10 de agosto
Prezados seguidores a amigos do projeto de preservação do original Fila Brasileiro!
Continuamos a prevenir a todos a respeito do uso indevido e muitas vezes oportunista do nome deste projeto, com finalidades mercantilistas.
O avanço do projeto tem levado pessoas e se dizerem afiliadas ao Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro, e anunciarem filhotes e cães na internet, com falsas informações de que determinado canil ou determinados cães, pertenceriam a este movimento preservacionista.
A exemplo, recentemente foi anunciado o seguinte post na internet: “Fila Brasileiro de excelente padrão, criador filiado ao núcleo de preservação do original fila brasileiro (NPOFB). Entregamos filhotes já com pedigree, vacinados e vermifugados. Machos 1.600,00 / Fêmeas 1.800,00. Valor a vista com 5% de desconto ou parcelamento com entrada + 2x no cartão de crédito”
Explicamos:
Em primeiro lugar, se a pessoa está anunciando Fila Brasileiro, possivelmente não será filiado ao Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro. Não criamos ou nos envolvemos com a raça Fila Brasileiro. Somente o Original. Em segundo lugar, se a pessoa está prometendo – ou pretende dar a entender – que os filhotes terão o pedigree OFB/SOBRACI, não é verdadeiro. Desconhecemos o canil ou a pessoa que anunciou.
Repudiamos a desinformação, com objetivo de confundir e enganar as pessoas, para obtenção de vantagens. Não podemos compactuar com tais comportamentos. Nosso trabalho é artesanal, está em processo de estruturação, e estamos priorizando um crescimento cuidadoso, para que se estabeleça um material genético estudado e confiável cada vez mais.
Neste post, uma foto de um filhote em curral (Canil Apeú - PA) e cães na Fazenda Cachoeira, Canil Boiadeiro do Jatobá (MG), com o jumentinho Chumbinho, companheiros inseparáveis.
Retornando os cães para seus ambientes de origem, vamos testando cada geração, observando comportamentos e habilidades. De um fenótipo antigo, espera-se um novo tempo para a raça: De volta ao futuro!
Confira a lista de canis credenciados!
5 de agosto
Neste post, estamos publicando algumas fotografias que exemplificam as estrutura do programa de reprodução do projeto OFB.
É plenamente reconhecido que processos de seleção artificial, orientados para exposições/shows da raça Fila Brasileiro, levaram a raça a alguns extremos e exageros em termos de adornos na morfologia, inexistentes na raça antes de sua introdução na cinofilia oficial em 1945/1950.
A raça é pré existente ao estabelecimento da cinofilia no Brasil, e existia nos interiores em absoluta funcionalidade e rusticidade.
Sabemos que, ao longo do tempo, durante gerações de boa alimentação, pode sim uma raça adquirir porte maior e atributos genéticos que estavam impedidos de se manifestarem devido à carência nutricional. Mas sabemos também que alimentação e cuidados, por si só, não alteram caracteres típicos de uma raça. O que altera este fator é a seleção artificial, ou a mistura com outras raças.
Para o resgate da raça OFB, o programa prevê a introdução de cães aborígenes, com intuito de reintroduzir na raça, atributos que podem estar ameaçados de extinção, pela falta de uso e aplicação funcional. Alguns destes aborígenes são menores que a média dos cães de padrão original, provenientes de criações tradicionais, criados há gerações com boa alimentação, vermifugação etc.
Também pelo fato de que no passado houve pouca preocupação com fixação de caracteres fenotípicos, por parte de vaqueiros e fazendeiros, encontramos uma variedade relativa de tipos morfológicos, o que permitiu à raça sua grande versatilidade funcional. Temos comprovado a importância deles na formação do plantel.
As gerações posteriores, provenientes dos acasalamentos com estes aborígenes, vem trazendo atributos físicos e mentais excepcionais, e isso se junta com genéticas que fixaram caracteres raciais, para maior definição da expressão racial original, em alguns canis tradicionais que não aceitaram alterar a raça, para o modelo moderno.
Esta fórmula para a recuperação do original, foi traçada em 1979 pela antiga Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro, e depois de um tempo, abandonada.
O projeto OFB vem crescendo e estamos recebendo muitas adesões. Para quem se interessa, pode entrar em contato com a diretoria administrativa do Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro, através do Josélio: + 55 (33) 99985-0569.
Linda do Caramonã – Canil Apeú – Castanhal PA. Estrutura forte e funcional, já vem comprovando sua aptidão ao trabalho com gado. Grande ossatura.
Itajibá do Canil Apeú – aborígene (na foto com 12 meses) que vem trazendo excepcional carga genética funcional. Em detalhe da cabeça, demonstra a total ausência de excessos. Buscando em "vídeos" neste Facebook, voce poderá ver os testes de trabalho com gado com estes dois exemplares.
Casal de cães de genética 50% aborígene, com perfeito padrão de cabeça. Especialmente a fêmea demonstra cabeça periforme, crânio de molosso. A recuperação já em andamento, os cães retornados às fazendas mineiras.
Os filhotes da ninhada de ambos, recém nascidos – Julho de 2020. Uma esperança para a recomposição de uma raça funcional.
O macho, proveniente do Canil Martalice, junto ao fazendeiro, reintroduzido no ambiente original.
abaixo: Filhotes do casal, aos 40 dias de idade, em socialização com as crianças.
26 de julho
Atenção a todos os criadores, aficionados da raça Original Fila Brasileiro, e seguidores do projeto!
Nosso site está sendo remodelado, com diversas publicações do projeto OFB desde a sua criação. Estamos postando de forma permanente em nosso site, o Padrão Ilustrado Original Fila Brasileiro, para conhecimento de todos.
O padrão é algo que direciona os processos seletivos de uma raça, e a preservação das características raciais. A versão ilustrada traz maiores explicações sobre o significado do texto, de forma a não deixar dúvidas ao leitor.
Abrindo o site, clique na aba publicações, e veja o Padrão Ilustrado e diversas publicações explicativas sobre o Original Fila Brasileiro e as diferenças entre este e o Moderno Fila Brasileiro. Você pode também ver os canis credenciados OFB, com os endereços e localizações no Brasil.
Hoje, divulgamos duas fotografias de cães aborígenes de boa caracterização racial, bem definidos do ponto de vista fenotípicos.
Estas são as características da raça FB, no momento de sua “descoberta” por cinofilistas nas décadas de 1950 a 1970, quando a raça passou a ser alterada com objetivos comerciais.
Estude o padrão OFB e entenda o projeto de preservação da raça.
E lembre-se: Pedigree OFB, somente com a SOBRACI.
Para melhores informações, entre em contato com nosso Diretor Administrativo, Sr. Josélio, pelo Whatsapp: (33) 99985-0569.
Rex Da Faz. Mirante Original Fila Brasileiro
Titã da Faz. Porto Alegre Original Fila Brasileiro
17 de julho
Prezados seguidores de nossa página e do projeto OFB!
Continuamos alertando sobre a documentação de cães OFB, seja para Registro Inicial - RI - ou para emissão de pedigrees, com a titularidade Original Fila Brasileiro.
O projeto OFB é único, e os pedigrees e outros documentos relativos à raça, são confeccionados em parceria/convênio firmado com a SOBRACI.
Importante esclarecer que o projeto OFB não é um clube de criadores na concepção tradicional. Não tem o objetivo de realizar exposições de beleza ou estética canina. Trata-se de um projeto de recuperação de uma raça.
Pouco a pouco, estamos sendo compreendidos, por isto estamos crescendo com a adesão de cinofilistas e pessoas que desejam cães funcionais.
Ao adquirir um filhote, certifique-se de que ele possui o documento OFB SOBRACI. Somente este documento garantirá a você a inclusão na lista de criadores credenciados pelo Núcleo OFB.
Visite nosso site e veja quais são os canis e criadores credenciados no projeto OFB, para emissão de documentos confiáveis.
Em nosso site também, você poderá verificar em POSTAGENS, as diferenças entre um Fila Brasileiro e um Original Fila Brasileiro, em diversas publicações enriquecidas com fotografias e textos explicativos.
Estudar é um importante requisito para que você entre para este projeto.
Apoie este projeto, compartilhe nosso site!
2 de julho
Em entrevista com Marcelo Castro, sobre o treinamento e submissão a testes, com o cão HIfiel do Puri Moreno, destacamos alguns aspectos do trabalho, com este jovem animal da raça Original Fila Brasileiro. HIfiel é filho de um cão resgatado de uma fazenda em Eloi Mendes, que recebeu o nome de Esnife do Puri Moreno, onde se mantinha uma linhagem bastante preservada, pelo menos até 2011.
Nesta época, Marcelo Castro convidou a Antônio Carlos do Canil Caramonã, para uma viagem de expedição ao Sul de MG, onde tinha notícias de uma criação antiga de Fila Brasileiro.
Visitando a região, conheceram uma fazenda em Eloi Mendes, onde haviam cães de origem, pertencente a parentes de José Gomes, antigo criador de Varginha.
Haviam vários cães na fazenda, entre estes alguns que mais agradavam, do ponto de vista de se resgatar o padrão mais antigo da raça.
Após um breve, mas agradável entendimento com o criador, Sr. Aladir (hoje já falecido), encomendou-se um filhote de determinada fêmea, quando ela viesse a parir no futuro.
Estava se iniciando o projeto OFB. Este seria um do cães resgatados do interior, para poder compor um futuro plantel. Em 2009, alguns cães foram identificados em outras localidades, próximas a Governador Valadares e Teófilo Otoni. Seria importante que se juntasse genéticas de regiões distantes, para se compor um plantel de mesmo padrão.
Tempos depois, Marcelo buscou na fazenda de Eloi Mendes o filhote tigrado que viria se chamar Esnif. Hoje, apresentamos aqui um vídeo de um filho de Esnife, sendo testado como cão de trabalho, que será direcionado para guarda.
A entrevista com o especialista em adestramento para guarda, Marcelo Castro do Canil Puri Moreno, esclarece sobre o trabalho que se pretende no OFB, para a seleção e preparo dos cães destinados a esta finalidade. A entrevista demonstra que o projeto OFB vem quebrando tabus, buscando cientificidade para o trabalho, e buscando sobretudo testar verdadeiramente os cães, seja para o trabalho com o gado, seja para a guarda territorial ou pessoal. Leia, abaixo, a entrevista.
01 - Marcelo, qual idade deste cão?
15 meses.
02 - E qual o objetivo de um exercício deste?
O objetivo do treino é uma avaliação para mensurar como o cão reage e quais impulsos predominam no momento do treino de proteção.
03 - O que foi observado neste cão?
Como em todo Fila predominou a defesa. Porém é um cão com bom drive de caça para um fila e não tem sensibilidade ao contato.
04 - Sabemos que não é ideal que o cão permaneça em defesa, como acredita a maioria dos criadores de FB. Então os trabalhos devem continuar? Qual é o caminho que se deve tomar com o cão?
A defesa tem que ser um gatilho. O cão tem que ter a capacidade psicológica de transicionar os impulsos. Os treinos devem continuar, o que nos leva ao caminho futuro da real agressão que com muitos treinos assertivos almejamos alcançar. Com isso faremos um cão reativo se tornar ativo.
05 - Marcelo, existe uma crença nos meios do FB, que os cães desta raça não precisam adestramento, para um exercício completo da guarda territorial. Até onde esta afirmativa é verdadeira, do ponto de vista científico, da cinofilia?
Adestramento é embasado na ciência. Autores como Pavlov, Skinner e Thorndike, por exemplo, dedicaram a sua vida para estudar a fundo o comportamento humano e dos animais. Ir contra a ciência e em favor do achismo é ignorância. Acho até mesmo uma falta de respeito à memória desses cientistas.
06 - Acredita-se também que o adestramento ao longo de gerações, poderá comprometer os instintos de guarda da raça, já que o adestramento não é transmissível geneticamente. Então acredita-se que o adestramento irá dispensar os instintos, e a raça ficará, depois de gerações, dependente de adestramento para fazer guarda. Como você analisa estas afirmativas?
O adestramento é exatamente o estudo desses impulsos naturais e desenvolvimento de técnicas adequadas para a modelagem do comportamento ideal. O adestramento usa esses impulsos para conseguirmos separá-los e observá-los com mais precisão com a finalidade de selecionarmos em um determinado grupo genético cães com os impulsos adequados a cada função. Então essas afirmativas contra o adestramento são realmente o ápice da falta de informação.
07 - Enfim, é possível preservar a defesa, selecionando um alto nível de limiar nervoso nos cães? No futuro poderemos ter cães com bons instintos (drive) de defesa, mas sem a sensibilidade nervosa que a maioria dos FB apresenta atualmente?
O impulso de defesa é gerado pela insegurança. Fato. Mas não quer dizer que ele seja ruim para um cão de guarda territorial. Aqui no Canil Puri Moreno nós não selecionamos cães com a finalidade de extinguir o impulso de defesa (até mesmo porque isso é impossível) pois já está na genética de qualquer ser vivo.
08 - O que se chama de “insegurança”, tem o significado de um cão medroso?
A insegurança é vital para a sobrevivência de qualquer espécie. E isso é o que nos mantem vivos e os FB também, rsrsrs. O importante é o cão conseguir absorver esse drive de defesa e se recompor em um menor tempo possível, transicionando este impulso, para isso devemos selecionar cães com bons impulsos de Caça, com baixa sensibilidade e com mais agressão.
