4 de janeiro
Texto da Publicação
Neste tópico pretendemos esclarecer algumas dúvidas que ainda possam persistir, da parte de seguidores de nosso projeto OFB.
Consideramos importante esclarecer para os que ainda não conhecem bem a história da raça FB, a respeito das tentativas de se estabelecer um standard para a raça.
Diversos padrões foram elaborados, com base em algumas premissas. A elaboração de um padrão racial dentro de uma espécie, visa na maioria das vezes, o estabelecimento de um tipo ideal: o modelo hipotético a ser seguido.
Em alguns casos, se a raça ainda não existe e se deseja chegar a um tipo de animal, caso do Doberman por exemplo ou do nosso Dogue Brasileiro, programa-se uma evolução a partir de uma base e de um futuro desejado.
Nestes casos, os criadores da raça pensam em uma função ou um conjunto de características que levem a determinadas habilidades cinófilas.
Em outros casos, o objetivo pode estar voltado para um mercado.
Em caso de raças pré-existentes – aborígenes ou endógenas - um grupo de criadores em geral liderados por alguém que conheça melhor a raça, estabelece um padrão com o seu entendimento do que pode representar melhor a raça.
A raça FB é uma raça pré-existente à cinofilia oficial, mais antiga do que esta, com reconhecimento histórico como já demonstramos aqui, desde 1813 (uma dos primeiras referências no Brasil). Diversos documentos não deixam dúvidas de sua pré-existência à década de 1940, com fotografias e referências.
A partir do momento em que exemplares surgiram em exposições cinófilas do BKC, desde 1940, já se observou uma frequência de caracteres que foram se mostrando transmissíveis, portanto demonstrando se tratar de raça pura, original das fazendas brasileiras, especialmente de Minas Gerais.
Com base na observação por cerca de 10 anos, um dos mais entusiastas destes animais, o Juiz cinófilo Paulo Santos Cruz, elaborou o primeiro padrão racial em 1952. Um texto descritivo da raça – morfologia e temperamento.
Consideramos que neste momento, foi constatado que se trata de raça pura.
Em 1979 surge uma divisão de entendimentos sobre as características raciais, tendo Paulo Santos Cruz elaborado novo padrão, mais detalhado, mas afirmando o primeiro. Ainda buscando preservar o original identificado desde 1940.
A seguir ousou apresentar um desenho como padrão visual.
Em 1984 a CBKC apresenta novo texto, diferindo do padrão PSC. Sendo posteriormente substituído por outros textos de padrão. A raça FB é a que mais padrões possui, entre todas as raças caninas.
Conheça todos os padrões no livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, versão 2018.
Tantos padrões comprovam sem dúvidas que a raça vem sendo modificada, ao longo de anos, em busca de um ideal que se acerte com conceitos internacionais que prevalecem nas exposições e shows caninos.
Ao longo destes anos, percebe-se que o mercado vem dominando as narrativas para a raça, influenciando sua aparência. Inclusive com o abandono do padrão PSC – na prática das exposições - que foi se tornando menos mercadológico.
De alguma forma, a prática de mercado veio negando o crioulo nacional.
Nosso leitor pode comprovar estes fatos na publicação do site:
"Alterações na morfologia do cão Fila Brasileiro ao longo do tempo"
Dado o abandono do tipo original pela cinofilia, e tentativa de criar uma nova aparência para a raça FB, é que surge a reação nacional OFB, nascendo em 2012 o projeto de preservação do Original Fila Brasileiro.
O abandono do tipo original, pode ser também comprovado nas seguintes publicações:
Original x Moderno e Diferenças entre as raças OFB e FBM.
Recentemente publicamos também um tópico com o título “Premiados”, onde se pode comprovar pela comparação entre premiados em exposições da década de 1980 e premiados modernamente, o abandono do padrão original pelos clubes.
Porque são importantes estes esclarecimentos?
Por mais que se tente desconstruir nossos argumentos, fica claro que o padrão que estamos resgatando é anterior ao moderno e constatado pela cinofilia de 1950. Por isso ORIGINAL.
Estamos trabalhando pelo resgate do que é o verdadeiro cão original das fazendas de Minas Gerais e do Brasil Colonial. E estamos provando sempre com toda a clareza que este cão existe, não foi inventado e não foi alterado.
Nesta publicação mostramos por fotos e desenhos, os diversos tipos morfológicos buscados para a criação de FB ao longo de anos.
Segue o padrão visual PSC 1980, e uma fotografia do cão considerado ideal à época, premiado com Medalha de Ouro.
E o modelo elaborado em 2.000 pela CBKC e seguido pelos clubes especializados, conforme comprova fotografia utilizada como modelo em convite para exposição. Os fatos não deixam dúvidas.
Também o padrão CBKC atualizado (2016), representado por desenho onde se busca um cão menos exótico como no passado, e mais próximo de algo saudável. Uma busca pela identidade perdida da raça, pela cinofilia oficial.
Desejamos que a raça FB encontre sua nova identidade, com parâmetros técnicos e saudáveis. E notamos que se busca isso.
De nossa parte é o que já temos, pois o nosso OFB foi forjado em situações que o levaram ao melhor, em termos de saúde e habilidades de trabalho.
A última fotografia se refere a Orixá de Parnapuan, para nós desejável, completamente diferente dos modernos Fila Puro.
Todas as nossas publicações são de cunho didático e inteiramente gratuitas. As imagens postadas podem ser encontradas livremente na internet.
15 de janeiro
Texto da Publicação
Prezados seguidores do projeto de preservação e recuperação da raça Original Fila Brasileiro, criadores e associados.
Estamos realizando uma breve avaliação de nosso trabalho e atuação, assim como do crescimento altamente satisfatório do projeto e as perspectivas para o ano de 2022.
Como sempre colocamos aqui, este projeto não é perfeito, nós criadores estamos em busca de mais acertos que erros, sobretudo estamos aprendendo com a própria raça, à medida que nosso plantel tem crescido.
Testes tem sido feito, em busca de se identificar com melhor acerto as características e aptidões da raça, seja para a guarda territorial – sua melhor aptidão, mas também para a lida com o gado e como cães de adestramento para defesa pessoal e outras utilidades.
O entusiasmo de inúmeras pessoas que nos procuram com o resgate do padrão original do FB, nos anima e convence de que o brasileiro gosta de seus patrimônios, os valoriza e reconhece a importância cultural de genéticas coloniais.
Estamos engajados em um movimento de época, em que se resgata raças coloniais de bovinos, suínos, equinos e diversas raças domésticas, a exemplo do gado Pé Duro Curraleiro, o gado Pantaneiro Mucura, o cavalo Pantaneiro, diversas raças de caprinos nordestinos, e outros.
O conceito de raça emitido pela Embrapa para estas raças coloniais, perfeitamente se enquadra para nossos cães de fazenda que hoje vem servindo para revigorar a raça OFB. Conceito que garante legitimidade para o trabalho que estamos realizando.
Em especial o que pauta estas raças, é a utilidade, a resistência orgânica, a adaptação ao meio e sem dúvidas uma capacidade de transmissão destas qualidades que as caracteriza.
A morfologia destas raças está intimamente ligada às suas utilidades e à sua adaptação ao meio. Por isso é uma morfologia transmissível, e bem fixada.
Especialmente a Covid 19 nos impediu de dar continuidade às excursões pelo interior de MG, porém o projeto cresceu exponencialmente em número de criadores e pelo território nacional.
Podemos realizar um exercício de reflexão, no sentido de entender porque este projeto faz tanto sucesso, até mesmo apesar de tantos ataques que vem sofrendo desde que se iniciou.
Sim, ainda sofremos alguns ataques, porém cada vez da parte de menos pessoas, ficando a cargo de alguns poucos que sempre contribuíram sobremaneira para piorar os ambientes de criação do Fila Brasileiro.
E alguns poucos novos adeptos desta prática.
Talvez o fato de termos criado um bom ambiente de convívio, justifica-se como mais um fator de adesão. Longe dos ambientes de disputas e intolerância, e da soberba dos que acreditam já saber tudo sobre a raça, o projeto prospera com base em experiências e busca pelo conhecimento.
Mas é de se considerar outros fatores que podem estar contando com mais preponderância pelo sucesso do projeto OFB.
Nada cresce e prospera sem uma base de sustentação, sem raízes que se aprofundam e sem um lastro de realidade e verdade.
Assim como nada se fragiliza à toa. Se a organização se desvia dos rumos que lhe deram sustentação, ela acaba desidratando ou então tem que se arranjar com outra sustentação, por exemplo interesses mercadológicos.
Podemos citar o fato do desvio de rumos, para organismos da cinofilia, em diversos quesitos, sobremaneira no quesito “Temperamento”.
Nosso seguidor pode comprovar isso neste vídeo do Youtube.
Onde se pode ver que o seria considerado a “nata” do FB, o plantel tradicional que representa grande parte da genética que permeia alguns clubes especializados.
O que se expõe alí é a vergonha para a raça, o desvio morfológico e comportamental, a extinção das características originais, dentro de ambientes denominados de criação tradicional.
Observa-se no início do vídeo, um cão em fuga desatinada, à aproximação do figurante, desaparecer fora da pista de exposição.
E em seguida um show de cães visivelmente adestrados, em postura de extrema defesa, prestes a entrarem em fuga.
Esta é uma ameaça à extinção da raça, nos seus quesitos originais. E até que o projeto OFB surgisse expondo a realidade, o ambiente cinófilo do Fila não atentava para o fato.
Conta a nosso favor a verdade explícita que colocamos ao mundo, de que a raça estaria ameaçada de extinção em sua concepção original – como demonstra este vídeo, de forma inconteste.
Todos estes fatores que embasam nossos argumentos, nos fornecem algo que garante os rumos do trabalho: A REFERÊNCIA correta.
E quanto a isto o fizemos com maestria, clareza e realismo, sem deixar dúvidas.
Dezenas de fotografias de época, de cães provenientes de fazendas nas décadas de 1930, 1940, 1950, nos garantem a veracidade dos fatos de forma inegável. Muitas destas fotografias nas próprias fazendas.
Em todas as pesquisas realizadas, documentos encontrados e fotografias desde a década de 1930, nenhum documento nos leva ao conhecimento de cães com a tipologia moderna, o que fortalece as convicções dos criadores e adeptos do projeto OFB.
Fator que também fortalece nossas convicções, foi a queda das antigas “teorias” de origem da raça FB, hoje sabidamente equivocadas.
A segunda edição do livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, veio a revolucionar as chamadas teorias de origem da raça FB.
O que se tinha na verdade eram apenas hipóteses, que envolviam até ideias de que a raça tivesse partido de misturas com o nosso Guará ou mesmo o pequeno Aracambé, de apenas 30 cm na cernelha.
Veja no Wikipédia – raça Fila Brasileiro – Origens. 3ª teoria: Cães europeus - cães indígenas
As diversas “teorias” estão muito bem demonstradas, assim como as transformações na compreensão das origens da raça. Antigas “alucinações” que se desmantelaram diante de simples análises de possibilidades.
Outro fator que contribui para o crescimento do projeto OFB é o reconhecimento de que a raça foi pouco estudada ainda, e precisa de pesquisas para que se chegue a mais conclusões sobre suas características morfológicas e mentais.
Acreditava-se que já se sabia tudo, e ainda se acredita em alguns ambientes de criação da raça. O que torna estes ambientes, dogmáticos e pouco científicos.
Uma das premissas da ciência é a dúvida. O dogma é estático e não admite a busca do conhecimento. A dúvida nos leva à busca incessante pelo conhecimento.
Crescemos em número de criadores e animais registrados de forma exponencial, como nenhuma entidade da raça tem experimentado. Em 09 anos de atividade, estamos em praticamente todos os estados do Brasil, de Roraima ao Rio Grande do Sul.
E temos um considerável número de pessoas esperando para adentrar nosso ambiente e começar a criar e registrar seus canis.
O entusiasmo dos criadores com os resultados, tem construído uma adesão sólida, sem evasões, e os resultados obtidos tem levado a mais adeptos.
Neste post apresentamos algumas das REFERÊNCIAS, sobre as quais podemos garantir que estamos trabalhando para preservar a raça original.
Em primeiro lugar uma fotografia disponível pela internet, do Boletin O Fila, onde se afirma: “A raça Fila, um produto já fixado”.
Ao se observar a fotografia escolhida para representação da afirmativa, o que se vê é exatamente o que estamos preservando.
Podemos ver as diversas fotografias de cães aprovados e premiados pelas exposições nos períodos do Boletin, que para nós é uma das boas referências disponíveis.
Alguns destes cães premiados e encaminhados para a reprodução, tinham origem desconhecida, e outros – como o caso do cão Adros – tinham pedigree CBKC, que era absorvido.
E também a fotografia do cão Orixá de Parnapuan, em melhor qualidade, publicada no post anterior.
Para consolidar o fato de que nossas referências de qualidade, e que seguimos orientações não inventadas por nós, segue também fotografia de PSC com o cão Aritana, que escolhera para reiniciar sua criação, no início dos anos 1980.
Cães exatamente semelhantes aos que estamos encontrando hoje ainda, e registrando em RI para os testes de reprodução, como deveria ter sido feito há anos, evitando-se o que veio a acontecer com a raça.
Observe-se que em nenhum caso da época, se premiou qualquer cão como os premiados modernamente, já que todos com aparência moderna eram considerados mestiços. Ou atípicos.
Porque é importante mostrar estes fatos incontestáveis?
Para provar que nenhuma associação tradicional da cinofilia do FB, procurou manter este padrão, todas elas migrando para tipos capitaneados pela CBKC, como demonstramos em post anterior.
E para provar que o projeto OFB tem como referência algo real, verdadeiro, preexistente à própria cinofilia no Brasil.
Esperamos sinceramente que os clubes de criação que valorizam o FB como era na origem, revejam suas práticas e iniciem uma retomada do padrão original em seus julgamentos.
Não condenamos clubes ou criadores que gostam do FBM, mas combatemos a produção de informações enganosas e a desonestidade intelectual.
Nossas postagens tem finalidade didática, de forma gratuita, e que todas as imagens utilizadas estão disponíveis livremente na internet.
28 de janeiro
Texto da Publicação
COMUNICADO OFB.
Prezados seguidores, criadores e aficionados do projeto Original Fila Brasileiro.
Estamos comunicando que no momento não estamos realizando análises de cães com finalidade de Registro Inicial – RI.
As análises devem ser sempre realizadas de forma presencial, feitas por um técnico credenciado pelo Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro.
Os motivos que nos levam a fechar as análises para RI, são em parte o retorno de novo surto da Pandemia Covi19, com a nova cepa Ômicron, que colocaria nossos técnicos e também os proprietários de cães em risco.
Mas também temos que considerar o fato de que recebemos diversos novos criadores em nosso meio, já aproximando aos 50 canis em todo o Brasil, e contando com uma lista de espera para inclusão de outros.
Devido a uma questão de organização interna e carecendo de um tempo para o amadurecimento dos conhecimentos, com nivelamento para os novos criadores, justifica-se esta decisão.
Sabemos que cada criador que adentra nosso meio, em geral já vem acompanhando nossas redes sociais, especialmente nosso Facebook, onde temos procurado capacitar com o básico em conhecimentos sobre a raça OFB.
No entanto, após adentrarem ao grupo “Criadores”, todos passam por um nivelamento com os que já estão no projeto há mais tempo.
Considerando a necessidade de termos criadores devidamente habilitados para todos os aspectos da criação, inclusive as questões éticas que envolvem princípios do Núcleo, e considerando uma tendência de muita procura por abertura de canis, tomamos esta atitude por pelo menos os próximos meses deste ano de 2022.
Continuaremos com a abertura de canis, porém não através de RI, mas somente a partir de aquisição de cães com pedigree OFB e com as avaliações de praxe.
Deixamos claro também que, especialmente cães com pedigree de agremiações Fila Brasileiro, acaso no futuro venha a se realizar o RI, os documentos genealógicos não serão absorvidos, devendo qualquer animal em RI ser considerado de geração inicial para inclusão na raça.
Sabemos que alguns cães da raça FB ainda podem apresentar padrão original, mas nada justifica a absorção de documentos, já que os cães em RI estarão em testes de reprodução como todos os demais de Registro Inicial.
Esperando a compreensão de todos e todas, despedimo-nos.
Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro,
Governador Valadares, 27 de Janeiro de 2022.
Aproveitamos a oportunidade para divulgar a nova lista completa de Canis OFB.
Que brevemente constará de nosso site com as devidas localizações e contatos.
Antes de adquirir um filhote, confira a lista e se certifique de que está adquirindo o original e não algo fora do controle do NPOFB.
1 de fevereiro
Texto da Publicação
Prezados amigos e seguidores do projeto OFB, neste vídeo mostramos porque este projeto tem avançado tanto e a diferença dos conceitos modernos de criação em confinamentos.
Em uma viagem de alguns milhares de quilômetros o criador Alberto Jorge do Canil Cangaço, sai de Brasília com a família, seguindo inicialmente para Aracajú, passando posteriormente para o Nordeste Mineiro e seguindo em direção ao Triângulo Mineiro e pela região de Sertão, em busca de cães de padrão original a serem resgatados.
Atravessa rodovias sob temporais, segue por estradas de terra, atalhos, trechos imprevisíveis, encontra-se surpreendido pela noite, mas segue avante convicto de que vale a pena.
Assim como este criador, outros tem feito maratonas semelhantes, como fez recentemente o criador e veterinário José Martins do Canil Mocambo, saindo de Nova Ubiratã, MT sob chuva em milhares de km para buscar um filhote a mais para seu plantel.
E assim como outros que não medem esforços para o resgate desta raça nacional.
Nos vídeos pode-se ver que o padrão dos cães das fazendas é o mesmo entre fazendas, de linhagens diversas e sem parentesco.
Observa-se depois do retorno do criador a Brasília, os cães são socializados primeiro com as pessoas da casa, para posteriormente, alguns dias serem introduzidos na matilha Cangaço, com total sucesso.
Assim viveram durante séculos e agora seu comportamento de matilha é colocado à prova.
Agora incorporados ao projeto, registrados em RI, eles serão utilizados com outras linhagens já registradas.
As primeiras linhagens já estão produzindo filhotes em quinta e sexta geração, com sucessos, mantendo o mesmo padrão dos primeiros, provando-se com isso a pureza desta raça secular.
Veja o vídeo acessando nosso Facebook clicando aqui.
4 de fevereiro
Texto da Publicação
Conceito de “cabeçudos”.
Algumas pessoas nos perguntam sobre a raça Fila Brasileiro ter recebido a denominação no passado, de Cachorro Cabeçudo.
