
Entre os meses de Fevereiro e início de Março, segundo o Facebook, atingimos mais de 19.000 pessoas alcançadas absolutamente de forma orgânica, sem a necessidade de pagamentos financiados por quem quer que seja.
A realidade de um projeto se configura pela sustentabilidade. A sustentabilidade se confirma quando o projeto caminha de forma independente, sem que seja necessário financiadores para a comunicação, por exemplo.
A cada dia temos a grata surpresa de receber reconhecimento de várias formas, entre estas a mídia espontânea em apoio às ideias e às práticas do OFB.
Recentemente tivemos a satisfação de ver referência ao OFB no canal do Youtube, Fazendinha de Quintal, encabeçado pelo jornalista e produtor rural Augusto Viana, uma publicação denominada “Os Top 07 melhores cães para o trabalho de campo”.
Augusto fala com muita propriedade de diversas raças reconhecidas como de trabalho, e coloca o nosso Original Fila Brasileiro, aquele cão do nosso passado colonial, como uma destas especialíssimas raças.
Tal feito só foi possível pelo reconhecimento de nosso trabalho, e pela seriedade com que temos levado o projeto. Augusto não se precipita e explica com muita propriedade que o projeto é jovem e tem muito “chão” pela frente, mas promete.
Reconhece que o projeto tem base e fundamento, com certeza não é uma aventura sem conhecimento técnico e sem conhecimento de causa.
Você poderá assistir ao vídeo no final da postagem ou pelo endereço:
https://www.youtube.com/watch?v=UkywJSnHkoA
Muito bem feita a matéria.
E porque o trabalho deste projeto teria base e fundamento, que alguns tentam negar?
A história recente da raça como já temos demonstrado, passa por momentos de tristes desmandos e experiências que a alteraram de sua versão original. Devido a estes fatos, tentativas foram realizadas no sentido de se resgatar o nosso patrimônio, com pouco sucesso no entanto.
Especialmente podemos justificar e explicar este pouco sucesso, devido a que nenhum clube de criação se dedicou inteiramente a selecionar com exclusividade o padrão antigo da raça.
Alguns clubes tentaram, mas pode-se ver que seus planteis apresentam tipos modernos em meio a alguns – poucos - cães de padrão antigo.
Não havendo um processo seletivo focado unicamente na preservação, sempre haverá um percentual de cães fora do padrão PSC em meio ao plantel.
Ainda que tentem mudar o foco – e parece que alguns clubes pretendem depois que iniciamos o resgate OFB – como farão para selecionar, sem que retirem os cães fora do padrão antigo de seu plantel?
Difícil, já que os cães de tipo moderno são maioria nestes planteis, e mais, são em geral pertencentes a canis de grande importância econômica.
Porém as bases para a seleção foram traçadas em 1979 e nós as resgatamos. Muitas vezes as coisas mais simples e óbvias, são a solução para situações complicadas, e este é um caso típico.
Em primeiro lugar, é necessário que se acredite na existência da raça, que ela existe há séculos e de forma independente dos criadores de canis.
Nenhum canil ou clube de criação é fundador da raça. Ela é preexistente a todos nós.
Em segundo lugar cabe excluir completamente do plantel, cães que apresentem deformidades do ponto de vista funcional, ou que apresentem deformidades do ponto de vista do antigo padrão original.
Na sequência, será necessário que se inicie um circuito de testes com o plantel, em território nacional. Testes que ponham à prova as capacidades funcionais dos cães – físicas e mentais.
Quanto a isto já traçamos as diretrizes, que você pode conhecer clicando aqui.
Nesta postagem de hoje, demonstramos por fotografias, os caminhos traçados para o resgate dos nossos originais, desde a década de 1970. Caminhos que foram abandonados e que restauramos.
Vendo as fotografias destes cães, e comparando-as com as premiações atuais nos diversos clubes de Fila Brasileiro, pode-se perceber facilmente que o padrão atual é outro, este sim criado pelos clubes.
E comparando-se estas fotos com as de cães premiados em décadas passadas, sob orientação do criador do método que ora usamos, Paulo Santos Cruz, observa-se facilmente que estamos no caminho certo. Acesse aqui.
Aqui no site e np Facebook você verá alguns cães encontrados em expedições realizadas por membros do OFB, em uma das regiões mineiras conhecida como Sertão.
Assim como as expedições realizadas em 1980, as atuais dão conta de cães de mesmo padrão. Portanto de uma base racial antiga, anterior à modernidade.
E a reprodução de descendentes sob controle e acompanhamento, dão conta de uma pureza racial preexistente, assim como demonstravam os cães registrados e resgatados para a criação nas décadas de 1970/80.
Nas primeiras fotos demonstramos situação atualmente criticada por novatos, com menos de 20 anos na criação do Fila Brasileiro, onde se registra cães sem pedigree em fazendas, na década de 1980. Prática iniciada por PSC no Brasil.
E um dos resultados com Fábula do Ibituruna, excelente fêmea gerada do programa de PSC, muitas vezes qualificada como Muito Bom e Ótimo em diversas exposições.
Algumas das fotos demonstram cães em situação de criação rústica, sem os cuidados de canil, onde chamamos a atenção também dos novatos que criticam nosso trabalho, para a percepção do que se denomina “expressão racial”.
Pensam que o resgate do OFB se trata de algo sem critério. Ao contrário, contamos com criadores experientes com a raça, há 30/40 anos ou mais, capazes de identificar um cão de raça, independentemente da situação ambiental em que se encontrem.
A seguir demonstramos diversas situações atuais com resultados reprodutivos.
Em nenhum caso os cães reproduziram características da raça FB moderna.
14 de março
Texto da publicação
Aborígenes e puros.
Neste post estamos publicando uma errata, a respeito do cão Rambo, que na postagem anterior dissemos estar em Oriximiná com o Criador Marlisson. Na verdade está em Cuiabá com outro de nossos jovens criadores, o Jeancarlos.
Continuando com nosso objetivo de deixar claro de qual padrão racial estamos falando sobre o OFB, e mais, que este padrão é transmissível. Publicamos mais algumas fotos.
Procuramos sempre intercalar fotografias antigas, sobretudo de criações que são unanimemente consideradas idôneas e que servem de modelo.
Da mesma forma publicamos em nosso site, fotografias de cães premiados em exposições de grande importância, tanto para comprovação do padrão OFB como para amostragem do padrão moderno, que se pratica na atualidade.
Isto temos feito de forma insistente há alguns anos, demonstrando com clareza e fatos, algumas questões de fundamental importância para o estabelecimento deste projeto de preservação do OFB.
Porque estas questões são de fundamental importância?
Em primeiro lugar porque o padrão original da raça, o tipo visual original, estava esquecido e passara a ser considerado fora do padrão ou confundido com vira-latas atípicos. Precisávamos restabelecer a memória da raça.
Em segundo lugar seria imprescindível que se fizesse a diferença entre antigo e moderno, porque criadores que se denominam tradicionais, negavam insistentemente que aqueles antigos poderiam representar a raça.
E ainda tentam negar, porém cada vez com menos poder de convencimento.
É de fundamental importância que se reconheça a raça como algo preexistente à modernidade, e que se reconheça que os modernos são realmente modernos, ou seja, não existentes nas origens.
Como poderíamos propor a preservação de uma raça que não se poderia comprovar a existência? Estaríamos sendo levianos. Da mesma forma que é leviano se afirmar que os cães de padrão moderno tem qualquer significado preservacionista.
Como é leviano se afirmar que cães de origem desconhecida seriam mestiços, ou que pedigrees foram falsificados, sem que se tenha a mínima comprovação.
Diante de algumas insistências em se afirmar que cães de padrão moderno são originais, temos deixado aqui um desafio: nos mostrem UMA ÚNICA FOTOGRAFIA de época, onde se possa ver um cão de mesmo padrão destes que denominamos FBM.
Como sabemos que isto é impossível, comprovamos a nossos seguidores que nosso caminho é verdadeiro. E isto encerra qualquer discussão.
Neste post, apresentamos as fotografias do cão Rambo do Cangaço, aborígene puro, proveniente de Sertão MG, já apresentado em post anterior, agora em outra posição.
Apresentamos fotografia de 1965 de Tupi de Parnapuan, proveniente de criação antiga, com início em 1950 sem nunca ter alterado o padrão, até os últimos cães de PSC em 1980. Uma criação fiel como um cão de Fila.
Esta fotografia pode ser considerada referência, para as demais que se seguem.
Na sequência, pode-se ver duas fotos recentes de dois cães, um macho e uma fêmea, totalmente provenientes de fazendas de criação verdadeiramente tradicionais, de mesmo padrão do cão Tupi.
Observe-se que as cabeças destes cães apresentam exatamente o mesmo padrão. Algo não criado modernamente, sem as inserções de orelhas dos modernos, e apresentando as proporções crânio/focinho harmônicas.
Também na sequência a fêmea jovem Mulata do Arizona, já resultante de gerações de seleção a partir de cães OFB, deste projeto. De mesmo padrão dos aborígenes.
Atualmente acasalada com o cão Zambu do Córrego Preto, também de gerações OFB, levará adiante o padrão morfológico e o temperamento forte de ambos.
Zambu aqui em foto recente, está colocado em comparação fotográfica com o cão Dunga de Parnapuan, em fotografia de 1952. Incrivelmente parecidos, representam a raça e a prova de que estamos resgatando-a.
Dunga foi exportado para a Alemanha diretamente por PSC, para o príncipe Albrecht von Bayern em 1950, sendo provavelmente o primeiro cão brasileiro a ser exportado, tendo feito enorme sucesso na Europa.
Na sequência vocês verão um quadro com foto de dois cães, Rex e Bolecho, cujas origens remontam a muitas décadas de fazenda, fotografados em regiões totalmente diversas e sem qualquer possibilidade de parentesco.
Ambos já deixaram descendentes no projeto, com netos e bisnetos em reprodução. Esperamos que ao se encontrarem seus descendentes em acasalamentos, o padrão estará cada vez mais garantido, tanto em morfologia como em potencial de comportamento.
Tais genéticas interagindo com genéticas de canis, onde se procurou preservar as qualidades originais da raça – e padrão similar - livrarão o plantel futuro do OFB dos riscos da consanguinidade.
Daí a importância de uma coletividade de criadores com o mesmo propósito. Sabemos perfeitamente que um único canil ou um grupo pequeno demais de criadores com o mesmo propósito, dificilmente logrará êxito.
Iniciativas até louváveis de poucos criadores isolados, a pouco resultado levarão. Mais ainda, criadores personalistas ou isolacionistas, nunca alcançaram resultados relevantes por muito tempo.
E ao final, demonstramos mais dois cães, sendo um encontrado em fazenda, registrado em RI – Eros, e outro de criação verdadeiramente tradicional com pedigree, Sertão do Cangaço.
Mesmo padrão, mesmo tipo físico, mesma morfologia funcional com distribuição de massa corporal semelhante. Mesma harmonia estrutural.
Certamente não os inventamos, não criamos o padrão. Apenas cabe-nos preservá-lo.
Em todo este padrão há uma lógica, uma estética própria criada possivelmente na funcionalidade, ao longo de séculos e mesmo muito mais, já que nossos aborígenes são originários de cães muito antigos de nossos colonizadores.
19 de março
Texto da publicação
Prezados seguidores e adeptos do projeto Original Fila Brasileiro.
Infelizmente temos que repassar alguns assuntos cansativos e desagradáveis, mas é importante também na cinofilia que a desinformação não prevaleça.
É responsabilidade de todo cidadão combater o ódio, a falsidade e a mentira, seja em qual ambiente estivermos lutando por uma causa. Ao que parece, é desta “energia” que sobrevivem socialmente algumas pessoas e alguns grupos.
Umas das tentativas mais antigas de depreciar criações no ambiente de Fila Brasileiro, são as acusações de mestiçagem à esquerda e direita. Quando não resta nenhum argumento contra o trabalho do OFB, também nos acusam.
O fato de que aconteceram misturas raciais na raça FB, tem sido utilizado para justificar ataques levianos a criadores, de forma irresponsável. Tais afirmativas são feitas sem comprovação de qualquer fato, portanto caluniosas e difamatórias.
Felizmente dada a pouca importância destas pessoas no mundo real da cinofilia, seguimos em frente, assim como todos que foram levianamente acusados ao longo da história.