09 - Então a seleção genética somente, não seria o suficiente para se ter um cão seguro?
Não bastante somente a seleção temos que gradativamente ensinar o cão a lidar com esses impulsos, ele tem que aprender a responder de forma adequada a esse turbilhão de estímulos que assim que o filhote começa a andar, ele irá perceber no nosso mundo. Isso é um trabalho muito sério.
10 - Este é um conceito que muda muita coisa na criação do FB.
Pessoas que atacam o adestramento geralmente são as mesmas pessoas que atacam o PROJETO OFB. São pessoas leigas, muitas vezes bem intencionadas, mas a falta de informação fazem elas cometerem o erro de atacar todo um projeto embasado em ciência, em estudo em pratica de erros e acertos a longo de um logo período e isso deve ser respeitado.
11 - Então os treinamentos levariam o cão a sair da situação de “defesa”, para entrar em real “agressão”. E qual a vantagem, do ponto de vista funcional, para a guarda, entre o cão estar em “defesa” e estar em “agressão”?
A defesa é pesada, é estressante, é angustiante para cão. Na defesa ele quer provocar o distanciamento da ameaça. Nela ele não quer enfrentar o problema ele quer evitar. Na agressão é diferente. Na agressão o cão quer o contato, quer eliminar o adversário, quer causar injúria, quer a submissão do adversário , quer eliminar o problema e não fugir dele.
12 - Outra coisa que muita gente não familiarizada com a ciência do comportamento canino gostaria de saber, é se o cão adestrado, depois de romper as barreiras da “defesa”, se tornaria agressivo com pessoas de casa?
No meu ponto de vista, os cães inseguros causam mais problemas do que os cães seguros. Adestramento é uma comunicação efetiva com uma leitura impar do seu cão. Durante o adestramento conhecemos a fundo o animal e já verificamos facilmente se o cão é compatível com o dono. Portanto muito mais seguro e controlável fica a dinâmica homem x cão. Há cães que naturalmente tem um impulso de ranking muito forte e não é aconselhável para donos inexperientes. Cada um no seu quadrado. Romper a defesa (insegurança) não tem nada a ver com agredir donos e familiares (pois estes não representam ameaça, pelo contrário, são segurança). Meus cães mais seguros e agressivos são os que tem mais índole e os mais confiáveis para ficar junto a minha família.
13 - Considerando que este cão Hfiel é animal de segunda geração OFB, filho de cães de primeira geração, com Registro Inicial, tanto o pai quanto a mãe, você acredita que a introdução destes cães que podemos denominar aborígenes, para a formação do plantel da raça OFB, é positiva? Em quais aspectos seria positiva?
Extremamente positiva. Vou explicar. Ao longo dos anos percebi que a criação do FB de canil tomou uma direção contrária ao cão de trabalho (guarda). Pelo fato de que maioria dos criadores ser um público mais leigo em adestramento (até contrário a prática do adestramento), eles acabaram selecionando o cão de guarda “bravo”, que na realidade é o cão muito inseguro, defensivo, pois confundiam com agressão. Com isso, criou-se todo um folclore, uma utopia. Ao contrário da seleção destes aborígines que é semelhante a criação que deu origem a raça lá a atrás, o cão é selecionado trabalhando, para tanto esse ambiente é aplicado uma dura seleção funcional.
14 - Como você analisa este cão, como potencial contribuição na genética da raça OFB, no sentido de se preservar aquele famoso cão de guarda e trabalho, que tivemos nas primeiras décadas do “descobrimento” da raça pela cinofilia?
Exemplo: Cães sensíveis não se recuperam tão rapidamente de uma dura correção aplicada pelos vaqueiros. Cães inseguros não acompanham o vaqueiro em longas jornadas entrando em vários povoados, enfrentando várias adversidades, barulhos e ambiente inóspitos. Cães sem impulso de caça não conseguem sustentar uma mordida para segurar um touro bravio. Fora a seleção física. Esses vaqueiros sem querer talharam uma máquina rsrsrs. Logico que não é a seção direcionada para guarda , mas se aproveita muito dessa base feita por eles.
15 - No vídeo do treino, pode-se perceber que fisicamente ele é ágil, rápido, de boa funcionalidade. E parece também ser um cão muito decidido. Quanto aos aspectos do temperamento e sistema nervoso, você pode destacar algo em seu potencial?
Muita segurança e baixa sensibilidade. Desde filhote percebi isso nele. Passei para o atual proprietário Canil Santa Fé, no qual os familiares do dono do cão chamavam o cão de bobão (risadas)... achavam o cão “manso”. Quando fizemos o primeiro treino eles se assustaram!. O cão ganhou respeito, é o melhor cão de lá agora. É bom eu mencionar isso pois é um exemplo do que falei anteriormente. Pelas pessoas serem leigas, o achismo toma conta e levam a seleção ao norte errado.
16 – Quando você ser refere a “muita segurança”, significa que este cão tem menos aquela insegurança, que você se refere? Seria ideal com menos insegurança?
Não é a mesma coisa. Cão seguro é o cão que absorve a insegurança no menor espaço de tempo, frente a uma ameaça. A insegurança do ponto de vista “drive”, é algo que está em todo ser vivo. Então cão seguro é aquele que melhor lida com este componente, de todo ser vivo. É o cão que tem ótimo sistema nervoso.
17 - Resumindo, este é um cão que vai contribuir bastante com a raça?
É um cão com muito bom temperamento e com muito potencial. Irá contribuir muito com a raça pois ele tem as características que mais falta no FB atual.
Cabeça – Esnif do Puri Moreno
O Filho de Esnif, HIfiel do Puri Moreno, com crianças
O documento realizado em parceria com a Sobraci
2 de julho
Em breve.
25 de junho
Desde a criação do projeto OFB, algumas polêmicas dos ambientes do FB, migraram para nosso ambiente.
Inicialmente algumas pessoas, contrárias à ideia de se promover o padrão antigo da raça, atacaram nosso projeto de diversas formas: não reconhecendo a identidade original da raça – abominando o fenótipo de cães resgatados em fazendas – ou argumentando que estávamos inventando uma narrativa com fins comerciais e de marketing.
No entanto, a modernização da raça teve início há décadas. Apenas se criaram narrativas – desta vez com muita possibilidade de marketing – onde se acusavam criadores e canis, do uso de mestiçagem, a maioria das vezes sem comprovação.
Aqueles não considerados mestiços, provenientes de uma única fonte de pedigrees, foram denominados Fila Puro. A ideia seria diferenciar as duas opções de criação: o Fila Puro e o Fila Mestiço.
Ao longo dos anos, a realidade se mostrou outra, com cães denominados Fila Puro, muito mais parecidos com mestiços, do que muitos dos antigos denominados Fila Mestiço. Entendendo que “mestiço” se refere a animal com aparência de duas ou mais raças, definidamente.
Na verdade, em 1984, o criador proprietário do Canil da Cachoeira, homem de origem no interior da cidade de Teófilo Otoni, MG, escreve um artigo que aliás foi muito criticado – considerado pela Cafib como uma confissão de mestiçagem – onde já identificava o que denominava de Fila Moderno.
Ele bem descreve o que denominava de Fila Antigo, para nós uma descrição do OFB, em contraponto com os cães que já há cerca de 30 anos, resultavam de intenções de se alterar a raça.
O cão exemplificado em fotografia como fila antigo, no artigo de Airton Azevedo, trata-se de Adros do Vale do Bragança. A origem: Canil ABC.
Observe-se o texto de Ailton, como na década de 1980 já se pretendia alterar o FB, para urbanizá-lo. E como se descreve um OFB, com a denominação de Fila Antigo e o termo Fila Moderno já estava lá. Não é uma invenção nossa, com certeza.
Fonte: revista Atualidades Caninas, 1984.
24 de junho
Prezados seguidores de nossa página e do projeto OFB!
Reforçamos o comunicado sobre a documentação de cães OFB, seja para Registro Inicial - RI - ou para emissão de pedigrees, com a titularidade Original Fila Brasileiro.
O projeto OFB é único, e os pedigrees e outros documentos relativos à raça, são confeccionados em parceria/convênio firmado com a SOBRACI.
Importante esclarecer que o projeto OFB não é um clube de criadores na concepção tradicional. Não tem o objetivo de realizar exposições de beleza ou estética canina. Trata-se de um projeto de recuperação de uma raça.
Importante entender que o projeto está em fase inicial, estabelecendo um plantel de base, porém tem em seu planejamento, submeter os cães a provas de trabalho, assim que constituir um plantel numérico para os processos seletivos.
Pouco a pouco, estamos sendo compreendidos, por isto estamos crescendo com a adesão de cinofilistas e pessoas que desejam cães funcionais.
23 de junho
Em convivência com os verdadeiros Filas, os originais, em diversas situações uma característica que se comprova cada vez mais, é a capacidade de convivência pacífica, paciente e amorosa com os familiares, especialmente com as crianças da fazenda.
Segurança na guarda e confiança no trato diário, o verdadeiro Fila é protetor e incapaz de se voltar contra alguém de sua “matilha” humana.
Outras vezes, paciente e fiel, aceitando a guia da criança da família, aceita também os comandos de boa vontade.
As fotos demonstram a veracidade dos fatos.
Na fazenda o dia começa cedo, com os cães na área do café
A criança coloca a guia no grandão com tranquilidade
Outra criança já conduz a fêmea jovem aborígene
Ou brinca com o macho jovem, cabeçudo e forte
ou faz pose com a tigresa, brava só com estranhos
O Barão se deixa conduzir docilmente
O valente HIfiel é dócil com os sobrinhos do dono – sabe a hora de guerrear
14 de junho
Do que se trata, quando nos referimos ao termo “cão de trabalho” ?
Atualmente existem diversos movimentos em âmbito mundial, com propósito de resgatar raças caninas – mas também raças de outras espécies - que outrora auxiliaram sociedades humanas em tarefas domésticas.
Sua utilidade se liga diretamente à nossa sobrevivência em épocas remotas, e ao nosso conforto, à medida em que humanos aprenderam a ciência do adestramento, ainda que rudimentar.
O projeto OFB se liga a estes movimentos, procurando resgatar nosso Fila Brasileiro de trabalho e utilidade.
Em direção contrária, encontramos movimentos modernos de criação de cães e outros animais, no conceito “pet”.
Um grande mercado de pets, movimenta somas insuspeitas de recursos financeiros. Em busca de vendas, o mercado necessita “inventar modas” com estes pets. De onde vem surgindo os animais exóticos. O mercado busca novidades, como em qualquer sociedade de consumo.
A produção de animais exóticos tem chegado a extremos da crueldade genética, selecionando especialmente cães, absolutamente incapazes e dependentes de cuidados especiais. Cães de granja!
As pessoas leigas em assuntos de cinofilia, talvez não percebam a crueldade em cães de pernas extremamente curtas por exemplo, exóticos, inábeis, incapazes para suas necessidades naturais, em diversos sentidos.
Cães saudáveis, assim como cavalos, suportam com tranquilidade os trabalhos para os quais foram selecionados, bastando que se preserve sua saúde, força e capacidades originais.
Defendemos a ideia de que cães saudáveis são mais felizes, e acreditamos nela.
Cães esquimós serviram às sociedades Inuite por milhares de anos, e hoje são utilizados nas suas habilidades tradicionais, para esportes. Acreditamos que o uso destes cães para os esportes no gelo, não configura crueldade alguma. Eles são felizes puxando seus trenós.
Os pequenos pôneis da Mongólia contribuíram sobremaneira para a sobrevivência das tribos, nas grandes planícies, durante milênios. Para eles, carregar em seu dorso, o equivalente a 30% do seu peso corporal, por longas horas, é perfeitamente suportável. Eles são fortes o bastante.
Mulheres Inuite transportam suas crianças nas costas, por todo o dia de trabalho, sem que isso configure crueldade. Elas são fortes para tanto.
Para um cão saudável de 50 kg de bons músculos e poderosa ossatura, suportar o peso de uma criança de 4 anos de idade que ama, em seu dorso, por alguns minutos, não configura desrespeito ou crueldade.
O conceito pet de criação de cães, pode carregar consigo conceitos equivocados de ética na criação de animais.
O projeto OFB diz NÃO à crueldade genética que produz animais incapazes e doentes, dependentes de cuidados excepcionais, para viverem.
A foto no post anterior, com o menino no dorso da cadela Fila, tem a intenção de demonstrar, não só a força do animal, mas desmitificar a ideia de que nosso cão boiadeiro tem aversão especial a pessoas de cor.
Se criados juntos, eles podem ser grandes amigos.
Cães originários dos esquimós, atualmente utilizados para o esporte, com o entusiasmo característico da raça pelo trabalho (The Canadian Esquimó Dog Club of Great Britain)
Imagem antiga de aldeia esquimó, com seus cães de trabalho
Cães da raça Malamute, no gelo. Eles suportam temperaturas de até 50 Gráus Celsius abaixo de zero, ao relento. Sem crueldade.
Mães esquimós com seus filhos às costas
Caçador mongol, com seu fortíssimo pônei
Imagem antiga de um cão no norte europeu, puxando – com expressão de alegria – uma carroça com diversos barris
A seguir, quatro imagens de cães de conceito “pet” moderno, para reflexão daqueles que acreditam que cães de trabalho são tratados com crueldade.