Trata-se de um ponto bem importante na caracterização da raça, que precisa ser compreendido de forma suficiente para que possamos conduzir o trabalho de preservação e se possível de seleção da raça.
Há um interessante texto do Juiz do Cafib Américo Cardoso, que aborda o tema, onde explica que o conceito de cabeça para o FB, não se adequa exatamente ao conceito dos mastins.
Segundo o juiz, é necessário entender o conceito “molossóide” relativamente às particularidades do Fila.
Mas antes de tudo, é importante lembrar que transformações vem acontecendo com diversas raças caninas, sob processos de seleção artificial, causando importantes alterações em sua morfologia e temperamento.
Neste caso cabe uma visita ao youtube, a exemplo, ao vídeo:
Razas Caninas que Han Cambiado com el Tiempo.
Como este vídeo, existem outros, além de artigos diversos com fotografias, que comprovam o que temos trazido à consciência para nossos seguidores.
Mas então porque se denominava o antigo Fila de “cabeçudo”?
Até início do século XX, no Brasil não se tinha conhecimento dos cães modernos. Eles vieram chegando com novos conceitos, a partir das exposições caninas.
O que se tinha nas fazendas eram cães de crânio maior que os demais que por aqui se viam. Então eles eram “cabeçudos”.
O conceito de molosso, até que se iniciassem as exposições na Europa por volta de 1850, era radicalmente diferente do atual, já que raças nativas eram pautadas pela utilidade conjugada com habilidades de sobrevivência.
Então não se vê qualquer fotografia de época, de qualquer raça molossóide anteriormente ao advento das exposições, com as cabeças como as de hoje, exceto os Buldogues. E mesmo estes, eram diferentes dos modernos.
O encurtamento do crânio e do focinho, permitiram o aumento do volume da cabeça (conjunto crânio/focinho). Fato que na natureza não se reproduziria jamais, portanto resultado de seleção artificial.
Considerando documentos muito antigos de cães molossóides, observa-se que não vinham com exageros estéticos. Eles sempre foram criados para fins úteis, necessitando de boa capacidade respiratória, muita resistência física, grande tenacidade, vivacidade e agressividade. E portanto teriam que possuir morfologia apropriada.
Os que não se adequassem, não teriam utilidade e seriam naturalmente descartados por seus proprietários, pelos exércitos que deles necessitavam para combates ou pelos pastores que necessitavam daqueles cães grandes para proteger seus rebanhos e suas propriedades.
Assim se perpetuou o Fila no Brasil, da forma como teria certamente sido cambiado à colônia: como animais úteis e não como bibelôs de exposições.
Quando a raça foi “descoberta” (1930/40/50) pela cinofilia no Brasil, resultou em grande admiração por sua poderosa agressividade e seu físico ágil e forte. Observa-se pelas fotografias da época, compatíveis com esta descrição.
É o que estamos procurando preservar, evitando assim o produto artificializado, modificado, modernizado.
O movimento desencadeado pelo projeto OFB, tem o cunho de buscar preservar o padrão funcional – morfologicamente e mentalmente – de nossa raça, mas serve de exemplo para outras raças.
Processos seletivos voltados para um mercado de cães, destinado a atender leigos no quesito “CABEÇA”, para a raça Fila Brasileiro, ocasionaram conceito de raça equivocado, do ponto de vista original.
O objetivo da seleção moderna, especialmente para cães, em geral ocorre no sentido de produzir o exótico, o diferente do normal, aquilo que tem potencial para impressionar pessoas que não consideram – ou não conhecem - os princípios da Zoognomonia.
Considerando que os acasalamentos objetivando produzir exóticos, foram realizados já nas décadas de 1960, 1970 e 1980, então podemos deduzir que em alguns casos foram escolhidos mastins de exposição, ou seja cães modernos, mais “cabeçudos” que seus ancestrais.
E certamente – considerando pela aparência de muitos Filas atuais – um processo seletivo artificial em canis, direcionou a raça para imitar os da moda. Basta observar qual a REFERÊNCIA serve para enquadrar os FBM.
Não estamos aqui para direcionar denúncias sem comprovação ou levantar suspeitas, como tem feito alguns, sobre criações e canis. Foi esta atitude feita de forma irresponsável e caluniosa que criou o pior dos ambientes de criação para a raça.
Apenas o fazemos para demonstrar que originariamente nossos cães tinham uma forma, e modernamente adquiriram outra.
Neste post disponibilizamos algumas fotografias de cães antigos que podemos tomar como REFERÊNCIA do que é correto – para nós – e também imagens de cabeças de cães OFB que podemos considerar compatíveis com estas referências.
Seguem também fotografias de cães do tipo moderno – FBM – especialmente focando nas cabeças. Como já vimos demonstrando fartamente há anos, estes tipos caninos não existiam originariamente.
Conclui-se que a denominação “cabeçudo” para o nosso Fila, originariamente não traz consigo o significado de cabeças mastifadas, ou de alguma forma exóticas (não preexistentes).
Tratava-se de uma distinção, na qual os antigos brasileiros identificavam seu molosso. Mas nunca como os modernos.
Negacionistas do OFB afirmam que não se encontram fotografias antigas de cães de tipo moderno, porque os antigos fazendeiros não sabiam fotografar, ou não tinham este habito.
Só não explicam o fato de tantas fotografias antigas, e TODAS de padrão original e NENHUMA de padrão moderno.
Também postamos aqui outro equívoco com relação à tipicidade da cabeça original da raça, a seleção com objetivo de induzir a se entender que o FB, tenha em sua genética o Bloodhound.
Que elimina também o aspecto periforme da cabeça.
Ao final vemos as fotografias de um cão premiado modernamente, com cabeça fora do padrão PSC e uma fêmea (Suzi) aborígene resgatada em fazenda para a reprodução, correspondente perfeitamente ao padrão.
Compare com a fotografia histórica de uma cadela proveniente de criação antiga, que nos remete aproximadamente a 1940.
Reforçamos que não duvidamos da pureza racial dos Filas modernos, somente afirmamos que não são os originais da raça. Muitos podem ter sido produzidos simplesmente por seleção, tendo como referência os mastifados.
Da mesma forma, respeitamos quem os cria e deles gosta, somente combatemos a desinformação e a desonestidade intelectual, da parte daqueles que os criam e premiam nas exposições e tentam convencer que não o fazem.
Nosso espaço é inteiramente dedicado à capacitação de nossos aficionados, de cunho didático e inteiramente gratuito. As imagens aqui postadas estão disponíveis livremente na internet.
OBS: Zoognomonia – ver FUNDAMENTOS RACIAIS DO GADO GIR, Rinaldo dos Santos, Editora Agropecuária Ltda., Uberaba/MG, 1990.
4 de fevereiro
Texto da Publicação
Prezados seguidores de nosso projeto, segue uma errata, a respeito do vídeo que recomendamos, que não está abrindo no Youtube, segue outro substituto, de grande interesse para os estudos, que validam nosso projeto.
Acesse o vídeo clicando aqui.
Você pode ver diversas raças que se encontram drasticamente alteradas pela seleção artificial.
17 de fevereiro
Texto da Publicação
Alerta para a raça Fila Brasileiro.
Prezados seguidores.
Nesta publicação de hoje, vamos abordar uma questão de considerável importância na criação de cães, qualquer raça que seja, porém com alerta para o Fila Brasileiro.
O projeto de Preservação do Original Fila Brasileiro, teve início com algumas pessoas que conviveram com a raça no passado, inconformados com as transformações ou alterações que a raça vinha sofrendo, em busca da moda de mercado.
O movimento se iniciou por volta de 2010, evoluindo pelo princípio ideológico da preservação, tendo o nosso Facebook sido criado em 2014. Desde então o projeto se transformou em denúncia das alterações a que a raça já vinha sofrendo há décadas.
Passamos a postar fotografias antigas dos primeiros cães surgidos nos eventos cinófilos do Brasil, e também dos primeiros cães premiados nas primeiras tres décadas de exposições nacionais, desde 1950 à década de 1980.
Passamos a publicar igualmente fotografias comparativas de cães antigos, entre premiados ou não, com cães modernos a maioria premiados em exposições da década de 2.000. Porque os premiados? Porque servem de parâmetro para se entender o que os clubes e juízes consideram o melhor das raças.
Desde 2014 estamos demonstrando a realidade e alertando para a gravidade de muitas destas transformações para a raça. Temos demonstrado que diversas deformidades morfológicas foram se agregando à raça, mediante a ausência de conhecimentos técnicos da parte mesmo de juízes.
Diversas características modeladas para o Fila Brasileiro, que viemos denominando de Fila Moderno ou FBM, nada tem a ver com a antiga funcionalidade da raça, ou até mesmo comprometem a esta.
O que se veio construindo foi um cão para canil e pequenos quintais, e isso é até compreensível, mas e como fica a saúde destes cães?
Outro item que temos trabalhado nas nossas argumentações com relação ao antigo original Fila Brasileiro, é sua rusticidade e saúde, além da funcionalidade. Que aliás as duas coisas não estão diametralmente separadas.
Cães com boa morfologia são mais saudáveis e funcionais, portanto propensos a serem mais felizes, viverem sem dores articulares e viverem mais, dependendo de receberem bons tratos.
Reforçando nossas argumentações neste sentido, cresce um movimento mundial, no qual nos inserimos antecipadamente e de forma pioneira no Brasil, de preservação de animais saudáveis, de estruturas morfológicas saudáveis, também mentalmente saudáveis. Animais ágeis, fortes, alertas, funcionais e felizes.
Este movimento tende a se fortalecer a cada dia, à medida com se toma consciência, de forma científica, de que alterações nas raças podem ser cruéis e podem se enquadrar na classificação de Maus Tratos.
Esperamos – e acreditamos – que os dias dos criadores que não observam as premissas da saúde e do Bem Estar Animal, seja para qualquer raça ou espécie animal, estejam contados.
E tudo indica que o cerco se aperta. Não queremos com isso dizer que somos a favor dos exageros na proteção de animais, que os “humanizam”.
Animais são animais e os cães de trabalho só serão realmente felizes no exercício de suas aptidões, segundo cada raça, guardando-se a segurança nos momentos dos exercícios.
O cerco se aperta mais no sentido das criações que buscam produzir tipos exóticos dentro das raças caninas. Na maioria dos países ocidentais já se pode contar com leis de proteção ao bem estar animal.
A exemplo, recentemente a Noruega toma a coragem de proibir a criação de duas raças caninas, os Bulldogues em suas variedades e o Cavalier, com base em que os processos seletivos modernos e artificiais para estas raças, se classificam como ações de “Maus Tratos Animal”
Se levado a efeito e considerado o que vem sendo feito com inúmeras raças – como postamos um vídeo disponível no Youtube recentemente em nosso Facebook, diversos países poderão tomar providências similares com diversas raças caninas.
Tecnicamente, pode-se considerar que alterações graves no padrão original das raças, se constitui em crime contra estas. Seja crime contra o patrimônio nacional, seja crime contra a saúde dos animais, já que as raças nativas foram construídas por processos seletivos que as tornaram saudáveis.
Alterando-se sua conformação de forma que comprometa suas habilidades funcionais, quase sempre se compromete sua saúde.
Aconselhamos a todos que queiram estudar, adquirir conhecimentos técnicos e científico, realizar duas buscas neste momento para este assunto.
Em primeiro lugar, visite o site do Instituto ICB de Biologia Canina, The institute of Canine Biology,
e veja o importante artigo:
“A Noruega Proíbe a Criação de Bulldogs e Cavaliers. E agora? “ Por Carol Beuchat PhD.
O artigo está em Inglês, mas pode ser facilmente traduzido pelo Tradutor Google. Ele descreve em que bases a Noruega tomou tal providência, com argumentação legal sobre maus tratos.
Em um de seus parágrafos, o artigo informa:
- “na Noruega, um caso foi ao tribunal que argumentava que as leis de bem-estar estavam sendo violadas na criação de duas raças, Bulldogs e Cavalier KC Spaniels, por causa de seus problemas de saúde bem documentados. As partes fizeram suas argumentações, e esta semana o tribunal concordou que a criação dessas duas raças violava as leis que protegem o bem-estar dos animais.”
E segue o artigo de forma muito interessante:
-“ A solução para isso é simples. Faça a lista de problemas de saúde específicos da raça dos cães e comece a resolver esses problemas. ... focinhos muito curtos para uma termorregulação eficaz, dobras cutâneas que promovem infecção, costas curtas que resultam em vértebras deformadas e hérnias de disco, etc. Outros não estão relacionados à conformação, mas refletem riscos excepcionais para problemas de saúde, muitas vezes para uma raça específica - morte por DCM, vários tipos de câncer, convulsões, alergias, displasia da anca, doenças neurológicas degenerativas e outras.”
E segue:
-“ Aqui está a linha de fundo. Você não pode resolver problemas de saúde se não tiver diversidade genética na raça para selecionar genes que restaurariam a saúde. Você não pode. É simples assim.”
O artigo exemplifica o que foi feito entre duas raças similares da Noruega, uma preservada de forma rústica e outra selecionada em canis por mais tempo, o Norwegian Lundhund e a Norwegian Buhund.
As duas raças possuem a mesma origem, mas foram separadas após processos seletivos diferentes.
Situação muito similar ao que o projeto OFB vem fazendo, pois ainda temos nossos cães originais, dos quais descendem os Filas Modernos, e assim podemos aplicar o programa que é recomendado cientificamente pelo grupo de cientistas noruegueses.
Aproveitando cães de bom padrão entre aborígenes e de criações idôneas, que procuraram não migrar para a modernidade a ponto de ver seus cães prejudicados em morfologia ou temperamento, produzimos a diversidade genética recomendada pelos cientistas.
Em segundo lugar, acesse nossa seção “Alterações na morfologia do cão Fila Brasileiro ao longo do tempo” e veja nossas primeiras denúncias sobre as alterações na raça Fila Brasileiro, desde 2014, e comprove o quanto estávamos antecipando o reconhecimento de uma realidade. E comprove o quanto esta realidade é inegável.
Em quatro tópicos, nós demonstramos sobre alterações na cabeça dos cães, mas também em sua morfologia (tópico 4) a ponto de comprometer sua funcionalidade.
Você vai encontrar dezenas de fotografias comparativas e comprovadoras de tudo que estamos afirmando desde 2014 neste Facebook.
Por anos estamos defendendo a utilização de cães de padrão original, encontrados em fazendas, que comprovadamente não trazem relações genéticas com cães modernos, e estão ali ainda intactos da seleção moderna.
É impressionante como ainda temos pessoas, criadores, que renegam esta alternativa para salvar a nossa raça da situação a que foi submetida, por seleção artificial.
Seguem algumas fotografias de cães de morfologia alterada pela seleção artificial, como mais um alerta de que a realidade está posta e tem que ser tratada e cuidada. Algumas destas alterações podem se classificar como Maus Tratos, ou já se aproximam desta situação.
Tivemos informação de que fomos acusados em algum blog pouco conhecido, de imputar uma premiação a um FBM tigrado, como se esta premiação nunca tivesse existido.
Na verdade a imagem a qual nos referimos é real e está disponível no endereço, como referência de qualidade.
Estamos postando aqui o endereço. Esperamos que aqueles que procuram ocultar seus próprios feitos, tenham um mínimo de caráter de não retirar do ar, o endereço da verdade.
Este projeto não mente, não omite, não esconde a verdade. Rebatemos as inverdades com o endereço certo. Confirme a veracidade de nossa afirmativa sobre a publicação de troféu em “Circular Expo Jacareí 2017 04.07.2017”ou “Imagens de Expo Jacareí 2017 04.07.2017”, onde se pode ver um Fila Moderno.
Repostamos a imagem do cão FBM tigrado, para melhores informações e nenhuma dúvida. Não expomos pessoas ou agremiações, somente publicamos o necessário para a capacitação de nossos seguidores.
Nossas publicações tem cunho didático com objetivo único de capacitação para criadores e aficionados, e são inteiramente gratuitas, em defesa da preservação do Original Fila Brasileiro e defesa da verdade na cinofilia do Fila Brasileiro.
17 de fevereiro
Texto da Publicação
ERRATA.
Estamos retomando uma publicação, para postar o que possivelmente pode ter sido uma errata de nossa parte.
No último post do nosso Facebook originalfilabr, postamos uma fotografia que consta nos boletins de exposição do clube Cafib, como modelo de cão típico tigrado, supostamente premiado com o troféu de Melhor Tigrado da Exposição.
Chega até nós que este cão não teria sido premiado, mas sua fotografia feito modelo do tipo ideal para premiações, sendo utilizada para troféu.
Acaso tal noticia seja fato, corrigimos aqui.
No entanto afirmamos que o intuito da publicação permanece, pois já que a fotografia foi utilizada como referência para as premiações de cães tigrados de alta qualidade - na opinião dos criadores modernos - então reafirmamos que não se trata de cão de padrão original, ou OFB.
Na nossa publicação, evitamos postar a fotografia na íntegra, da forma como está no site do clube que a utiliza como modelo para troféu, porque não nos interessam as pessoas nem os clubes, somente nos interessa as orientações a nossos seguidores.
Porém para dirimir dúvidas de que existe, recomendamos aos interessados verificarem no site, realizando busca pelo Google com a frase "Imagens de Expo Jacareí 2017 04.07.2017”.
Lá se encontra então a referência de qualidade, em forma de troféu. Um Fila de padrão moderno, como afirmamos em nosso post anterior.
Para nós a fotografia representa o que não aceitamos em nossa agremiação pelos motivos de estar fora do padrão racial. Assim serve de exemplo aos que desejam seguir o padrão antigo, de algo que não se enquadra.
Esperamos que a correção - ERRATA -satisfaça aos envolvidos, embora para nós pouco se altera no conteúdo do que procuramos demonstrar.
Caso necessário poderemos publicar aqui a fotografia completa do TROFÉU, mas no momento consideramos desnecessário.
Nossas publicações são inteiramente gratuitas e tem objetivo unicamente didático.
3 de março
Texto da Publicação
Prezados leitores,
O mundo vem vivendo neste momento dias difíceis, após a invasão de um país por outro maior e mais poderoso. Muitos de nós já pensávamos que a opção de guerra física, deveria estar ficando no passado.
Porém de repente a barbárie se apresenta e nos lembra que ela continua presente em um mundo ainda dividido por interesses e guerras frias.
Por detrás desta história toda, temos a mesma ganância de poder que permeia os grandes impérios desde tempos imemoriais, com as guerras consequentes.