De nossa parte, temos preocupação com idoneidade de informações e nos cercamos de cuidados com nossas afirmativas, com a veracidade e respeito pelos outros e conosco mesmos.
Temos divulgado insistentemente e com muitas comprovações em nosso Facebook e outras redes sociais, que nosso trabalho tem por objetivo resgatar cães que ainda apresentem o padrão encontrado nas décadas do “descobrimento” da raça Fila Brasileiro.
Temos disponibilizado provas de que este padrão vem sendo descartado pelos clubes, inclusive clubes especializados na raça, nas exposições de raça.
Temos demonstrado por fotografias e artigos, ou seja com fatos, as diferenças entre o que vem escrito nos padrões e o que se pratica nas exposições em geral.
Não negamos a existência ainda de bons cães, que se aproximam ou ainda representam o padrão OFB, nas diversas criações nacionais ou estrangeiras. Apenas afirmamos que o único projeto organizado com foco nestes cães é o nosso.
Temos demonstrado com artigos bem estruturados, que equívocos tem sido cometidos com os julgamentos priorizando cães com morfologia comprometida, do ponto de vista funcional e até para a saúde dos animais.
Temos demonstrado com artigos científicos que os conceitos de raça utilizados com base somente em aparência física, com proposta de se alcançar um tipo determinado são limitados, ultrapassados e equivocados. E podem até mesmo levar uma raça a perder as condições fundamentais para a funcionalidade e saúde.
Em especial, temos citado várias vezes aqui com reconhecimento, a figura de Paulo Santos Cruz para a raça Fila Brasileiro.
Não endeusamos a pessoa, reconhecemos que em alguns momentos foi afoito demais, e como afirma Paulo Godinho em sua obra – Fila Brasileiro, Um Presente das Estrelas – foi “brigão” tendo cometido equívocos na cinofilia em função desta característica.
Mas temos demonstrado reconhecimento por sua saga heroica à frente da Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro, até que a mesma se tornasse clube.
Heroísmo do qual sabemos, resulta conhecimento que hoje o projeto OFB se vale e muito, para realizar o trabalho a que se propõe. Se não fosse a saga de PSC, talvez hoje não soubéssemos mais o que é um Original Fila Brasileiro.
Jamais negamos a história e o saber dos estudiosos, assim como a saga dos que realmente seguiram PSC, enfrentando momentos que não prescindiram de coragem e dedicação.
Ao contrário, o projeto OFB vem procurando honrar a história, o conhecimento e os ensinamentos do “Pai da Raça”. E exatamente neste ponto o nosso projeto difere daqueles que não souberam honrar tais conhecimentos e história.
Em nossos artigos, orientados pelo ideal que procura seguir a cartilha de PSC, sempre valorizamos seus julgamentos à época em que esteve à frente da luta contra a mestiçagem na raça, e na tentativa de resgatar os cães de padrão original.
Na contramão do trabalho de PSC e na direção contrária ao projeto OFB, modernistas do FB, combatem os julgamentos do “mestre” e declaram por escrito que aqueles julgamentos se constituíram em “graves erros conceituais”.
Declaração feita espontaneamente, de livre intenção e por escrito, veiculada publicamente nas redes que falam em nome de clube especializado que contraditoriamente afirma seguir as orientações de PSC.
Tal declaração é de inteira responsabilidade de quem a divulga, e de corresponsabilidade de quem cala e consente. Não cabe nos atacar por motivos que não são de nossa responsabilidade.
Apenas afirmamos que valorizamos os conceitos de raça de PSC e que para nós não se constituíram de forma alguma em “graves erros conceituais”.
Na certa, Paulo Santos Cruz se pudesse aqui retornar, ficaria aturdido com o que fizeram com seu legado. E mais, com a declaração renegada de que seus julgamentos se constituíram em “graves erros conceituais”.
Dr. Paulo como era conhecido, era guerreiro e dedicado aos seus princípios. Por toda a vida preservou na criação Parnapuan o Original Fila Brasileiro. Motivo pelo qual sempre procuramos postar como referência cães de sua criação.
Não acreditamos que o velho mestre tinha a intenção de criar um clube de sociedade, um Lions ou um Rotary da cinofilia do Fila. O que ele pretendia era um clube de preservação do padrão original.
Ele mesmo não era muito adepto das colunas sociais.
Também não se pode aceitar que PSC tenha criado uma reserva de mercado para um grupo de pessoas. Criou conceito, conceituou raça, retratou uma realidade.
Se um grupo nega este conceito e o considera errado, outro grupo pode perfeitamente adotá-lo.
Exercemos nosso direito de seguir as orientações registradas tecnicamente por Paulo Santos Cruz e para tanto foi criado um projeto e não um clube ou uma coluna social. Um projeto onde o foco são os cães.
Então presados amigos do OFB, continuamos pacificamente em nossos caminhos.
Neste post, precisamos novamente fazer uma correção, ou uma errata.
No post passado, de 07 de Março, postamos uma foto de uma fêmea que denominamos de Fábula do Ibituruna, quando na verdade a fotografia se referia a Fada do Ibituruna, sua irmã de ninhada.
Ambas eram filhas do cão Danúbio, registrado em RI em 1980. Eram filhas da fêmea Urá de Paraibuna, da antiga criação do Coronel Verlangieri, do Clube Mineiro dos Criadores de Fila Brasileiro - CMCFB.
Duas excepcionais fêmeas resultantes do programa traçado por PSC, para resgate do padrão original da raça Fila Brasileiro.
As fotos servem de referência para o que se pretende no projeto OFB, assim como diversas fotografias de cães premiados sob orientação do mestre.
Na foto em que corrigimos a errata, observa-se as medalhas no pescoço da cadela. O que comprova como sempre que não escolhemos para modelo, como dizem, cães de qualidade inferior para exemplificar nossos OFB.
Na sequência vem uma foto de uma fêmea OFB de terceira geração, em posição semelhante, onde se pode ver a similaridade do tipo rácico.
E já que tocamos no nome do Clube Mineiro (CMCFB), serve de lembrança também para refrescar a memória, algumas fotos de cães originais da época.
Ilustrando melhor, em detalhe de cabeça o cão original Tejo da Jaguara, onde se pode observar também a similaridade com a fêmea atual OFB.
Depois segue uma fotografia da senhora Rosemary Chalmers, com um dos primeiros cães do canil Jaguara, ao final da década de 1950.
E dando um salto no tempo, podemos ver fotografia disponibilizada na internet, do cão Feitiço do Engenho do período em que o CMCFB fora reativado, original da década de 1990, excepcional cabeça também rara atualmente.
Na sequência em detalhe de cabeça, a fotografia de uma fêmea registrada em fazenda pelo projeto OFB, Pandora, da qual já há descendentes de excepcional padrão. Perfeita sintonia com Feitiço, cão de origens antigas em MG.
Após o que, pode-se ver fotografia de fêmea OFB da atualidade, em detalhe de cabeça, com perfeita sintonia com fêmea antiga do Canil Jaguara, comprovando a volta no tempo.
Desta forma vamos trabalhando para que todos possam gravar em suas mentes - mesmo os que se esqueceram - o que é o padrão OFB, no conceito correto estabelecido por Paulo Santos Cruz.
Conceito que jamais renegamos, ao contrário queremos trazer à tona.
Assim é que caminhamos de volta ao futuro!
28 de março
Texto da publicação
Dizia um antigo pesquisador da raça Fila Brasileiro, que a história desta raça se perde nas brumas do tempo.
Verdade, muitas hipóteses foram lançadas sobre suas origens, umas baseadas em alguns poucos documentos históricos existentes, já que cão enquanto espécie, apesar de sua importância na parceria ao desbravador, sempre foi pouco considerado na cultura ibérica.
Outras hipóteses não passaram de imaginação fértil. Dizia-se até que o nosso FB seria resultado de cães indígenas com cães domésticos trazidos por colonizadores, quem sabe até acasalamentos com cães silvestres.
Prevaleceu a hipótese de que o FB seria descendente de cães de raças inglesas. Mesmo nossa colonização sendo totalmente ibérica, e tendo a Península, inclusive Portugal, várias raças de cães de grande porte, não se questionou a ideia.
Nenhuma obra no período colonial, considerou o cão como essencial na economia rural do Brasil, ou pelo menos de considerável importância.
Em especial o Fila Brasileiro, veio a ser mais considerado e alvo de atenções, com o advento da criação da cultura cinófila na Europa, que veio chegando até nós nas décadas de 1940/50.
Embora já fosse considerado um componente de raça, de nosso cenário rural, somente com a chegada das exposições caninas, foi reconhecido “oficialmente”, ou seja, pela urbanidade e pela elite social e econômica do Brasil.
Em 1940/50, ainda éramos muito dependentes e reféns do período colonial. O Brasil tentava imitar tudo que a Europa fazia, todas as modas que representavam a “modernidade”.
Foi assim que vimos nosso crioulo ser reconhecido, valorizado, ganhando até valor econômico. Especialmente quando um jovem entusiasta de nome Paulo Santos Cruz, exportou para um príncipe da corte alemã o cão Dunga de Parnapuan (1950), aborígene, filho de cães de fazendas sem qualquer documento de raça.
Os elogios que vieram da Alemanha a respeito de Dunga, e a busca por mais cães do Brasil, despertaram a atenção de pessoas da sociedade brasileira para a raça. Afinal a Europa valorizava nosso crioulo!
Nesta época deu-se um esforço para resgatar cães de criações de fazenda, em toda sua diversidade de linhagens. Foi logo criado um padrão escrito para a raça, providenciado documentos para os cães e as gerações se sucederam.
Aproximadamente 20 anos após a “descoberta” da raça no interior, pessoas resolveram importar raças similares da Europa – afinal suas origens seriam de cães ingleses, segundo se acreditava – e realizar os cruzamentos.
Em 1970 já surgia no entanto um movimento de resistência aos acasalamentos inter-raciais, embora outros grupos continuassem a realiza-lo.
Em 1979 desencadeou-se realmente um movimento forte de resistência, em defesa do Fila Puro, encabeçado não mais não menos pelo mesmo antigo patrono da raça, Paulo Santos Cruz - PSC.
Por volta de 20 anos depois, aproximadamente a partir do ano de 2.000 no entanto, já se notava alterações no fenótipo dos cães do projeto de PSC, seguindo as diretrizes dos grandes cartórios.
Afinal, se alguém quisesse exportar seus cães, teria que se adequar um pouco ao padrão vigente no exterior. Aqueles cães com cara de caipira não se adequavam bem ao gosto europeu, menos ainda aos americanos.
Finalmente surge o projeto OFB, com objetivo de resgatar aqueles caipiras que foram “melhorados” pelas elites urbanas brasileiras e posteriormente copiados, para agradar estrangeiros e um mercado promissor que se abriu.
O projeto assustou, causou raiva, criou inimigos no mercado de cães, irritou alguns e foi alvo de tentativas de desconstrução – “isso nunca foi raça, não nos representa, não representa o Brasil no exterior, são vira-latas, isso é mestiçagem, etc”.
No entanto, com argumentos baseados em fatos históricos, estudos, pesquisas de campo, com base no compêndio de fotografias existentes que demonstram a raça nas origens, o projeto avançou de forma extraordinária. E vem crescendo.
O reconhecimento pela veracidade da proposta, é sentido nas redes sociais de grupos independentes dos organismos que se auto intitulam responsáveis pelo FB.
Redes sociais lançam vídeos e artigos independentes, em apoio ao trabalho do OFB. O projeto se torna difícil de destruir porque não pertence a uma pessoa ou a um clube. O projeto é uma ideia! Uma ideia bem estruturada não se pode matar!
Neste post comemoramos a entrada no projeto OFB, do cantor e compositor Osvaldo Toledo, novo apaixonado pela ideia e pela experiência com os cães.
Ele sabe o que é o OFB e lança uma música em homenagem ao ser humano rural, campesino brasileiro, e como não poderia deixar de ser ao nosso OFB, componente tão antigo de nossa história rural.
Nossas congratulações ao compositor sertanejo de raiz, e boas vindas ao projeto.
Esteja conosco e assista ao vídeo com a música dedicada a nós.
Brasileiro trabalhador, música do compositor e cantor Osvaldo Toledo, em homenagem ao Fila Brasileiro e ao pequeno produtor rural brasileiro.
Em nossas fotos, mostramos diversas situações em localidades diversas, onde o projeto está atuando para o resgate não só do padrão racial antigo, original, mas também para o resgate da cultura de tê-lo conosco no campo.