13 de junho
Prezados aficionados e interessados pelo projeto OFB!
Visitando nosso blog, você poderá constatar o crescimento do projeto, verificando em “a tabela de canis pelo Brasil”, os nossos 26 criadores ativos, suas localizações e seus contatos.
Também poderá ver, clicando em “postagens”, duas publicações com interessantes fotografias que tiram dúvidas quando ao que é o verdadeiro Fila Original do Brasil, o OFB, e também interessantes documentos históricos sobre a raça original.
Em um post, você verá o primeiro cão premiado com medalha de ouro, sob orientação do mestre Santos Cruz. E poderá tirar suas conclusões de como o conceito de padrão foi alterado, pós Santos Cruz. Ou concluir que estamos resgatando aquele cão que a modernidade nega.
Em outro post você poderá ver diversas fotografias de cães Parnapuan ao longo de décadas, sem as alterações modernas.
Este é um projeto para quem estuda. Estude, entenda e venha contribuir com a preservação do OFB.
E veja também mais um vídeo de cães aprendizes de boiadeiro.
Cão brasileiro de trabalho é aqui no OFB.
Diga NÃO ao racismo.
10 de junho
Prezados seguidores do projeto Original Fila Brasileiro!
Nosso trabalho com a raça vem evoluindo, na direção cada vez mais de se promover uma seleção de trabalho e utilidade, buscando parâmetros de funcionalidade para os cães. Tais parâmetros são de suma importância para que se estabeleça os denominados “pontos de corte” em uma raça.
O ponto de corte é um limite do permitido para a boa performance de uma raça. No caso do OFB, a observação destes pontos não se fixa somente na aparência dos animais, por exemplo como acontece nas criações tradicionais de FBM, supervalorizando orelhas grandes, barbelas, excesso de couro solto, etc.
Para uma raça funcional, os parâmetros tem que estar relacionados com as funções, e os conceitos de beleza devem estar vinculados com as características necessárias para a realização destas funções. O belo é o funcional. Portanto esta não é uma raça cuja criação possa ser dirigida por leigos ou menos estudiosos.
Foram necessárias décadas de estudos e pesquisas tanto de campo quanto laboratoriais, considerando-se compêndios de história do Brasil, além de Portugal, para que se chegasse à decisão de estabelecer a raça. Neste campo de pesquisas, onde não se encontra muito material histórico, conclusões definitivas a respeito de alguns itens sobre a raça, se tornam quase que impossíveis. Porém, foi possível o descarte de mitos e equívocos que orientaram a criação do Fila Brasileiro durante mais de 60 anos.
O que sabemos com certeza, é o que está equivocado na seleção do Fila Brasileiro – se pensado como cão de trabalho e utilidade – exatamente o que gerou o hoje conhecido como FBM – Fila Brasileiro Moderno.
Os primeiros pontos de corte tem sido no sentido de se eliminar da raça, as possibilidades de manifestação de genes que tragam características, que interferem na funcionalidade, ou que não tem sentido útil para o cão. Já se vão cerca 10 anos, do momento em que se decidiu pela opção ao antigo padrão da raça. Nestes tempos, foram-se descartando os referidos genes indesejáveis para o trabalho e a utilidade, que se manifestam na morfologia dos animais. Em 2020, adentramos um outro momento em que, já nascidos cães de terceira, quarta, quinta gerações programadas, o projeto parte para a experimentação prática das habilidades físicas e mentais dos cães. Que temos demonstrado em vídeos ultimamente.
Agora, abrimos a oportunidade para aqueles que estão adentrando o projeto mais recentemente, de ir ao nosso blog e ter um começo de conhecimento, que outros já tiveram. E ao mesmo tempo ir assistindo aos vídeos de trabalho.
Veja hoje também um vídeo com os cães do Canil Apeú, de Castanhal no Pará, desta vez um casal de jovens aprendizes com o trabalho com o gado, um novo show de habilidades e potencial de funcionalidade, com equilíbrio no temperamento. Sem agressividade desnecessária, mesmo estando em dupla, eles orientam o gado na direção desejada. Se em algum momento é necessário um corretivo, a ação é equilibrada, sem medo, e somente “convencendo” o gado a obedecer prontamente.
A direção do projeto demonstra que o caminho é assertivo.
Seguem duas fotos de dois cães OFB, machos de bom parâmetro para a raça. A morfologia anda junto com a funcionalidade.
1 de junho
Em breve.
31 de maio
Prezados seguidores do projeto OFB!
Em nosso blog, temos a proposta de publicar artigos que se referem à história do Fila Brasileiro, nos períodos em que se estabeleceu a Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro – Cafib, a partir de 1979. Vamos adentrar temas com documentos históricos, considerados atualmente “tabu”, de parte de alguns segmentos da raça Fila Brasileiro. Boa parte desta história se encontra retida nos anais do Boletin o Fila, disponibilizada com algumas restrições ao público em geral.
Considerando que este material didático e histórico constitui-se em fonte de pesquisas preciosa para a elucidação do trabalho de preservação do Original Fila Brasileiro, vamos disponibilizar a público alguns conteúdos deste Boletin. Os Boletin pertenceram à Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro – Cafib, criada em 19 de Março de 1978, contando com a liderança do presidente do Clube Mineiro dos Criadores de Fila Brasileiro, Coronel Verlangieri.
A Comissão foi constituída por membros do Brasil Kennel Clube, representantes de Kenneis regionais, e novos membros convidados. A Comissão aprovou a publicação de artigos com fim de esclarecer sobre a raça Fila Brasileiro, e as ameaças que a mesma estaria sofrendo, no sentido de perder a sua concepção fenotípica de origem.
Reconhecido como a maior autoridade na raça, o advogado de Santos, e juiz Al Roundler, Dr. Paulo Santos Cruz, se dispôs a organizar um boletin periódico, para cumprir tal finalidade. Dr. Paulo teria sido um dos membros do BKC a elaborar o primeiro padrão da raça Fila Brasileiro, em 1952. Juntando-se ao jornalista do Estado de São Paulo, Luis Antonio Maciel, e apoiado por um grupo de aficionados, Dr Paulo liderou a produção do Boletin, com a maioria dos artigos escritos por ele, e produzidos por um grupo de aprendizes em cinofilia.
Em Dezembro de 1978, a Comissão editou o primeiro Boletin, tendo mantido as edições até o número 08, em Julho de 1979, quando aconteceu um “cisma” dentro da entidade e do BKC com relação, segundo o Conselho Federal do BKC, ao comportamento “antiético” de alguns dirigentes da Comissão.
O que se denominava comportamento anti ético, certamente seria devido a denuncias sobre mestiçagem em criatórios ligados ao BKC, de forma genérica, na maioria dos casos sem comprovação.
Houve rompimento, e Paulo Santos Cruz e seus seguidores, foram desligados do BKC.
A partir do n. 09 do Boletin, de Agosto de 1979, os Boletin passaram a pertencer ao clube e não à Comissão.
Nossa proposta é “embarcar” em uma viagem ao tempo, e procurar analisar fatos e fotos, em busca de nosso Original Fila Brasileiro.
Todas as nossas publicações são de cunho didático e de pesquisa, e inteiramente gratuitas.
Segue a referência da foto que postamos aqui, para inicio de conversa:
Manual do Amador de Cães, de Eurico Santos, 1935, cão intitulado “Cabeçudo ou Onceiro” – fonte: livro “O Grande Livro do Fila Brasileiro” de Procópio do Vale.
31 de maio
Prezados seguidores de nosso projeto OFB, informamos que os livros "Cão Fila Brasileiro - Preservação do Original", estão à disposição para quem desejar adquirir, com a secretaria do Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro, aos cuidados do Josélio (Canil JC): 33 - 9 9985 0569.
O conhecimento é libertador!
28 de maio
Em breve.
24 de maio
Em breve.
15 de maio
Em breve.
15 de maio
Em breve.
15 de maio
O avanço do projeto OFB, com o Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro já atingindo a marca dos 30 criadores/canis, em território nacional, tem o significado de uma base construída com realismo. Na base do projeto estão estudos documentais, pesquisas históricas, verificação de campo e muito confrontamento de fotografias antigas com fotografias de época atual. Uma boa comunicação dos trabalhos realizados, com lógica e racionalidade, vem demonstrando o realismo de nossas argumentações.
O resgate de um padrão esquecido acontece concretamente, mediante os estudos realizados, e já se tem o consenso de qualidade voltado ao animal de trabalho, forte, ágil, destemido. O conceito de beleza se adéqua ao conceito de funcionalidade.
Neste post estamos disponibilizando fotografias de um cão de boas proporções, e através de alguns vídeos, podemos comprovar que a estrutura, a morfologia do cão, permite uma movimentação ideal.
Pernas grandes permitem passadas de longo alcance, um trote de ótimo rendimento, compassado, o que oferece capacidade de longas horas de caminhada, com excelente ganho de terreno, para um animal que alcança mais de 60 kg de peso.
Uma grande flexibilidade pode-se perceber na passada. Igualmente, com este equilíbrio morfológico, o cão pode alcançar um galope poderoso. Uma massa corporal equilibrada permite força, capacidade de provocar forte impacto físico, sem perder velocidade em uma arrancada.
A cabeça tipicamente molossoide, em equilíbrio harmônico, permite um focinho mediano, sem encurtamento. Lábios moderados, porém caídos como define o padrão, dão à raça a expressão racial típica.
As orelhas caídas, implantadas ao nível dos olhos, ou elevada quando o cão em atenção, descartam qualquer possibilidade de semelhança com o Bloodhound.
O conjunto que produz a expressão racial, reflete um olhar atento, profundo, diferenciando o OFB do FBM que apresenta o olhar melancólico do Bloodhound ou a expressão mastifada, carregada pelos lábios exagerados.
No movimentação, percebe-se uma boa flexibilidade na linha dorsal, porém muito diferente dos cães modernos, de dorso “mole”, com exageros que levam a uma movimentação mais pesada e lenta.
A cobertura corporal por um couro solto, porém sem qualquer exagero, coloca o OFB em harmonia com os cães antigos das duas primeiras décadas da história da raça na cinofilia. O que é fácil de se conferir por fotografias deste período.
Cão das fotografias: Thor do Forte Bruttus, pedigree OFB de quarta geração, 02 anos de idade.
8 de maio
Em breve.
8 de maio
Em um post anterior de nosso facebook, demonstramos na forma de acasalamentos realizados pela criação Caramonã – que é uma das bases genéticas para a formação do projeto OFB – o quanto é importante a participação de cães aborígenes, ou nativos, para os processo seletivos.
Não só relativamente a se evitar a consanguinidade dentro de uma criação, mas para se alcançar um elevado nível de fenótipo de trabalho, funcional. Desta forma demonstramos também a impossibilidade de um criador isolado, sem a introdução da metodologia OFB, alcançar resultados sustentáveis.
Na sequencia do post passado, sobre a seleção e melhoramento dentro do Canil Caramonã, postamos um vídeo oferecido pelo Canil Apeú, de Marcos Duarte, Castanhal, PA. No vídeo mostramos o jovem cão aprendiz, Itagibá, aborígene sendo treinado e testado no trabalho com gado na fazenda.
Observou-se alí um animal jovem, ainda inseguro no início do aprendizado. O potencial para o trabalho já estava evidente, com boas possibilidades de evolução nos exercícios sequenciais. A aptidão física, a agilidade, e o entusiasmo do cão com o trabalho, já demonstram a diferença entre um FBM e um OFB.
Há 12 meses, estes cães chegavam às mãos de diversos criadores, após uma expedição ao interior, realizada pelos criadores do Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro, Alberto Jorge do Canil Cangaço e Antônio Carlos do Canil Caramonã.
A Land Rover atravessou caminhos dignos de um rali, chegando a recantos, onde foram identificados cães ainda intocados pela seleção artificial de canis. Os filhotes foram transportados, ainda novinhos, para diversas localidades do Brasil, desde Minas Gerais até o Pará.
Doze meses depois, são testados no trabalho, assim como outros, ½ sangue ou 1/4 aborígenes, produzidos pelo projeto a partir de diversos acasalamentos entre aborígenes de diversas regiões, e cães com pedigree, escolhidos pela sua genética confiável e fenótipo qualificado, sem os sinais dos “modernos”.
Como tem sido divulgado neste Facebook e em todas as mídias do OFB, o projeto se diferencia de outros, que se baseiam em clubes de criadores - com todo respeito pelas opções de criação - mas aqui o objetivo é pesquisar a raça na sua versão original, e para tanto promover testes de trabalho em situação real.
Hoje divulgamos aqui, algumas fotografias que demonstram diversos graus de evolução nos acasalamentos, e os resultados obtidos em termos de fenótipo a partir de aborígenes e cães de pedigree confiável.
E postamos um novo vídeo do cão Itagibá do Canil Apeú, o mesmo que postamos há dias, agora já demonstrando evolução significativa no trabalho.
Neste post, seguem as fotografias:
01 – Filhotes aborígenes chegando da região mineira denominada Sertão, nas mãos de alguns criadores que participam da experiência.
02 – Uma das fêmeas aos 12 meses de idade, em detalhe de cabeça.
03 – Um dos filhotes aos 12 meses – Itagibá – que postamos em vídeo.
04 – Detalhe de cabeça de Itagibá, visto de frente – lábios corretos do ponto de vista do padrão da raça, muito distante dos FBM.