Na maioria das vezes permanecem as guerras frias, com as disputas mais focadas no campo da economia e dos negócios entre países, do que no campo das vias de fato.
Enfim o ser humano está no centro dos processos, seja na dimensão da política internacional, ou no campo local, da província.
Em todo o mundo o germe da política ruim promove um cenário de belicosidade que divide famílias e amigos. Práticas semelhantes podem estar mais perto de nós do que imaginamos.
Como já dissemos aqui, os ambientes de criação e exposição da raça Fila Brasileiro, são permeados de polêmicas intermináveis há mais de 45 anos, em sua maioria insuflados por algumas pessoas destes ambientes.
Fato na maioria das vezes motivado por interesses econômicos, financeiros e de poder, envolvendo como sempre a velha vaidade humana. Muitas vezes os clubes dão mais atenção à coluna social do que aos cães.
Por tantas décadas de polêmicas infrutíferas, no máximo o que estas pessoas fizeram foi desviar os processos seletivos dos objetivos maiores, que seriam preservar nosso cão original.
Desagregaram, criaram divisões incontornáveis, subdividiram clubes e grupos de criadores em disputas acirradas. Um ambiente de acusações intermináveis.
A belicosidade paranoica de alguns, parece imitar uma pretenciosa Venezuela, que provoca e agride sem capacidade de olhar para si, mesmo vendo parte de seu povo se evadir para outros clubes de criação.
Vendo algumas publicações enviadas por amigos que se indignam, vejo que no momento o alvo principal das agressões nas redes do FB sou eu, pelo fato de ter sido o criador do projeto OFB.
O que mais impressiona não são as agressões de baixo calão, mas o fato de haver criadores e clube que se permitem representar por uma comunicação de um nível inadmissível.
Como pode um clube se permitir representar por uma comunicação que passa pelo uso constante de ironia, insinuações, pilhéria, provocações, deboche e desacatos à pessoa?
Tão surpreendente quanto a guerra, é uma associação de criadores adotar hoje em dia ainda, política tão ruim. Será que não percebem que isso os desmerece?
A criação da raça Original Fila Brasileiro, tem entre seus objetivos se distanciar destes ambientes, inaugurar um novo ambiente de criação de raça, a partir de novos princípios de criação e conhecimento.
Criar um novo ambiente de orientação da criação, com bases em conhecimentos modernos da cinofilia, da etologia e da morfologia canina, com base na saúde e na funcionalidade dos animais.
Trazer ao campo da criação, conceitos preservacionistas, onde se respeita a cultura do povo do interior do Brasil e aliar a isso novos conceitos de raça emitidos pela Embrapa para raças crioulas, desta forma legitimando nossos caipiras.
Possivelmente tantas agressões contra o projeto OFB, tem motivo no sucesso do projeto, com cada vez mais pessoas entendendo a proposta.
Como já dissemos, nada cresce e prospera sem uma base de sustentação, sem raízes que se aprofundam e sem um lastro de realidade e verdade. Assim como nada se fragiliza à toa.
A agressão gratuita tem uma cara de fragilidade, como os cães de temperamento fraco que fazem grandes escândalos diante das provas nas exposições, ameaçando, ladrando ruidosamente, promovendo um grande teatro de valentia.
A leitura deste comportamento, por quem não se engana, é que no fundo tudo não passa de defesa e reatividade motivada medo, e para ocultar a fraqueza.
Se checado de perto, o cão mostra inconsistência, põe a cauda abaixo, sapateia, baba e seus “argumentos” se esvaziam.
Quando o figurante que checa seus “argumentos” se distancia um pouco, o cão volta a vociferar em algazarras caninas, novamente ladrando e volta a ser o bravateiro à distância, que só convence quem não tem conhecimento técnico.
Se a organização se desvia dos rumos que lhe deram sustentação, ela se fragiliza. Mas a reação lógica, racional, deveria ser a de corrigir seus rumos e não permanecer no erro.
Quando falamos em desvio de rumos nos referimos a diversos quesitos, mas sobremaneira no quesito “Temperamento”.
Nosso seguidor pode comprovar isso no Youtube:
"Fila Brasileiro com Temperamento Fraco"
Onde se pode ver o que é considerado a “nata” do FB, o plantel tradicional que representa grande parte da genética que sai de dentro do clube que se irrita com nosso trabalho.
O que se expõe ali é a vergonha para a raça, o desvio morfológico e comportamental, a extinção das características originais, dentro de ambientes denominados de criação tradicional.
Observa-se no início do vídeo, um cão em fuga desatinada, à aproximação do figurante, desaparecer fora da pista de exposição.
E em seguida um show de cães visivelmente adestrados, em postura de extrema defesa, prestes a entrarem em fuga.
Aparentemente os juízes e clubistas não percebem o fato deste temperamento reativo e defensivo ao longo de décadas. Assim como os seguidores deste comportamento na comunicação do clube.
Esta é uma ameaça à extinção da raça, nos seus quesitos originais. E até que o projeto OFB surgisse expondo a realidade, demonstrando a ameaça de extinção das habilidades originais da raça, nada se percebia.
Se isso tem concerto, claro que tem. Basta que os humanos sejam mais razoáveis diante da realidade, pois dentro dos planteis FB ainda se encontram cães aproveitáveis. Só falta a humildade de valorizá-los.
Todos os fatores que embasam nossos argumentos, nos fornecem algo que garante os rumos do trabalho: A REFERÊNCIA correta, seja no fenótipo típico da raça originariamente, seja no temperamento original.
Dezenas de fotografias de época, de cães provenientes de fazendas nas décadas de 1930, 1940, 1950, nos garantem a veracidade dos fatos de forma inegável. Muitas destas fotografias nas próprias fazendas.
Exatamente as referências que foram abandonadas pelos que nos perseguem, mas já as tiveram antes, nas bases da criação dos clubes especializados.
Algo que possivelmente irritou mais o caráter belicoso, foi a publicação de uma fotografia em post passado, mostrando que uma das REFERENCIAS para premiação em exposições, apresenta-se em fotografia exatamente fora do que determina o padrão.
O fato e a foto expõem o desvio de rumos que o clube assumiu, o qual estamos exatamente mostrando ao mundo e aos nossos criadores.
Continuaremos tranquilamente com nosso trabalho, com nossos esclarecimentos e estudos em busca de mais conhecimento para melhor servir à nossa raça Original Fila Brasileiro.
Nossa caravana segue tranquilamente!
Nossos criadores vem sendo orientados por profissionais de várias áreas da veterinária, zootecnia, biologia, e comportamento canino. Estamos todos trabalhando nos processos seletivos e esperamos que os resultados iniciais que estão bons, se confirmem e se tornem melhores a cada dia.
De forma alguma desejamos competir com o modelo de exposições utilizado pelos clubes que copiam o modelo CBKC, já que nosso objetivo é separar cães de trabalho de cães de exposição.
Nossos criadores vem colocando os cães desde novos, em testes de resistência e provas de adestramento.
Realizando-se provas de temperamento com técnica e ciência, aproveitando-se os conhecimentos modernos sobre etologia e trabalho, seleciona-se os realmente superiores para a reprodução.
Com a negativa destes conhecimentos, os clubes permanecem no campo das aparências, do parecer ser e da coluna social.
No campo do conhecimento científico é que se poderia promover debates produtivos. Não precisamos debater o que está consolidado: a existência de cães de raiz, que se diferenciam dos cães modernos.
Com este trabalho didático, estudioso, temos demonstrado a que viemos e que estamos oferecendo uma nova opção de criação e posse responsável, para aqueles que amam a raça original e nossa cultura.
Neste post vamos demonstrar alguns reprodutores que produziram excelentes cães, à época em que se tinha Paulo Santos Cruz à frente dos trabalhos de resgate do Fila Brasileiro raiz, o original.
O cão Danúbio, RI de pais desconhecidos, veio a originar uma geração inteira de cães excelentes de padrão original, a exemplo das filhas Fada e Fábula do Canil Ibituruna e outros descendentes que se seguiram.
E clicando aqui, vemos um vídeo feito em uma visita, em uma fazenda mineira na década de 1990 a um fazendeiro, este sim criador tradicional de família, que sem contato com exposições caninas, preservava seu plantel.
Dando-se um print em alguns momentos, é possível ver o quanto o projeto OFB está correto no tipo a ser preservado.
Compare o padrão do cão adulto da fazenda, com os originais das fotos que temos apresentado ao longo de nosso trabalho.
Prestando atenção nas palavras o homem simples de fazenda, pode-se observar também quando ele fala sobre o porte dos cães, para suportarem o trabalho de campo. Lição que se perderam na bruma do tempo.
Nossas publicações tem objetivo didático e são oferecidas gratuitamente. Todas as imagens oferecidas para estudos e aprendizado, estão disponíveis na internet.
7 de março
Texto da Publicação
Viemos para ficar.
Como vimos informando, os propósitos do projeto Original Fila Brasileiro não concorrem com os objetivos de clubes sociais cinófilos.
Nossos criadores são motivados pelos objetivos de preservação e recuperação da raça Original FB. Este é o desafio a que nos colocamos: ser antes de parecer ser.
De forma alguma desejamos competir com o modelo de exposições utilizado pelos clubes que copiam o modelo CBKC, já que nosso objetivo é separar cães de trabalho de cães de exposição.
Nossos criadores vem colocando os cães desde novos, em testes de resistência e provas de adestramento.
Realizando-se provas de temperamento com técnica e ciência, aproveitando-se os conhecimentos modernos sobre etologia e trabalho, seleciona-se os realmente superiores para a reprodução.
Com este trabalho didático e estudioso, temos demonstrado a que viemos e que estamos oferecendo uma nova opção de criação e posse responsável, para aqueles que amam a raça original e nossa cultura.
Os testes de temperamento para os cães que serão destinados a guarda e proteção, executados aos jovens animais, garante que se faça uma seleção positiva para a reprodução.
Entendemos que a cooperação nos mostra um caminho positivo e mais produtivo que a competição. A competição unida com as vaidades sociais não trouxeram grandes ganhos para as raças em geral.
Para que a competição se torne positiva, é necessário que se torne esportiva, porém não se pode abrir mão da cooperação, da troca de conhecimentos.
Buscamos mestres do comportamento canino para nos capacitar, reciclando conhecimento, aceitando a inovação nas tecnologias do comportamento canino.
Já se nota a diferença de comportamento e sistema nervoso entre os vídeos que temos assistido das exposições do FB, e os trocados entre criadores OFB, para avaliação de todos.
Um novo plantel vem surgindo, com grandes esperanças para o resgate do nome do Fila Brasileiro como cão valente, destemido, de agarre e filar.
Viemos para ficar e estamos alcançando nossos objetivos!
Neste post estamos divulgando um vídeo, onde se pode ver alguns cães OFB, desde as gerações iniciais do Núcleo, até alguns que vem sendo testados em 2022. O vídeo está anexado ao Facebook, acesse clicando aqui.
Nossas publicações tem objetivo didático e são oferecidas gratuitamente. Todas as imagens oferecidas para estudos e aprendizado, estão disponíveis na internet.
10 de março
Texto da Publicação
Alerta sobre pedigrees OFB.
Prezados leitores,
Estamos retomando comunicados anteriores, com objetivo de reforçar a todos (as) interessados(as) em filhotes OFB, a respeito da oferta na internet com anúncios enganosos.
Alertamos que filhotes adquiridos de criadores NÃO credenciados pelo Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro (NPOFB), não terão a chancela da entidade, tampouco da Sobraci.
Mediante convênio exclusivo entre o NPOFB e a Sobraci, estipulou-se que os pedigrees OFB serão emitidos no escritório administrativo do Núcleo.
Nenhuma outra entidade no Brasil ou no exterior tem autorização para emissão de pedigrees com a marca OFB. Portanto todo anúncio de filhotes OFB fora deste sistema, é enganoso, seja de forma culposa ou por dolo.
Alertamos também aos que anunciam desta forma, que ao venderem os filhotes sem a possibilidade de entregarem o pedigree OFB, estarão incorrendo no risco de ações judiciais da parte de quem os adquiriu, por falsidade ideológica.
Comunicamos na oportunidade que todos os filhotes provenientes do NPOFB, recebem Microchip devidamente credenciado, desta forma havendo mais uma garantia da identificação dos mesmos para quem os adquire.
Para maior segurança de quem deseja adquirir um bom filhote OFB, recomendamos visitar as páginas do site e verificar a lista de canis credenciados e autorizados à emissão dos documentos, com os devidos contatos.
(Segue também nossa lista de canis, incluso os novos).
Ou diretamente com o Diretor Administrativo do Núcleo, criador Josélio: Canil JC – 33 – 9 9985 0569.
Não se deixe enganar, OFB é só aqui.
17 de março
Texto da Publicação
De volta ao aconchego.
Após apresentar alguns cães jovens OFB sendo testados como cães de guarda e proteção, com objetivo de seleção reprodutiva, postamos um vídeo em diversas fazendas onde os OFB estão sendo reintroduzidos no seu habitat de origem.
A proposta do projeto de recuperação e preservação da raça, inclui experimentos que possam confirmar as histórias de suas aptidões naturais de trabalho.
Como sempre estamos dizendo, a raça FB foi pouco estudada, e antes mesmo que se procedesse a pesquisas, já se lhe impuseram processos seletivos com base em conceitos pouco provados.
Retornando com parte do plantel para fazendas, e também adentrando os interiores principalmente de MG, para acompanhar cães criados ainda de forma tradicional, podemos observar o comportamento sem muita interferência humana.
Aqui nas fazendas se percebe a manifestação de instintos, que são resultados de um processo seletivo no trabalho e ao mesmo tempo rústico, muito perto da sobrevivência natural.
Podemos já observar aspectos da funcionalidade que durante talvez séculos, permitiram que estes cães estivessem nas fazendas em matilhas em convício permanente com as criações, vivendo de forma harmoniosa mas ao mesmo tempo agindo quando necessário.
O conceito de “Temperamento Enérgico” cabe perfeitamente no caso do OFB. Um temperamento que manifesta sua força na medida do necessário, sem exageros, sendo capaz de conviver pacificamente com o gado adulto e com os rebentos novos no campo e nos currais.
Observa-se em alguns momentos o uso de habilidades importantes, como recuar de um conflito desnecessário ou que possa perturbar o rebanho, e em seguida ser enérgico quando o gado reluta em seguir na direção desejada.
Percebe-se também a agilidade insuspeita em cães deste porte, e a resistência a longas jornadas, seja tocando o gado ou acompanhando o cavalo.
A morfologia adequada permite força e agilidade, combinada com excelente capacidade respiratória. O que faz a diferença.
Pernas grandes permitem longas passadas e uma cadencia constante na jornada. Cabeças fortes garantem uma mordedura poderosa, que será usada se necessário.
Enfim podemos dizer que o projeto OFB vem inaugurando um novo tempo para uma raça nacional, um patrimônio que vinha sendo alterado e distanciado de suas funções e habilidades naturais e originais.
Veja a realidade se estampando neste vídeo, clicando aqui.
Todas as imagens produzidas são de cães envolvidos com os trabalhos de preservação do Original Fila Brasileiro.
Todas as nossas publicações tem objetivo exclusivamente didáticos e de capacitação para os aficionados da raça Original Fila Brasileiro.
3 de abril
Texto da Publicação
Originalidade e verdade.
Depois do lançamento do projeto OFB, tivemos diversos momentos de reações no mundo da cinofilia do Fila Brasileiro.
Em primeiro lugar a perplexidade de parte de criadores e dirigentes de clubes de Fila Brasileiro. Muitos não haviam notado o quanto a raça estava alterada de suas origens, outros sabiam mas não gostariam que esta realidade fosse colocada com tanta transparência.
Então vierem reações de duas natureza: ataques agressivos de um lado, e tentativas de negar os fatos, de outro lado. Atacavam a ideia ou negavam o fato de que o FB estivesse muito alterado. E todos prediziam que o projeto não duraria muito tempo.
Depois de uma década de reações deste tipo – entre 2010 a 2020 – focaram em desconstruir a imagem do fundador do projeto, de início de maneira grosseira, utilizando-se de insultos e figuras de linguagem de baixo calão. E mais recentemente utilizando-se de insinuações de diversas formas.
Fatos como estes acontecem muito na política, e vem acontecendo ao longo da história da humanidade, quando há interesses econômicos e muita vaidade atingidos.
E em todos os casos, aqueles que denunciam a verdade, que a expõem, estão sujeitos a ataques, calúnias, difamações e todo tipo de tentativa de desacreditar as denúncias.
Assim em nosso minúsculo e tão pouco importante – diante de tantos problemas que a humanidade vive – mundo da cinofilia, não seria diferente. O que admira é a virulência com que algumas pessoas atacam quem mostra a realidade, como se fosse o fim do mundo.
Há uma frase interessante que diz que para o provinciano a província é o centro do universo.
Cabe muito bem para esta situação em que foi criado o projeto OFB. Realmente, para alguns que tem pouca atividade na vida, ou para quem o mundo dos clubes sociais de cinofilia é sua província, a transparência de situações em seu ambiente, pode ser o fim do mundo.
Mas de forma alguma, o projeto OFB não tenta prejudicar clubes ou organizações cinófilas. Tão pouco representa a única tentativa de salvaguardar o FB de alterações pelo mundo do mercado cinófilo.
Sabemos que diversas denúncias vem sendo feitas a respeito destes fatos, há mais de 40 anos.
E sabemos também que pouco ou nenhum efeito estes movimentos resultaram, no sentido de resgate do padrão mais antigo. O padrão escrito ficou, mas os cães foram “evoluindo” segundo julgamentos em pista, em outras direções.
Por isso, algumas pessoas que conviveram com os Filas em épocas antigas e que não se envolveram com a modernização da raça, resolveram partir para uma inciativa radical: separar os cães de padrão original em documentos diferentes dos FB.
Analise as postagens e publicações deste site, e ficará explícito o quanto os julgamentos em todos e quaisquer clubes, sejam especializados ou não, foram mudando ao longo do tempo, em especial nas duas últimas décadas.
Vendo-se as fotografias comparativas de exemplares premiados na década de 2.000, com os premiados mais antigamente a coisa fica mais explícita e inegável.
Estamos vendo e veremos os mais diversos discursos, da alta agressividade aos mais sutis, na tentativa de negar a verdade, mas ela está exposta no nosso site.
Sobre os posts no nosso site, ninguém comenta, já que não há explicação para os fatos alí expostos e as conclusões que qualquer pessoa em sã consciência tira dalí.
Portanto não há como alguém vir dizer que o projeto OFB é contra clubes. Ele é contra o que fizeram com a raça FB. Se algum clube retomar os julgamentos antigos, premiando cães em conformidade com o passado da raça em seus melhores momentos das décadas de 1950 a 1980, seremos os primeiros a reconhecer e valorizar o trabalho.