E uma sequencia de fotos desde os primórdios em que se conheceu a raça, até à nossa atuação atual.
Todos os cães das fotos atuais são do projeto OFB. Divulgando nossos cães e fotos, vamos gravando em nossas mentes o padrão visual.
29 de março
Texto da publicação
Comunicado.
Prezados seguidores.
Um dos nossos mais assíduos seguidores, em manifesto em sua rede social, reconheceu no vídeo do cantor Oswaldo Toledo, nos cães que aparecem em alguns momentos, o verdadeiro Fila Puro.
Nosso seguidor é articulista e colunista social de clube de criadores de FB. Ele não notou que os cães de Osvaldo são os mesmos do Canil Puri Moreno, um dos canis apoiadores da fundação do projeto OFB.
Esclarecendo, realmente se trata de puros OFB do Canil Puri Moreno – talvez ele não tenha reparado na camisa do cantor – cães que estão no projeto OFB desde o início em 2012.
Um dos cães que aparece em determinado momento é o nosso OFB Barão do Puri Moreno.
Em outro momento aparece um casal de cães, sendo o mesmo Barão ao qual Oswaldo se refere na letra da música, juntamente com a fêmea matriarca do canil Puri Moreno Nambiguara do Caramonã.
É muito lisonjeiro para nós que aficionados de nosso Facebook reconheçam em nossos OFB o verdadeiro padrão, antigamente praticado pelos clubes que deveriam ter preservado a raça FB.
É para nós um reconhecimento não só de que estamos preservando, mas de que o conceito de padrão racial está se consolidando, e possivelmente aqueles que declararam que os julgamentos de PSC se constituíssem em “graves erros conceituais” estão revendo sua opinião.
Seguimos em frente com mais reconhecimento e apoio a cada dia.
Música, apoiadores e cães excepcionais!.
E vamos com Oswaldo Toledo: https://youtu.be/5fN8vTirLgc (vídeo no final da publicação).
Alegria, sucesso e reconhecimento com o OFB.
Segue fotografia do cão referido, Barão do Puri Moreno quando jovem, com um dos netos de Oswaldo Toledo, e também da matriarca do canil Nambiguara do Caramonã.
Puro Original Fila Brasileiro, como reconhecido por nossos seguidores.
4 de abril
Texto da publicação
Comunicação e fofoca.
A escalada da comunicação social na história do Brasil (como também no mundo contemporâneo) teve início com a imprensa, depois com o rádio, posteriormente por volta de 1960 entrou a televisão e finalmente tivemos o advento da internet.
Desconsiderando, claro, as formas ancestrais, já que a humanidade tem como uma de suas bases fundamentais a capacidade de comunicar e agregar socialmente.
Em recente lançamento impresso o livro “Sapiens” de Yuval Noah Harari explica a importância deste poder de agregação social denominado comunicação.
Em uma linguagem simplificada e simplista, poderíamos dizer que a capacidade de produzir a “fofoca”, o imaginário e a projeção mental, foi que proporcionou o crescimento da espécie Sapiens.
Diversas formas de comunicação se estabeleceram, produzindo diversas consequências e alimentando diversas formas de sociedade. Em algumas destas formas, desenvolveu-se um poderoso alimento ao ego: a fofoca social.
Esta forma ficou muito conhecida com as antigas “colunas sociais” nas mídias impressas, especialmente nas décadas iniciais da República e com o surgimento de uma burguesia tupiniquim.
Basicamente o “negócio” era se incomodar com a vida alheia, cutucar, criticar o que era da conta do particular ou do público e causar alvoroço social. Na cidade do Rio de Janeiro, tivemos a exemplo o famoso colunista social Ibrain Sued.
Hoje temos a internet e apesar de se esperar que com a evolução tecnológica, viesse também um pouco de evolução social ou espiritual, mas não, a fofoca continua e algumas vezes avança para o campo da calúnia e da difamação e do desrespeito.
Assim tem acontecido no ambiente do Fila Brasileiro. Alguém se arvora de Ibrain Sued de um clube de criação de cachorros e parte para a fofoca, praticamente vivendo de se incomodar com a vida alheia e arregimentando outros que se encontram no mesmo nível evolutivo.
Em alguns ambientes de criação de cachorro, o objetivo é na verdade o colunismo, onde a vaidade manda. As pessoas entram para os clubes para alcançarem a condição de poder posar nas fotos dos eventos.
Paralelamente vem os interesses comerciais.
Por isso os conhecidos modismos, que tanto concorrem para promover alterações nos fenótipos das raças. E o FB não escapou desta sina.
Neste processo o nosso FB perdeu em boa parte seu temperamento e sua morfologia de trabalho. A decepção com o temperamento dos cães foi um dos motivos para o afastamento de muitos criadores.
Há cerca de três anos, um grupo dissidente de outro clube, ao realizar uma exposição, se dizia dono da “nata” da raça Fila Brasileiro, antes do evento.
O que se viu a seguir nas pistas, foi a maioria dos cães entrando em fuga nas provas de temperamento. Lamentável que alguns expositores não perceberam o ocorrido, iludidos com os latidos de defesa de seus cães.
Alguns criadores se enojaram destes ambientes e resolveram se afastar.
Outros também cansados de ver a raça ser vilipendiada e usada para finalidades distantes de suas origens, resolveram se afastar das fofocas mas continuar criando.
No entanto tem sido difícil para estes se livrarem dos Ibrain Sued da cinofilia do Fila. De onde cabe perguntas que não querem se calar:
porque tanto se incomodam os fofoqueiros com o projeto OFB?
Porque alguém ou alguns poderiam se sentir “donos” do FB a ponto de não aceitar que um grupo se decida a resgatar o tipo antigo, negado por eles?
Sim, negado por escrito e divulgado nas colunas sociais dos Ibrain caninos.
Porque alguém que escreve que os julgamentos de Paulo Santos Cruz se constituíram em “graves erros conceituais”, não continua a criar os seus FBM e deixa os outros em paz?
Se estamos optando pelo erro conceitual de PSC, pois que sigam seu caminho.
Porque se cria um canal ou coluna social de ódio na internet – anônimo - com única finalidade de depreciar o projeto OFB?
A estratégia de prejudicar o projeto OFB, após nos acusarem seguidamente de sermos mestiçadores, tem sido também de postar fotos mal posicionadas ou de cães muito jovens como se fossem adultos, com fito de difamar.
Postam de forma desonesta, escondendo as boas fotos que temos colocado em nosso Facebook e nossas redes sociais.
Ao contrario do que temos feito, postando especialmente fotografias de cães FBM premiados em exposições, para exemplificar o padrão moderno, diferenciando do padrão antigo.
Se a intenção fosse um debate técnico, postariam as nossas fotografias com as quais exemplificamos o que tem mais significado para preservação.
Debate que temos feito, com objetivo de esclarecimento e de separação das duas raças.
Ao contrário de debater os padrões que evidentemente são diferentes, solicitam que a raça OFB seja denominada de “Cão Boiadeiro Mineiro”.
Pedido negado! O pedido não tem pertinência já que o OFB é anterior ao FBM.
O nome OFB apenas reforça o verdadeiro lugar da raça, assim como aconteceu com o cavalo Mangalarga Marchador. Se em determinado momento da criação da raça o cavalo Mangalarga deixava de marchar, nada mais justo que repor a raça em seu lugar novamente.
Se desejarem retornar às origens, já tem o lugar certo. O projeto OFB é o único trabalho de resgate da raça original, e único dedicado exclusivamente a este objetivo.
Claro, se surgirem cópias bem feitas, nada teremos contra.
Neste post, vamos demonstrar com algumas fotos, o conceito racial OFB em parte com cães jovens e também explicando como uma fotografia mal posicionada pode se prestar à depreciação maldosa.
Mais “naturais”, os filhotes e jovens OFB se diferenciam dos FBM que devem parecer “fofuchos”, gorduchos e pesadões para melhor sucesso comercial.
No segundo livro de Antonio Carlos Linhares Borges “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original” de 2018, há uma parte que aborda sobre diferenças entre os antigos cães Dinamarqueses e o Original Fila Brasileiro.
Entre diversas argumentações sobre as origens, o livro demonstra como é comum em cães OFB, quando ainda filhotes, se mostrarem um tanto longilíneos. O que posteriormente desaparece, podendo o animal adquirir boa compleição.
O fato é exemplificado com fotos antigas de originais, entre estes a excelente fêmea Cauana do Amparo quando filhote.
Nos processos seletivos de que tem origem o OFB, em seus ambientes nativos, pode ter sido vantagem que o animal jovem desenvolvesse maior capacidade de velocidade, e quando adulto desenvolvesse mais força física.
Por outro lado sabemos que fotografias são falíveis e podem não deixar transparecer a realidade de um animal, seja para melhor ou para pior.
Pode-se ver neste post a fotografia da fêmea original de 1950, premiada com medalha de ouro, Lupe von Cadiz e Cadiz, em posição onde o posterior aparece com grave defeito de angulação.
Se premiada com qualificação “ótimo”, não poderia apresentar defeito tão grave e evidente, ainda que fosse de pouca angulação no posterior.
Também uma das fotos mais utilizadas com a finalidade de prejudicar o projeto OFB, e na certa atingir e detratar um dos criadores fundadores do projeto, tem sido do cão Bronco do Caramonã, ainda jovem.
Também aqui vamos demonstrar a evolução não só do animal, mas a capacidade de transmissão dos caracteres raciais originais em alguns de seus descendentes.
Além do que nosso seguidor pode ver parte da ascendência do cão Bronco, com demonstração de que foi seguida uma lógica de resgate do padrão antigo, utilizando-se o projeto abandonado de PSC, de ir às fazendas de criação antiga em busca de rusticidade e material genético exposto à funcionalidade original.
Paralelamente, você poderá verificar o realismo do que temos dito, visitando aqui no site, um post com fotos de um casal de cães FBM premiadíssimos, em comparação ao cão aqui postado de nome Baião do Caramonã.
Você verá claramente as diferenças não somente de padrão, mas na morfologia funcional – ou chassis – de cada raça. E verá de forma comprovada o conceito de raça de cada padrão, em detalhes de cabeças.
Basta clicar aqui
Sabemos que depois de tantas demonstrações do que é o projeto OFB, e suas diferenças dos FBM, ainda não vamos ter sossego com as fofocas, mas a caravana continua.
19 de abril
Texto da publicação
O Caracu.
Continuando nosso tema “raças caipiras”, passamos a um caso de raça caipira melhorada, oriunda de nossos crioulos ou aborígenes, o gado Caracu.
Porque é importante o exemplo do gado Caracu?
Trata-se de um gado aborígene do Brasil, ou colonial, que foi posteriormente selecionado por métodos de seleção artificial, com objetivos zootécnicos definidos.
Este gado foi considerado de raça desde que foi “descoberto” pela zootecnia oficial, reconhecido pelo Ministério da Agricultura e encaminhado para a seleção.
Em pesquisa sobre a raça, encontramos evidências de sua origem e adaptação no Brasil, semelhante ao que aconteceu com outras raças de variadas espécies domésticas, inclusive nossos cães.
Em primeiro lugar, lançamos mão de um conceito de raça enunciado pelo meio acadêmico, que demonstra diferença dos conceitos ultrapassados adotados por criadores de cães, que consideram somente a morfologia como prova de pureza racial:
“Raça (condições básicas) - ser semelhante, possuir uma origem comum, ter caracteres zootécnicos herdáveis em um mesmo ambiente para expressão das características”. Prof. Gumercindo Loriano Franco Méd. Vet. Célio Gomes de Aguiar Jr.
Em segundo lugar, demonstramos a partir de pesquisas, que o Caracu é raça nativa brasileira.
“Caracu Descendente direto dos animais do tronco Bos taurus ibéricos e Bos taurus aquitanicus basicamente trazidos para o Brasil pelos colonizadores portugueses. O que mais chama a atenção na raça é sua extraordinária adaptação ao clima tropical e subtropical que é devida à características como pêlo curto, resistência ao calor e a endo e ectoparasitas, facilidade de locomoção, umbigo curto e facilidade de parto. Pelagem baia e amarelo claro. Porte médio e grau de musculatura fina. Boa fertilidade e habilidade materna. Bom ganho de peso. Alto rendimento de carcaça. Cruzamentos terminais e maternais.”