05 – Fêmea produzida por sequencia de acasalamentos, com 5/8 Fila tradicional e 3/8 aborígene. Já em teste para o trabalho de campo, com sucesso. Ótima aptidão como boiadeira.
06 – Macho jovem do Canil Martalice, filho de mãe ¼ aborígene e pai 100% aborígene. A forte ossatura dá suporte a pernas grandes – características importantes para um animal de trabalho com gado e guarda.
07 – Cão do Canil Arizona, de posse do Canil Apeú, também em treinamento como boiadeiro, filho de cão ½ aborígene com fêmea inteiramente tradicional da criação Caramonã.
Relembramos como sempre que nossas publicações são gratuitas e de cunho absolutamente didático e de pesquisa.
Filhotes aborígenes chegando da região mineira denominada Sertão, nas mãos de alguns criadores que participam da experiência
Uma das fêmeas aos 12 meses de idade, em detalhe de cabeça
Macho jovem do Canil Martalice, filho de mãe ¼ aborígene e pai 100% aborígene. A forte ossatura dá suporte a pernas grandes – características importantes para um animal de trabalho com gado e guarda
Cão do Canil Arizona, de posse do Canil Apeú, também em treinamento como boiadeiro, filho de cão ½ aborígene com fêmea inteiramente tradicional da criação Caramonã
Fêmea produzida por sequencia de acasalamentos, com 5/8 Fila tradicional e 3/8 aborígene. Já em teste para o trabalho de campo, com sucesso. Ótima aptidão como boiadeira.
Detalhe de cabeça de Itagibá, visto de frente – lábios corretos do ponto de vista do padrão da raça, muito distante dos FBM
Um dos filhotes aos 12 meses – Itagibá – que postamos em vídeo
25 de abril
Em breve.
23 de abril
Um de nossos seguidores e colaboradores com o projeto OFB fez um comentário a respeito de uma das fotos, que postamos no último arquivo de nosso Facebook. Referindo-se ao cão Pungirum do Caramonã, comentou que não é bem o padrão proposto ao OFB, embora ele tenha opinião de que seria um cão que gosta muito, pela fotografia.
Na opinião do Sr. Antonio Linhares Borges, proprietário do canil e do cão no passado, é muito pertinente o comentário, e certamente bem afinado com o trabalho do OFB e tudo que tem sido mostrado em estudos da página.
Aqui vamos aproveitar, com autorização do criador, para nossos estudos, com a demonstração fotográfica de como este cão foi produzido, e qual foi a providência para a melhoria da padronagem, nas gerações seqüenciais.
Fotografia de quatro gerações, entre 1985 e 1995 (Adros do Vale de Bragança, Poguaçu do Caramonã, Zabelê do Caramonã e Bright do Caramonã)
Observando as fotografias dos ancestrais de Pungirum, vê-se cães mais “enxutos”, dentro do que se chama padrão tradicional. No entanto, na sequencia, na fotografia de uma fêmea de pelagem baia, nota-se uma alteração com bastante mais massa corporal relativa, e especialmente uma profundidade de lábios não pré existente na linhagem
Fêmea apelidada de Caiçara (nasc.1998), mãe de Pungirum do Caramonã e Era do Caramonã. Segundo o padrão da linhagem, apresentava alguns excessos na morfologia.
Trata-se da mãe de Pungirum, fêmea com parte de genética Caramonã e parte de outras criações. Esta fêmea foi resultado de amizades valiosas, que em um momento que a criação Caramonã estava sem matrizes, principalmente matrizes que não fossem muito consaguíneas com os machos disponíveis no momento (1998). Ela foi presente carinhoso de amigos, segundo o proprietário do canil, porém trazia, em sua genética, algo incomum na linhagem Caramonã. Comentando sobre a mãe de Pungirum: “ao desenvolver e ficar adulta, notamos a diferença, entre esta fêmea e nossos cães tradicionais, mostrando mais massa corporal e muito lábio, escapando ao padrão da raça”.
Na sequência de fotografias, postamos dois filhos da mesma fêmea, com machos diferentes, sendo Pungirum, já postado anteriormente, e a fêmea Era do Caramonã, baio de boca preta. Nota-se de imediato uma evolução, em apenas uma geração, seja para Pungirum, mas muito mais no caso da fêmea Era, um retorno a uma morfologia mais “natural”.
Pungirum do Caramonã (nasc. 2001) – filho de Brigth X Caiçara
Era do Caramonã (nasc. 2000) – produto de Batã do Caramonã X Caiçara. Seu pai Batã era resultado de interação entre a linhagem Caramonã X aborígene. Era do Caramonã seria ¼ aborígene.
A fotografia que segue (abaixo), trata-se Brigth do Caramonã, pai de Pungirum, onde se pode notar a intenção com o acasalamento, da busca por um perfil mais “natural”, com lábios de menor profundidade.
Foto de cabeça de Bright do Caramonã, pai de Pungirum
Falta-nos a fotografia do pai de Era do Caramonã, Batã do Caramonã. Bright era de linhagem tradicional FB. Batã era ½ genética aborígene de fazenda.
Pode-se perceber o quanto a entrada de linhas de sangue aborígene, em uma linhagem tradicional, pode melhorar fenotipicamente e morfologicamente os animais, pensando-se em cães mais funcionais.
Observe-se a evolução – e aí poderíamos até dizer aprimoramento – entre as gerações: 01 Caiçara/Pungirum e 02 Caiçara/Era. Sendo Era filha de um cão ½ aborígene ½ Caramonã, tivemos uma melhor “empatia” genética, no sentido da evolução morfológica, com melhor aptidão a trabalho.
Na sequencia, mostramos a fotografia (cabeça) de Bartira do Caramonã, irmã de Brigth, que acasalada com Pungirum veio nos dar os cães Mulata e Malandro do Caramonã.
Foto de cabeça da fêmea Bartira do Caramonã, irmã própria de Bright, e mãe de Malandro do Caramonã.
E uma fotografia do cão Boiadeiro do Tripuí, exportado para a Espanha, propriedade do criador e Juiz do Cafib Jaime Perez, diversas vezes premiado em exposições do CAFIBE. Boiadeiro era excelente animal, de morfologia, tipicidade e temperamento.
Boiadeiro do Tripuí – resultante de Malandro do Caramonã X Taira de SJ da Lapa, portanto cão de linhas tradicionais, porém sob seleção em busca da originalidade na raça. Malandro era filho de Bartira e neto de Pungirum. Uma busca arriscada, no processo seletivo, devido à consangüinidade. Por isso, a importância de se introduzir os aborígenes nas linhagens tradicionais, ainda aproveitáveis para um trabalho de resgate da raça original.
Boiadeiro era resultante de Malandro do Caramonã X Taira de SJda Lapa, portanto basicamente Caramonã tradicional, porém através de uma busca por uma morfologia que se mirava nos originais de fazenda.
Pode-se ver que dentro de uma linhagem é possível buscar a morfologia desejada. Porém a consangüinidade nos levaria a situações arriscadas.
Note-se que a criação Caramonã já vinha aplicando a metodologia de fazer interagir, entre cães de linhas chamadas tradicionais, com cães aborígenes, encontrados em pesquisas, pelo interior de MG.
Antes já de receber a fêmea de apelido Caiçara, já havia acontecido acasalamentos acompanhados entre as linhas Caramonã X aborígenes, o que resultou em animais de nascimento aproximadamente em 1994.
Porque é importante toda esta descrição de acasalamentos e resultados de sucesso, na direção de se resgatar uma morfologia de trabalho para o FB?
Após estes experimentos e o conhecimento sobre a existência de cães aborígenes, o Sr. Antônio Carlos estudou ainda cerca de 14 anos até lançar a ideia do projeto do Núcleo de Preservação do Original Fila Brasileiro (em 2012) e 24 anos até o lançamento de seu segundo livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”. Toda esta descrição de experimentos, estudos e resultados, explica o crescimento do projeto OFB, que se estrutura sobre uma base de longos anos, muita cautela e muito estudo. O autor do livro, ainda assim, não se coloca como finalizador de estudos sobre a raça, admitindo que muita coisa sobre as origens do Fila Brasileiro, em especial do Original Fila Brasileiro, fica “na névoa do tempo”, devido à falta de mais elementos históricos confiáveis, além dos já conhecidos.
O projeto OFB é um projeto aberto a estudos, pesquisas e contribuições, embora se estabeleça sobre as bases de estudos, até o momento, mais consistentes alcançados.
Ao final, seguem abaixo duas fotografias recentes, de cães atuais, Xamã do Arizona, filho de uma fêmea Caramonã tradicional com o cão Bronco do Caramonã, ¾ aborígene e a fêmea Linda do Caramonã, geneticamente 5/8 linhagem tradicional.
Xamã do Arizona
Linda do Caramonã
Estas fotografias demonstram cães já com padrão OFB, resultantes da continuidade de um trabalho de décadas.
Agora, retornando ao seu meio rural, seu ambiente de formação, onde estão sendo testados como cães de trabalho. A seleção não pode definitivamente se pautar pela vida nos canis, clubes, exposições e pequenos espaços. A genética precisa ser testada em situações reais.
Todas as nossas publicações são absolutamente gratuitas e de cunho didático e elucidativo sobre o Original Fila Brasileiro. Continuamos alertando aos administradores do Facebook que denuncias contra este site devem ser averiguadas de sua veracidade, antes de se tomar providências drásticas. Temos sido alvo de articulação contrária aos interesses da página, com objetivo de prejudicar o projeto.
Visite o excelente site Dogue Family e veja as genealogias de alguns cães aqui citados.
13 de abril
Prezados amigos do projeto OFB!
Estamos vivendo dias de grande dificuldade para todo o mundo, devido à pandemia do COVID19, o que nos obriga a ações de solidariedade, em razão do que nossos posts tem diminuído um pouco.
Porém, estes momentos tem nos servido de diversas lições, entre estas algumas reflexões sobre o que é a verdade, entre tantas notícias contraditórias que circulam e são veiculadas pelos diversos meios de comunicação, oficiais e redes sociais. Temos visto, sem sombra de dúvidas, que a verdade não é tão fácil de se identificar com certeza. É necessário que se desenvolva capacidade de análise crítica, sobretudo com capacidade de se reconhecer os interesses que movem cada tentativa de nos fazer crer, em cada “verdade” divulgada.
Este post de hoje é bastante provocativo, no bom sentido, no sentido de nos levar a um raciocínio lógico e saudável, em busca de traçarmos as linhas para o futuro. Colocamos algumas fotografias antigas, de cães de padrão antigo do FB, que denominamos padrão OFB. No entanto, alguns destes cães foram no passado, identificados por “mestiços”. A história é muito importante para que, vendo o passado, através de lições aprendidas, possamos construir um futuro melhor e mais verdadeiro.
Estão aqui presentes as fotografias dos cães Rubi do ABC (tigrado) e Xita do ABC (pelagem negra), e uma fotografia do cão Balaio da Fazenda Poço Vermelho, todos do inicio da década de 1970.
Balaio (foto disponível na internet via Dog Family) era neto do casal Rubi X Xita, aqui citados.
O canil ABC foi largamente denunciado no passado como um canil mestiçador. E os cães de pelagem negra por este período foram taxativamente, todo e qualquer, definidos por mestiços. Uma grande campanha foi realizada nos idos de 1970/1980, contra criadores e canis do BKC, colocando a todos em um só balaio de mestiços.
Porém, de forma inadvertida, talvez por uma distração, um lapso de atenção, o cão Balaio da Fazenda Poço Vermelho foi aprovado em uma exposição, nos mesmos espaços cinófilos, onde se classificaria sua avó como mestiça por ser de pelagem negra e também seu avô por ser da criação ABC de Ênio Monte.
Da mesma forma como demonstramos em um post passado neste Facebook, também o irmão de Balaio, Aladim da Fazenda Poço Vermelho, foi não só aprovado, mas muitíssimo elogiado por todos os juízes da raça.
Fatos são fatos e não podem ser negados. O que se pode é tentar explicar ou justificar os fatos. Atacar quem divulga fatos não muda a realidade, tampouco tentar esconder fotos e fatos. Explicar que cães netos de “mestiços” podem ser ótimos Fila Puro, e recomendados para a reprodução, é algo que requer um exercício espetacular de raciocínio.
Isso nos leva a crer que os mesmos interesses estão presentes quando classificam os nossos OFB de mestiços também.
Quais interesses estavam presentes na década de 1970, que levariam um grupo de criadores a levantar dúvidas sobre cães e canis, e seus documentos? E que também estão presentes nos dias de hoje? Quanto há de veracidade nas afirmativas que classificam cães de mestiços, sem que sequer se saiba as suas origens? Ou o inverso.
Certamente não seria pela aparência dos cães. Porque ao olharmos alguns cães classificados por mestiços, o que vemos é que são menos supertipados, ou atípicos, que alguns atuais campeões FBM. A se considerar pelas aparências, cães com aparente características de outras raças, definidamente, é que poderiam ser classificados de mestiços.
Neste post colocamos também uma fotografia do cão Leãozinho do Aquenta Sol, com seu proprietário José Amilton, outro cão muito bem classificado nos idos de 1980, de padrão OFB, e que agora seria considerado, quem sabe, mestiço!.