Mas fora o mundo da política cinófilia, vamos bem obrigado, e crescendo a partir de uma lógica clara e transparente, que vem sendo cada vez mais reconhecida.
O projeto OFB, além de ser uma denúncia viva e na prática de que alteraram o padrão original da raça FB, também veio criando um novo mundo cinófilo, distante das competições entre criadores, mas sobretudo favorecendo a cooperação entre criadores.
A cooperação acontece na troca de conhecimentos e na troca de material genético, tudo com um fim único: preservar e recuperar o que se perdeu deste fantástico patrimônio nacional.
Polêmicas e divisões já vem acontecendo há décadas e não é por causa do OFB, e sim por causa das vaidades internas e das incoerências em muitos julgamentos e autoritarismos de diretorias.
Não acreditamos em estruturas autoritárias. Sabemos dos riscos da democracia, mas sabemos também que o autoritarismo afasta os melhores quadros de uma organização. Continuam nas estruturas autoritárias os subservientes, e estes nunca mudaram nada no mundo e nem vão melhorá-lo.
Optamos pela democracia, pela cooperação e pela amizade.
Afastamo-nos da vaidade, da competição social e financeira entre criadores, e assim esperamos estar distantes do ciúme e da inveja, que acompanham os ambientes que optam pela outra forma de vida.
Para nós a cinofilia e o projeto OFB, devem ser diversão, alegria e respeito.
No mais, levamos a sério nossa diversão, em meio à alegria e satisfação de termos amigos e de podermos compartilhar com nossas famílias estes maravilhosos cães caipiras, dos quais nos orgulhamos.
Esperamos que nossas denúncias surtam efeitos positivos nos meios cinófilos. E tudo indica que os julgamentos das exposições estão melhorando. Que as pessoas tenham a capacidade de ver o caminho de volta à origem, e que se encontrem novamente com a essência da raça e da criação.
Quando denunciamos a realidade da raça FB, já esperávamos pelas reações e em nenhum momento nos abalamos com o que vem da província cinófila. Este provincianismo não se encontra na maioria de nós do projeto. Não tem nada de original nele.
Neste post vamos mostrar mais algumas imagens de bons cães originais antigos, entre estes alguns que chegaram a ser bastante premiados em exposições da época em que se acreditava no padrão original.
Também alguns cães originais atuais, do projeto OFB. Por onde se pode ver sempre o passado que retorna agora. Eles vem de cães preservados ao longo de décadas em criatórios antigos, ou em fazendas.
Alguns dos exemplares descendentes de antigos cães de padrão original, estiveram vivos até recentemente, a maioria estava em atividade reprodutiva no início da década de 2010. Eram cães raros já então.
Hoje podemos dizer que o padrão está sendo realmente resgatado, e como demonstramos em alguns vídeos, não só em termos de morfologia mas de temperamento e instintos que foram ficando raros.
Interessante comparar as fotografias de alguns cães antigos, considerados até 1990 como exemplares dignos de representar a raça FB. Fila Brasileiro sim, só que originais!
Também é interessante observar a morfologia das novas gerações, como vem surgindo com um perfil muito mais atlético, musculoso, e de uma estrutura firme.
Pela observação de todos os nossos criadores, eles também demonstram uma disposição mental e física, de elevada energia para o trabalho.
Estamos desmistificando as crenças de que nossa raça fosse um tanto lerda, lenta e de pouca energia. Na verdade este mito surgiu com a seleção artificial. As pessoas conhecendo-o modernamente pelo tipo “pesadão”, assimilaram o conceito.
Temos orgulho de poder mostrar os filhotes que se seguem em fotografias, novas gerações OFB.
Todas as nossas publicações são gratuitas e de cunho educativo e informativo, com objetivos didáticos de divulgar a raça Original Fila Brasileiro.
9 de abril
Texto da Publicação
Polêmicas frutíferas.
Esta semana tivemos uma agradável informação de uma crítica em vídeo, que nos foi enviada, possivelmente veiculada pelo Youtube ou alguma rede social, desta vez feita de forma respeitosa e buscando um equilíbrio nas considerações sobre as polêmicas que permeiam a raça Fila Brasileiro.
Já colocamos aqui que as polêmicas nos ambientes da raça FB são muito antigas, e em boa parte devido a pessoas que vivem e se projetam no pequeno mundo da cinofilia do FB, em razão disso.
Quem divulga o vídeo referido é o juiz da raça FB, Jonas Tadeu Iacovantuono, antigo na raça, que se refere – pela primeira vez nestas polêmicas FBM/OFB – à pessoa fundadora do projeto OFB, com equilíbrio.
Desta forma, podemos considerar, quem sabe, se abre um novo momento nos debates, sem a cegueira da raiva. Quem sabe se inicia um debate frutífero, já que todos os anteriores foram infrutíferos e não chegaram a qualquer conclusão, em nada contribuindo com a raça.
Seria interessante – não no sentido de ficar respondendo perguntas e respostas – mas recolocando algumas posições nossas que ficariam em dúvidas com as ponderações do juiz Jonas.
Pondera ele alguns pontos entre outros que podemos reunir:
01 – que o projeto OFB tem objetivo de desconstruir o Cafib.02 – que a raça Fila Brasileiro, plantel do Cafib, não sofreu qualquer alteração, mantendo-se a mesma de sempre. 03 – que o tipo físico ou padrão morfológico que estamos criando não é o da raça Fila Brasileiro.04 – que o Cafib vem aprimorando a raça há 40 anos, mantendo os cães de sempre, somente escolhendo algumas características que determinam o padrão. 05 – que não deveríamos denominar nossos cães de Original Fila Brasileiro, porque eles não se enquadram como FB e são mestiços.
Então iremos por partes, nesta postagem comentando alguns itens, em outras comentando outros.
Em primeiro lugar, a questão de estarmos tentando desconstruir o Cafib, com o lançamento do projeto OFB. Explicamos na publicação anterior que não é nossa pretensão. Até porque ninguém desconstrói casa sólida.
Se o projeto é construído com solidez, partindo de princípios comprovados e se ele segue estes princípios com fidelidade, então ele não se abala com críticas, principalmente se as críticas não tiverem fundamento.
A respeito das bases do Cafib, é de conhecimento geral que são alicerçadas sob a batuta da pessoa reconhecida por “pai da raça”, Paulo Santos Cruz, a quem todos devemos a herança da denúncia da mestiçagem no FB e o projeto de recuperação lançado em 1979.
É questionável a “teoria” de PSC de que o FB seria descendente de uma mistura de três raças inglesas, o Mastif, o Buldogue e o Bloodhoud. Segundo o escritor Paulo Godinho, ele lançou esta hipótese sem tomar os cuidados de estudar devidamente as origens do Fila.
E segundo Godinho também, este seria um equivoco lamentável, pois inspirou as importações principalmente de Mastifs para cruzamentos com cadelas Fila, lançando-se a moda de cães mais “cabeçudos” e mais pesados no mercado.
A partir daí, todos sabemos que a raça FB passou a ser alterada, mais especialmente nos ambientes do CBKC, mas com isso a moda ficou muito forte, sendo seguida por clubes especializados. Uns seguiram com mais ênfase, outros com menos.
Até aqui, os fatos são inegáveis. Nenhuma agremiação escapou desta moda.
Então neste ponto temos uma divergência com a declaração do juiz Jonas, onde ele afirma que o Cafib teria preservado integralmente ao longo dos 40 anos de existência, o padrão estipulado por PSC, que é o padrão Cafib.
Neste ponto nos acusa de estarmos sendo injustos, ao afirmarmos que houve desvio das origens desde a criação da Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro.
O nosso projeto OFB surgiu justamente por termos nos desanimado com a possibilidade dos clubes preservarem integralmente o baluarte da raça, o padrão PSC, com base nos julgamentos do “mestre” na década de 1980.
E isso já mostramos amplamente em nossos posts no Facebook e páginas daqui do site, com fotos dos cães premiados neste período do Cafib, comparativamente a fotos dos premiados modernamente.
e se verá tudo escancarado com inúmeras fotografias de época, em comparação com fotografias de cães premiados nas décadas mais recentes.
Mas vamos reforçar neste post que não estamos inventando que alterações – e até graves – tenham ocorrido durante o processo de “aprimoramento” da raça.
Vamos repetir aqui algumas fotografias já publicadas anteriormente, mas no contexto atual, para deixar mais claro os fatos.
Observe-se as premiações orientadas por PSC enquanto estava à frente pessoalmente dos julgamentos. E observe-se as premiações mais “badaladas” da atualidade.
Observe-se os detalhes nas alterações dos lábios dos cães, afastando-se completamente das recomendações técnicas do “mestre”, de que no FB a profundidade dos lábios não ultrapassa o comprimento do focinho. Ou seja, a premiação de cães fora do padrão do próprio clube .....
Observe-se um bom modelo de padrão OFB, o cão Eros, e o compare com a morfologia adotada modernamente para premiação.
A conclusão mais óbvia, é que não se tem mais que debater se os cães foram alterados pelo aprimoramento. Isso já ficou enfadonho.
A negação dos fatos é que descredencia clubes e torna o debate raso e sem resultados. Não será com palavras bem articuladas que a realidade mudará.
A nosso ver os debates deveriam focar em questões como:
Qual tipo visual é melhor, o antigo ou o novo (moderno)?
Em que estudos cinotécnicos se baseou para alterar o tipo físico dos cães?
Qual morfologia é melhor para a funcionalidade de cães de guarda e trabalho, o antigo (ofb) ou o moderno?
Houve evolução no padrão modernamente, ou houve involução?
Qual tipo é melhor para a saúde dos cães?
Nosso projeto veio trazendo à baila fatos que devem ser tratados a bem da raça Fila Brasileiro. Em primeira prioridade acreditamos que temos que preservar o tipo ancestral do Fila moderno.
Expor os fatos faz parte de nosso trabalho para que as pessoas entendam a missão de preservação, e do que se trata.
Até por isso não tem sentido quererem que retiremos o nome Fila Brasileiro deste ancestral original. Este é o Fila Brasileiro de raiz.
Nossas publicações tem objetivo único didático e de capacitação para nossos criadores e interessados na raça Original Fila Brasileiro.
As imagens divulgadas estão livremente disponíveis pela internet.
16 de abril
Texto da Publicação
Prezados aficionados do projeto OFB, estamos lançando mais um projeto, pela preservação e aperfeiçoamento para a raça Original Fila Brasileiro.
O Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro está estabelecendo uma importante parceria com especialistas em comportamento canino, com objetivos de se preparar nossos criadores e tutores, para a correta condução do comportamento de nossos cães, assim como para orientar a seleção dos melhores exemplares, como futuros reprodutores.
Segue a proposta por escrito e o vídeo com os comportamentalistas Arlhys e Marcos.
Curso para formação de agentes multiplicadores em manejo e treinamento de cães funcionais direcionados para segurança privada.
Introdução.
O Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro – NPOFB, propõe a criação de centros de treinamento para tutores e adestramento de cães, inicialmente através de uma experiência em uma localidade que será considerada Unidade Demonstrativa, para posteriormente replicar a experiência com os aperfeiçoamentos alcançados.
Objetivo Geral e específicos.
Promover o desenvolvimento da cinofilia através de métodos científicos, nos ambientes do Original Fila Brasileiro, para preparação de tutores e cães.
01 - Desenvolver habilidades e capacitar pessoas no correto manejo e treinamento de cães funcionais, seja nos meios urbanos ou rurais.
02 – Preparar “treinadores multiplicadores” capazes de repassar os conhecimentos para emprego de cães OFB em segurança privada, ou atuação nos meios rurais em suas necessidades.
03 – Qualificar os criadores do ORIGINAL Fila Brasileiro, para seleção de filhotes, bem como a preparação dos mesmos para entrega aos futuros tutores.
04 – Qualificar criadores para a seleção de cães para reprodução, com observação em manifestações comportamentais.
Metodologia.
O método utilizado será em primeiro lugar a criação de uma unidade demonstrativa UD, para treinamento dos primeiros “multiplicadores” da metodologia, os quais receberão instruções em curso ministrado por especialistas nas áreas da cinofilia, que atendam a cães de guarda e segurança.
Os multiplicadores formados pelo curso, receberão autorização para repassar os conhecimentos a outras unidades regionais filiadas ao projeto Original Fila Brasileiro, fazendo assim o repasse de conhecimentos e habilidades adquiridos.
O curso oferecerá conhecimentos básicos de adestramento e conhecimentos da etologia e morfologia da espécie canina, adentrando características da raça Original Fila Brasileiro.
Posteriormente poderão ser preparados tutores de cães de guarda nas próprias fazendas de interesse, com objetivo de assegurar a guarda territorial com máxima eficiência.
Igualmente serão ofertados conhecimentos básicos de adestramento a tutores em fazendas, com objetivo de tornar os cães de alta funcionalidade em trabalhos rurais.
Assim como a Doma Racional para equinos, alterou todo o manejo arcaico de cavalos de serviço, também o adestramento básico poderá potencializar a capacidade de trabalho dos cães no meio rural.
Desenvolvimento e formação do binômio.
Após seleção e confirmação das pessoas que irão compor o curso de formação, podemos selecionar os cães de raça especificamente OFB, de acordo com o interesse geral. Os mesmos irão participar juntamente com os alunos de todo processo de treinamento, facilitando assim a visualização do aprendizado proposto.
Cronograma e temáticas.
1. Gestão de acidentes 2. Aprendizado 3. Equipamentos 4. Construção da base da obediência e da proteção 5. Prática deliberada
Equipe técnica responsável.
Arlhys Dias (Equipe ADSK9)
Marcos Heitor (Equipe Cão e Carinho)
Arlhys Dias ADSK9 CONSULTORIA E TREINAMENTO DE CÃES.
Cabo da reserva não remunerada - Ministério da defesa. Adestrador de cães há mais 25 anos.
Graduado em tecnologia da segurança pública - UNISUL Especialista em neuroaprendizagem e práticas pedagógicas – UNOPAR Especialista em zoologia ( estudo do comportamento animal )
Responsável pelo canil do CAADEX, ministério da defesa 1998/2002.
Tratador, treinador e responsável pela reabilitação de cães de ruas - Abrigo de cães da UNESA 2003/2009.
INSTRUTOR E PALESTRANTE Exército brasileiro ( CAADEX e BDAINFPQDT ) Força aérea brasileira (canil ala 11 ) Marinha do Brasil
- Corpo de fuzileiros navais Guarda civil municipal do RJ ( canil ) Secretaria de administração penitenciária ( goc )
Coordenadoria de recursos especiais da polícia civil do RJ - CORE Universidade Estácio de Sá
Coordenador e instrutor do curso de cães de detecção da guarda civil municipal de Guapimirim Treinou e aprovou mais de 10 cães em prova de cão acompanhante ( BH )
Marcos Heitor Miranda de Carvalho - Cão e Carinho – Adestramento Canino.
Graduado em tecnologia de Gestão de Pessoas – UNESA.
MBA de Marketing com Operações Comerciais – FGV.
Criador a 38 anos das raças: Fila Brasileiro, Yorkshire Terrier, Schipperke e Pastor Holandês.
Diversos cursos de Obediência, Proteção, IGP e Comportamento Canino.
Vasta experiência em Manejo de Canil, Manejo de Filhotes e Estimulação Neurológica Precoce.
Atualmente trabalha como Adestrador de Cães.
Mais de 25 anos de experiência em Gestão de Equipes.
INSTRUTOR E PALESTRANTE Instrutor Convidado no Curso Cães de Guerra na Aeronáutica.
Instrutor de Curso de Condicionamento de Cães de Exposição.
Palestrante do Curso de Comunicação com os cães na Cão e Carinho.
Instrutor da Disciplina Enriquecimento Ambiental do Curso ADSK9.
Previsão de início do curso – Agosto de 2022.
Local: Cetrecs – Centro de Referência e Treinamento em Tecnologias Sociais, Governador Valadares, MG.
O curso será lançado através da parceria Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro/Centro de Informação e Assessoria Técnica – Ciaat.
As inscrições serão abertas pelo site do Ciaat a partir de Julho de 2022.
Está sendo estudada a possibilidade de parte do curso ser editada, para participação on line, pelos interessados.
No Facebook encontra-se o vídeo com os comportamentalistas Arlhys e Marcos, acesse aqui
Avante OFB.
27 de abril
Texto da Publicação
A seleção zootécnica inteligente.
Consideramos iniciante o nosso trabalho, que apesar de contar com um movimento preservacionista desencadeado há mais de 10 anos, sempre estamos afirmando que é um trabalho de estudos, pesquisas de campo e observação do comportamento genético dos cães em reprodução.
Sabemos que para que a preservação da raça aconteça com sucesso, não podemos abrir mão dos princípios da zootecnia, mas também precisamos não perder as bases ancestrais da raça com suas habilidades desenvolvidas.
Por isso não podemos abandonar os conceitos da Zoognomonia!
Um ponto de grande importância a se estudar, é porque se abandonou o conceito PSC – o tipo original - e se optou por outros conceitos de padrão.
Algumas possibilidades devem ser consideradas, como:
01 – A influência das exposições CBKC no mercado de venda de filhotes.
Sendo a CBKC uma força internacional, a exportação de cães ficaria vinculada a um tipo determinado pela mesma. Como os criadores nacionais ficariam diante da possibilidade de exportar seus filhotes a US$, divergindo em aparência com o conceito internacional?
02 – O fato dos cães antigos passarem a ser considerados “feios”, diante dos conceitos internacionais, por serem menores e menos corpulentos que os Mastifs por exemplo.
03 – A decisão da exacerbação das características raciais consideradas de maior importância, para fazer frente ao mercado. Fato ocorrido em diversas raças caninas no mundo pet.
No caso do FB:
“O Fila Brasileiro se caracteriza por ter barbelas – barbelas maiores significam mais raça” “O Fila Brasileiro se caracteriza por ter bastante couro solto. Quanto mais couro sobrando, melhor, mais “puro” é o cão”. O Fila Brasileiro se caracteriza por ter as articulações frouxas. Quanto mais “mole” seu andar, mais puro é o cão”. “O Fila Brasileiro se caracteriza por ter orelhas grandes e caídas – quanto maiores e mais longas melhor, porque isso significa herança do Bloodhoud” “O Fila Brasileiro é um cão “cabeçudo” e a cabeça vem do Mastif.
E assim por diante, a seleção observou o critério “quando mais melhor”.