“A primeira entrada desses animais ocorreu em 1534 em São Vicente-SP. Foram criados durante vários séculos enfrentando todos os tipos de dificuldades como: alimentação, doenças, clima e parasitas. Esta pressão natural moldou os animais chamados crioulos (nativos), destes foram separados os de pêlo amarelo e formada a raça Caracu.”
O rebanho da raça Caracu no Brasil: A raça Caracu é por sua história e características um patrimônio da pecuária nacional, foi ela que sustentou a produção antes da chegada dos zebuínos, o que quase a levou a extinção.
Com mais de quatro séculos de adaptação, o Caracu reúne características como: rusticidade, adaptabilidade, habilidade materna, longevidade, resistência a parasitas, cascos duros, entre outras.
E finalmente, um texto da ABC – Caracu – a Associação Brasileira de Criadores de Caracu (fundada em 1916):
“A partir de 1980, uma nova fase na seleção da raça com a utilização de técnicas modernas, foi iniciada. Este projeto foi coordenado pela Associação Brasileira de Criadores de Caracu (ABCC) tendo como parceiros o Instituto de Zootecnia de Sertãozinho (IZ), Embrapa – Gado de Corte (Campo Grande/MS) e o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR).
“Este trabalho permitiu um salto na seleção da raça, fazendo com que animais adaptados passassem a expressar características produtivas, como ganho de peso, conformação de carcaça, precocidade, entre outras, fazendo da raça caracu, uma opção para o cruzamento industrial e reforçando a importância dela na pecuária nacional.”
Qualidades difundidas pela ABC: Carne de qualidade – macia, saborosa, alto marmoreio. Resistência – Rusticidade, resistência ao calor, Alta conversão alimentar, docilidade e fácil manejo, Fertilidade superior a 85%.
A seleção artificial, como a adotada pela ABC, pode ser altamente positiva para uma raça. Com orientação zootécnica correta e objetivos claros que mantém as condições originais da raça, aproveitando todo seu potencial para melhoramento.
Este tipo de seleção difere da seleção artificial “de salão”, como é conhecida a seleção que visa somente a aparência externa dos animais, sem uma orientação funcional. Caso muito comum com cães que se apresentam em clubes sociais de criadores.
As pretensões do projeto OFB são justamente o aproveitamento das potencialidades da raça como cães funcionais e de utilidade, promovendo seleção com base em testes aplicados a campo.
Partindo-se de testes que provam as habilidades e qualidades originais da raça, serão selecionados os reprodutores e matrizes. Ou seja irão para a reprodução os melhores em termos de funcionalidade, e não necessariamente os mais bonitos segundo conceitos aleatórios de beleza.
Quando se seleciona uma raça funcional, o conceito de beleza se submete ao conceito de utilidade!
Veja em Regras - Regras para a criação, seleção, emissão de documentos de cães OFB.
Uma curiosidade interessante também é de se assistir ao vídeo que se refere à preservação do cão Alano Espanhol, no norte da Espanha, região montanhosa, onde se encontra ainda exemplares nativos originais da raça:
Um vídeo legal sobre o Alano Espanhol https://youtu.be/PXXxpS23VD8 .
Neste vídeo observa-se como característica dos animais da Península Ibérica, além dos cães, os bovinos muito assemelhados aos nossos Curraleiro e Caracu, de mesma origem remota.
Fato que vai comprovando cada vez mais que nossos aborígenes ou raças coloniais, se ligam a Portugal e Espanha, e jamais à Inglaterra.
O Alano Espanhol é bem menor que o Alão de raça portuguesa, e seu uso ancestral como “Cão de Touro” segundo estudiosos pode ter dado origem aos Buldogues da Inglaterra.
No livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, versão de 2018, pode-se ver em declaração de estudiosos portugueses que os Buldogues ingleses são posteriores aos cães Ibéricos denominados cães de touro.
Neste post, apresentamos algumas fotografias ou imagens de nosso gado Caracu, onde se pode ver em primeiro lugar no período colonial a prestação de serviço por bois coloniais. (Pecuária no período colonial – prof. Edenilson Moraes)
Este serviço secularmente não é prestado por touros ou vacas, mas pelo que se denomina de “boi”, ou seja o elemento castrado ou capão. No caso dos bovinos o capão é mais dócil que o touro, podendo servir de forma diligente às atividades do campo.
Em post passado demonstramos que os costumes levam o povo do campo a castrar até mesmo os galos, denominando o galo capão de Tio Choco. Neste caso, Tio Choco perde a masculinidade tomando-se de atitudes femininas, e passando a criar frangos (tio) e chocar ovos (choco).
Tio Choco ao contrário dos diligentes bovinos, é motivo de piadas já que se dedica a ser o mais rabugento do quintal. Não canta de madrugada como os galos, cacareja como galinha e implica com as crias dos outros, já que nada produz.
Na sequência podemos ver no início do século XX um lote de bovinos Caracu, premiados em uma exposição de raças bovinas. Observa-se que eles já apresentam as características raciais, antes mesmo de passarem pela seleção zootécnica orientada.
Desta forma também nossos cães de Fila foram identificados como raça desde o início do século XX.
Em seguida vemos duas situações de imagens de touros antigos, onde se observa que na primeira imagem temos um touro de chifres maiores e na segunda outro de chifres menores e melhor “carcaça” como gado de corte.
A partir deste ponto pode-se escolher os caminhos para a seleção de uma raça.
A última imagem mostra um touro reprodutor atual, com as características desejáveis selecionadas após um século de melhoramento.
Observa-se que o padrão racial foi mantido, sem diferenças de seus originais, apenas aprimorando-se o de melhor para as funções zootécnicas da raça.
Portanto a preservação da raça foi garantida.
O que evidentemente não aconteceu com nossos cães de Fila. É praticamente impossível de se encontrar uma fotografia de época, onde se veja cães com as características dos FBM.
Um quadro com cães OFB demonstra claramente que é raça à parte do FBM.
25 de abril
Texto da publicação
OFB X Javali.
Recentemente caçadores credenciados pelo Ibama, estão descobrindo o Original Fila Brasileiro, para a caça ao Javali. Capaz de rastrear e segurar o porco, o OFB se mostra completo nesta modalidade.
O Javali é uma espécie introduzida no Brasil em épocas recentes, há mais ou menos de 30 anos e já tem sido classificado como uma “praga” nacional, atacando plantações de milho e soja com grandes estragos.
Difícil de ser controlado, se reproduz com rapidez e apresenta grande capacidade de sobrevivência em animais jovens e filhotes, se multiplicando em grande escala.
Por isso há alguns anos tem a caça liberada pelo Ibama, sem limitação de número de abates, já que o objetivo é mais que controlar sua multiplicação, mas se possível eliminá-los de nosso sistema ecológico. Ele compete com nossas espécies nativas similares, o Cateto e o Queixada.
Tendo a caça liberada o javali se mostrou difícil de caçar. Demonstra grande capacidade de se ocultar em matagais, saindo para se alimentar somente à noite. Daí a caça com cães ser a mais eficiente. Eles o identificam pelo faro e o cercam.
Em muitas das situações o abate com arma de fogo é dificultado e perigoso, já que ele pode se arremeter contra o caçador em mato alto, e nestes casos pode ser de alta periculosidade.
Nestas situações os caçadores tem buscado cães de agarre, para que possam se aproximar para o tiro com segurança. Estando o porco selvagem seguro por cães de força e coragem suficiente, o caçador pode abatê-lo a pequena distância e em segurança para si e para os cães.
Tem sido muito usado para esta função, cães da raça Dogo Argentino e variáveis de raças Bul, como o Pit Bul. No entanto estes cães demonstram pouca habilidade para rastrear, o que obriga a se manter uma matilha de cães de caça e faro, como os denominados “americanos”.
Fica a pergunta, porque o OFB se mostra tão especifico para esta caça? De onde vem a habilidade para a caça ao javali? Teria a ver com sua origem?
Veja o vídeo mostrando filhotes de OFB na prática da caça ao javali, desde novos demonstrando aptidão:
https://youtu.be/k8q264dX6RU (disponível também no final da publicação)
Temos procurado demonstrar que o OFB não difere em sua origem dos nossos animais domésticos em geral, todos descendentes da Península Ibérica e trazidos principalmente pelos portugueses.
Não há uma prova cabal desta origem, devido à insuficiência de documentos históricos, mas fica estabelecido claramente através de indícios históricos a origem ibérica e não inglesa.
Isso separa as raças pela origem: os que tem aparência de misturas entre as raças inglesas e os que se assemelham aos Alanos ou Alão.
Outro fator fundamental está no nome da raça, reconhecida no Brasil desde pelo menos o início do século XVII, em documentos brasileiros que se referem ao Cão de Filar ou Alão.
Neste post vamos publicar algumas partes do Livro da Montaria, escrito por D.João I, um século antes dos portugueses aportarem nas terras que hoje compõem nosso Brasil.
Na verdade, o Livro da Montaria, como demonstramos aqui foi escrito na sequência do “Libro de la Monteria”, escrito por Dom Afonso de la Castela e de Leão, em meados do século XII.
Nestes livros, em especial no livro português, faz-se fartamente referência ao Alão como cão de agarre especializado na caça ao Javali. E se refere a ele como cão de filar (ou filhar).
Selecionamos alguns recortes do Livro Da Montaria, disponível pela internet – você pode baixa-lo por completo se houver interesse histórico de pesquisa – onde se pode ver que a raça é antiga.
Documentos históricos portugueses, de antes do Livro da Montaria, demonstram que as famílias da nobreza tinham por volta do ano de 1.300, toda uma experiência em criação de cães para a montaria, entre estes a criação do Alão é proverbial.
Veja-se obra no túmulo do rei D. Pedro I (1.320 -1.367). Nas palavras do pesquisador português Antônio Ferreira, orientador para o livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”:
“D. Pedro I, denominado o Justiceiro era um excelente caçador fazendo habitualmente montarias e incutiu o gosto pela caça e pelos Alãos aos seus filhos. Seu filho D. João tinha dois Alãos que até dormiam junto de seu dono, um tinha o nome de Bravor que lhe tinha sido dado pelo seu irmão, D. João Mestre de Avis, o outro chamava-se Rabez dado por Fernam Perez Damdrade. O seu filho e sucessor, Rei D. Fernando, também foi um excelente caçador, tal como o seu irmão D. João I, que publicou o Livro de Montaria” (comentários de Antônio Ferreira, Portugal).
O Livro da Montaria descreve com detalhes, desde recomendações práticas para a escolha dos acasalamentos com objetivo de se obter os melhores exemplares de agarre, até a criação dos filhotes e o treinamento dos cães jovens.
Descreve e ensina como se deve observar o comportamento dos cães jovens, para se selecionar os melhores futuros adultos para a Montaria, tanto no caso do Alão como dos sabujos que auxiliam na caça.
Detalhe interessante: o Alão ali é usado especificamente para atacar e garantir o Javali preso para o abate seguro. É utilizado também nestas atividades o sabujo para rastreamento e o Podengo como animal de velocidade capaz de cansar o porco selvagem.
Fica a questão a responder, porque nossos cães OFB tem a capacidade dupla de rastrear e também apresar o javali, como se tem descoberto recentemente?
Esta habilidade dupla, assim como a habilidade da lida com o gado, extrapolam a habilidade mais especifica do Alão ancestral. Mais uma justificativa para continuarmos nosso trabalho de resgate e preservação do OFB, com as buscas por material genético intocado, no interior de MG.
Tais habilidades e tal material genético se perdido, dificilmente poderá ser recuperado!
Esta habilidade de caça, para além do agarre, nos induz a entender da participação de outras raças portuguesas juntamente ao Alão, na formação do nosso OFB.
Postamos a capa do livro, com edição de 1918, da academia de ciências de Lisboa, e resgatado da Biblioteca Nacional de Lisboa, onde se encontra ainda hoje manuscrito.
Em seguida alguns recortes do livro que demonstram a veracidade de sua autoria, e depois a referência ao Libro de La Monteria, obra espanhola anterior à obra de D. João e da qual ele se inspirou.
Portanto o Alão se mostra tão antigo ou mais que 200 anos antes da chegada dos portugueses no Brasil.
Em um dos recortes, fica demonstrado que mesmo naquela época, já se sabia classificar os cães de forma científica, portanto não se trata de povo ignorante, mas de um povo que já sabia certamente selecionar seus animais.