A última foto trata-se de Pungirum do Caramonã. Observe o padrão deste cão, comparativamente ao do cão Leãozinho. Fotos são fatos, e neste caso, estamos comprovando que as bases utilizadas para a construção do plantel OFB são as mesmas, morfologicamente, dos antigos melhores FB.
E assim vamos expandindo nosso projeto, buscando coerência e verdade.
Rubi do ABC
Xita do ABC
Balaio da Fazenda Poço Vermelho
Leãozinho do Aquenta Sol com José Amilton
Pungirum do Caramonã
12 de abril
Prezados amigos e seguidores de nosso projeto e trabalho em prol do resgate do Original Fila Brasileiro!
No ano de 2018, nosso site foi alvo de ataques. Segundo própria denúncia do Facebook, nosso perfil do Face foi atacado por um consórcio entre um canil e um clube de criadores. De uma forma elencada de denúncias em série, os ataques também retiraram do Facebook o administrador Sr. Antônio Carlos Linhares Borges, autor do livro Original Fila Brasileiro - Preservação do Original.
À época, denunciamos publicamente o ocorrido. Para grande surpresa de todos (ou não), descobrirmos que o canil mais premiado assinava juntamente como associado do clube que julgava seus cães. O resultado foi que o canil se ausentou de exposições, com a explicação de que estaria dando oportunidade a outros criadores nas disputas ... O que todos acharam muito interessante.
Passado algum tempo, continuando com nossos trabalhos, somos novamente alvo de ataque dos mesmos elementos, com a mesma estratégia, na tentativa de prejudicar este projeto.
Pode ser que a verdade esteja doendo em alguns, mas seguiremos nossa luta tranquilamente.
Não é nossa intenção entrar nos ambientes do FB, que por demais já estão desgastados com infindáveis e infrutíferas polêmicas. Tanto que estamos realizando um trabalho à parte.
Nossa caravana seguirá indiferente a provocações e tentativas de perseguição, e crescendo.
Vamos em frente.
4 de abril
Leo da Jaguara 1959 e Yapi do Caramonã 2020. 60 anos de padrão preservado. Colabore com este projeto, visite-nos, divulgue.
3 de abril
Prezados amigos e aficionados da preservação da raça nacional Original Fila Brasileiro!
Conforme temos afirmado, desde que tiveram inicio nossas manifestações em prol de resgatar o antigo padrão racial, no ano de 2014 neste Facebook, nossa pretensão é tão somente trabalhar em prol deste objetivo. Em nenhum momento procuramos atingir pessoalmente criadores, pessoas ou canis. Não citamos nomes de canis, nem nos referimos a pessoas de forma desrespeitosa em nossos ambientes, e vamos nos manter com esta postura, apesar das provocações pessoais e agressivas de que temos sido vítimas. Temos amigos em todas as agremiações de criadores, e continuamos a manter nossas amizades e respeito, independente de posicionamentos diferentes relativamente a tipo de padrão que gostamos ou deixamos de gostar. São amizades de longa data, algumas com longos relacionamentos familiares, que não se desestruturam facilmente.
O projeto avança, não só pelo Brasil, mas tem despertado interesse de outros países, que contam com pessoas estudiosas e honestas.
Neste post, mostramos algumas imagens de cães que demonstram claramente as diferenças entre os padrões antigo e moderno.
Fotos 01 e 02 - As primeiras duas fotografias se referem ao cão tigrado Yapi do Caramonã. Este é resultado do resgate do padrão OFB, com o programa de recuperação da raça, através de acasalamentos programados desde o início do projeto OFB.
Foto 03 - A fotografia com três cães de tipo moderno foram retiradas a pedidos.
Foto 04 – Duas fotografias de cabeça do Tetra Campeão Zambê de Parnapuan, 1963. Cães como este, especialmente sua gênese ancestral, inspiraram a formulação do padrão elaborado para orientação da Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro, em 1979.
Posteriormente a 1979, até meados de 1980, este foi o padrão buscado por PSC, até seu afastamento da cinofilia. Conceito que, aos poucos, foi considerado obsoleto, como temos demonstrado.
Foto 05 – Desenho em cópia, elaborado para a orientação da tipicidade, para a recuperação do Fila Brasileiro, frente ao advento das alterações do padrão racial, que ameaçava a raça na sua originalidade desde a época.
Foto 06 – Desenho de cabeça tipicamente muito premiada pela modernidade, fora dos ditames do padrão racial, de 1979, traçado para orientar os clubes e criadores, pela preservação da originalidade da raça. Um dos itens que mais se desviam do padrão original atualmente, é o supertipo, com lábios completamente fora dos ditames do padrão: “Nunca deve a profundidade (do focinho) igualar ou ultrapassar o comprimento”.
Comparando o desenho de orientação do padrão, e o tipo de cabeça premiada atualmente, pode-se ver, sem sombra de dúvidas, o incentivo ao desvio do padrão pelos modernistas. Não fomos nós do OFB que escrevemos o texto do padrão, portanto não é a nós que os modernistas devem destilar as energias de seus gabinetes.
Foto 07– Finalmente, seguem duas fotografias, uma do também campeão, com muitos elogios de PSC em exposições, Leo da Jaguara, padreador fundador do Canil Jaguara, nos primórdios da raça FB. E a última de Yapi do Caramonã, em detalhe de cabeça.
Observa-se facilmente a correspondência de padrão entre a cabeça de Leo da Jaguara e a cabeça de Yapi. Por onde se pode ver o realismo de nosso trabalho, de forma incontestável e indiscutível, com o resgate do padrão original.
Sabemos que as imagens não mentem, mas sabemos também que as pessoas podem optar por verem o que desejarem. Nossa mente tem esta propriedade, de obedecer a nosso comando. Por isso, devemos cada um respeitar a opção do outro, sem incomodar. Se as diferenças são técnicas, não há motivo para que elas caminhem para o campo pessoal. As pessoas podem optar por criar cães dos dois padrões, ou se quiserem, um só, de forma civilizada. As opções que fazemos são parte de um mundo democrático, livre, onde cabem amizades e diferenças de opinião nos mesmos espaços.
Ficam nossos sentimentos de solidariedade a todos os amigos fileiros da Europa, perante a pandemia COVID19, especialmente de Áustria, Itália e Espanha, mas também os brasileiros, com votos de saúde e esperança em dias melhores. Amizades são tesouros que procuramos preservar, como preservamos o nosso OFB: com clareza, respeitando todas as opções pessoais.
Nossos agradecimentos ao Daniel e toda a família por disponibilizarem as fotografias de Yapi a serviço de nossos esclarecimentos.
31 de março
É importante lembrar que o objetivo de nossos posts tem sido, sempre, de procurar esclarecer as pessoas sobre o que é o Original Fila Brasileiro. Para tanto, buscamos elementos de informação que consideramos importantes, como a história que envolve a raça, desde que foi “descoberta” pela cinofilia, e até mesmo o pouco que se sabe antes deste período.
Como todos sabem que palavras podem ser vazias, e enfim papel aceita tudo, também temos buscado embasar nossas informações por fotografias e escritos de época, que possam esclarecer nossos objetivos. E dentro deste processo de fazer entender aos que não conhecem o que é o nosso OFB, não há como deixar de se usar fotografias de forma comparativa, pois é importante que as pessoas saibam distinguir entre o Original e o moderno FB ou FBM. Como as imagens fotográficas não mentem, a verdade fica exposta, seja para bem de alguns ou para incômodo de quem não se beneficia com ela. Sentimos pelos incomodados, mas não podemos deixar de fazer o que é preciso.
Gostaríamos de dizer para os que se desviaram do caminho da preservação do nosso OFB, e tinham esta pretensão, que sempre é tempo de recuperar o caminho. Há os que gostam do Fila urbano, adaptado aos pequenos espaços, e a estes respeitamos se o acham mais bonito, e se o objetivo é este.
Mas acreditamos que a raça pode ser recuperada, da mesma forma como foi alterada, bastando para tanto que se busquem exemplares menos alterados, provenientes de genéticas originais.
Historicamente, sabemos que uma Comissão foi criada para recuperar a raça, em 1979, pelo antigo BKC, e que um trabalho ao qual nos espelhamos, chegou a se iniciar, com as mesmas diretrizes e metodologia. E temos dito que o trabalho sofreu desvios de suas diretrizes, pouco a pouco, mais ou menos a partir do final da década de 1980, como temos demonstrado e provado por fotografias. Mas não queremos dizer, com isso, que fica impossível a recuperação, ou retorno às diretrizes originais da Comissão. Com certeza, ainda existem cães em todas as agremiações, que poderiam contribuir para um retorno às origens. A genética da espécie canina é bastante maleável, e com um processo seletivo bem direcionado, partindo-se de exemplares promissores, tudo é possível.
Claro, tudo é possível, mediante humildade e reconhecimento do equívoco que foi, alterar os conceitos de julgamento orientados por PSC. Se as pessoas, juízes ou criadores insistem em afirmar que os julgamentos orientados por PSC, se constituíam em “graves erros conceituais”, então não tem recuperação.
Atacar o projeto OFB de forma descontrolada, de nada vai adiantar, porque com histeria não se pode alterar a realidade. Nós seguiremos calmamente com nossa caravana de preservação, sem nos perturbarmos.
Neste post de hoje, vamos demonstrar, com fotografias, alguns cães julgados em exposição em 1994, que ainda nesta época apresentavam tipicidade, conforme o padrão traçado para orientar os julgamentos da Comissão de 1979. Comparando-se com os campeões de 2000 em diante, podemos ver alterações que levam a outro conceito de qualidade, e na verdade de raça.Se comparado com os julgamentos de 2010 adiante, podemos ver o "abismo" entre os padrões.
Interessante ressalvar que ultimamente já se pode notar que, sutilmente, já se tenta recuperar algo do passado nos julgamentos das exposições, mas de forma ainda muito tímida. Para se realizar uma guinada mais à antiga, seria necessário que se reconhecesse, de forma transparente, a intenção. Do contrário, vai demorar muito tempo.
De toda forma, esperamos que o trabalho de divulgação e informação do OFB, esteja contribuindo para que se retome os rumos originais, em todos os clubes de criação de Fila Brasileiro. Torcemos para que se faça uma revisão dos conceitos modernos de julgamento, e se reconsidere sobre os conceitos de julgamento de PSC.
Os cães das fotografias que se seguem estão presentes em um vídeo disponível no Youtube, relativo à exposição em 1994.
Pela ordem das fotografias, temos:
01 – Fêmea de nome Caiana de Heropama. Sem os excessos da atualidade. Linha de dorso firme. Observe-se que nenhum cão deste padrão tem lábios demasiadamente grandes e profundos. Claro, estavam dentro do padrão ainda nesta época.
02 e 03 – Fama do Hisama, com detalhe da cabeça. Observe que as orelhas, neste período, ainda estavam em tamanho e posição “normal”, ou seja como descrito no padrão, “na linha dos olhos”, e não com os ouvidos muito baixos no crânio, como é o conceito moderno. O focinho, pela mesma forma, ainda dentro do padrão, com os lábios moderadamente caídos.
04 – Em duas fotografias de corpo inteiro e uma de cabeça, a fêmea jovem, Vida do Amparo. Observe-se que exatamente o tipo de cão jovem que a modernidade e os defensores do FBM abominam. Se estas fotografias fossem publicadas em algum post, sem identificação do respeitado canil Amparo, os chiitas do FBM diriam imediatamente se tratar de vira latas, cabeça triangular (sabe-se lá de onde tiraram esta terminologia), etc.
05 – Fêmea de nome Etna do Itapuã. Excelente cabeça, para um OFB, que pode ser buscada também por outras entidades que queiram recuperar o padrão.
06 – Um espetacular exemplar de nome Açu do Abayara. Observe-se que se trata exatamente do padrão OFB. Macho jovem, forte, compacto, boa ossatura, pernas grandes, corpo firme, cabeça tipo OFB, animal sem qualquer excesso, pouco couro. Morfologia tipicamente adequada para trabalho. Embora na fotografia pareça que tem o lombo um pouco curto, se esta for a realidade, ainda é muito preferível do que cães de dorso longo, como os atuais. Atualmente os cães FBM, possuem dorso muito longo e pernas curtas, ocasionando dorsos “moles”, e por vezes “selados”.
Por que abandonaram este padrão de animal, é para nós um mistério. Do ponto de vista técnico, não há motivos, talvez somente do ponto de vista estético.
08 – Fotografia do cão Thor do Forte Bruttus, OFB.
Estas duas últimas fotografias de cães OFB, pedigree Sobraci, em comparação com as demais aqui postadas, de 1994, demonstram que o projeto OFB não é bicho de sete cabeças. Tampouco é motivo para desespero dos que se assustam como se estivem diante de uma ameaça. Apenas estamos resgatando a raça na sua concepção original, como mais uma vez demonstramos e provamos.
Os dois exemplares OFB abaixo são resultado de gerações de interação, entre cães de linhagens antigas (mas que igualmente a estes cães das fotografias de 1994, ficaram preservados) com cães resgatados de fazendas, intocados por criações modernas. Nosso projeto está disponível para receber cães como estes, e os canis que ainda preservam este padrão, serão bem vindos para contribuir conosco, neste trabalho de preservação do OFB. E se cães deste padrão estão sendo descartados por alguns canis ou clubes, podem ser introduzidos no OFB em acalamentos experimentais. A transferência de sistema é prática usual em todos os sistemas.