04 – No quesito “temperamento”, houve divergência entre clubes, ficando os clubes ligados à CBKC procurando um cão mais sociável para os shows, e os ligados e seguidores do Cafib, valorizando as reações denominadas “ojeriza a estranhos”.
Neste ítem também prevaleceu o conceito “quanto mais melhor”, o que veio a configurar após décadas de seleção, um plantel preponderantemente reativo e defensivo – que os juízes não percebiam por falta de estudos sobre etologia.
05 – Uma alternativa a mais, seria a combinação destes fatores e conceitos.
O mais provável é esta última alternativa, já que se percebe um pouco de tudo, para mais ou para menos, dependendo de cada agremiação de criadores.
E não foi de outra forma que o FB se tornou a raça com mais padrões no mundo cinófilo. E mesmo se considerarmos os padrões lançados por PSC com base nos antigos cães das fazendas, eles não são acatados integralmente como já ficou constatado.
Pela percepção que fica a partir do momento em que lançamos o projeto OFB, há com certeza uma espécie de “vergonha” pelo tipo antigo das fazendas.
Especialmente dos cães que apresentam fenótipo muito parecido com os premiados por PSC na década de 1980, como demonstramos, cães como Dendê da Fazenda Malota, que foi premiadíssimo, inclusive com medalha de ouro (Excelente).
Então que conceitos de raça poderiam abrigar cães como os do passado da raça, já que para os conceitos de raça dos clubes, eles não seriam dignos de serem considerados FB?
Em algumas de nossas publicações anteriores, abordamos este tema, e vamos abordar de novo para os que não entenderam. Claramente as raças FB e OFB estão separadas por conceitos de raças.
Em 10 de Abril de 2021, publicamos a respeito das nossas galinhas caipiras, comparando-as pelo conceito de raça, com as selecionadas com fins zootécnicos definidos, inclusive para a homogeneização fenotípica.
A seleção conhecida como “de granja”, foca em produtividade e homogeneização de forma artificial.
As nossas galinhas caipiras são um patrimônio cultural nacional, não se sabendo exatamente suas origens ou a partir de quais ancestrais elas derivam.
Caracteriza estas raças crioulas ou caipiras uma diversidade de colorações ou subtipos, o que é considerado muito importante para a rusticidade e sobrevivência das espécies e variedades nativas. O que não as desclassifica, ao contrário as valoriza sob diversos aspectos.
Um dos aspectos que leva ao reconhecimento oficial – Embrapa – destas raças, é a culturalidade, o reconhecimento populacional, a tradição das criações domésticas artesanais.
Na ocasião, para exemplificar a cultura da galinha caipira, falamos um pouco do “Tio Choco”, o capão do galinheiro, rabugento e arrepiado, sempre acompanhado de seus “frangotes”.
Uma espécie de comédia dos galinheiros, incapaz de criar, ciumento, ele se dedica a tentar “roubar” as crias de outrem. Na verdade ele está apenas tentando “proteger” os pintos do galinheiro.
No mesmo post discorremos sobre os nossos bovinos crioulos, originários de gado de Cabo Verde e possivelmente também Ibéricos, que resultaram em raças como o Caracu, o Lagenano, o Curraleiro e o mais recente alvo de recuperação, o Pantaneiro.
Em todas estas raças se percebe algo em comum, um tipo identitário. Porém a homogeneização só veio depois, com os trabalhos da zootecnia, FOCANDO EM CARACTERÍSTICAS PRE EXISTENTES NAS RAÇAS, com objetivos zootécnicos.
Mesmo caso do Cavalo Crioulo pampeano, assim como do Cavalo Crioulo Nordestino.
A evolução dos conceitos zootécnicos com base em estudos da Embrapa, considera que haviam raças nativas que posteriormente vem sendo selecionadas com foco em determinados critérios.
Na sede da Embrapa em Brasília, existe um órgão que preserva as raças aborígenes, nativas, coloniais ou crioulas como se queira, denominado Cenargen. E as preserva na íntegra, como o caso de gado Curraleiro.
Alí os animais são preservados de forma integral, sem intenção de se promover neles alterações, porque sabe-se que a seleção moderna poderá necessitar um dia, da rusticidade e outras características destes fantásticos animais domésticos artesanais.
É exatamente neste ponto que devemos focar nossas atenções. O conceito para raças no mundo pet, foca quase que apenas na homogeneização dos animais, com observação na estética para exposições.
Para o caso de bovinos e equinos temos os critérios de funcionalidade e utilidade. E neste ponto é possível se aplicar princípios mais científicos do que simplesmente a estética: a melhoria do que é útil, sem perder a saúde.
Podemos citar o caso do cavalo Crioulo pampeano, conforme a Abccc:
“O cavalo Crioulo tem sua origem nos equinos Andaluz e Jacas espanhóis, trazidos da península ibérica no século XVI pelos colonizadores. Estabelecidos na América, principalmente na Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e sul do Brasil, muitos desses animais passaram a viver livres, formando manadas selvagens que, durante cerca de quatro séculos, enfrentaram temperaturas extremas e condições adversas de alimentação. Essas adversidades imprimiram nestes animais algumas de suas características mais marcantes: rusticidade e resistência. Em meados do século XIX, fazendeiros do sul do continente começaram a tomar consciência da importância e da qualidade dos cavalos que vagavam por suas terras. Esta nova raça, bem definida e com características próprias, passou a ser preservada, vindo a ganhar notoriedade mundial a partir do século XX, quando a seleção técnica exaltou o seu valor e comprovou suas virtudes.
Em 1932, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos - ABCCC, com a missão de preservar e difundir o cavalo Crioulo no país. Cinquenta anos depois, a prova do Freio de Ouro veio para ficar, tornando-se uma importante ferramenta de seleção, uma vez que motivou a otimização da raça, tanto morfológica quanto funcionalmente. “
Os cavalos pampeanos ficaram famosos por suas qualidades, ao serem cavalgados pelos lendários indígenas Guaicurus.
Observe-se que a própria associação dos criadores, considera que já era uma raça antes do século XX: “Esta nova raça, bem definida e com características próprias, passou a ser preservada”.
Observando as imagens de pinturas dos Guaicurus montados, em comparação com os atuais Crioulos, pode-se ver uma similaridade, não por coincidência. Eles tem a mesma origem.
A extraordinária habilidade física natural dos cavalos que originaram o Crioulo pampeano, permanece até hoje, sendo apurada cada vez mais pela criação dos testes de aptidão, entre estes o “freio de ouro”.
Neste caso podemos dizer que houve aprimoramento, para o estabelecimento do standard da raça, com base em qualidades aplicativas e funcionais herdadas de seus ancestrais crioulos.
Os testes aplicados corretamente para as raças caipiras ou crioulas, podem contribuir para aprimorar as raças na direção desejada. Porém é necessário que se os aplique a partir de premissas zootécnicas e científicas.
O achômetro aplicado ao FB derivou em distanciamento do antigo padrão de origem, e pouca evolução do plantel, do ponto de vista da funcionalidade e saúde.
Lição que cabe a todos aprender, até mesmo os criadores do FBM, que podem corrigir os rumos do plantel atual a partir de bons cães que certamente ainda existem.
O que fará a diferença para o OFB é a orientação de parte de estudiosos e mestres como Rinaldo dos Santos, que vem nos orientando, para não perdermos o passado, mas focando em seleção de habilidades para o futuro.
Da mesma forma, para que se mantenha processos seletivos com base científica nos quesitos da etologia, já buscamos mestres na área, que poderão preparar criadores e tutores para testes raciais.
Portanto temos o direito sim de denominarmos o OFB um Fila Brasileiro, já que ele o é desde muito antes dos cães modernos e modificados.
Curioso é que enquanto surge um movimento preservacionista em todo o mundo, que valoriza cães e animais domésticos nativos em geral, um certo complexo de colonizados, leva alguns a negar os nossos nativos.
Nossas publicações tem única intenção de informação a respeito da raça OFB, sendo inteiramente gratuitas e de cunho didático.
As imagens publicadas estão disponíveis livremente na internet.
9 de maio
Texto da Publicação
Referências e Originais.
Por algumas vezes já publicamos a fotografia do cão Dendê da Fazenda Malota, disponível na internet a partir do Boletim O Fila.
Assim como fotografias de diversos cães antigos, referendados como referência por todos os criadores ao longo do tempo.
Focamos nos premiados, classificados com premiações e também os qualificados com louvor, ou seja qualificações “Muito Bom – Medalha de Prata” ou “Ótimo – Medalha de Ouro”, porque estas são referências indubitáveis de qualidade como padrão original da raça.
A publicação das fotografias de Dendê, assim como de outras fotografias do Boletin O Fila, tem trazido certa “dor de cabeça” para os modernistas que se dizem preservadores do FB.
Como ele representa algo que se enquadra como OFB e não se enquadra com os premiados modernamente, como explicar a sua qualificação “Ouro”? E como explicar a enorme diferença dos bem qualificados e bem classificados modernamente?
E porque focamos na publicação de cães considerados por PSC como de elevada qualidade?
É através das referências que se tem a orientação. Sem as referências podemos perder a noção de certo e errado, e ficaríamos perdidos, correndo o risco de cometer desvios comportamentais.
Sim as referências podem mudar com o tempo, e então o comportamento pode se alterar sem que se esteja desorientado.
Porém algumas referências tendem a permanecer ao longo do tempo, porque são referências de base.
Quando um executivo vai a uma reunião de trabalho ele usa o terno, porque ele sabe que esta é sua referência profissional, que de forma automática já informa de que classe profissional é.
Por mais que o mundo da moda se esforce, ele nunca conseguiu alterar esta referência, ao longo de mais de século.
Porque então temos buscado fotografias antigas de Fila Brasileiro, e especialmente fotografias de cães premiados, e mais especialmente fotografias de cães premiados por Paulo Santos Cruz – ou cães de sua criação, e cães premiados em agremiações que em algum momento seguiram a filosofia PSC?
Porque evidentemente ele foi um pioneiro nos esforços de identificar o padrão Fila Brasileiro em sua origem, quando os cães chegavam do interior para as exposições desde 1945.
Porque ele foi coerente com sua criação Parnapuan, por 25 anos preservando o padrão original da raça, de 1950 a 1975, sem qualquer desvio que justifique dúvidas.
Porque a partir da criação da Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro em 1979, ele voltou à ativa como juiz da raça, coerentemente trabalhando para preservar o antigo padrão racial, que estava sendo abandonado pela cinofilia oficial.
Então para nós, a criação Parnapuan e os ensinamentos de PSC sobre o que é o padrão, são referências irrefutáveis, assim como cães como Dendê.
O método proposto por PSC em 1979, para o resgate do padrão original – promover acasalamentos entre bons cães registrados CBKC e bons cães de fazendas sem registro – para nós é referência.
Método que o projeto OFB é o único a seguir, aproveitando os bons cães remanescentes de criações com pedigree, e os bons cães de fazendas ainda encontrados no interior, como temos demonstrado.
E como PSC procurou deixar uma referência para os que o quisessem seguir? Ele deixou um padrão visual, em forma de desenho, juntamente com um texto escrito – o padrão racial PSC.
E estas referências deveriam ser seguidas pelos que quisessem preservar o FB. Não é simples? Ele deixou para nós um “terno” para ser usado! A verdadeira tradição cultural, o patrimônio genético e fenotípico original.
Em ocasiões publicamos o desenho traçado por PSC, que deveria servir de referência para a preservação da raça, ao lado de cães premiados nas décadas recentes, com novas referências de padrão.
Além disso publicamos diversas fotografias do Boletin O Fila, disponíveis na internet, que são apontadas pelo próprio PCS como referências de cabeça e padrão.
Compatíveis com o que seguimos, pois para nós permanecem como referência.
Demonstramos com fotografias de cães OFB nestes posts, que estamos seguindo as referências de padrão original; ao mesmo tempo demonstramos que a modernidade tem outros tipos como referência de qualidade.
Não teria sentido criar uma raça por mais de 40 anos, sem o propósito da preservação de tão magnífica raça, abandonando assim uma tradição antiga de nossas fazendas e do interior do Brasil. A urbanidade e a modernidade não nos convencem neste quesito.
Para nós do projeto OFB, o padrão é como o terno do executivo: atemporal; e não aceita modernização, pois ele é referência para uma tradição. E neste aspecto, não temos vergonha de sermos conservadores!
Onde foram parar os cães de mesmo padrão de Dendê? O que fizeram com o conceito de raça que premiava Dendê com medalha de ouro?
Simplesmente a raça foi alterada, as referências do padrão original foram abandonadas e as orientações se perderam no caminho. Não assumir isso é negacionismo infantil, pois todo mundo já viu o rei nú.
Felizmente alguns criadores de FB silenciosamente, já estão retomando os caminhos do próprio mestre e buscando seguir o que seguimos, o padrão original.
Neste post publicamos mais algumas imagens/referência para que nossos seguidores se sintam seguros dos caminhos que traçamos.
E para que novos criadores possam se sentir orientados, já que a confusão implantada nos meios cinófilos do Fila Brasileiro, implantou também uma desorientação.
E republicamos uma imagem com fotografias de cães premiados modernamente, lado a lado com imagens de cães OFB, e uma imagem do desenho de PSC (quesito cabeça).
Só para que não neguem tanto a verdade, como vem fazendo. Se conseguirem explicar a estas imagens, já seria um passo para o debate sadio, técnico, para se buscar uma saída para a raça FB.
Ou talvez nem queiram esta saída!
Publicamos aqui também fotografias de cães jovens – muitas vezes os detratores do projeto OFB tentam confundir o seu público com fotos de cães jovens como se fossem adultos.
Os jovens OFB não são o tipo “pesadão” que alguns tem como referência para o FBM.
Estas fotos de cães jovens OFB, servem de referência para um bom padrão conforme a idade. Como em qualquer plantel tem animais superiores – por isso que existem exposições – eles servem de referência.
Nossas publicações são de cunho exclusivamente didático, e inteiramente gratuitas. As imagens utilizadas estão disponíveis na internet.
14 de maio
Texto da Publicação
COMUNICADO OFB.
Prezados seguidores do projeto de preservação do Original Fila Brasileiro.
Volvemos a um novo comunicado, de certa forma de urgência sobretudo de bastante importância para esclarecimento de todos.
Como já é de conhecimento de quem nos segue, já sofremos diversos tipos de ataques pelo simples fato de que este projeto descortina uma situação sobre a raça Fila Brasileiro, que embora não seja novidade, é negada há dezenas de anos: a descaracterização dos cães de seu padrão de origem.
Este descortinar da situação tem levado este projeto a um crescimento exponencial, não vivenciado por outra proposta para a raça Fila Brasileiro em tempo algum.
Há alguns meses estamos limitando a entrada de novos criadores e nossos criadores estão procurando reproduzir filhotes de forma mais artesanal, escolhendo os futuros proprietários com bastante critério.
Sabemos que uma avalanche de novos criadores pode ser prejudicial, em um momento ainda de organização e observação de resultados, para uma ideal avaliação dos rumos da organização e das criações.
Nosso grupo hoje com 50 criadores, localizados por todo o Brasil, passa por capacitação interna para que se consolide os conceitos de raça desejados e se qualifique cada novo criador que adentra nossos ambientes.
Certamente este crescimento e adesão ao projeto, tem incomodado a comerciantes de filhotes, e pessoas que desenvolveram tradição em criações comerciais.
No ano de 2021 fui pessoalmente prejudicado por perfil fake de venda de filhotes, com a utilização de meu nome – e do meu canil Caramonã - para venda fictícia de cães, com efetivo golpe financeiro em diversas pessoas.
A escolha insistente e sistemática do canil de forma continuada para a criminalidade, leva a crer de uma intenção de confundir e desgastar a imagem pessoal.
Postei por diversas vezes, comunicados nesta página, porém por mais que tentasse, inclusive com solicitação de apoio policial, não foi possível identificar o criminoso – ou os criminosos; porque pode ser uma pequena legião.
Coincidentemente em diversos momentos nestes períodos, venho sendo alvo de ataques pessoais de baixo calão em redes sociais. Aparentemente há uma sintonia entre as diversas formas de tentativa de atingir minha pessoa.
Supondo pela forma sorrateira dos movimentos de ataques, e dos diversos “modus operandi” dos agressores, a cada momento com uma novidade, é de se deduzir uma sintonia caluniosa e criminosa.
Recebo notícias – não tenho rede social pessoal, nem acompanho de outrem – de perfis Fake em grupos de internet, com fotos de cães possivelmente falsas diante de documentos de registro OFB, buscando atingir criadores do grupo OFB.
Usam imagens distorcidas, imagens de cães jovens como se fossem adultos, cães velhos como se fossem jovens, mas não usam jamais as melhores que identifiquem um Fila de padrão original. A intenção de confundir não se disfarça.
Sob o comando de um perfil não identificável, um grupo fechado – bloqueado para outros – realiza um falso debate sem a oportunidade da liberdade de argumentação.
Há os que se escondem nas sombras fugidias dos perfis falsos, e os que se aproveitam e cavalgam na garupa, se apresentando valentes como cães detrás de grades.
Quando não se tem boas referências do que seguir na criação, assim como na vida, corre-se o risco de cair naquele ditado popular: “Passarinho que acompanha morcego, acorda de cabeça pra baixo”.
Pessoalmente fiquei sabendo como é difícil descobrir estes perfis falsos, quando da ação criminosa que usava o nome de meu canil para tomar dinheiro de pessoas inocentes.
O que se pode fazer em uma situação como estas, é seguir com a caravana em frente, deixando para traz o alarido dos egos alvoraçados.
Para os que nos seguem – segundo informes do Facebook ao nosso originalfilabr já com mais de 30.000 pessoas alcançadas - podemos dizer com certeza que estamos crescendo de forma sólida, sobre alicerces que não se abalam com calúnias ou golpes.
O projeto é composto por um grupo coeso, consciente da proposta e consciente do que está sendo implantado, e mais que isso plenamente satisfeito com os resultados obtidos em suas criações.
A satisfação é justamente o que nos livra do envolvimento com grupos frustrados e emocionalmente desequilibrados.
Criamos por amor à raça, às nossas famílias, à nossa paz de espírito e ao prazer de ter a cada dia a companhia destes maravilhosos cães caipiras, dos quais nos orgulhamos.
Só podemos pedir que os espíritos perturbados nos deixem em paz, se mantenham em seus ambientes, e que continuemos à luz das verdades simples que orientam a preservação da raça OFB.
Segue para todos – os que conhecem mas não reconhecem e os que não conhecem – um antigo texto sobre a Fila Brasileiro, de 1942. Possivelmente o primeiro texto sobre a raça na sua originalidade.