Temos já aí uma descrição do padrão racial do Alão, com detalhes de como deve ser a morfologia da raça, assim como a descrição da origem de seu nome.
No livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, versão de 2018, de Antônio Carlos Linhares Borges, a origem do nosso Cão de Fila é relacionada ao povo Alão. Que coincide com a descrição do Livro da Montaria.
Iniciamos com algumas fotografias de raças de cães portugueses – ou ibéricas - que apesar de não termos comprovação, seriam muito mais pertinentes de ter participado na formação do OFB do que as raças inglesas, que vieram a trazer a aparência dos FBM.
São diversas as perguntas que ainda precisam ser respondidas para esclarecimento das origens do FB e do OFB.
A única pergunta que temos certeza, está respondida, é que não existem fotografias ou documentos de época que mostrem um FBM no passado da raça no Brasil.
Ao contrário, a imensa maioria dos documentos antigos nos mostra o OFB nas fazendas que os preservaram antes das décadas de 1940/50.
Motivo pelo qual caminhamos com nosso projeto de resgate da raça tranquilamente, sem dúvidas de que estamos no caminho certo.
4 de maio
Texto da publicação
No nosso post passado, procuramos demonstrar a grande possibilidade do nosso OFB ser descendente, com maior participação genética do Alão Português, em contrapartida à hipótese de que o FB seria descendente de cruzamentos inter-raciais, de raças inglesas.
Não havendo muitas evidências documentais, o que temos é uma investigação realizada para a construção do livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original” de Antônio Carlos Borges.
Na verdade uma juntada de documentos, por pouco que existam, com a construção de uma lógica entre os documentos e experiências em pesquisas de campo de 40 anos, do autor.
Podemos estar equivocados, como se equivocou Paulo Santos Cruz ao lançar a hipótese da origem inglesa para o FB, mas estamos certamente bem mais próximos da realidade.
A grande margem de erro de PSC, acabou por ocasionar um direcionamento para a seleção e aprimoramento do FB, que afastou a raça de suas origens.
Após décadas de tentativas de se fazer nosso FB se parecer como resultado de cruzamentos inter-raciais inglesas, a raça não mais se identifica com o que foi encontrado nas fazendas a partir de 1940.
Tivemos diversas fases de alterações no fenótipo do FB, ao longo de décadas em busca desta identidade inglesa, que ocasionou a construção de diversos padrões. Na certa é a raça que mais padrões tem em sua história.
Até mesmo independente de padrão, a hipótese da origem inglesa levou a julgamentos em exposições que favoreceram a transformação do FB em outra raça.
Neste post, para reforçar a hipótese sobre a qual o projeto OFB se apoia, vamos publicar alguns documentos e fotografias que nos levam a determinados raciocínios.
Em primeiro lugar, painel português demonstrando o uso do Alão, juntamente com o Sabujo Português, na caça ao javali no século XVI.
Em segundo lugar o mesmo Alão como animal de caça a animais de grande porte em painel português do século XVIII.
A seguir um documento que demonstra o Alão e uma de suas funções no século XVIII, o trabalho com gado bravio.
Seria coincidência que nosso OFB viesse a receber o nome de “boiadeiro” no Brasil?
Na sequência nosso leitor poderá ver desenho de uma obra do século XVI, no Brasil, um cão utilizado em apoio a entradas portuguesas sobre áreas espanholas, segundo o tratado de Tordesilhas. Sabe-se amplamente que o tratado foi descumprido por Portugal, ampliando em muito nossas terras.
Cópias das obras em desenhos podem ser vistas completas no livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”.
Na sequência, obra do Príncipe Maximilian no Brasil, no século XVII, demonstrando o uso de cães de mesmo padrão, semelhante ao Alão, em gado bravio. Gado de origem igualmente portuguesa, como já demonstramos em post anterior.
Porque este cão não seria português?
Veja-se também cães do tipo Fila com o Marechal Rondon em sua expedição, nos primeiros anos do Século XX. Observe-se o grande malhado ao canto.
E veja-se o primeiro cão registrado como FB no Brasil, quando se reconheceu na cinofilia a raça. Até este momento absolutamente compatível com tudo que se vê historicamente.
Saídos dos interiores do Brasil, cães como este talvez provenientes de gerações em sistema de criação rústica, tendo que sobreviver muitas vezes por conta própria, eles passaram a receber alimentação regular e desfrutar de um mínimo de conforto.
O que justificaria algumas gerações depois, cães maiores, mas nunca com aparência de mastif/bloodhound.
No livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original” o autor Antônio Carlos, se debruça sobre esta realidade, lançando hipótese explicativa.
O projeto OFB não nasceu de uma imaginação fértil, sem qualquer base. Nasceu de muito estudo, pesquisas históricas, viagem a Portugal e sob orientação de estudiosos dos cães portugueses.
Não se trata de uma aventura sem base. A partir das premissas traçadas de que a raça FB no original seria de origem portuguesa, e de que a grande base genética seria no Alão, o projeto iniciou desde 2012 arregimentando material genético original.
Antes porém, criadores do projeto já vinham de experiências com criação, acasalamentos e experimentos com cães de fazendas, originais. Sabe-se perfeitamente que estes cães são transmissores de caracteres raciais, determinantes de frequência fenotípica que obedece aos conceitos de raças coloniais.
Já demonstramos aqui este conceito, que veio a levar ao reconhecimento de vários de nossos animais domésticos coloniais, ou aborígenes, como raças puras.
Conceito que deixa no passado a ideia de que raça seja por definição, animais provenientes de seleção artificial, com objetivo único de torna-los mais parecidos entre si.
O conceito moderno aceito pela EMBRAPA, traz nova visão de raça, no qual se encaixam nossos aborígenes, inclusive o OFB.
Estão neste conceito implícitos a funcionalidade, a rusticidade e a adaptabilidade, além da aparência. Esta última, integrando um conjunto e não isolada das demais características.
Como último documento deste post, podemos ver um cão resgatado pelo projeto encampado por PSC, a Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro, quando se intencionava buscar nos interiores de MG, material genético capaz de revigorar as linhagens puras ainda existentes na década de 1970.
O mesmo que o projeto OFB decidiu realizar, em situações em que a raça se encontra atualmente, semelhante a que se encontrava em 1970: ameaça de extinção do padrão original.
O projeto OFB reúne o único grupamento de criadores que se dedica exclusivamente a esta causa.
Reconhecemos a existência ainda de bons cães originais ou assemelhados em diversos planteis, mas como não há um direcionamento específico para a sua preservação, surgiu a necessidade do OFB.
No próximo tópico, vamos procurar demonstrar porque estes cães se fixaram melhor em Minas Gerais e seus arredores, do que em outras partes do Brasil.
Agradecemos aos pesquisadores e canicultores portugueses, Antônio Ferreira e André Oliveira por disponibilizarem as imagens dos painéis portugueses.
11 de maio
Texto da publicação
Neste post vamos apresentar um resultado parcial de nossas pesquisas de campo do projeto OFB com cães originais, preservados em fazendas.
Como se sabe, faz parte do projeto buscar nos interiores de Minas material genético não “mexido” ou preservado das influências da seleção artificial direcionada para os “shows de salão” onde os cães são apresentados em pistas pequenas, sem testes de aptidão física. E são criados e selecionados em pequenos espaços de canis comerciais.
O projeto procura aproveitar o que de preservado ainda exista em canis tradicionais, que não se renderam à modernização da raça Fila Brasileiro.
À medida que os critérios de julgamento foram se alterando, alguns criadores se sentiram deslocados e preocupados com a preservação de seus planteis.
Por mais que ainda se preservem alguns cães de tipo original em diversos clubes de criação, sabe-se que o objetivo destes clubes não é preservar este tipo. Existem outros objetivos que conduzem os clubes.
Por isso a criação do projeto OFB e a separação das raças. Fez–se necessário que se criasse um ambiente exclusivamente para o resgate e seleção do antigo padrão.
Nesta viagem, o objetivo foi conhecer de perto, de forma presencial os cães de uma das fazendas que se apresentou ao projeto, com desejo de preservar o que ainda se encontra na fazenda.
O fazendeiro já tendo sua linhagem há muito tempo, adquiriu há algum tempo dois cães de famosos canis, com intuito de “refrescar o sangue” como dizem, na verdade evitar o excesso de consanguinidade que ocorre em criações fechadas.
Segundo ele, comprou caro, procurou o que seria para ele o de melhor, filhotes de criação famosa e filhos de cães premiados.
A expedição foi feita pelo experiente criador Alberto Jorge, do Canil Cangaço, de Brasília. Jorge cria há décadas o Fila Brasileiro, conhece bem a raça, é estudioso, conhece linhagens antigas e é credenciado pelo OFB a proceder a análises presenciais.
Fotografou e filmou a visita ao canil na fazenda, conversou com o proprietário e o orientou com relação à ameaça à preservação, com a entrada de cães FBM em planteis como o dele. O que aliás o fazendeiro já tinha observado grande diferença entre os padrões. Nas palavras dele o FBM seria mais preguiçoso e propenso a parasitas.
Infelizmente como pode acontecer com muitos preservadores que ainda não foram alertados, achava que o FBM introduzido alí, poderia melhorar os seus cães. Afinal é descendente de ganhadores de exposição, considerado Fila Puro, e tem pedigree.
Apresentamos aqui um vídeo onde se pode ver as caraterísticas dos cães e também do FBM introduzido na matilha de originais. Seguem algumas fotografias com comentários.
Da expedição seguiram para Brasília seis filhotes da fazenda, que serão distribuídos para criadores da raça OFB em diversas partes do Brasil. E agora, a partir do RI dos cães, eles terão o pedigree.
Ao chegar da viagem com os filhotes em Brasilia, Jorge adentrou o grupo whatsapp dos criadores, que já o aguardavam com grande expectativa. Todos queriam saber como são os cães, se realmente correspondem às fotos e vídeos vistos anteriormente, enviados pelo fazendeiro preservador.
O grupo vem servindo de importante espaço de diálogo aos criadores, com troca de opiniões e experiências, e servindo sempre de aprendizado a todos. Há necessidade de se conhecer melhor a raça que foi pouco estudada e objeto de muitos mitos.
O projeto OFB sempre coloca que a raça está em estudo, estamos todos aprendendo, mesmo os criadores que militam há mais de 40 anos na criação. Neste ponto todos concordam que a grande diferença da ciência para a crendice é justamente a dúvida. A dúvida nos livra da ignorância e da arrogância!
Transcrevemos aqui parte de diálogos ocorridos no grupo OFB, com falas e posicionamentos de Alberto Jorge:
“É importante observarmos muitos cães, vermos in loco e compararmos. Não apenas por fotos e vídeos. Para termos parâmetros. A cada vez que visito criações originais de fazenda com exemplares bons, é comum, ao retornar, eu mudar um pouco de opinião sobre meus próprios cães”.
“No meu entendimento talvez seja interessante irmos elevando gradativamente, aos poucos, o grau particular de cada um de exigência quanto às respectivas criações. Sem "cegueira de canil" (quando o dono não enxerga os defeitos dos seus cães, só as qualidades)”.
“Vejo nosso Cão de Fila como um molosso, um Alão, um gladiador maratonista. Bem peculiar, sem traços em comum com outras raças, de tipicidade única”.
“Os antigos afrescos e esculturas de alões caçando me servem de baliza pelos formatos, secura (magreza, pouca massa) e ossatura forte exibidos. Ao ler no Livro da Montaria, do séc.XII, D.João citando como selecionar os cães, ou antes, quando os assírios adentraram a Península Hibérica, eu me sinto ligado a eles e penso que tenho obrigação de tentar dar seguimento à preservação desse tipo de cão que também seja útil em grandes embates”.
“Começa pelo chassis: o esqueleto deve ser uma estrutura grande e forte de ossos grossos. É ele quem sustenta tudo, junto com o sistema muscular. Coberto por pele solta sem qualquer exagero. A cabeça é periforme sim, mas pode ter algumas arestas em exemplares mais rústicos”.
Jorge cita a respeito dos machos que viu na fazenda, de nome Thor, Chicão e Negão (tigrado escuro).