26 de março
Afirmamos sempre que conhecer a história, mesmo para se criar uma raça de cães, é importante e até imprescindível, pelo menos até onde for possível. Conhecer as organizações que envolvem esta história, e a forma como as narrativas da raça foram criadas. A partir destas histórias, as raças passam a ser “construídas”, estabelece-se um padrão a ser seguido e um conjunto de normas a serem respeitadas.
No entanto, não obstante as normas e regras, muitas vezes acontecem desvios de rumos, e os dirigentes de entidades não se dão conta, ou optam por não corrigirem os rumos.
Logo no início do livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, é abordada a questão dos desvios de programas de entidades, de diversas naturezas, e a dificuldade em se manter a originalidade de um programa. Seria bom reprisar algumas frases do livro:
“Em todos os níveis e em todas as naturezas de atividades, também se pode notar como é difícil para o ser humano manter a originalidade ideológica nas instituições”.
“A interferência de interesses, conveniências, da vaidade humana e outros fatores, leva ao desmonte institucional pela distorção da prática, permanecendo a instituição como algo representativo, muitas vezes alegórico, das ideias originais”.
“De tempos em tempos, as instituições precisam ser revigoradas, oxigenadas, sacudidas, para que se mantenha a ideologia original, pela via da boa prática”.
“Sempre será necessário – e válido - repensar as práticas, reestudar as bases ideológicas, rever os caminhos, promover a reflexão e buscar encontrar a verdade e o caminho proposto originalmente”.
“E quando necessário, criar novos movimentos e instituições. A essência ideológica é o que deve ser preservado, e para tanto é sempre válido que se pesquise e estude”.
“Os homens são falhos, e as estruturas podem se distanciar dos propósitos que as originam, especialmente quando não se aceita a falibilidade humana, quando se perde a capacidade de compartilhar ideias e conhecimentos”.
“Conceitos podem e devem ser revistos, preconceitos devem cair, desde que sob a luz de estudos e pesquisas, sob a luz da cientificidade”.
E a respeito do programa de recuperação da raça Fila Brasileiro, traçado pela Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro, a partir de debates realizados na década de 1970 :
“Óbvio é que muitos dos conceitos e diretrizes – a maioria – traçados por Paulo Santos Cruz, sem dúvida o Pai do Fila Brasileiro, devem ser preservados diante de tentativas maliciosas ou oportunistas de se alterar padrão, morfologia, aparência e funcionalidade do Fila”.
“Mas cabe duvidar das posturas de apropriação do Fila Brasileiro como se uma única entidade pudesse ser capaz de cuidar dele – ou até alterá-lo sem que se possa denunciar a nudez do rei”.
Interessante notar quais seriam os conceitos e diretrizes que deveriam ser preservados, assim como o padrão traçado para orientar a preservação do FB, desde 1979, pela antiga Comissão. À época, considerava-se que o número de mestiços já atingia 80% do plantel de FB, “pelo menos levando-se em conta os exemplares que frequentam as exposições”, segundo se dizia em publicação do Boletin O Fila, 1979.
O programa da Comissão afirmava textualmente que “a única solução para a preservação da raça seria a concessão de RI para os exemplares puros que ainda existem no interior, e poderão contribuir decisivamente para a melhoria das características rácicas do Fila Brasileiro”.
E ainda afirmava: “sem os RI, os acasalamentos se restringirão aos poucos exemplares puros registrados, todos provindos de umas poucas linhagens. Sem maiores opções, os criadores que quiserem manter a pureza de sua criação, entrarão em consanguinidade estreita, com riscos de fixação de defeitos de maior força genética e consequentemente deterioração da raça”.
O programa reconhecia claramente que poderiam existir exemplares puros no interior, fato negado hoje pelos que se dizem seguidores ou herdeiros do programa. Para eles, aquele padrão antigo, que tanto já foi objeto de premiação comprovadamente pelo Boletin O Fila, está ultrapassado.
Nas palavras dos que se dizem defensores do programa da Comissão, as premiações antigas das exposições deles mesmos e do próprio Santos Cruz, se constituíram em “graves erros conceituais”. Por isso evidentemente abandonaram o padrão OFB. E quando se tenta resgatar aquele padrão “ultrapassado” diante do aprimoramento da raça, eles o classificam de “mestiço”. Velha artimanha para desqualificar tudo que consideram que os pode ameaçar economicamente.
Temos demonstrado com talvez centenas de imagens, que o projeto OFB apenas representa o trabalho esquecido, abandonado e negado na forma original, traçado pela antiga Comissão de 1979.
O que é difícil de explicar é por quê perseguem tanto o projeto OFB, nos atacando, dizendo que somos perigosos, que estamos mestiçando, que o OFB é um mestiço, etc, se para eles o antigo padrão se constitui em “grave erro conceitual”, declaradamente. Se mudaram de ideia, e nós estamos seguindo ideias equivocadas do ponto de vista conceitual do padrão morfológico que adotam, então porque se incomodar com o que o OFB faz? Recolher alguns cães com pedigree, que acaso ainda possam representar algo aproveitável para o projeto OFB, e promover o acasalamento com cães de origem, era o antigo programa da Comissão.
Reconhecer o antigo padrão morfológico – de cães premiados pelos seguidores da Comissão até meados de 1980 – é um objetivo original. Não reconhecer padrões divergentes, cães fora do padrão, é também parte do objetivo original. Então se o que o projeto OFB faz é apenas seguir o padrão original, abandonado e considerado “erro conceitual”, por que se incomodar e agredir?
Cada um que siga o caminho que traçou para si mesmo, e não incomode os outros.
Mais uma vez mostramos - pela enésima vez - que o padrão antigo, OFB, foi abandonado, os cães foram alterados e as premiações mudaram de rumo, e que estamos dispostos a preservar este espólio.
Pela ordem das imagens temos:
01 – Cão Danúbio, registrado em Fazenda em 1980, quando ainda era este o padrão reconhecido como base para a preservação do FB original. Trabalho que o OFB continua fazendo.
02 – Foto (2009) da cabeça de um OFB com pedigree, de linhagem utilizada como base para se perpetuar a raça. Diversos cães desta linhagem foram utilizados. Alguns poucos cães e/ou criações ainda preservam sua originalidade.
03 - Imagem/desenho do tipo de cão muito premiado, ganhadores de troféu em exposição moderna, tipicamente FBM (supertipado), evitado pelo projeto OFB.
04 - Imagem de um cão considerado antigamente mestiço (década de 1970), supertipado, que deu origem aos novos FBM. Em alguns casos, foi acrescentada a orelha de Bloodhound, gerando outro tipo de cães alterados do original, como já temos demonstrado.
05 – Cão jovem OFB (ano 2018), produzido pelo projeto de recuperação da raça, através de acasalamentos programados.
06 e 7 – Filhote OFB de três meses de idade, sendo doado a vaqueiro (2019) – a raça reconduzida onde ficou extinta. Compare-se ao padrão do cão Danúbio (imagem 01). 40 anos depois, a raça ressurge.
Aos clubes ou criadores que queiram ainda valorizar o tipo antigo, original da raça Fila Brasileiro, o projeto OFB está aberto, e efetivamente tem recebido a adesão.
Estamos crescendo, não por que os nossos mais de 8.000 seguidores constantes são pouco inteligentes, ou porque antigos criadores e dirigentes de clubes antigos sejam covardes, mas porque há uma lógica reconhecida e respeitada a cada dia.
22 de março
Prezados amigos e seguidores de nossa página OFB!
Apesar da pandemia que acomete o mundo neste momento, trazendo grandes preocupações, e até tristeza para famílias atingidas, nossas publicações podem continuar. Neste momento, é importante que se mantenha um clima de positividade psicológica, pois nosso sistema imunológico precisa estar ativo e em alta. A saúde mental, é um ponto a mais para a saúde do corpo. Entre os elementos que beneficiam a saúde em geral, está a busca pelo equilíbrio mental, e para que se alcance este elemento, está a importância do discernimento entre o real e o imaginário, a ciência e superstição, o concreto e a ilusão.
Quando a mente humana busca suporte em causas pouco palpáveis, nos tornamos vulneráveis, e quando surgem fatos que desconstroem as narrativas falsas, ou pouco realistas, sobre as quais as pessoas constroem seu mundo, este mundo pode se ver sem sentido, e as pessoas sem seu suporte psicológico. O que não é bom para a saúde. Uma boa atitude mental é a constante revisão de nossas atitudes, nossas crenças e ideias que norteiam nossas atitudes. Fazendo isso, garantimos nossa saúde mental e de pessoas que nos rodeiam, e muitas vezes compartilham as mesmas ideias.
Por isso, neste momento de COVID-19, é tão importante prestar atenção na ciência, e verificar constantemente os riscos de estarmos acreditando em notícias falsas, algumas vezes por ignorância de outros, outras vezes por motivos políticos ou interesses financeiros.
E, principalmente, prestar atenção no que estamos repassando e disseminando. Em situações de alta gravidade, atitudes equivocadas, podem colocar em risco a vida de pessoas. Por isso, cuidado com medicamentos suspeitos ou sem comprovação de eficácia científica. No mundo da política, considerações equivocadas podem levar a prejuízos coletivos de grandes proporções. Especialmente aí, a nossa capacidade de discernimento é fundamental, já que ficamos sujeitos a todo tipo de propaganda, assédio mental, emocional e psicológico, motivados por interesses e conveniências insuspeitas.
No mundo da economia, atitudes da mesma forma, equivocadas, podem causar prejuízos a pessoas que acreditam em investimentos, sob ideias mal direcionadas. E não seria diferente na criação de cães.
No caso da criação de cães, ainda podemos somar mais um problema como consequência de atitudes equivocadas, que conduzem a erros. Quando as pessoas brincam com a genética, incorporando-se de deuses, pode não ser nada bom para os cães. E para as pessoas que são levadas ao engano. Neste caso, também podemos ficar sujeitos a propagandas e tentativas de indução a caminhos, sob os quais não suspeitamos os motivos.
Retomando a história do reconhecimento da raça Fila Brasileiro, vamos encontrar situações que requerem muita reflexão e análise, e muita isenção de ânimo para que nossas análises encontrem a realidade. E temos que estudar a história, porque tanto quanto na política ou na economia, na criação de cães, o estudo da história pode esclarecer e oferecer novos caminhos, mais realistas, sejam à luz da ciência sejam com o objetivo de se promover a preservação de um patrimônio.
No caso do OFB, estamos nos referindo a um patrimônio genético e histórico, que se observa entre nossas raças domésticas de classificação como “crioulo”. Sabemos que a história é construída, em geral, pelos vencedores, e portanto contada de forma a valorizar quem está no poder, e desvalorizar ideias que se opuseram ao poder ao longo da história.
Pode ser difícil discernir entre o real e o imaginário, entre as boas intenções e as intenções carregadas de interesses comerciais, financeiros e das disputas e competições.
A partir do evento das misturas raciais, entre a raça FB e outras, nasceu a narrativa do Fila Puro. E, para lhe dar suporte, a proposta de se salvar a raça da mestiçagem. Excelente proposta, na qual a maioria das pessoas bem intencionadas, que tiveram naquele momento um sentimento de brasilidade, embarcaram – ou embarcamos.
Os desdobramentos desta história, no entanto, se mostraram, ao longo dos anos, um tanto questionáveis, até que, em décadas, tudo resultou em uma nova alteração da raça, que hoje denominamos FBM (Fila Brasileiro Moderno).
Ao longo deste tempo, foram dados alarmes, mas todos desconsiderados, e o que é pior, sempre que alguém questionava os caminhos que estavam sendo tomados, havia um movimento da parte do “poder” estabelecido, no sentido de desqualificar os argumentos. E sempre que alguém se opunha de qualquer forma, havia – e há ainda hoje – a ameaça velada, de se classificar alguma criação como “mestiça”.
Na década de 1980, chegou-se a divulgar uma grande lista de cães e canis, com a acusação de mestiçagem. Deram-se nome a cães, canis e pessoas, tentando com isso criar uma espécie de terror em quem subvertia a ordem que se estabelecia. Esta prática permanece até os dias atuais, com o advento do projeto OFB, lançado após quase 50 anos de estudos e luta para se entender o que se passava com o Original Fila Brasileiro, desde sua “descoberta”.
Atacam o projeto OFB com a mesma acusação de mestiçagem com que atacaram diversos criadores e canis na década de 1980. Sabemos que o advento da mestiçagem existiu, e não o negamos, claro. Porém quando observamos muitos destes cães, denunciados por mestiços, nada vemos neles que os conecta com os atuais FBM, mas vemos muito mais similaridade com fotografias de cães originais. A falta de coerência da parte de quem usa a acusação, vem de longas datas.
Nesta publicação da página OFB, colocamos algumas fotografias de época, com nomes de alguns cães que estiveram na lista negra dos mestiços, na década de 1980, e outros cães na lista dos melhores em épocas próximas daqueles. Estas fotografias trazem curiosidades, para nossas análises. Estudando-se as origens destes cães, podemos ver o quanto de incoerência há nas denúncias, muita vezes infundadas.
Baseamos aqui em pesquisas realizadas pelo excelente site “Dogue Family”, onde se apresenta a paternidade dos cães aqui postados. Este site vem realizando pesquisas de genealogia de diversos cães e linhagens da raça Fila Brasileiro.