A descrição pode orientar para a busca do passado, na direção de um futuro preservacionista. Aconteceu exatamente no momento em que os cães emergiam das fazendas para o meio cinófilo, e vem orientada pelo fazendeiro criador Benedito Faria de Camargo.
Como já dissemos, se os modernistas não gostam do passado da raça, que façam suas opções, mas não se incomodem tanto com os outros. Se os cães mais premiados sob orientação de Paulo Santos Cruz, não servem de referência para eles, que sigam se afastando destas referências.
Em nenhum momento publicamos fotografias de cães inferiores ou que deixem a desejar pelo conceito modernista. Sempre procuramos os mais premiados – e melhor qualificados - para a comparação com os mais premiados – e melhor qualificados - pelo conceito PSC.
Esta é a única forma de se demonstrar que existem dois caminhos a se seguir.
Todo plantel de qualquer raça se encontra em evolução constante. Portanto se queremos fazer comparações, é ético que se procure os que se encontrem em situação racial evolutiva mais avançada, para qualquer tipo de comparação.
Quem define as referências são os criadores que seguem as determinadas diretrizes, e não os inimigos da raça. Para tanto, seguem algumas fotografias que nos servem de referência como Original Fila Brasileiro.
Dos antigos ao atuais formadores de linhagens seguimos em frente. Estes são os OFB.
A raça prioriza cães fortes, musculosos, "enxutos" e de uma morfologia apta ao trabalho de campo, como sempre foi.
Nossas publicações são inteiramente gratuitas e de cunho unicamente didático. As imagens que utilizamos estão disponíveis na internet.
19 de maio
Texto da Publicação
Seleção e não Geração Espontânea.
O sucesso do projeto OFB é crescente e cada dia mais sólido. Criadores e aficionados tem nos apoiado e sido solidários. Nossa última publicação teve excelente alcance com crescimento constante conforme comunica o Facebook:
Alcance da publicação 15,999 10 de maio – 16 de maio
Pessoas alcançadas 21.599 em 18/05/22 134%
No cômputo geral estamos com 20.166 pessoas alcançadas nos últimos 30 dias. Agradecemos a solidariedade e continuamos em frente com a tranquilidade de quem não está enganando ninguém.
Então vamos em frente. As pessoas querem conhecer sempre mais sobre o projeto e como ele vem se firmando.
E uma de suas bases está na proposta de se juntar genéticas conhecidas de longo prazo, de resultados conhecidos e previsíveis, a genéticas capazes de trazer rusticidade e variabilidade sem alteração das características fenotípicas próprias das origens raciais.
Em publicação recente, o grande randler Milton Cheib, se referindo à fotografia do cão Touro do Caramonã, publicada neste Facebook, se expressou com as seguintes palavras:
“Ganhou várias vezes nas exposições: melhor ataque de todos os cães participantes das exposições e também melhor cabeça várias vezes.”
E completou: “esse cão todas as exposições que eu apresentei nunca perdeu a raça, foram mais de 60 exposições CBKC, CAFIB “.
A pedido de criadores e interessados, vamos demonstrar como se chegou a tal expoente da raça, sobretudo qual foi o foco na seleção e na escolha dos acasalamentos que nos levaram até o resultado desejado.
Ao mesmo tempo, esta demonstração pode exemplificar que desde antes deste exemplar já havia uma preocupação com a seleção focada em cães de padrão antigo, que viemos a denominar padrão original.
Este cão, nascido em 1991, no período em que se reabriu o Clube Mineiro dos Criadores de Fila Brasileiro – CMCFB, associado à Confederação Brasileira de Cinofilia, não foi algo casual. Ele tinha lastro, foi produzido intencionalmente.
Era um cão musculoso, forte, poderosa ossatura, assim como seu irmão Tupã do Caramonã, ambos de temperamento forte, firme, equilibrado.
Touro possuía especialmente as características fenotípicas de antigos cães dos quais descendia, todos de padrão original. Não trazia os excessos de couro ou de massa corporal, ou os lábios profundos e orelhas de Bloodhound como passamos a ver posteriormente.
Era produto de muito trabalho e observações sobre as características da raça original, nosso Fila Brasileiro de origem antiga.
Os cuidados em manter estas características raciais, talvez não tenham sido bem entendidos, por isso parte dos descendentes deste cão perderam aquele padrão, através de acasalamentos com outros objetivos.
Ele foi produzido dentro de uma programação de acasalamentos, onde se buscava antiguidades genéticas ainda existentes à época, com a percepção de que estas antiguidades e o padrão correspondente poderiam estar ficando raros, já no início da década de 1990.
Esta percepção não era exclusiva de uma pessoa, mas de vários criadores antigos ligados ao Clube Mineiro dos Criadores de Fila Brasileiro - CMCFB, assim como havia sido preocupação de outros na década de 1970.
Ao final da década de 1980, com o apoio de antigos membros do Clube Mineiro, Paulo Augusto Monteiro de Moura e Mauricio Soares, juntou-se os então jovens Cristóvão Giancotti e Alírio Barroso e Antônio Carlos Borges, com exemplares puros de origem que estavam disponíveis para acasalamentos.
A reativação do Clube Mineiro, vinha com a preocupação de se resgatar o padrão antigo, com uma programação de acasalamentos entre cães herdeiros de antigas linhagens, já poucos exemplares naquele momento.
Entraram em contato genético por acasalamentos, cães das linhagens Travessão (base Amazonas e Piraí), ABC antigo (Cão Adros), Rondônia, e Jaguara, estas duas muito antigas em Minas, e já com poucos exemplares que representassem realmente os exemplares antigos.
Da parte da criação Caramonã, entrava a genética de Figura do Travessão, nascida em 1977 com pedigree de 05 gerações, e do cão Adros do Vale de Bragança, pais dos primeiros exemplares aqui expostos, Ouro, Opala e Poguaçu.
Entrou na formação do cão Touro, também a linhagem de D. Marli Borsato, de origem muito antiga, nos primeiros CBKC registrados no Brasil, através do cão Conde das Torres do Rio Bonito, trazido de Goiania para Teófilo Otoni.
Este material genético estava programado para compor um experimento de recomposição da raça no conceito antigo, o padrão original. A ideia seria criar um banco de genética forte e bem consolidado, com potencial de ser posteriormente replicado a outras linhagens.
Foi neste movimento que surgiu o primeiro livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, em meados da década de 1990.
Na década de 1990 houve um movimento separatista da CBKC, surgindo a ACB, que acompanhamos em Belo Horizonte. Movimento que não durou muito, por motivos diversos dentro da política de clubes.
Não desejando um alinhamento com a filosofia CBKC para o Fila Brasileiro, o grupo preservacionista manteve seus exemplares preservados, até que surgiu em 2001 o clube UNIFILA em Belo Horizonte com grande esperança para a preservação da raça.
Um dos maiores movimentos nacionais de trabalho com o Fila Brasileiro, o UNIFILA chegou a ser reconhecido como de utilidade pública pela câmara municipal de Belo Horizonte em 2016. Com certeza um potencial que ainda pode ser retomado, bastando para isso que os mineiros retomem o que lhes cabe por tradição.
Neste post vamos abordar a metodologia de acasalamentos com fins de preservação do padrão antigo, que veio a se constituir em uma das bases de genética original. O trabalho iniciado pelo grupo que reativara o CMCFB.
Neste momento, para focar na produção que derivou o cão Touro do Caramonã, não vai interessar adentrar a produção de outras vertentes da linhagem, que partiram de diversos outros acasalamentos desde 1976.
Inicia-se a vertente que gerou o Touro, com o fortuito acasalamento da fêmea Figura do Travessão com o cão Adros do Vale de Bragança, já consagrado pelo antigo Cafib, então dirigido por PSC.
Participaram do programa a fêmea Honda do Engenho, filha da excepcional Fama do Engenho, e a fêmea Tucaia da Jaguara, exemplar remanescente da antiga criação.
A partir de então foram produzidos diversos exemplares os quais naturalmente requeriam seleção continuada no sentido de se resgatar os tipos mais antigos, o que foi efetivamente obtido.
Manter este material genético em continuidade com o tipo original da raça, é outro trabalho que vem sendo realizado ainda hoje, apesar das críticas de pessoas que optaram por outros modelos e referências a se criar.
A alternância entre cães consanguíneos e cães introduzidos no trabalho com o foco escolhido, veio trazendo os resultados.
À época derivaram diversas linhagens que vieram a compor o clube UNIFILA:
Canil São José da Lapa, Canil Uiraçu, Canil Fazenda Mundeo, Canil Tripuí, Canil Aruguá, Canil Serras de Minas, Canil Guardiães do Caracu, Canil Recanto das Garças, Canil Acangussu, Canil Barão dos Filas, que assim por diante foram derivando diversos outros.
A partir de 2012, seguimos mais avante com exemplares dos quais hoje derivam diversas linhagens de canis do projeto OFB, praticamente 50 linhagens que vão seguindo uma mesma diretriz ainda que com a entrada de muitos cães novos no “caldo” genético.
Continuando com o trabalho de acasalamentos programados desde a década de 1980, ao chegarmos ao cão Ouro II do Caramonã em 2012, ficava perceptível a divisão de caminhos entre o Fila Brasileiro premiado como referência nas exposições, e o resultado de todo o trabalho iniciado com os antigos membros do Clube Mineiro.
Seriam mais de 30 anos de seleção programada até 2012, para que se deixasse perder o patrimônio genético obtido pelos criadores, quando nasceu o projeto OFB com a missão de dar continuidade à proposta.
Fica para debate, o uso da consanguinidade como força agregadora de gens e potencial formação de linhagens. Uso corrente na formação de raças de todas as espécies domésticas, e seus riscos quando não se sabe como direcionar os acasalamentos.
Os processos seletivos são intermináveis e a vigilância sobre o surgimento de sinais de desvio na criação, ultrapassa a vida de uma pessoa. Por isso a necessidade da união de diversos criadores com o mesmo propósito.
E na alternância da endogamia com a heterogamia, a vigilância não pode ser menor. Os criadores tem que desenvolver uma percepção fina, na observação de sua criação, para não permitir que taras venham se agregar ao grupamento de gens em formação.
A proposta do projeto OFB é de se criar população animal, partindo-se de algumas bases genéticas de similaridade fenotípica, para uma observação do comportamento destes gens e a partir daí, selecionar para preservar o que de melhor se manifestar.
E quando se fala em melhor, o conceito é no sentido do cão de trabalho, forte, ágil, musculoso e não simplesmente pesado, somando-se a isso a manifestação de instintos que levem a comportamentos positivos e não reativos.
O conceito se consolida para cada criador, através dos exemplares tomados como referência, como os que temos publicado, sejam os antigos, sejam os que estão nascendo dos trabalhos destes anos de OFB.
Para nós, enquanto as criações se consolidam e a organização se estrutura, vamos internamente debatendo, demonstrando as experiências de cada um e concluindo sobre os caminhos a se seguir na seleção.
Para os criadores que seguem clubes e exposições não é diferente. As exposições e seus resultados determinam os rumos a se seguir.
Por isso temos tido o critério de trazer à tona para todos que nos seguem, as comparações fotográficas sobre os caminhos que se pode optar, identificando frente a frente os mais premiados – portanto os melhores a serem seguidos – com os que podemos conceituar como nossos melhores.
Os inimigos do projeto OFB tem feito questão de não mostrar os mesmos que postamos como melhores no conceito racial original, como forma de confundir as pessoas.
Em toda criação e qualquer plantel, haverá momentos de descarte de exemplares, tão logo a população animal esteja em número suficiente. Por isso a regra diferencial no Regimento Interno OFB que reza a não obrigatoriedade do direito de acasalamento para animais com pedigree.
Para as agremiações em geral, se o animal tem pedigree ele é automaticamente reprodutor por direito de cada proprietário.
Nossas publicações tem cunho didático e são distribuídas inteiramente gratuitas.
Chegando agora ao número 1.000 do segundo livro “Cão Fila Brasileiro - Preservação do Original”, com edição se esgotando, estamos programando a publicação em tópicos de partes do mesmo.
Bom proveito a todos e todas.
26 de maio
Texto da Publicação
Referências e Parâmetros.
Considerando que nosso espaço de publicações é também um espaço que lembra tradições e preservações, é interessante relembrar uma de nossas tradições de infância.
Chegando a época do frio no interior de Minas, nossas avós costumavam fazer o chocolate caseiro quente logo ao cair da noite, e a tradição mineira mandava que se anunciasse para a vizinhança.
Eram momentos de compartilhamento ao produto que todos queríamos e pelo qual muito se esperava, mas a tradição também mandava que se criticasse o produto, como forma de justificar terem vindo “provar”.
Assim com as críticas, esperava-se que a vovó fizesse mais no dia seguinte, para que todos novamente pudessem vir compartilhar do sabor do chocolate quente, provar e novamente criticar.
A nós crianças e demais “fregueses” do chocolate quente, cabia chegar nas calçadas e anunciar nova “publicação” da vovó, e então gritávamos a frase: “Galinha no chôco, cachorro late – chôcolate”.
Assim também tem sido nossas publicações no Facebook. A cada publicação temos tido de imediato nos primeiros dias, cerca de 10.000 a 12.000 leitores, às vezes chegando a 20.000 pessoas.
E logo temos notícia de que parte dos leitores – já está se tornando uma tradição - publicam também as críticas, obviamente porque compareceram fielmente a compartilhar e saborear o conteúdo.
E assim continuamos com mais um chocolate esta semana. Galinha no chôco, cachorro late.
Criadores do Fila Brasileiro Moderno (FBM) tem se manifestado conosco no sentido de nos convencer a retirar o nome Original Fila Brasileiro e colocarmos o nome por exemplo de Mastim Brasileiro.
Incoerente, se nos permitem, esta atitude tenta afastar a ideia de que o Fila Brasileiro foi alterado, reivindicando a expressão do nome da raça somente para os padrões que pouco tem a ver com as origens.
É como se quisessem apagar o passado, para que a modernidade tome o lugar de uma cultura. E não querer que as criações coloniais representem nossa cultura.
O lógico seria o contrário. Já que os modernos tem mais aparência com mastins – em alguns casos com orelhas de Bloodhound, o correto seria ajustar seus nomes à sua aparência; talvez Bloodmastif Brasileiro!
É como se os criadores de Pastor Alemão de exposição, insistissem para o que Pastor da Mantiqueira não utilize a denominação de pastor, alegando que não representa a categoria e não pode utilizar o mesmo nome. Mas eles são excelentes pastores e os pastores de exposição já não mais pastoreiam.
Então no caso do OFB, como ele fila e a maioria dos cães de exposição não mais filam, lhe cabe por direito carregar o nome Original Fila Brasileiro.
O nosso trabalho vem provando sobejamente que os atuais exemplares mais premiados, não correspondem aos documentos que comprovam a existência da raça, anteriormente à seleção artificial.
Até mesmo não correspondem aos premiados sob orientação do pioneiro da raça Paulo Santos Cruz na década de 1980, que também foi responsável pelos primeiros textos de padrão da raça, sob observação daqueles cães que chegavam do interior a partir de 1945 – os originais.
Há momentos em que fica difícil acreditar que algumas pessoas ainda não entenderam que original = antigo, de origem, colonial ou também chamado de caipira, o Fila raiz.
Portanto a se falar em preservação, somente cabe falar no colonial, antigo, e ameaçado de ser extirpado das exposições e ambientes caninos em geral, o Original.
Em momento algum vamos cometer a leviandade de acusar os animais modernos de mestiços, apesar das aparências de alguns mais premiados, próxima de mastins, mastifs e bloodhounds.
Sabemos que levianamente afirmam que o projeto OFB é uma grande mestiçagem, sem qualquer conhecimento de causa e mínima comprovação mas isso não faz parte do caráter deste projeto.
Sabemos que a seleção pode ocasionar estas disparidades ao longo de décadas. Os próprios mastins e o Bloodhound não eram originariamente como são hoje. Adquiriram suas aparências modernas certamente por seleção.
No nosso post passado, através de fotografias, demonstramos que dentro de uma mesma linhagem podem surgir alguns exemplares com mais massa corporal, ou mais couro e orelhas do que o desejado.
E cabe aos criadores decidirem em que rumo a seleção deve caminhar, se vamos permanecer nos cães de nossas tradições ou se vamos aproveitar a capacidade da genética de variar, e transformar os cães em algo novo, moderno, antes inexistente.
E para a finalidade da preservação – não inventamos isso – uma excelente estratégia é buscar cães no interior que não passaram pela seleção moderna dos canis. Esta estratégia foi traçada pelo próprio PSC em 1979, e hoje a utilizamos.
De onde teria vindo o plantel que forma os clubes especializados atualmente, senão de cães da CBKC e cães sem pedigree, encontrados ao acaso ou a partir de algumas fazendas do circuito regional Sul de Minas/São Paulo?
Eles podem ter sido alterados no padrão, ao longo de décadas, mas a origem primeira foi esta que hoje negam.
E achamos que cabe a nosso movimento preservacionista, levar a estratégia e os seus objetivos para os mais novos. Porque sabemos que para os que já trilharam determinado caminho, é bastante doloroso voltar aos antigos trilhos. É preciso abrir mão de uma construção de conceitos modernos.
Neste post, mais uma vez em dezenas, vamos colocar frente a frente os modelos que servem de referência para ambas as situações – modernos e originais. E assim aproveitamos para demonstrar que a alcunha de Mastin Brasileiro caberia muito melhor para os Fila modernos, os FBM.
Temos tido o cuidado de postar em nossas publicações, para as comparações, os melhores e mais premiados nas exposições frente aos que consideramos nossas referências.
E como não temos mais que uma década de trabalho seletivo e observação do comportamento genético dos cães de padrão original, sempre é bom lembrar que temos um caminho pela frente.
E de olho no que já fizeram com a raça, pra não cometermos os mesmo equívocos.
Após 50 anos de seleção zootécnica artificial, já se pode supor que é chegado a um padrão escolhido. Portanto o Fila Moderno é uma opção clara, consciente e determinada. Que não queremos seguir.
A CBKC tem sido bastante coerente ao longo dos anos, procurando alterar os textos de padrão por diversas vezes ao longo de mais de 50 anos.
O que nos faz estranhar – e a todos em geral – é alguns clubes especializados que se dizem seguidores das orientações de Paulo Santos Cruz, seguirem na verdade a CBKC em suas premiações.
Felizmente com relação às provas de temperamento das exposições, as coisas estão mudando, e espera-se que a aparência externa dos cães se torne compatível. Assim eles se apresentarão mais ágeis e destemidos também.