“Sob a ótica da tropicologia o formato geral do animal deve ser convexo, elipsóide: o tronco do Negão é assim. Os troncos de Thor e Chicão já são mais arredondados. Achei os três cães bonitos, mas vendo de perto, Negão me impressionou mais justamente pelo tamanho, ossatura, formato e proporções harmoniosas e equilibradas. É nítido que ele tem mais rusticidade. O formato convexo do tórax, com uma viga vertebral exposta, mais robusta, é sinal inequívoco de que ele aguenta mais situações limítrofes”.
“Por exemplo: eu vi pessoalmente o finado Tarzan do Martalice [produto de linhagem tradicional preservada – Caramonã, com fêmea de fazenda] e ele bem que poderia ser considerado um fenótipo padrão, objetivo de criação, pra ter a imagem no padrão ilustrado”.
“Óbvio que não estou dizendo que achei eles melhores em tudo. Mas eu penso que, dada a intensidade e disseminação de alguns defeitos atuais do plantel de Filas, talvez nós devamos empurrar alguns aspectos um pouco mais além do padrão para trazer o prumo pro meio”.
"Muitos Filas Brasileiros modernos estão mais para bracóides compridos, rebaixados e pelancudos. Menos funcionais. Pior, menos rústicos, mais sensíveis, reativos, frágeis organicamente e delicados fisicamente, necessitando de mais cuidados, inclusive veterinários."
O cão Tarzan citado, trata-se de um dos primeiros do plantel OFB, há cerca de 9 anos.
Apresentamos as fotos e o vídeo editado pela criadora Sally, também do Canil Cangaço.
No vídeo podemos observar além dos cães da fazenda, um dos cães modernos ali introduzidos, ao passar com a câmera mais lenta. Podemos ver claramente o quanto a seleção artificial equivocada deixou as articulações excessivamente frouxas, prejudicando a movimentação do animal.
11 de maio
Texto da publicação
Neste vídeo voce poderá acompanhar a visita do criador Alberto Jorge a uma fazenda no interior mineiro, em busca de cães Fila originais. Voce verá entre os autênticos, um Fila moderno ou FBM e poderá ver como ele se movimenta diferente dos demais.
No nosso post desta semana apresentamos fotografias documentais da viagem e algumas explicações sobre o que o projeto pretende.
vídeo disponível no Facebook: https://www.facebook.com/originalfilabr/videos/511071220049741/
20 de maio
Texto da publicação
Como vimos em nosso post da semana passada, o projeto OFB tem buscado cães distintos dos modernos Fila Brasileiro, nos interiores de MG – e também em outras regiões brasileiras – e os tem encontrado.
Diversas tentativas foram feitas no passado neste sentido, sem muito sucesso especialmente devido às dificuldades de comunicação com pessoas que moram no interior.
Atualmente com o advento da internet, a comunicação tem chegado a todos os recantos, comunidades rurais e fazendas, levando nosso recado e proposta.
Criadores que se sentiam abandonados com suas criações e muitas vezes até acreditando que seus cães não fossem de qualidade, repentinamente descobrem que tem algo ali muito valioso.
Foi o caso do fazendeiro do município interiorano onde fomos buscar filhotes. Ele já se dispõe a registrar seus cães no projeto OFB, e mais importante, não deixar suas cadelas se misturarem com a genética moderna que inadvertidamente adquiriu.
Ele pensava que adquirindo um macho em canil famoso, ganhador de muitos prêmios, filhote de cães de linhagem de campeões, estaria melhorando sua criação.
Uma breve conversa com o experiente criador Alberto Jorge do Canil Cangaço, o fez entender o equívoco no qual se meteria, colocando em risco o valioso tesouro que ali preserva.
Na verdade o próprio fazendeiro confessa que estava achando os cães muito diferentes, notando que os filhos de campeões são mais lerdos e menos rústicos.
Hoje vamos comentar sobre algumas alterações ocasionadas pela modernização e pelos processos de seleção equivocados para o Fila Brasileiro, não só o distanciando de suas bases históricas, mas produzindo uma morfologia inadequada para a funcionalidade da raça, além de prejudicial à saúde dos animais.
Apresentamos algumas fotografias de um cão moderno em movimento - o mesmo do vídeo postado semana passada - em diversas posições, onde se pode ver o alterações realizadas por parte dos criadores de FB, sob incentivo de premiações equivocadas para a raça.
O que aconteceu então para que se chegasse a tal ponto?
A partir aproximadamente das décadas de 1970, 1980 e 1990, em um processo de adequação crescente e gradativo, à hipótese de PSC de que o FB fosse descendente de três raças inglesas, as criações de FB foram se distanciando de suas origens.
Parte dos criadores, decidiram lhe dar aparência assemelhada ao Bloodhound.
Outra parte decidiu que seria mais interessante lhe dar mais aparência molossoide, buscando o fenótipo dos mastins modernos, selecionando os focinhos e os crânios mais curtos.
Guiados por modismos, exatamente como cita o experiente juiz cinófilo Américo Cardoso no caso de outras raças, boa parte dos criadores de Fila Brasileiro fizeram exacerbar em suas criações, as caraterísticas que se acreditava mais marcantes na raça.
E acreditando que aquele seria o caminho para o aprimoramento do FB, também alguns juízes aderiram ao conceito, premiando o novo tipo.
E finalmente, nas décadas de 2.000 a 2020, os criadores em geral decidiram homogeneizar a raça, ajustando os tipos criados de forma seletiva artificial nos canis, criando um terceiro tipo: algo que se pareça um molosso, mas que tenha aparência de um Bloodhound em alguns aspectos.
O que podemos denominar de ajuste entre as linhas de criação CBKC e outras.
O que se vê em grande parte atualmente nas pistas é um cão de certa forma caricato, de proporções anormais para a raça original, quase sempre demonstrando uma morfologia incapaz de exercer suas funções originais:
Excesso de couro como se fosse uma “capa” sobre o esqueleto acrescentando-lhe peso desnecessário;
- excesso na profundidade dos lábios a ponto às vezes de comprometer a mordida;
- excesso de tórax com pernas curtas com visível comprometimento da evolução das passadas e galope; baixo rendimento no trote;
- linha dorsal comprometida com a alteração das proporções originais da raça;
- linha inferior muito “baixa” comprometendo muitas vezes a capacidade de monta natural nos machos;
- articulações excessivamente frouxas ocasionando animais de dorso “mole”, com comprometimento da movimentação e habilidades físicas funcionais;
- excesso de barbelas e orelhas de implantação muito abaixo da linha dos olhos expondo os ouvidos a entrada de água;
- pálpebras muito caídas expondo os animais a conjuntivites; além de outras excentricidades.
Enfim, diversas formas de comprometimento na funcionalidade e saúde dos animais, podendo ocorrer em variadas combinações, inclusive com alteração no que se poderia chamar de “chassis” dos animais.
Veja nas fotos do FBM - print do vídeo - a forma do cão se posicionar para realizar os movimentos.
Compare com a imagem de um cão OFB de excelente movimentação, em trote acompanhando uma bicicleta.
Observe a posição do dorso de ambos e veja como a seleção artificial mal orientada, “desconstruiu” a funcionalidade do cão moderno.
Observe o alcance das passadas do original, sem que o dorso tenha que se contorcer. Retorne ao vídeo do cão moderno em movimento na fazenda e compare as posições no trote.
Observe-se como era o dorso de nossos OFB no passado na fotografia de época aqui apresentada. Dorso firme, como nos cães da fazenda visitada.
Imagens falam por si mesmas! Esperamos que a cinofilia do Fila Brasileiro reflita sobre os caminhos que tomou e que retome os caminhos da origem conosco.
27 de maio
Texto da publicação
Pessoas que não se conformam com nosso trabalho de resgate do Original Fila Brasileiro, ultimamente tem nos atacado dizendo que nossa proposta é confusa.
Achamos que é nosso dever não deixar lacunas sem esclarecimentos, afinal temos sido sempre transparentes. Mas vamos ver o que é confuso no caso.
Os ataques são absolutamente contraditórios.
Há pouco tempo estas pessoas confessaram por escrito nas suas redes, que os julgamentos de Paulo Santos Cruz, ou orientados por ele, se constituíram em “Graves Erros Conceituais” – afirmativa divulgada amplamente.
Confessadamente renegaram os ensinamentos do antigo “Mestre de Criação”. E não disseram que o mestre se equivocou um pouquinho. Se equivocou – para os modernistas – gravemente.
Com isso obviamente confessaram que adotaram outro padrão para a raça Fila Brasileiro, embora permanecessem usando a denominação de Fila Puro, para o novo tipo.
Paulo Santos Cruz criou os “Boletin o Fila”, onde se pode ver claramente pelas fotografias das premiações de época, que as premiações atuais são incompatíveis com as premiações de então.
Se é que os Boletins não estão escondidos do público em geral!
Claro, simples de entender e inconfundível para quem tem inteligência no mínimo mediana. Simplesmente não existem fotografias de época de cães que se pareçam com os FBM.
Ou seja, é absolutamente comprovado que estes atuais Fila Puro do tipo FBM, são criação moderna e nunca existiram nas fazendas de outrora.
Em nenhum momento nós afirmamos que eles não sejam puros. Somente afirmamos o que os modernistas também afirmam: que eles se constituem em novo conceito de raça, diferente daqueles conceitos de PSC.
Afinal pode-se criar uma raça nova em questão de 20 ou 30 anos de seleção artificial bem direcionada! Uma opção inegável e clara. E cria quem quiser.
O que fica difícil de se entender é porque ainda continuam nos atacando, e afirmando que nós é que somos incoerentes!
Aconteceu que alguns criadores que mantiveram seus planteis de sucesso, como sempre foram, até aproximadamente o ano de 2010, sentiram exatamente o que acabou sendo confessado: o padrão antigo passaria a ser eliminado da criação do FB. O original seria equivocado.
Como colocar em risco anos de trabalho seletivo, diante dos modismos? Exatamente os cães que antes foram premiados sob orientação de PSC, passariam a ser menosprezados das pistas.
E repetimos, basta uma olhada nos “Boletin o Fila”, nas premiações da décadas de 1980/1990 e ver a grande maioria dos atuais premiados, para ficar comprovado a tendência de mudanças e o novo caminho seletivo para se chegar onde estão hoje.
Claro, límpido e transparente como água pura!
Cães que antes eram premiados em exposições antigas, passaram a constituir parte importante do plantel OFB, justamente porque agora não haveria mais espaço para eles com a mudança de conceito de qualidade e pureza racial.
E para se evitar que a consanguinidade viesse a prejudicar a formação do plantel em preservação, foram introduzidos cães de fazenda. Também algo sem novidade, já que PSC havia programado tal trabalho em 1979.
Só não foi seguido, porque não se encontraria nos interiores cães que satisfizessem o perfil traçado para as pistas. O que se queria era algo exótico, que precisaria ser construído artificialmente.
Agregamos criadores que não concordaram com as mudanças e não gostariam de perder seus planteis. Atitude absolutamente coerente.
Nossos criadores antigos continuam onde sempre estiveram, e estão trazendo para o antigo conceito de raça, fazendeiros que também nunca saíram de onde estiveram, preservando seus preciosos planteis.
E vamos continuando com nossos estudos e conhecimentos para a preservação do nosso OFB. A caravana OFB passa, deixando para traz a poeira.
Neste post vamos abordar uma questão muito debatida nos meios cinófilos do FB: o Fila é um molosso com cabeça de bracóide? Qual é a influência molossoide que se notabiliza na raça?
E vamos nos referir em alguns momentos a um texto escrito pelo experiente criador e juiz Américo Cardoso. Ele aborda esta questão, como antigo seguidor da hipótese de Santos Cruz:
“O corpo não é mesomorfo e a cabeça é do tipo molosso, no entanto proporcional e harmônica com o corpo”.
O que está em perfeita sintonia com o que vem pregando os criadores e fundadores do projeto OFB. É o que se vê nas fotografias de época.
Américo explica com muita assertividade a respeito do fato do FB ser um molossóide, no entanto o diferenciando de raças selecionadas de forma artificial, como temos afirmado diversas vezes em nossos posts:
“Ocorre que grande parte das raças molossóides foi desenvolvida de maneira algo artificial, para propósitos específicos, nem sempre muito naturais e em regiões mais urbanas, como os esportes de combate nas arenas e a guarda de casas nas cidades. Não havia, nesses casos, a necessidade de certos atributos indispensáveis à sobrevivência em condições de vida na natureza”.