Colocamos aqui a fotografia da fêmea Guaxi de Tangará Açu, nascida segundo o site citado, em 12/06/1975. Considerarmos uma fotografia que muito bem representa o que denominamos OFB. Esta fêmea constava de uma grande lista de cães, segundo denúncias, mestiços, resultados de cruzamentos inter raciais ocorridos na década de 1970.
Segundo também o site, no qual confiamos até prova em contrário, Guaxi seria filha do cão consagrado como exemplo do Fila Puro, um padrão a ser perseguido idealmente a partir daquela época, Aladim da Fazenda Poço Vermelho.
Aladim da Faz. Poço Vermelho era filho de Antar do Samor (pai), e Bacaba do Urupes (mãe). Antar de Samor, por sua vez, era filho de Rubi do ABC X Chita do ABC.
Qualquer defensor da causa anti mestiçagem poderia dizer que apesar de Guaxi ser filha do “puríssimo” Aladim, poderia muito bem ser uma mestiça, se sua mãe o fosse assim. E isso, mesmo que seu fenótipo herdasse a aparência de um OFB, poderia ser geneticamente impura. Argumento válido, tecnicamente.
Porém, ao se analisar as origens do cão Aladim da Fazenda Poço Vermelho, pode-se ver que ele era filho de Antar de Samor, que por sua vez, era filho de Rubi do ABC X Chita do ABC.
O Canil Samor foi um dos denunciados amplamente, constando alguns de seus cães mais conhecidos da lista de cães mestiços. Mas também, alguém, em defesa da coerência, poderia dizer que Antar de Samor não seria um dos mestiços do canil. E que seu pai, Rubi do ABC, não estaria entre os cães mestiços do Canil ABC de Ênio Monte, também tão denunciado e acusado.
Porém o que dizer da fêmea, Chita do ABC, avó de Aladim? Chita, postada aqui, era de pelagem preta com marcações brancas, ou seja, preta pampa de branco. Acreditando-se na hipótese de que todo Fila preto é mestiço, como poderia Aladim ser Fila Puro, modelo de padrão a ser seguido? Que de fato foi o padrão que mais orientou o processo de “aprimoramento” do FB.
Seria, a partir de Aladim que se estabeleceu, modelo atual FBM? Porque todos os outros cães de tipo antigo passaram a ser descartados, depois de Aladim?
Como explicar que Guaxi pudesse ser considerada mestiça, se seu fenótipo não demonstrava qualquer sinal de mestiçagem? Qual tipo de mistura racial teria sido o motivo da acusação? Estariam já pensando em descartar cães como Guaxi e adotar cães de maior rima labial, mais rebaixados, e de barbelas maiores? Estariam pensando em alterar a linha de dorso dos nossos OFB?
Não seria o atual FBM o exagero de um Aladim? A seleção buscando o exagero deste tipo racial?
As historias de mestiçagem se perdem nas brumas do tempo, com muitas incoerências e, pelo que se percebe, esta narrativa tem se prestado a atacar, ameaçar, agredir, tentar inviabilizar iniciativas como a do OFB, de forma a beneficiar uma única narrativa, a do FBM puro.
Façamos nossas reflexões e análises com isenção de ânimo. Precisamos de capacidade crítica, para levar nosso projeto avante. Da parte do projeto OFB, continuaremos a preferir o padrão Guaxi, ao padrão estilizado a partir de Aladim.
A lista de 1979, recentemente utilizada como argumento contra o projeto OFB. Os acusadores atuais, ainda permanecem nesta postura, como fonte de ameaça aos que questionam o FBM.
Detalhe da lista com o nome de Guaxi.
Foto de Guaxi
Xita do ABC
Rubi do ABC
21 de março
Prezados seguidores de nossa página Original Fila Brasileiro!
Neste momento de pandemia mundial, desejamos enviar uma mensagem de solidariedade a todos, mas também de prudência e cautela.
Nosso espaço tem sido impulsionado pela palavra “preservação”, e embora estejamos direcionando a um caso, do OFB como uma responsabilidade, remetemos também a outras situações. Nosso cão está apenas incluído em um contexto ideológico, onde o contexto maior é nosso ambiente, nossa sociedade, e agora, nós mesmos. Precisamos mais que nunca, nos cuidar, cuidar de nosso ambiente bem higienizado, nossas pessoas, especialmente crianças e idosos.
É importante entender que a pandemia é verdadeira, e não uma invenção contra o mercado e a economia do mundo.
Uma verdade deve ser reconhecida: nossa sociedade tem suas fragilidades, e os fatos devem nos remeter a reflexões sobre o modelo de desenvolvimento que o mundo vem adotando. O mais importante agora é não minimizar a situação. Não precisamos do pânico, evidentemente, mas precisamos ser precavidos.
Parar por um tempo não vai nos custar tanto quanto vidas humanas. Vamos acreditar nos médicos e na ciência, respeitar o que o Ministério da Saúde tem recomendado.
Atividades como viagens para entrega de filhotes devem ser suspensas, os passeios com os cães em locais públicos evitados, assim como encontros.
Vamos pensar em nossos idosos, que são os mais vulneráveis. É o momento de amor e cuidados, de preservar a vida humana. Tão logo tudo seja superado, a vida volta ao normal. Alguns conselhos que vem surgindo pela internet são importantes, mas vamos manter o bom senso. Cuidado com as notícias falsas ou tendenciosas. Não use medicamentos que não sejam indicados pelo Ministério da Saúde de nosso país.
Para alegrar o ambiente, seguem aí os conselhos de mineiro, e nossa programação para o fim da semana.
Saúde a todos!
17 de março
Recentemente, ocorreu o falecimento de uma pessoa que teve interessante protagonismo na história da raça Fila Brasileiro, o criador de Filas e de cavalos, Sr Ênio Monte, do antigo canil ABC, de São Paulo. O criador se tornou, em certo momento da história do FB, adepto de cruzamentos entre cadelas FB e machos da raça Mastif, acreditando na hipótese de Santos Cruz, de que o FB seria descendente de raças inglesas, especialmente o Mastif. Foi um dos pioneiros nesta proposta, seguido de outros criadores antigos, com a promessa de que seria realizado um registro à parte dos mestiços, para verificação dos resultados, e se positivos, incluir as linhagens meio sangue, três quartos, sete oitavos, de Fila Brasileiro, etc, até se atingir o “puro por cruza”.
A proposta de se abrir o livro de registros, nestas condições, não foi levada a efeito, ficando os resultantes de cruzamentos, registrados como FB. Não cabe culpar Ênio Monte, ou responsabilizá-lo. Ele não foi inventor da ideia, nem teve como controlar a situação. A ideia de que o FB descendia de cães ingleses estava disseminada, e não havia como evitar as tentativas de “melhorar” nossos crioulos. Teria assim, sido dado início ao processo de “seleção e melhoramento” da nossa raça aborígene e crioula, que os criadores consideravam feios e inferiores aos grandes e pesados Mastifs. Para muitos, não passavam de vira latas grandes.
A ocorrência destes fatos se deram nas décadas de 1960 e de 1970, dando então início ao processo que resultou no FBM. E, repetimos, não temos como culpar, ou responsabilizar ninguém por isso.
Ênio Monte foi responsável pelo canil ABC, canil muito antigo, que criou excelentes exemplares de FB, muitos dos quais são ancestrais de cães até hoje considerados Fila Puro. E é importante lembar esta parte da história. É importante dizer que Ênio Monte, assim como muitos de nós, acreditou na hipótese de Santos Cruz, da descendência inglesa de nosso FB. Muitos destes acasalamentos foram feitos em todo o país, com as melhores das intenções. Muitos também foram feitos, com intenções de mercado, já que a moda estava lançada.
Paulo Roberto Godinho, em seu importante livro – “Fila Brasileiro, Um Presente das Estrelas”, explica muito bem sobre a fantasiosa hipótese, que foi tomada como teoria. À pag. 252, afirma que só PSC conhecia as teorias que ele editou, sobre a origem do Fila Brasileiro.
E Paulo Godinho dedica uma parte de seu livro para explicar que a mestiçagem é antiga, desde a década de 1960, onde várias raças entraram na composição, do que é hoje o FBM. Ao longo de anos de criação da raça, uma disputa acirrada pelo mercado de cães, levou o ambiente de criação a níveis inimagináveis de agressões verbais, ameaças, calúnias, injurias, difamação de criadores e canis. Alguma coisa de verdade, e algumas coisas de aproveitamento da situação, por conveniências diversas.
Mas vale a pena lembrar de Ênio Monte, também como um bom criador, bem intencionado, e proprietário de cães maravilhosos.
No livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, chegamos a divulgar foto do pai de Ênio Monte, com o cão Orixá de Parnapuan, possivelmente um dos últimos OFB do canil ABC. (pág. 96). Orixá era filho de Tamoio de Parnapuan, e uma fêmea de fazenda, original. Nasceu em 1959, e foi um dos cães de destaque, entre os filhos do grande reprodutor Tamoio.
Naquele momento, o que se esperava com os acasalamentos entre Mastifs e fêmeas originais FB era o acréscimo de massa corporal, aumento no tamanho da cabeça e acréscimo de rima labial.
No entanto, a experiência não agradou a muitos, que resolveram alterar a raça, para um tipo mais parecido com uma mistura de Mastif com Bloodhound. Foi um longo trabalho seletivo, que levou décadas para se consolidar.
Na verdade, tudo foi ocasionado pelo fato de que criadores nacionais achavam que o nosso Original tinha pouca chance de ganhar mercado, comparativamente com cães como os pesados Mastif, ou enormes Dinamarqueses (Dogue Alemão), ou os maravilhosos Bloodhound com suas enormes orelhas e grande couro solto.
Há que se reconhecer que foi um trabalho bem direcionado, buscando um tipo idealizado. As premiações nas exposições foram direcionando os criadores para o caminho traçado. Esta concepção – do Fila com mais orelhas, mais couro/barbelas enormes e morfologia ao Bloodhound – teve início mais ao final da década de 1980, e foi em um processo crescente, em busca de um mercado específico.
Basicamente temos hoje duas linhas de padrão, sendo uma com mais massa corporal e tamanho, e outra menor, de porte mais atarracado. Os maiores em geral tem mais similaridade com o Mastif. Os menores com o Bloodhound, com orelhas maiores e os ouvidos deslocados para a base do crânio, bem baixos.
Nenhum tipo de FBM, no entanto, tem qualquer similaridade com os antigos, como Orixá de Parnapuan, ou Tamoio. Observando a fotografia deste cão, pode-se ver o tamanho da pernas, completamente diferente dos atuais FBM, a linha de dorso firme como temos demonstrado nos OFB, e o ventre levemente recolhido. Sua cabeça, considerada à época excepcionalmente desenvolvida, não apresenta qualquer similaridade com os modernos FB. As orelhas são inseridas no ponto mediano do crânio, quase altas, e os ouvidos estão em uma posição que impede a entrada de água de chuva, ou quando o cão nada. Ao contrário dos modernos, são orelhas pequenas.
O crânio não é abaulado, como nos FBM, mas largo e mais curto. Pode-se ver no cão Tarzan do Martalice, OFB das primeiras gerações do projeto, o crânio similar, largo, focinho espesso, orelhas pequenas e posicionadas mais ao alto da cabeça. Também o corpo é similiar, com uma morfologia de trabalho, dorso firme, sem muitas “pregas” de couro, lábios caídos, porém medianos.
Postamos algumas imagens de FBM, frontal e de cabeça, onde se pode ver que o padrão atual, imaginado por alguns e criado por seleção artificial, nada tem a ver com Orixá de Parnapuan, assim como seu pai Tamoio, como já demonstramos aqui.
Nosso caminho é buscar outros Orixá, assim como outros Tarzan, para perpetuar a raça antiga, Original.
12 de março
Continuando, sobre o crescimento do projeto OFB.
Observando o programa da Comissão criada em 1978, haviam três ítens que se referiam à organização das futuras criações:
Propor aperfeiçoamento para as exposições especializadas.
Regulamentar o adestramento e as exposições de adestramento, para o Fila Brasileiro.
Estudar, debater e decidir, toda e qualquer questão, proposta ou crítica, que lhe for apresentada.
Como foi dito anteriormente, entre as 10 propostas para a recuperação da raça, algumas não foram acatadas posteriormente, ou não foram levadas avante, e entre estas, cabe uma reflexão, sobre os itens acima. Ao assumir a proposta da Comissão, e transformá-la em clube de criadores, PSC deu seu toque pessoal, na maioria dos aspectos altamente positivo, especialmente porque conhecia a morfologia e o fenótipo dos cães originais, com os quais convivia desde 1945. Por isso nos baseamos sempre nos seus julgamentos, ou nos julgamentos que orientou, para as premiações nas exposições, e que explicitam o que é a qualidade para um OFB, nos Boletin O Fila. Publicações que hoje vem sendo tratadas como “evangelhos apócrifos”.
No entanto, no que diz respeito aos itens acima citados, pouco ou quase nada se fez. Os motivos podem ser em parte o afastamento precoce do mestre PSC do projeto, já que em 1985 ele passou a se ausentar e acabou se afastando completamente, antes de seu falecimento.
Em parte também, temos algumas considerações colocadas no livro de Paulo Godinho – "Fila Brasileiro, Um Presente das Estrelas" – já que Godinho conheceu e conviveu com Santos Cruz.