Também queremos aproveitar e pedir para que os grupos de modernistas do FB, postem igualmente o que temos orientado como ideal como referências para nosso trabalho seletivo, assim como fazemos com os melhores FBM atuais.
Nossas publicações são gratuitas e de cunho didático e as imagens obtidas estão disponíveis livremente na internet.
E que sejam bem vindos nossos ávidos seguidores, saboreiem nossa publicação, critiquem e nos divulguem:
Galinha no chôco, cachorro late: Chôcolate.
7 de junho
Texto da Publicação
Nesta publicação, vamos postar um texto de autoria do criador e selecionador da raça OFB, Alberto Jorge, do Canil Cangaço, onde o mesmo discorre a respeito da produção de cães hipertipados.
Este tem sido um tema corrente entre nossos criadores, em nossas capacitações frequentes, especialmente os que vem chegando no projeto OFB.
É importante que aqueles que querem participar do projeto, estejam afinados com os princípios que fundamentam os trabalhos com a raça. Aqueles que querem apenas criar para apresentarem seus cães em exposições, devem buscar os clubes de criação para esta finalidade.
Segue o artigo do criador Alberto Jorge:
“Molossos e funcionalidade.
Alberto Jorge S Carvalho Criatório Selecionador Cangaço 4/6/22.
Em rápida pesquisa na internet é possível encontrarmos diversas iniciativas positivas de resgate da funcionalidade perdida em várias raças caninas. Linhas de trabalho de pastores Alemão e Belgas, cães de caça caçando, cães pastores pastoreando, a percepção e conscientização cada vez mais disseminada do quão deletéria é a hipertipia, com várias ações para enxugamento do fenótipo e consequente melhoria da saúde com o passar das gerações.
Apesar de algumas entidades de raças já terem se posicionado contra o hipertipo, proibindo acasalamentos que o acentuem e revisando padrões, infelizmente a FCI ainda não o considera um problema, pois seria, segundo ela, o que permitiria distinguir as raças caninas. O que a FCI fez até agora foi instruir seus juízes, para facilitar a punição em competições de hipertipos que comprovadamente causem problemas de saúde.
“Escolha um trabalho e o trabalho escolherá o cão”, Floyd Boudreaux.
Originalmente os cães sempre foram selecionados com base em sua capacidade de realizar tarefas práticas, mas não é de hoje que várias raças padecem de hipertipia, devido ao desuso de suas funções originais e à seleção artificial equivocada, voltada ao exótico, que beira o grotesco mas agrada ao mercado, com critérios estéticos dissociados da função. Isso compromete o bem-estar animal em curto prazo e representa até risco de extinção em longo prazo.
Em virtude disso algumas destas raças sofrem de problemas de saúde, como as excessivamente braquicéfalas, as bassetóides, as neotênicas, miniaturizadas, todas estruturas contranaturais, anormalidades que atentam contra a própria espécie.
Exemplares que não conseguem mais procriar naturalmente, nem fazer a cobertura sem ajuda ou parir normalmente: tendo que apelar para inseminação artificial e cesariana. Problemas respiratórios, palato mole delgado, hipertermia:
Em 2003 o best in show da Crufts, uma das principais exposições caninas britânicas teve que receber a premiação sobre cubos de gelo.
Raças agigantadas com osteocondrite, displasia coxofemural e de cotovelo. Problemas locomotores por membros excessivamente retos, dermatites por excesso de dobras na pele, siringomielia por causa da diminuição do volume do crânio. A busca por caudas em formato saca-rolhas está diretamente relacionada aos achados de escoliose. Infecções de ouvido nas raças muito orelhudas.
Pesquisas mais recentes levantaram até a possibilidade da crista do Rhodesian Ridgeback predispor ao seio dermóide (10% dos indivíduos com malformação).
Em um estudo de 2009 no Reino Unido, com as raças mais populares, foram mapeadas mais de 400 doenças hereditárias sendo que mais de 100 delas diretamente relacionadas a hipertipos exigidos ou favorecidos pelos padrões das raças.
Do ponto de vista zootécnico as condições ambientais não costumam produzir animais hipertipados. A natureza descarta o supérfluo. Alguns zootecnistas e veterinários já alertavam para esse problema desde o início das criações urbanas na Inglaterra e Estados Unidos que, diferente da cinofilia alemã, enfatizaram as exposições de beleza. Mas suas vozes eram poucas e desprezadas.
A Enciclopédia Canina, de Fiorenzo Fiorone, chama a atenção para o caráter nocivo do antropomorfismo na criação animal em 1970, assim como outros autores. A revista Figaro Magazine, um suplemento semanal do jornal Le Figaro, fez matéria sobre o assunto em 1996. Em 19 de agosto de 2008 a BBC transmitiu o documentário Pedigree Dogs Exposed, onde aborda a questão da saúde do cão e seleções de reprodução voltadas ao hipertipo, incriminando diretamente os kennels.
Essa questão da hipertipia, do distanciamento gradativo, ao longo das décadas, da morfologia original, morfologia esta facilmente constatada pelos vastos registros fotográficos que temos da época de formação da raça, séculos atrás, está na base do nosso projeto OFB de resgate e preservação do Cão de Fila Brasileiro original. E é diretamente relacionada à melhoria geral da saúde do plantel por consequente eliminação dos problemas causados pela hipertipia.
Juntamente estamos conseguindo readquirir também o instinto, a estabilidade emocional e nervosa, a funcionalidade de guardião e boiadeiro, e principalmente a sua rusticidade natural, todos atributos originais da raça que estavam se perdendo.
A cinofilia dita oficial é direcionada pela demanda mercadológica. Molossos que ainda realizam funções práticas como o Kangal, o Pastor da Anatólia, o Bully Kutta, o Alabai (Pastor da ásia central) e o Pastor-do-cáucaso, estão sendo assediados e trazidos para o sistema de exposições estéticas por modismo. Em algumas raças esse problema ainda está moderado e sob controle, tais como o Dogue Canário, o Cane Corso, o Dogo argentino, o Cão de Presa de Maiorca, o Dogo Guatemalteco, algumas criações de Bulmastiff e o Dogue brasileiro.
Outras já estão em processo relativamente avançado de seleção artificial desvirtuada, em maior ou menor grau: Mastiff Inglês, Boerboel, Dogue de Bordeaux, Tosa, Rottweiler, Dogue Alemão, São Bernardo, Mastim espanhol, Mastim dos Pirenéus, Terra Nova, Mastim tibetano.”
Então prezados seguidores, reforçamos a importância de permanecer com nosso trabalho. Em uma próxima publicação nossa, o estudioso Alberto Jorge, vai nos descrever o histórico do Mastino Napoletano, caso clássico de alteração de raça por seleção artificial.
E para reafirmação de nossos propósitos, continuando nossas publicações “chôcolate”, vamos trazer aqui a fotografia de um cão Fila Brasileiro que obteve título de campeão em exposição, de nome Lyoto Fila Roots, cão nascido em 2014, originário de cães em sua maioria de bom fenótipo, não moderno.
Pelo que pesquisamos, não vinha sendo um dos mais referendados nas exposições até que o projeto OFB tomasse a força que vem tomando de alguns anos para cá.
Observa-se em seu aspecto exterior na maioria das fotografias em que aparece, menos couro do que o desejado para os conceitos modernos, assim como o focinho sem excesso de profundidade e igualmente as orelhas postadas como determina o padrão PSC.
Em geral, cão de boa conformação e musculatura, mais músculos do que massa, pernas de bom tamanho, denotando capacidade física para trabalho.
Porque é interessante focar neste animal?
Porque ele representa o que estamos vindo afirmando, da possibilidade de se escolher bons exemplares para a recuperação da raça, relativamente ao padrão original.
E estamos procurando resgatar alguns destes cães, entremeio à profusão genética que se formou na raça Fila Brasileiro nas últimas três ou quatro décadas. Esta tem sido uma missão a que alguns de nossos criadores tem se disposto.
O projeto OFB não é um movimento das políticas de clubes, é um movimento preservacionista! Não somos contra clubes, criações ou pessoas. Somos a favor da raça Fila em sua versão original. Que se unam todos a nós.
Não caímos na irresponsabilidade de nominar de mestiços os cães diferentes de Lyoto, ainda que muitos se pareçam enormemente com mestiços de raças importadas.
Primeiro que as aparências não nos credenciam a suposições e ilações. Depois, não é objetivo prejudicar, descredenciar clubes ou canis. O objetivo é didático e preservacionista.
Nosso programa de aproveitamento de genéticas é claro e transparente. Aproveitamos o que há de melhor do ponto de vista de fenótipos, independente de nomes de canis.
Como demonstramos na prática, no caso da fêmea Mulata do Caramonã (publicação anterior), desvios do ideal são possíveis de se acontecer, havendo a necessidade de seleção constante nos planteis.
Com a introdução de genéticas não tocadas pelos canis – seleção rústica de fazendas – fortalecemos o trabalho de seleção.
Alguns nos perguntam, porque então não propusemos fazer este trabalho nos clubes. O texto de Alberto Jorge bem explica esta situação. Observe-se que denúncias vem sendo feitas aos clubes, desde a década de 1970, sem qualquer efeito.
A direção determinada pelos clubes foi clara, sem possibilidades de debates de conceito. O BKC conscientemente determinou a alteração do padrão inicial 1950, desde 1976, continuando com a CBKC alterando o texto do padrão por diversas vezes até 2016.
Clubes especializados que se desvincularam da CBKC, não resistindo à força comercial da organização mundial, optaram por seguir seus passos, como demonstramos claramente no post passado.
Inicialmente o fizeram de maneira mais disfarçada, na década de 1990, distanciando-se do antigo Fila caipira aos poucos até chegar onde chegamos. Os destinos da raça estavam traçados.
Estamos fazendo nosso trabalho e estamos tendo sucesso no que nos propusemos. Temos um longo caminho pela frente, mas temos rumo e determinação. Não somos movidos por interesses mercantilistas, mas por sentimento de brasilidade, e pelo prazer da criação artesanal.
Como temos sido alvos de divulgação de fotografias mal focadas ou de fotografias de filhotes e cães jovens como se fossem adultos, postamos aqui alguns exemplos e algumas correções.
A questão da evolução caraterística dos Filas de padrão original, segundo as fases de idade, já foi abordada no livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original” edição 2018, pag 74.
No livro postamos as fotos de filhote e adulto da fêmea Cauana do Amparo, demonstrando como em filhote um Fila de padrão original pode parecer pernalta, porém em adulto se tonando excelente animal de raça.
Há uma fase nos filhotes de padrão antigo por volta de 7 a 9 meses de idade, em que podem se tonar longilíneos, retomando por volta dos 12 meses a estrutura harmoniosa.
No filhotes modernos, já se percebe uma corpulência precoce – o que os faz ficarem mais “fofos” e por isso mais comerciais. A mesma corpulência que se tornará demasiada na idade adulta, com tendência à obesidade.
Segue uma fotografia do cão Apolo do JC (um dos canis OFB mais difamados), filho da fêmea Sol da Chácara Terramoto, e de um cão do canil Martalice, produzido pela seleção OFB.
Como se vê a cadela Sol, de excelente origem e fenótipo desejável para a raça OFB, devidamente acasalada com a escolha certa, nos trouxe o resultado desejado; cabeça molossóide, sem similaridade com mastins, mas do tipo antigo, OFB.
Também mostramos uma fêmea, esta proveniente do Canil JC, matriz do Canil Apeú, cujas fotos foram muito utilizadas quando filhote com objetivos de difamação do projeto OFB.
Segue a mesma fêmea em duas fazes de sua vida, de jovem a adulta, onde se pode ver que o animal adulto é desejável para a recuperação da raça. Juntamente com a mesma, o cão Xamã do Arizona, agora também adulto.
Fazendo jus também a outro canil que tem sido muito perseguido pelos inimigos do projeto OFB, segue uma fotografia de Alexandre Santana, com fêmea jovem de quarta geração OFB, resultado de acasalamentos programados.
Proveniente de fêmea com pedigree FB porém de fenótipo aproveitável para as finalidades do projeto OFB, acasalada com machos de padrão antigo e cães de origem em fazendas, chega-se a um padrão morfológico funcional.
Como colocamos na edição anterior, nossas publicações são como o chocolate quente das vovós. As pessoas vem avidamente nos buscar. As críticas já sabemos que virão, mas fazem parte, até para que continuemos a fazer os nossos chocolates.
As críticas nos estimulam e como na tradição, devemos a cada publicação, anunciar:
“Galinha no chôco, cachorro late – Chôcolate”.
Nossas publicações são inteiramente gratuitas e de cunho exclusivamente didático. As fotografias publicadas estão livremente disponíveis na internet.
13 de junho
Texto da Publicação
Reconhecendo nossas origens culturais.
Prezados aficionados, segue mais uma publicação de nosso chocolate quente.
Nosso trabalho de recuperação da raça Fila Brasileiro na sua versão original, o Original Fila Brasileiro, tem recebido resistência de criadores autoproclamados de tradicionais, o que nos leva a pensar porque, já que seria quase que obrigatório para todo povo, preservar suas origens e valorizar sua história.
Talvez a resistência ocorra por mais de uma razão.
Uma destas é mais notória e óbvia, que é o fato mercadológico. O projeto OFB é por si só uma denúncia de uma situação que se encontrava – quase que podemos dizer – oculta.
O mercado de cães, não só da raça Fila Brasileiro, sempre procura o exótico, o “novo” ou a moda lançada em conjunto por criadores influentes e juízes que concordam em estabelecer a mesma moda.
Com as premiações nas exposições, os criadores que estão no mercado, tem poucas opções a não ser seguir os rumos traçados.
Porém temos um outro fator mais curioso, que pode estar também nas bases das manifestações contrárias ao projeto de restauração da morfologia original da raça FB.
Recentemente o cantor Rodrigo Lamore levantou uma hipótese da possibilidade da música nordestina ter passado por influência da música árabe, com um interessante texto que nos foi passado pelo nosso criador Alberto Jorge.
Rodrigo é cantor, músico e compositor, oriundo da cidade de Ganambi (BA), com 30 anos de carreira musical, pessoa estudiosa.
Ele sita o Aboio como uma possibilidade de interlocução entre o Brasil e os árabes:
“Você já ouviu um tipo de canto chamado Aboio? E você já ouviu um outro tipo de canto chamado Adhan? Eles são muito parecidos em suas técnicas vocais e estilo, e remetem às mesmas origens. E elas podem revelar uma maior aproximação entre Brasil e países árabes que pouca gente já percebeu ou estudou a respeito.”
E segue discorrendo em um interessante texto, sobre as relações de Portugal e Espanha com os árabes muçulmanos, e as influências culturais desta fase. Afinal os muçulmanos estiveram presentes na Península Ibérica por 700 anos antes das chamadas Guerras Santas, quando a Europa rompeu com os árabes.
Então é interessante notar também, que o rompimento da Europa com os Muçulmanos, criou uma resistência à diversidade cultural ibérica, trazida também ao Brasil, entendendo-se como uma cultura inferior.
No Brasil colonial, e até recentemente por meados do século XX, o Brasil enviava os filhos da classe rica à França para estudar. E raramente a Portugal ou Espanha.
E quando se iniciou com a exposições de cães no Brasil, a influência da cultura cinófila era proveniente de onde? Principalmente Inglaterra e por “tabela” dos EUA.
Como então alguém poderia admitir que a raça Fila Brasileiro, saída dos interiores de MG na década de 1940, poderia ter origem em Portugal? Ou origem ibérica?
Nossos bovinos de origem ibérica foram quase que integralmente extintos, quando da chegada do Zebu, em boa parte porque não tinham “valor”, eram considerados “gado comum”.
Quando o Fila surgiu nas primeiras exposições de cães, os fazendeiros não sabiam de onde tinham vindo, e apesar de um dicionarista o identificar como de origem ibérica desde 1813, os cinófilos logo preferiram identifica-lo como de origem inglesa.
Ideia prontamente aceita nos meios das exposições.
Surgiu uma informação à época que, quando D. João veio para o Brasil, recebeu de reis da Inglaterra, cães da raça Mastif que – segundo se dizia – provavelmente teriam dado origem ao Fila Brasileiro, com acasalamentos com cadelas nativas.
Acreditava-se à época que o Fila Brasileiro seria originário no circuito geográfico Minas/São Paulo, com ênfase em fazendas do Sul de MG. Lógico, porque a cinofilia se iniciava com pessoas que pouco se relacionavam com os interiores caipiras.
A despeito de toda nossa cultura de origem ibérica, e quase nenhum traço de cultura inglesa em nossa história, aparentemente seria mais adequado que ele fosse de origem inglesa, já que os ingleses eram famosos por sua criação de mastifis, buldogues e hounds de caça.
E isso certamente valorizaria o nosso cão caipira perante a comunidade cinófila, que naquele momento (1945/1950) era formada especialmente pela elite paulista.
Havia todo o folclore mitológico de ser um cão onceiro, boiadeiro, destemido, bravio, mas sendo de base nórdica europeia e não ibérica, seria mais valorizado.
Assim toda a cultura que se estabeleceu em torno do Fila Brasileiro, foi influenciada no BKC pela “performance” dos Mastifs, mas com as orelhas do Bloodhound. Algo que foi programado para ser assim, mas não era na verdade assim.
Nas exposições da CBKC ouvia-se muito dizer que nosso Fila ficava desmoralizado nas exposições ecléticas, quando desfilavam nos momentos dos julgamentos de grupo, junto a Mastifs e Mastinos.
Como poderíamos querer exportar aqueles cães feios, perante a exuberância destas outras raças?
Na verdade sempre se negou aquela aparência mais caipira, menos parecida com Mastifs/hounds. Eles não eram tão condizentes com a fama mundial dos cães ingleses. E obviamente não teriam uma inserção interessante no mercado.
Estabelecido o tipo brasileiro com base nos tipos ingleses, mas adquirindo aparência própria, seguiu-se para a fixação da morfologia que hoje denominamos de moderna.
Somente em 1975, cerca de 30 anos dos primeiros exemplares aparecerem em exposições BKC, é que se deu por conta das transformações da raça. Surgiu então um movimento de reparação da raça dentro da própria CBKC.
Mas então os cães já estavam tão modificados, e o mercado já tinha absorvido tanto a aparência deles, que uma reparação para o antigo padrão original, representaria um prejuízo considerável para os criadores já então considerados tradicionais.
Foi quando o antigo criador e juiz da raça, Paulo Santos Cruz, ligado à raça desde seu surgimento na cinofilia brasileira, resolveu radicalizar no movimento preservacionista e foi expulso da CBKC, banido como juiz da raça. Seus posicionamentos prejudicariam a criadores influentes no meio cinófilo.