Américo afirma exatamente o que vimos afirmando ao longo de todas as nossas postagens:
“Seu equilíbrio de formas, harmonia de linhas, tamanho grande sem ser agigantado, físico possante reunindo notável força bruta com surpreendente agilidade e elasticidade de movimentos, sua nobreza de traços no formato da cabeça, a dignidade de sua expressão ao mesmo tempo triste e de desafio, aliados a um temperamento inigualável como guarda, fazem do Fila Brasileiro o mais perfeito dos molossóides”.
Nestes pontos estamos absolutamente convergentes, porém temos demonstrado que nenhum clube de criação escapou dos modismos, embora ainda persistam em praticamente todos os planteis, cães como os descritos, nos quais não se vê o tipo “molossóide absoluto” ou o tipo definido por bracoide.
A raça original reúne características que tem permitido aos caçadores de javali no Brasil, confirmar a capacidade de caça de faro em harmonia com a capacidade de agarre, típica dos cães de presa.
Então as acusações de que o projeto OFB esteja permitindo em seu plantel, cães que não se classificariam como molossóides, partem justamente do conceito de seleção artificial para molossos: cães selecionados para guarda de quintais, sem a necessidade de atributos indispensáveis à sobrevivência em condições naturais.
Ou talvez até partindo de determinados grupos de criadores que se enquadram na situação já citada em um post nosso:
"Muitos Filas Brasileiros modernos estão mais para bracóides compridos, rebaixados e pelancudos. Menos funcionais. Pior, menos rústicos, mais sensíveis, reativos, frágeis organicamente e delicados fisicamente, necessitando de mais cuidados, inclusive veterinários."
Então eles também podem achar que os OFB deveriam ter orelhas maiores e ouvidos posicionados mais baixos no crânio, sabe-se lá.
Vamos postar algumas fotografias neste post, com comentários neste sentido, onde se procura diferenciar os OFB de cães modernos.
Primeiramente vem foto do cão Bacurau do Engenho, da década de 1980, com origem em cães de Minas Gerais, do Clube Mineiro dos Criadores de Fila brasileiro.
Observe-se que se trata de um molossóide, sem no entanto as caraterísticas modernas. Um bom padrão a se seguir para o OFB.
Após vem o cão Tupi de Parnapuan, descendente direto de aborígenes, recolhido por Paulo Santos Cruz, em fazendas das décadas de 1950/60. Perfeita harmonia entre crânio e focinho, com definição exata do molossoide brasileiro como explica Américo.
A seguir a fotografia do cão registrado no projeto OFB, também exemplo de perfil desejável, Sertão do Cangaço, originário de antigas linhagens verdadeiramente puras de origem - PO.
Também para exemplificar, quadro com fotos de cabeças de cães antigos, entre estas foto de cabeça de um cão de uma das linhagens fundadoras do projeto OFB. Todos em perfeita sintonia.
E em detalhe de cabeça, os tres primeiros cães fundadores do Canil Jaguara, MG, provenientes da década de 1950.
E a foto do cão Titã da Fazenda Mirante, resgatado e registrado em RI, do qual já temos diversos descendentes com excelentes resultados.
Fotografia de cães da raça Mastif no modelo moderno, onde se pode perceber que muitos FBM trazem traços semelhantes - o que não ocorre de forma alguma com os originais.
E finalmente a título de curiosidade, várias fotografias de cães parecidos com os atuais FBM, onde fica às vezes difícil de se distinguir qual raça é esta.
Fácil para as pessoas até medianamente inteligentes, entenderem do que estamos falando e o que estamos trabalhando para preservar.
Todas as imagens estão disponíveis na internet. Nossas publicações são gratuitas, exclusivamente de interesse educacional e de capacitação.
31 de maio
Texto da publicação
Prezados seguidores de nosso projeto de preservação do Original Fila Brasileiro.
Estamos disponibilizando uma entrevista realizada pelo criador Henrique Teramoto, com nosso criador e um dos fundadores do projeto OFB, Antônio Carlos, escritor do livro "Cão Fila Brasileiro - Preservação do Original".
Na entrevista, voce poderá conhecer a trajetória do escritor com a raça, mas também alguns motivos e fundamentos da criação de nosso projeto.
Como o escritor está morando em área rural, a internet dificultou um pouco a visualização, mas voce terá no áudio uma interessante história e interessantes explicações para o projeto.
Esperamos que faça bom proveito, e se gostou, compartilhe.
Basta seguir o link :
https://www.facebook.com/143622409783591/posts/963158104496680/
Agradecemos ao Henrique pela abertura desta oportunidade, onde o projeto pôde se fazer presente, marcando mais um momento de sucesso.
4 de junho
Texto da publicação
Prezados amigos e seguidores, estamos publicando um comunicado, avisando que o nome do Canil Caramonã está sendo usado para aplicação de um golpe de venda de filhotes de diversas raças.
Pedimos a todos a colaboração de compartilhar o comunicado.
Agradecemos pela colaboração e parceria, contribuindo que o canil continue com a credibilidade de sempre.
10 de junho
Texto da publicação
A ciência é uma atividade humana que se caracteriza pela dúvida. Admitir que não se sabe tudo é fundamental. Diferente do dogma. No dogma predomina a certeza, sem a necessidade da comprovação científica. Basta acreditar!
Por inúmeras vezes afirmamos que a raça FB é pouco estudada. Diversas hipóteses sobre suas origens foram lançadas, sem uma boa base histórica documentada, e sem bases de estudos da genética.
Por isso, historicamente uma visita a campo com algumas fotografias, umas poucas entrevistas com alguns criadores – que também só sabiam de poucas informações sobre a raça – e já se tem uma publicação e a pessoa já pode ser considerada uma sumidade no assunto.
Nas palavras do pesquisador português, Antônio Ferreira – um dos orientadores da hipótese de Borges, sobre o livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”: “muitas dúvidas foram sanadas, mas certamente outras surgirão”
A hipótese mais antiga, a qual a grande maioria dos criadores e juízes da raça acreditaram sem questionar, da descendência em raças inglesas, em todos os estudos realizados, se mostra a menos provável.
Em seu livro “Fila Brasileiro, Um Presente das Estrelas” de Paulo Godinho, ele afirma que o saudoso PSC lançou a ideia sem maiores estudos, em um gesto de simples criação mental.
E ainda hoje se adentrarmos canais da internet ou publicações, vamos encontrar muitas pessoas, criadores e “entendidos”, repetindo a hipótese como se fosse uma tese de sucesso. Por alguns tratada como um dogma.
Em pouquíssimas situações no passado, se cogitou de que nosso Original Fila Brasileiro pudesse ser descendente de raças portuguesas ou ibéricas. O que seria o mais lógico, já que nossas raças coloniais em praticamente 100%, tem esta origem.
Esta situação demonstra o quanto se pode errar pela falta de cientificidade, ou de se levar em conta a ciência. Um arroubo emotivo e impetuoso da parte de PSC, veio a causar (nas palavras de Godinho) tamanho estrago na raça, seja pela mestiçagem com cães de origem inglesa, seja pela orientação na seleção dos canis.
Pessoas desorientadas – ou orientadas pelo erro - em redes de internet postam fotografias de cães modernos diante de cães originais e perguntam “o que você prefere”?
Se a intenção é atingir o projeto OFB a pergunta deveria ser: “O QUE É O ORIGINAL”?
As preferências podem ser muitas e com base em diversos motivos, seja de gosto pessoal, sejam econômicos. E se a pessoa prefere determinado tipo de Fila, que o crie ou o tenha, sem importunar outros.
O que interessa aos que procuram o projeto OFB, é saber o que é o original, quais são suas bases genéticas e históricas, como a raça chegou ao Brasil e de onde veio, e qual é o seu sentido funcional na história da colonização brasileira. E o que fazer para preservá-la.
E não o que fulano ou beltrano preferem. Esta questão não nos interessa.
Neste post vamos adentrar mais um pouco em questões que dizem respeito ao aspecto de nosso cão de Fila original, em especial à sua morfologia e qual o sentido da morfologia ser desta ou daquela forma.
Voltamos a um artigo escrito pelo respeitado juiz Américo Cardoso, onde ele procura definir o FB, ainda sob a luz da hipótese de Santos Cruz, porém com comentários técnicos que tem bastante sentido.
Em uma parte de um de seus artigos, ele afirma:
“Dos cães farejadores herdou o olfato desenvolvido – que exige cana nasal longa –, o focinho de comprimento igual ao do crânio, o ortognatismo dos maxilares (o padrão estipula mordedura em tesoura), o perfil retilíneo, as orelhas grandes e pendentes, as pálpebras grossas e, às vezes, caídas, com expressão triste, o occipital pronunciado, o latido longo, características estas comuns nos dolicocéfalos, especialmente em certos bracóides.”
Ele se refere ao que determina o texto de Santos Cruz (1979), quando afirma que o focinho tem o comprimento igual ao do Crânio. Fazemos aqui nossa observação.
Uma pesquisa orientada antes do início do projeto OFB, por volta de 2010 até 2013, logrou a realização de cerca de meia centena de medições em cães da raça, cujas fotografias ou análise presencial demonstravam boa performance racial.
Esta pesquisa contou com apoio de diversos criadores de FB, mesmo antes do lançamento do projeto OFB em 2012. Procurou-se priorizar a medição em cães que apresentassem características morfológicas mais próximas do padrão original, com origem em diversos clubes de criação.
Em nenhum caso o focinho demonstrou ter o mesmo comprimento do crânio. Em todos os casos o crânio é maior que o focinho, em média em torno de 10%. Note-se que o primeiro padrão da raça, escrito pelo próprio PSC em 1952, determinava que o focinho fosse um pouco menor que o crânio.
Em outra situação, uma pesquisa foi realizada por ocasião da dissertação do estudante Julian de Moura Dias, em 2012, com o devido acompanhamento da Universidade UFRRJ, Instituto de Zootecnia, Programa de Pós Graduação em Zootecnia, intitulado “Variação Fenotípica na raça Fila Brasileiro”.
Segundo informa o autor, “as avaliações foram realizadas em canis comerciais localizados nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Foram avaliados 55 animais, 27 da associação de criadores CAFIB e 28 da associação de criadores CBKC, sendo 29 fêmeas e 26 machos”.
Ficou constatado que
“Os animais das associações de criadores (CAFIB e CBKC) não atenderam aos seus respectivos padrões quanto à relação profundidade do focinho/comprimento do focinho, apresentando a profundidade do focinho maior que o comprimento”.
Esta é uma situação de alerta para os processos seletivos nas raças caninas em especial. Nas raças de bovinos e equinos, utiliza-se réguas para se comparar o “ser” com o “parecer ser”.
Por isso é importante a checagem de medidas e sobretudo, os testes de aptidão para as raças. No caso do OFB, os testes que já traçamos servirão para orientar nossos processos de seleção.
A interpretação dos textos de padrão deve ser feita com todo o cuidado.
Para os adeptos da hipótese das raças inglesas, expressões como: “as orelhas grandes e pendentes, as pálpebras grossas e, às vezes, caídas, com expressão triste, o occipital pronunciado, o latido longo, características estas comuns nos dolicocéfalos, especialmente em certos bracóides”, significa descendência do Bloodhound.
Então, para estes, quanto mais o FB se parecer com um Bloodhound, mais puro ele é.
Não cabe aqui nenhuma crítica negativa ao texto de Américo. Apenas cabe mostrar como uma interpretação de texto, pode causar uma realidade diferente da intenção do texto.
Muitos se esqueceram do que Américo se lembra muito bem, de forma assertiva em seu texto:
“Mas a herança recebida dos cães de presa, lhe definiu a figura brevilínea e compacta (embora o corpo seja retangular e mais braquimorfo que mesomorfo) e a cabeça proporcionalmente grande e pesada, com crânio largo, braquicéfalo”.
E para evitar exatamente as confusões de se acreditar que o FB possa se parecer com outra raça, explica:
“O fato de apresentar alguns traços bracóides e não preencher completamente todas as características do que talvez pudesse ser chamado de “molossóide absoluto”, não deve levar à exclusão do Fila deste último grupo morfológico”.
E antes que alguém pudesse deduzir que o FB devesse se parecer a um molosso do tipo Mastif, de cabeça extraordinariamente grande com crânio curto e arredondado, Américo sabiamente corrige:
“Ocorre que grande parte das raças molossóides foi desenvolvida de maneira algo artificial, para propósitos específicos, nem sempre muito naturais ..... etc”.
