REFRESCO NA MEMÓRIA
Parte 1
Parte 1
A criação de Fila Brasileiro prosseguiu por pouco mais de uma ou duas décadas, respeitando a raça na sua forma original. Por volta de 1980, a raça já estava alterada, em alguns casos com a introdução de outras raças importadas, em outros casos, por via de seleção para aprimorá-la. O que veio se agravando, a ponto de hoje, criadores tradicionais e juízes do Fila Brasileiro, não conseguirem mais reconhecer o padrão original. Para eles, o Original Fila Brasileiro é uma invenção. Portanto vamos aos fatos.
Década de 40
Acima, Bumbo e Rola da Vila Paulista, com Sr. e Sra. Euler Bueno – RI/1945
Acima, Garoa de Parnapuan (esquerda) e Dunga de Parnapuan. Cães da década de 1950, exportados para a Alemanha, obtidos diretamente em fazendas no interior de Minas Gerais.
Acima, Apolo do Rancho Alto, inspirador do padrão da raça FB/1952.
Acima, Buriti e Batuira de Paraitinga,1951, uma das fontes de inspiração do padrão 1952. À direita, cães desta linhagem com a atriz Eliane Lage. Eliane, apaixonou-se pelos Originais Fila, durante as filmagens de Sinhá Moça, e passou a cria-los em sua casa.
Observe acima a cabeça que inspirou o padrão original de 1952. O que tem a ver com os cães Fila Puro, da atualidade?
Acima à esquerda, Jacarandá de Parnapuan, 1951, com Luiz Hermany Filho. À direita, Eliane Lage com Chita de Paraitinga (fêmea nascida em 1952), posteriormente cedida a Paulo Santos Cruz, para o Canil Parnapuan. Fotografia de 1955.
A criação Paraitinga era tradicional, pertencente a Antonio de Almeida Castro. Fosse hoje, a fêmea Chita de Paraitinga não escaparia, da parte dos modernistas do Fila modificado e modernizado, da acusação de mestiçagem. E o Cão Jacarandá de Parnapuan, nada mais seria que um mestiço de Dog Alemão.
Acima: À esquerda a cadela Hebe, Santa Rita de Sapucaí/1950 e á direita Diana do Monte Santo/1953-Medalha de Ouro.
A Fêmea Hebe, de 1950, para alguns modernistas do Fila aprimorado, ou alterado, configura um Chiuaua tamanho família. Não escaparia deste comentário a fêmea Diana de Monte Santo.
Acima, à esquerda o cão Tamoio de Parnapuan em 1955, e à direita Granfina de Parnapuan, 1962, o padrão mantido pelo mestre do padrão de 1952.
Lábios de profundidade compatível com o que foi escrito, pernas grandes, massa corporal equilibrada, orelhas implantadas (ouvidos) no nível dos olhos. Nenhuma aparência de Mastibloodhound.
Década de 1960, até 1970
Acima: Á esquerda Brasa do ABC/1965 (filha de Orixá de Parnapuan). Á direita, Leo e Bronze da Jaguara, década de 1960.
Vemos, acima, cães de uma época que ainda não se fazia as alterações atuais, padrão perfeitamente Original Fila Brasileiro. Nada dos excessos dos cães modernos. Podemos nos perguntar: como os criadores se esqueceram tanto destes cães, a ponto de acreditar que estão preservando alguma coisa, com os cães de padrão moderno, completamente alterados do original?
Acima: À esquerda, cães do Canil Piraí/1968/Barra do Piraí. À direita, o cão Barão do Amazonas, 1969.
Acima: À esquerda, Fêmea Matilde RI/1970/Canil Piraí. Ao centro, Ch.Aragon De Piraí/1970. Na direita, Mariazinha, 1962.
O Canil Piraí compartilhou genética com o Canil Amazonas e o Canil Parnapuan. Desta criação, derivou o Canil Travessão. Estas criações preservaram do Original Fila Brasileiro, até início da década de 1980, quando encerraram suas atividades. A criação Parnapuan encerrou suas atividades antes, tendo programado uma retomada em 1980, sem sucesso, devido a situações de saúde dos proprietários. A Fêmea Mariazinha, 1962, marca o início da criação Canil Jaguara. Até então, não vemos a influência do Bloodhound, ou do Mastif, em qualquer destes cães.
Ficamos com o desafio de preservar este padrão, considerando que a cinofilia do Fila Brasileiro não o reconhece mais!