Observe-se que ele tomou uma posição radical, a partir da criação da Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro - CAFIB, embora tenha sido ele mesmo o “inventor” da hipótese das origens inglesas para o FB.
Embora tivesse ousado com esta “sacada”, ele nunca se desviou em sua criação Parnapuan, daqueles Filas que tinha conhecido nas fazendas, em seu pioneirismo com expedições ao Sul de MG. E foi tomando base nisso que criou o clube Cafib.
As premiações nas exposições do Cafib realizadas sob a batuta de PSC, hoje deixam seus antigos seguidores bastante incomodados, considerando a morfologia e fenótipo que ele preferiu, para a recuperação da raça na década de 1980.
Comparando-se as fotos desta época e os premiados entre 2010 e 2020, pode-se ver o quanto se preferiu seguir os modelos CBKC.
Já postamos neste Facebook fotografias de cães premiados e inclusive qualificados com “medalha de Ouro” – Qualificação Ótimo, como o caso do cão Dendê da Fazenda Malota. E ele não era um cão de origem desconhecida, mas um cão proveniente de uma seleção programada para se chegar onde chegou à época.
Tampouco Dendê foi uma exceção. Todos os cães premiados sob a batuta de PSC, tinham a mesma aparência diversa dos atuais campeões.
Comparado com o conceito de ideal modernamente, são muito destoantes. Os modernos buscam o conceito europeu não ibérico, das pistas de exposições das nossas elites cinófilas.
O que buscamos é o conceito original descrito nas fotografias de época, reconhecendo uma origem ibérica, a partir do momento em que se reconheceu Portugal e Espanha como regiões importantes por seus cães de gado e cães de presa.
Não haveria outro motivo para o nosso cão caipira ser denominado de Fila Nacional, logo quando surgiu nas exposições caninas do BKC. Já havia em Portugal o Alão que era também denominado Cão de Fila.
Toda a ligação do nosso Fila com cães portugueses foi bastante pesquisada em documentos e depoimentos de estudiosos portugueses, estando disponíveis no livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original” versão 2018, sem que no entanto os criadores modernos tenham se dado ao trabalho de ler.
As críticas se concentram ou em negar as origens ibéricas de nosso cão, ou negar a realidade fotográfica de época que temos mostrado em nossos posts.
Ou mesmo – esta é mais recente - em afirmar que os cães OFB são cães que existem “aos montes” nos clubes modernos!
Neste post vamos colocar algumas fotografias a mais, no sentido de fixar aos olhos de nossos seguidores, a morfologia que consideramos nativa e sobretudo funcional, pois o nosso Fila é originariamente um cão de trabalho.
E postamos aqui, para enriquecer o conhecimento, além de solidificar a ideia de se criar cães de trabalho, um vídeo do mestre da criação do Pastor Alemão de trabalho, Max Macedo, onde ele explica a importância da prova de trabalho, no caso da prova de trote para a raça.
Prática que muitos de nossos criadores estão testando em suas criações, para que mais à frente possamos estabelecer os parâmetros próprios para o Fila, já que são raças diferentes. A partir de quando então poderemos criar os eventos, os quais devem medir as qualidades funcionais de nosso plantel.
Explicando a prova de resistência. Vídeo de Max Macedo especialista em cães Pastores Alemães de trabalho. https://youtu.be/RFvYbUJ1RAM
Observe-se a conformação destes cães pastores de trabalho, e o quanto a morfologia dos cães pastores de exposição está distante deles. O que demonstra que o modelo de exposição aplicado em geral, não prioriza a preservação das raças em seu padrão original. Vide também o Fila Brasileiro.
Muitos nos cobram a apresentação de nossos cães OFB em exposições, como se isso fosse um requisito de selo comprovante de qualidade. Mas ao olhar para o que as exposições fizeram com o FB, não nos convencem, pois é exatamente na busca de corrigir tais equívocos que foi necessário o projeto OFB.
Todas as nossas publicações tem objetivo didático e de disseminação de conhecimento sobre a raça Original Fila Brasileiro. Todas as fotografias e imagens divulgadas neste site estão disponíveis livremente na internet.
Que nossos seguidores venham mais uma vez se aproveitar de nosso petisco, e que as críticas possam nos levar a mais produções.
22 de junho
Texto da publicação
Mitos, metáforas e entendimento concreto.
Em mais uma publicação de nossos chocolates quentes, seria interessante abordar a dificuldade de entendimento de alguns de nossos seguidores, a respeito de nossas publicações na tentativa de fazer entender o que é um OFB.
Especialmente a dificuldade que estes tem de entender a nossa comunicação, procurando obviamente sem sucesso, entender tudo de forma concreta.
Um fato relatado pelo professor universitário, escritor e mitologista Joseph Campbell (1904/1987), pode bem ilustrar o que queremos dizer. O fato se passa em uma de suas entrevistas para uma emissora de rádio.
Campbell explica que estas entrevistas eram para ele sempre trabalhosas, porque se tratava de pessoas concretistas mentalmente, e elas tinham o poder de comunicar sua forma de entender as coisas, para milhares de outras pessoas.
Ele dizia: “você se dirige sem vontade a disc jokeys e entrevistadores, eles próprios não desejosos de ler o livro sobre o qual se supõe que conversarão com você, para mostra-lo ao público”.
As pessoas mais desejavam falar sobre seus próprios entendimentos, a respeito dos assuntos do especialista.
Nesta entrevista em que Campbell deveria discorrer sobre seu assunto de maior conhecimento, o Mito, o entrevistador já iniciou a conversa – antes mesmo de perguntar, com as palavras: O Mito é uma mentira; a palavra Mito significa uma falsidade”.
Ao que naturalmente Campbell tentou corrigir: “Não, o mito é uma metáfora”.
E assim durante quase toda a entrevista os dois permaneceram batendo na mesma tecla, sem sucesso para que a entrevista realmente acontecesse.
Até que percebendo que seu tempo ali estaria perdido, o escritor propôs ao radialista, que desse um exemplo de metáfora. Ele percebera que o entrevistador não sabia o sentido verdadeiro da palavra.
O radialista então arriscou uma frase: “Meu amigo John corre muito depressa. As pessoas dizem que ele corre como um cervo. Eis aí uma metáfora”
Ao que Campbell retrucou: “Esta não é uma metáfora. A metáfora é: John é um servo”.
O radialista ainda contra atacou: “Isso é uma mentira” E Campbell reafirmou que seria uma metáfora e a entrevista acabou. Cada um saiu com sua convicção, porém o escritor considerou que conseguiu explicar para os que tem capacidade para entender.
Então aqui em nossas publicações, algumas pessoas muitas vezes vem com perguntas, e muitas vezes já carregadas de afirmativas e de convicções próprias, que acreditamos não haver forma de fazê-las entender as intenções de nossa comunicação.
Ao que se percebe, estas pessoas sequer tiveram o trabalho de ler o livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original, versão 2018”, pois como dizia Campbell, elas já vem “não desejosos de ler o livro sobre o qual se supõe que conversarão com você”. Que seria um bom início de conversa para entendimentos.
Elas vem já com as conclusões sobre suas próprias perguntas, inviabilizando o diálogo.
Eles querem saber se os cães tal e tal poderiam ser considerados OFB, e quando respondemos que não os conhecemos pessoalmente, eles entendem que não estamos respondendo devidamente suas perguntas.
De outras vezes eles demonstram mais desentendimentos quando postamos desenhos ou fotografias de cães que podem representar o perfil morfológico desejável para um OFB, se estes cães estão no passado da raça FB.
Para eles, como cães antigos – através de fotografias - podem ser denominados OFB, se o projeto foi criado só recentemente? Raciocínio concreto.
Para nós não importa essencialmente os nomes dos cães, dos canis ou dos clubes a que eles pertencem ou pertenceram. Importa que se entenda a imagem positiva ou negativa – considerando o desejável e o indesejável para o conceito OFB.
O que buscamos passar é o conceito! A imagem postada é como se fosse uma metáfora, um exemplo. É necessário que a pessoa ultrapasse a limitação de sua capacidade concreta de entendimento, e adentre a mensagem que se está passando.
A se permanecerem no concretismo, é possível que pessoas passem a vida toda perguntando sem encontrar a resposta. Muitas vezes a respostas podem estar até mesmo no silêncio, sem que as mentes percebam.
Na própria estória contada do Fila Brasileiro por alguns autores, quando se diz que o cão é onceiro, boiadeiro, intrépido, pode-se entender como o estabelecimento de referências e padrão a ser preservado.
Ainda que as estórias sejam mitos, é necessário entender a função dos mitos no caso, como algo que estabelece padrões, referências e exemplos. Algo que serve como metas de criação, não sendo necessário que se coloque os cães para caçar onças para preservar determinadas características.
Basta que se busque nas fotografias dos primeiros cães que emergiram das fazendas nas décadas de 1940 a 1960, e teremos o conceito.
Não necessariamente tudo igualzinho, porque a genética estabelecida no trabalho e na sobrevivência colonial, não obedece aos conceitos da criação artificial. Não se propõe criar galinha de granja.
Para se entender o conceito, é necessário ultrapassar o entendimento concreto.
Campbell bem explica em suas publicações, como sacerdotes ao não entenderem as metáforas dos mitos de suas religiões, podem cair em entendimentos concretos, perdendo com isso a essência espiritual: os conceitos que devem orientar a vida das pessoas e da sociedade.
Em praticamente todas as religiões do mundo, o conceito de humanidade e fidelidade à superioridade, é a COMPAIXÃO. Entender isso como essência evitaria todas as Guerras Santas.
A essência da criação das raças caninas, desde a primeira proposta de estabelecimento dos padrões, era preservar. Trazer para dentro de clubes, a responsabilidade de preservar patrimônios obtidos pelo trabalho lado a lado com comunidades humanas, em suas mais diversas atividades.
À medida que a sociedade evolui tecnologicamente, não mais necessitando das antigas habilidades desenvolvidas pelos cães ao longo de séculos ou mesmo milhares de anos, e os cães se tornam obsoletos, fica para nós a responsabilidade de preservar o patrimônio histórico.
Precisamos perceber a morfologia que deve ser preservada, por trazer consigo uma história, e perceber que se afastando desta morfologia estamos correndo o risco de incapacitar nossos animais.
A transformação dos cães em objetos de moda, para fins comerciais, com alterações em seus padrões de origem, se constitui em desvios da essência. E é esta essência que procuramos em nosso trabalho com o OFB.
Entender isso evitaria a tentativa de se travar uma quase guerra contra o projeto, e ao contrário deveria nos unir a todos com o mesmo propósito.
Mas assim como a entrevista de Campbell termina com o não convencimento de seu interlocutor radialista, sabemos que nosso trabalho não convencerá a todos, especialmente os concretistas, que não podem alcançar a conceituação OFB.
Por isso seguimos em frente – e estamos crescendo com uma grande maioria de seguidores que entendem a proposta – e não podemos esperar por uma minoria que anda a passos mais lentos.
Neste post, para exemplificar o que queremos dizer quando postamos fotografias e desenhos, para certo ou para equivocado, duas fotografias do cão Lyoto Fila Roots, em posições que poderiam ter sido utilizadas de forma diferente.
Já publicamos uma das fotografias com elogios ao animal Lyoto, considerando que o mesmo possa corresponder na realidade a esta boa performance morfológica. Caso nossas intenções fossem prejudicar clubes ou criações, poderíamos ter utilizado a fotografia em que o cão aparenta padrão inferior à sua realidade.
Também seguem duas fotografias de outro cão em posições diferentes. Não podemos dizer se o cão é isso ou aquilo, apenas o que as imagens dizem, para efeito didático. A realidade do animal pode ser outra.
Também segue uma fotografia do cão Bradock do ibituruna, com nossa opinião pela mesma. Já tivemos ocasião de publicar outras fotografias de cães do mesmo canil, grande ganhador de exposições em uma época em que se premiava o padrão antigo.
Da mesma forma não podemos dizer – óbvio - se o animal será bom reprodutor no sentido de produzir este ou aquele tipo de filhotes, ou qual percentual dos filhotes do cão podem sair com quais qualidades.
Por isso é preciso testar na reprodução cães selecionados por bons fenótipos e morfologias desejáveis, e ver o que será aproveitável. Até porque vai depender das mães em 50%.
O que temos feito é utilizar fotografias postadas em posições que mostram a realidade de cada animal. E não utilizar fotografias que não correspondam à realidade dos animais, como fazem, muitas vezes postando cães muito jovens como se fossem adultos.
Situação a que temos sido submetidos, com finalidade de desacreditar o projeto OFB.
Outra questão que pessoas não entendem e nos criticam, como se o projeto OFB fosse incoerente, é a utilização de cães com origem em tal ou qual plantel de clubes, para introdução no plantel OFB.
Ao contrário, somos coerentes até mesmo com a afirmativa de muitos de que bastaria uma seleção nos clubes para se alcançar os resultados que temos conseguido.
O que acontece é que o projeto OFB é o único que se interessa por este padrão. Nenhum clube ou agremiação até agora se interessou em selecionar cães FB com padrão antigo, original como temos colocado há décadas.
A tentativa foi feita em 1979 com Paulo Santos Cruz à frente, inclusive partindo de cães CBKC – que já estava com o plantel comprometido para este padrão – e utilizando-se cães de fazendas ou de origem desconhecida, mas que apresentasse o padrão antigo, desejável.
A observação de muitos criadores já denotava a separação de cães de padrão antigo e de cães modernos – ou em processo de modernização – desde a década de 1980. Não se trata de uma invenção nova como querem induzir a erro alguns.
Postamos aqui um super interessante texto publicado em uma revista em 1986, onde um criador tradicional, não só identifica a modernização do FB, mas descreve com perfeição o cão que o projeto OFB deseja preservar. E não nos culpem de denominar os modernos de Fila Moderno.
A descrição pode configurar um mito ou uma metáfora, não importa, mas é um símbolo, algo a se seguir que contém em si um conceito para se preservar. Junto com o conceito vem uma morfologia e uma mente com um significado de funcionalidade e habilidades que compõem a raça.
Este é o nosso verdadeiro e real Cão de Fila Original, nascido da colonização mas não colonizado pela moda dos shows. Se feio para os modelos de beleza dos salões, é belo para o nosso senso histórico.
E pelo que o criador Ailton de Azevedo disse à época – os juízes gostaram do moderno. Exatamente o que vivemos dizendo. Atrás disso seguiram os criadores.
Fica pouca coisa a se dizer, para quem deseja entender até mesmo dentro de um raciocínio mais concretista.
Todas as nossas publicações são de cunho didático e inteiramente gratuitas; todas as imagens utilizadas estão livremente disponíveis na internet.
Que os nossos seguidores recebem mais este conteúdo chocolate.
29 de junho
Texto da Publicação
Prezados amigos e seguidores de nosso trabalho de restauração e preservação da raça OFB.
Neste Domingo 26 de Junho de 2022 foi realizada a primeira mostra de cães OFB e encontro de criadores, na cidade de Teófilo Otoni, pela ocasião da exposição agropecuária.
O evento representa dois importantes marcos, em especial para este movimento pela raça, no sentido do resgate do antigo padrão FB.
Teófilo Otoni foi uma das primeiras cidades, juntamente com a cidade de Governador Valadares, fora do circuito Rio de Janeiro/Sul de MG/São Paulo, a aderir ao movimento de resgate da raça, contra a mestiçagem, na década de 1980.
O circuito regional nordeste de MG, foi responsável pelo desenvolvimento de importantes linhagens, que vieram a contribuir com a preservação e divulgação do padrão original da raça.
Quarenta e dois anos depois, o movimento preservacionista é retomado com esta pequena mostra de cães OFB, agora com esta denominação que separa os padrões distintamente, para que a raça não se perca mais em meio à profusão de padrões aplicados nas tradicionais exposições da raça Fila Brasileiro.
Inaugurada com objetivos diferentes e métodos diferentes dos tradicionais, a mostra pode ser considerada um sucesso, no sentido de demonstrar o padrão antigo, e fazer reencontrar antigos aficionados da raça, que conheceram o padrão da época.
A proposta das mostras deixa de lado as competições entre criadores, e inaugura um modelo de cooperação pela qualidade do plantel. Sabemos muito bem o que as competições fizeram com a raça, sob o bastão muitas vezes de juízes com estreita aproximação com criadores de maior porte, os quais influenciam nos julgamentos.
Preferimos afastar de nossos ambientes, quaisquer elementos que possam contribuir para atrair pessoas pela vaidade ou pelo mercantilismo. A amizade e a cooperação nos livrarão de disputas acirradas, e nos levarão a eventos de estudos e trocas de saberes, onde todos possam contribuir.
Em uma análise da modesta mostra, pudemos desde já considerar o sucesso dos processos seletivos que vem sendo realizados, pela observação do plantel.
Em primeiro lugar tivemos a grata satisfação de observar que 100% dos cães demonstraram excelente sistema nervoso, mesmo os que não tem traquejo fora de casa, ou vieram de fazendas.
Todos os cães entraram no parque de exposições, absolutamente à vontade, sem reatividade ou demonstração de qualquer Stress diante da movimentação de animais, pessoas, barulhos de caixas de som ou estampidos.
E este fator é básico e primordial quando se inicia uma criação de animais de guarda. O sistema nervoso é o suporte para todo o comportamento. Nenhum cão que tenha o limiar nervoso baixo, chegará a uma condição de guarda – seja adestrado ou não – de nível confiável em situações de perigo real.
Uma forte base nervosa, de elevado limiar, levará o plantel a condições de funcionalidade de elevado nível, sempre que os exemplares puderem ser bem conduzidos.
Outro aspecto observado, inclusive por antigos criadores da década de 1980 que estavam presentes, foi a ótima caracterização racial dos animais, com demonstração de uma identidade de padrão facilmente perceptível, ainda que alguns cães não tivessem parentesco com outros.
Tivemos a presença de cães de base de linhagens antigas do período PSC 1980, mas também cães cambiados de regiões distantes, tanto da região de Sertão/MG, quanto cães de São Gotardo. E todos de mesma identidade racial.
Assim segue este trabalho, com o esforço artesanal de cada criador, crescendo exponencialmente sob bases que vão se consolidando tecnicamente e do ponto de vista de uma união de criadores, agregados pelo simples gosto de criar, e ter os cães em família.
Todas as nossas publicações são gratuitas e com único intuito de divulgação da raça OFB, para a troca de saberes.
Agradecemos a todos (as) que tem nos acompanhado e apoiado nossos esforços em prol da causa.