Tudo isso nos mostra o quanto estamos no caminho de acertar com nosso trabalho de preservação. Buscando nos compêndios e acervos, onde se possa encontrar fotografias de época, podemos tomar nossos parâmetros.
E sobretudo indo ao interior, em fazendas que casualmente preservam a raça no original. Comparando-se estes cães com as fotografias de época, temos uma pista segura do que devemos preservar.
É o que estamos fazendo e alcançando sucesso. Ajustes serão feitos à medida em que se entender melhor “o que é o Original Fila Brasileiro”.
Quem tiver suas preferências estéticas, que faça bom proveito, mesmo que estejam distantes de parâmetros da funcionalidade, saúde animal, e/ou ancestralidade da raça.
Seguem algumas fotografias de cães originais, antigos, algumas que já até são bem conhecidas, mas não custa firmar nossos aprendizados e melhorar nossa acuidade visual para a raça.
Todas as nossas publicações são de cunho educacional e capacitação Técnica, e igualmente gratuitas.
18 de junho
Texto da publicação
Prezados amigos e seguidores do projeto OFB, estamos alterando o texto do comunicado a respeito do golpe que está se utilizando do nome do Canil Caramonã, para venda falsa de filhotes pela internet.
O nome das pessoas utilizados como vendedores são falsos, expondo também estas pessoas assim como o do canil Caramonã.
Pedimos a todos que continuem colaborando com a divulgação deste desagradável fato em todas as redes de internet.
Agradecemos a colaboração e a paciência dos enganados.
Estamos tomando as providências jurídicas para bloquear o uso do nome do canil e se possível identificar os golpistas.
19 de junho
Texto da publicação
O projeto OFB influencia o ambiente do FB, e já estamos exercendo influência no exterior.
As antigas “teorias” sobre as origens do FB caem com o projeto e uma nova realidade se abre para a raça.
Visitando o Wikipédia em busca de informações sobre o Fila Brasileiro, já se encontra melhores informações do que antes. Tanto em termos críticos sobre as “teorias” anteriores da origem da raça, como em termos de se considerar indícios mais prováveis para a origem do FB.
Sabemos que o Wikipédia não é um espaço de informação segura cientificamente, mas em se tratando de um espaço que reflete as realidades de determinados momentos, podemos afirmar com segurança que a presença do projeto OFB veio a contribuir, no mínimo para desmistificar hipóteses tratadas como teorias.
Além disso o que muda com o advento do projeto OFB nos ambientes do FB, é um comportamento menos romântico e imaginário, em busca de possibilidades mais palpáveis para a definição do que é a raça na sua versão original.
O cenário do FB não é mais o mesmo depois deste projeto. A contribuição na desconstrução de mitos sobre a raça, nos coloca mais “pé no chão” de agora em diante.
Reproduzimos aqui alguns parágrafos postados no Wikipédia, com algumas “teorias” ultrapassadas sobre as origens do FB, com comentários críticos muito interessantes:
“A primeira teoria sobre sua origem especulou que através de vários cruzamentos entre três raças inglesas de grande porte, surgiu um cão brasileiro que teria herdado a grande e forte estrutura óssea dos mastins-ingleses, a pele solta e as orelhas baixas dos bloodhounds e a resistência dos antigos-buldogues. Contudo não há fatos que suportem esta teoria.”
“A teoria considerada mais plausível e com mais embasamento, é a de que o fila-brasileiro descenda de grandes cães portugueses e espanhóis — à exemplo do mastín leonés (variedade funcional do mastim-espanhol), rafeiro-do-alentejo, alão-português (extinto), cão-de-gado-transmontano, cão-de-castro-laboreiro, entre outros[4][5] — possivelmente trazidos ao Brasil durante a União Ibérica, ou mais tarde.”
Na verdade, a palavra “Teoria” é utilizada de forma popular, sem o significado de algo estudado e provado. E prossegue o Wikipédia:
Origem – Teorias.
1ª teoria: Mastiff - Cão de Santo Humberto - Antigo Buldogue Inglês
Como já comentado acima, “não há fatos que suportem esta teoria”.
2ª teoria: Cão de Fila da Terceira - Cão de Fila de São Miguel -criada por João Batista Gomes –
“Esta teoria diz que os filas brasileiros são descendentes do seu homônimo, o Cão de fila da terceira que teria sido trazido maciçamente pelos portugueses e foi cruzado com o Mastim Inglês proveniente da vinda de D.João VI”.
“Da mesma forma que a primeira teoria, na criação desta não houve base bibliográfica, tratando-se apenas de especulação”.
3ª teoria: Cães europeus - cães indígenas –
“Em 1977, Francisco Peltier de Queiroz levantou uma terceira hipótese, considerando quase totalmente a primeira, mas com a adição do "quarto elemento": os cães nativos. Em sua teoria Queiroz relata que cães europeus como o mastim inglês, o bloodhound e o antigo bulldog teriam se unido ao cão indígena aracambé, o cão selvagem brasileiro e o lobo-guará, na formação da raça fila-brasileiro.”
“Da mesma forma que nas teorias anteriores, não há base bibliográfica e muito menos motivação que justifique cruzamentos deste tipo. Deve-se considerar ainda que não há confirmação se os canídeos brasileiros são capazes de se reproduzir com cães domésticos, já que não pertencem ao gênero Canis.”
Comentário nosso: Certamente esta foi a “teoria” mais esdrúxula lançada, comprovando o quanto se viajou na imaginação leiga, em busca de explicações para as origens de nossos aborígenes, sem qualquer preocupação com cientificidade ou responsabilidade com as consequências que poderiam advir de ideias sem base.
Neste caso denota-se falta de qualquer conhecimento da área biológica. Chegou-se, com base nesta hipótese, a dizer que o FB é produto da mãe natureza, e que os primeiros exploradores (Marechal Rondon) a atingir o território dos povos indígenas do norte do Brasil, encontraram com estes, grandes cães brancos do tipo molosso.
Estudos posteriores concluem sem sombra de dúvidas, que os nossos povos originais não conheceram o cão doméstico antes da chegada dos europeus.
Na verdade o Marechal Rondon levava consigo em sua grande expedição, cães grandes entre estes alguns do tipo Cão de Fila, inclusive um grande malhado de branco, como demonstra o livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original” versão de 2018.
4ª teoria: Engelsen Doggen
Em O Grande Livro do Fila Brasileiro de 1981, o autor Procópio do Valle desenvolve uma nova teoria
“Concluiu que os primeiros ancestrais do fila teriam chegado pelo norte, ou mesmo pelo nordeste. Analisando gravuras de Arnoldus Montanus de 1671 feitas durante a ocupação holandesa do nordeste, observou-se a presença de grandes cães em Olinda”.
“Esta teoria, uma das que mais possuem base bibliográfica, desenvolvida com base em gravuras, textos da época e uma carta da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais de 1630, concluiu que a partir de 1631, em Pernambuco, por ocasião da invasão neerlandesa ao Brasil, os neerlandeses teriam trazido cerca de trezentos cães para ajudar a proteger as novas terras conquistadas dos portugueses e para realizar incursões contra a resistência dos indígenas liderados por Felipe Camarão”.
Comentário nosso: também esta “teoria” fica descartada segundo argumentação dos canicultores portugueses Antônio Ferreira e André Oliveira, orientadores de parte do livro de Antônio Carlos, como se pode verificar no livro.
Outras teorias.
Cães molossos ibéricos – Sabujos
“Outra hipótese é que o fila-brasileiro descenda diretamente de várias raças caninas ibéricas, entre as quais as principais seriam: o cão de gado transmontano, cão de Castro Laboreiro, rafeiro do Alentejo e o mastim espanhol, além também possivelmente de cães de tipo sabujo. As raças consideradas na hipótese são de origem portuguesa ou espanhola, ou de regiões frequentadas pelos portugueses durante o Brasil Colônia”.
“Esta hipótese é, do ponto de vista histórico do Brasil, a mais plausível entre todas as teorias. Durante o Século XVI, praticamente o único fluxo de navios que chegavam ao Brasil era proveniente de Portugal, e não havia elevado intercâmbio cultural e econômico entre as nações europeias que justificasse a presença massiva de raças caninas estrangeiras em Portugal”.
“Em outro trabalho, o cinófilo, mineiro e criador de filas Antônio Carlos Linhares Borges lançou em 2018 o livro Cão Fila Brasileiro - Preservação do Original, fruto de muitos anos de pesquisas e estudos, mostrando na obra os estudos comparativos, migratórios e históricos que dão fortes evidências da provável origem da raça ser no Alão português. O livro de Borges disseca cada uma das teorias de formação da raça mostrando as incoerências delas com base no contexto histórico de diferentes épocas, nas gravuras ou fotos (se existentes) de cães dos respectivos períodos e nos documentos históricos disponíveis.
Sendo assim, amigos seguidores do projeto OFB, reforçamos a necessidade de se estudar muito antes de se afirmar algo. Todas estas “teorias”, de uma forma ou de outra, trouxeram consequências mais ou menos desastrosas para a preservação do nosso verdadeiro FB, o original.
Basta que se compare as fotografias mais antigas, históricas de cães da raça, com as fotografias de cães premiados nas exposições atuais, e se verá claramente as diferenças conceituais.
Basta que se compare as fotografias dos cães premiados sob a batuta do Mestre Paulo Santos Cruz na década de 1980, e se verá que realmente os juízes e criadores atuais, consideram um novo conceito de FB, conforme confessam.
Difícil entender é porque tanto nos atacam e procuram atingir as
pessoas do projeto, já que confessadamente abandonaram os conceitos de Paulo Santos Cruz.
Será que eles queriam que o Original Fila Brasileiro desaparecesse?
Neste post apresentamos algumas fotografias de cães de tipo original, residentes na Argentina.
Na oportunidade também comunicamos lamentavelmente o recente falecimento do criador argentino Patricio Domingo, que há alguns anos vinha liderando um grupo de criadores os quais procuravam seguir os preceitos do projeto OFB.
Patrício esteve no Brasil por ocasião do início do projeto, e levou consigo uma fêmea OFB Caramonã, que veio a contribuir com a base de padrão original na Argentina.
O trabalho de Patrício prosseguirá na Argentina, com o grupo de criadores influenciados por ele. Contando com cães mais antigos de linhagens brasileiras conhecidas, preservaram o tipo original, se recusando a aderir ao modismo atual, do qual muitos criadores tradicionais aderiram.
Desta forma a Argentina tem preservado em seu plantel, material genético que poderia ter sido preservado no Brasil. Juntando a este antigo material de canis tradicionais, adicionaram parte da base do projeto OFB.
Nas palavras de pessoa do grupo argentino: “Estos son algunos otros perros del grupo de trabajo que teniamos con Patricio. Somo 4 o 5 personas sin fines comerciales, priorizando lo funcional, buen temperamento y sistema nervioso. Sin excesos!”
Trata-se de pessoas idôneas e engajadas na ideologia OFB há anos.
Pode-se ver a coerência das palavras, nas fotografias que se seguem.
22 de junho
Prezados seguidores de nossa página e do projeto OFB, novamente retornamos com comunicado a respeito do golpe que está sendo aplicado na internet, utilizando o nome do Canil Caramonã.
As providências que temos tomado, assim como de todos os colaboradores que postam avisos nas redes, tem sido insuficientes para que o golpe seja inibido.
As plataformas de internet que estão sendo utilizadas, até o momento não se dispuseram a postar em suas páginas iniciais o nosso comunicado de golpe, postado nesta página do site.
Mediante o que nosso escritório de advocacia contratado, pede a todos que foram enganados e tiveram prejuízo, no enviem os devidos comprovantes de pagamento com o comprovante de qual plataforma foi utilizada para o golpe.
Da mesma forma, solicitamos que todos façam o Boletim de Ocorrência - BO do fato e nos enviem.
Entraremos com Ação Coletiva contra as plataformas, já que as mesmas se recusam a postar o aviso/comunicado de golpe/fraude em seus domínios.
O proprietário do Canil Caramonã se declara em situação de extremo constrangimento e desconforto, pelo que acionará as plataformas responsáveis pelos danos morais causados.
As informações devem ser enviadas pelo e-mail:
borgescaramonan@gmail.com
Segue contatos falsos de venda, inclusive site em nome do canil.
Pedimos a todos que divulguem ao máximo.
https://canilcaramona7.godaddysites.com/