Godinho prima pela honestidade, jamais deixando de reconhecer a importância inegável de Santos Cruz, para a raça Fila Brasileiro, assim como reconhecendo as imperfeições humanas do Pai da Raça FB.
Em seu livro, Godinho descreve a importância do adestramento, e também alguns motivos que resultaram em PSC, uma aversão ao adestramento para o FB, considerando que a raça poderia ser prejudicada, perdendo seu “senso” de guarda com uma seleção direcionada para o adestramento.
Hoje percebemos que um dos grandes prejuízos que se acumulou para a seleção e preservação do FB, na versão Original, foi considerar que a raça não deveria ser submetida a adestramento, e que as provas de temperamento nas exposições – da forma como vem sendo feitas sempre – seriam suficientes para o “aprimoramento” da raça. Renegou-se os estudos científicos, que desde a época de 1978 já haviam, sobre adestramento, condução de comportamento, obediência, socialização, e sobretudo pressão seletiva, para a raça. Como se o FB fosse uma espécie à parte. Para as exposições de FB, adotou-se uma metodologia de avaliação de temperamento, que desde aquela época, estudiosos do comportamento canino já sabiam que estava ultrapassada, e poderia conduzir o processo seletivo a erros e falhas no plantel futuro.
Todos os que engajamos naquele momento na luta pela preservação do FB original, acreditaram que o caminho estava correto. Porém os resultados, algumas décadas depois, se mostraram realmente falhos, em elevado percentual. Com o tempo, o sistema nervoso dos cães decaiu, a baixos limiares. Foi priorizada na seleção o que PSC denominou de “ojeriza a estranhos”, que hoje se sabe cientificamente que se trata de elevado “drive de defesa”.
A seleção genética, com pressão exclusivamente sobre este item, produziu ao longo de anos, décadas, um cão reativo, ameaçador, barulhento, porém inseguro na maioria das vezes. Como o comportamento reativo e mal educado passou a ser muito valorizado, os criadores passaram a manter seus cães isolados de convívio social, presos, enjaulados, ou passaram a incentivar que eles se mostrassem extremamente agressivos diante de pessoas em qualquer situação. Cães nervosos passaram a ser valorizados, sem se perceber que o baixo limiar nervoso, seria a causa. Por detrás de tudo, uma grande insegurança – inclusive dos proprietários algumas vezes. A raça também atraiu algumas pessoas inseguras e agressivas.
Afortunadamente, alguns juízes e criadores se deram conta do fato, quando por volta do ano de 2000, ou pouco mais, um grupo de criadores, proprietários de cães considerados de elevado temperamento, foram desafiados por um comportamentalista canino, a testarem seus cães em situação real. Entre os cães a serem testados, foram escolhidos os que melhor se saiam em exposições, nas provas de temperamento convencionais. O proprietários exigiram que o figurante que fosse testar os cães, assinasse um documento, que não responsabilizaria os mesmos, por danos físicos, ou até morte do figurante. Tal o nível de desconhecimento dos criadores, a respeito do verdadeiro temperamento de seus cães. E tal o nível de falta de orientação que os clubes e juízes, proporcionam a criadores.
Os cães seriam soltos individualmente, dentro de seus territórios, onde se situavam os canis, ou nos quintais de seus proprietários/criadores. E tudo seria filmado, como forma de documentar. O figurante adentrou os territórios, como combinado, utilizando roupa de proteção e uma garrafa pet com pedrinhas dentro, a qual entrou sacudindo, fazendo um barulhinho.
O resultado foi a fuga, parcial ou total, de mais de 90% do plantel. Alguns cães considerados mais “bravos”, ficaram latindo no entorno do figurante, sem contato físico; outros fugiram para dentro dos canis. Dos mais de 20 cães testados – todos considerados “top” em temperamento, apenas alguns cães de uma fazenda reagiram bem. O outro resultado, diante da proposta do presidente daquele clube, de alterar a maneira de avaliar os cães em exposição, para uma melhor avaliação, e adotar métodos científicos, foi inacreditável. Os criadores solicitaram que se apagassem os vídeos e não se tocasse mais no assunto, e não se falasse em comportamentalistas caninos nas exposições. Isso iria desmoralizar canis, clubes e criadores. E enfraqueceria os clubes, sujeitando-os a críticas.
Um silêncio se estabeleceu, e foi mantida a opção por se tratar os clubes como espaços de shows e venda de filhotes. O receio de críticas tem sido muito forte ao longo do tempo, em clubes de criação de FB, resultando em um ambiente reativo e agressivo a quem tenta elevar o nível de racionalidade. Uma impressionante agressividade tomou conta do ambiente de criação da raça FB, há tempos, com ataques pessoais a qualquer pessoa que questionasse a narrativa criada depois da Comissão de 1978, taxando linhagens inteiras de mestiças, acusando criadores de mestiçadores.
Incoerências enormes ficaram sem explicação, porém a arrogância e a agressividade de alguns “donos” da verdade intimidaram, por décadas, e afastaram pessoas com desejo de colaborar com a raça, fora do escopo traçado por poucos.
O projeto OFB está crescendo sob novos paradigmas, e sem medo. Não nos intimidamos, e adotamos novos paradigmas, respeitando os cientistas, o conhecimento cinófilo e os professores de cinofilia. Somos um projeto revolucionário para a raça FB, por isso tão atacado.
Na questão do temperamento, comportamento canino, sistema nervoso, temos o especialista Marcelo Castro, como parte da diretoria e criador do Canil Puri Moreno, um dos pioneiros na criação do OFB, e estudioso e orientador de um grupo que se dispõe a desenvolver testes para o processo seletivo da raça. Marcelo é alto nível no conhecimento do shutzhund. Ele lidera um grupo de estudiosos, comportamentalistas e adestradores, que colaboram com os estudos, testam os OFB em diversas situações e desenvolvem métodos próprios para a condução da raça, em diversas partes do país.
Nossos criadores são incentivados a estudar, aprender o que a ciência cinófila tem de conhecimento, desde que os estudos se iniciaram com os Alemães em 1950. Entendemos que não podemos temer o conhecimento, muito menos incentivar a ignorância.
Os novos paradigmas já incentivam o comportamento dos criadores, como a exemplo:
Socializar e educar os cães, sem medo que eles percam o senso de guarda – confiar na raça;
Não isolar os animais. O isolamento só poderá tornar os cães neuróticos;
Ambientar os filhotes OFB, leva-los a conhecer o mundo, elevar os níveis de segurança e auto confiança dos animais;
Nos processos seletivos, eliminar manifestações de defesa em excesso – que conduzem à fuga sob pressão. Priorizar para acasalamentos, cães de elevado limiar nervoso, calmos e confiantes;
Buscar na seleção, cães com elevado instinto (drive) de caça, superior à defesa; buscar cães combativos, que transitem rápido e fácil, da caça para a agressão em casos de necessidade;
Priorizar fenótipos e morfologia de trabalho, assim como as habilidades mentais e instintos de trabalho, preservando as características dos antigos e originais FB, os OFB.
Considera-se que cães seguros, auto confiantes, são mais estáveis e podem conviver com crianças e pessoas em ambientes tranquilos, já que não sentem a pressão psicológica do medo e da insegurança, e não mordem por defesa a todo momento.
Neste post, mostramos em uma fotografia, dois cães jovens OFB com crianças, sendo que o cão com a garota está fora de seu território e está tendo convívio pela primeira vez com as crianças da casa. Assim foi preparado pelo seu tutor, o Major Frankie, adestrador militar nordestino e participante ativo nas pesquisas sobre o OFB. A tranquilidade do animal, diante de crianças, demonstra que ele não se sente ameaçado.
O adestramento e a socialização tem um papel fundamental nesta raça, que, dependendo do ambiente de criação, irá recusar contato com estranhos, mesmo que crianças, ainda que fora de seu território, muitas vezes com alta agressividade de forma descontrolada. Também aqui mostramos o fenótipo e morfologia dos OFB que estão nascendo, a partir das primeiras gerações já criadas, tipicamente de cães antigos, mudando os paradigmas de qualidade, diante dos novos FB, ou FBM.
Comparando-se o desenho da artista e criadora do OFB, Ligia Morris, pode-se ver claramente que a raça FBM, não é a mesma destes filhotes de OFB.
A última fotografia deste post mostra dois criadores baianos, Jorge Marques (à frente, esquerda) e Jorge Luiz (de camisa amarela), e os nossos amigos que se dispuseram a transportar 4 cães jovens de Governador Valadares até Recife. Junto a estes, vai um filhote de Brasilia e outro de Ubá, MG.
Com apoio próximo a Salvador, os cães descansaram uma noite, para seguir viagem, nos dias 05 a 06 de Março de 2020.
Cria-se uma confraria de criadores, sem fins lucrativos, artesanais e preservadores, conscientes de suas responsabilidades com este patrimônio genético
11 de março
Mastin Napolitano Original.
Há algum tempo, postamos sobre a situação de diversas raças caninas que estão sendo alteradas por métodos de seleção, em busca de mercados e também com objetivo de se produzir o exótico. Nosso projeto OFB tem procurado trazer uma consciência a criadores de todo mundo, sobre consequências destas experiências e seleção, para a saúde dos animais e seu bem estar.
Da mesma forma, temos procurado alertar sobre a perda de funcionalidade dos cães alterados de forma radical, distanciando-os de sua originalidade. Em geral estas alterações, não são apenas morfológicas, mas podem acarretar perdas de habilidades mentais, especialmente no caso dos molossos, tornando os cães linfáticos, lerdos em todos os sentidos, de reações lentas. Felizmente estamos vendo um movimento, em nível mundial, no sentido de se procurar recuperar raças para o conceito funcional.
Esta semana ficamos muito felizes em receber, de internautas que nos acompanham, a notícia da criação de um grupo de criadores da raça Mastin Napolitano, em prol da recuperação da raça no sentido funcional. Seria o equivalente ao nosso projeto OFB, para aquela raça. O grupo “Recuperando el Mastin Napolitano funcional”, foi criado em 01 de Março de 2020.
Só nos resta parabenizar a estes criadores pela inciativa e desejar que o projeto evolua, como vem acontecendo com o OFB. Há que se ter muita persistência e paciência, pois os resultados de um projeto como este, podem ser demorados. No entanto, o projeto traz grandes satisfações, a cada geração de filhotes e cães, que vem sucedendo as outras gerações. Ver cães mais saudáveis nascendo, ágeis, funcionais e inteligentes, é uma satisfação ímpar. Postamos aqui algumas imagens de nosso post antigo, para lembrar, de como se alterou o Mastin Napolitano ao longo de anos.
A recuperação de raças alteradas é possível, e esperamos que para a raça FBM, também se tome providências – e parece que depois do projeto OFB, alguns clubes estão “correndo” para corrigir os equívocos.
A raça tem origem em cães gladiadores e guerreiros, e a se observar as fotografias mais antigas, aparentava uma combinação de força e agilidade, de aptidão à luta.
Como no caso do OFB, não se trata de inventar nada novo, mas de recuperar o que sempre existiu, para a raça. A nosso ver, um belíssimo filhotão.
Imagem postada por integrantes do projeto citado, como exemplo do padrão desejável, neste processo de recuperação
5 de março
Neste post, precisamos falar sobre o crescimento do projeto OFB, e ao mesmo tempo, pedir paciência de boa parte de nossos seguidores, que desejam registrar seus cães conosco.
Desde do ano de 2012, registramos os primeiros canis, e priorizamos um crescimento cauteloso do plantel, com observação do comportamento genético das gerações que vieram surgindo. Esta observação deve se manter, e na medida que o plantel crescer, devemos adotar critérios mais rigorosos, na seleção. Em primeiro lugar, é condição para que uma raça animal se firme, um mínimo de população. Do contrário o plantel implode, via consanguinidade. Por outro lado, se priorizarmos a quantidade, podermos perder em qualidade, e isso no plantel inicial, pode acarretar consequências difíceis de se contornar no futuro.
No momento, temos 23 Canis ativos e dois em suspenso por determinação dos criadores. Estes criatórios estão espalhados em diversas partes do país, o que dobra nossa atenção com a qualidade. Temos criadores em Brasília DF, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rio de Janeiro, além de Canis que estão formando grupos, em processo de organização em Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
O plantel OFB já supera os 250 cães registrados e cadastrados, em pleno crescimento. E são diversos pedidos de abertura de canil em outros estados, com o projeto despertando interesse no Sul do Brasil, em diversos estados. Pessoas estão nos enviando fotos e vídeos de seus cães, de todas as partes do país, além de alguns pedidos do exterior, reconhecendo que não se enquadram nos FBM, e solicitando Registro Inicial – RI, como OFB.
O conceito de raça OFB supera o conceito de padrão idealizado, e a busca pelo projeto demonstra que o conceito está sendo entendido, assim como a proposta de preservação deste patrimônio. Podemos considerar que já alcançamos sucesso, em sensibilizar nossos compatriotas pelo que é nosso, pelo respeito ao nosso patrimônio, e sobretudo em valorizar um fenótipo de trabalho e utilidade.
Mas nosso desafio é grande, e mais ainda nossa responsabilidade. Não podemos analisar cães por fotografia ou vídeos, e não podemos acatar os pedigrees de outras entidades, sem uma análise minuciosa de animais e documentos. As análises para RI tem que ser obrigatoriamente presenciais, realizadas por um técnico de campo, um criador responsável pela representação local de nossos núcleos filiados, enfim alguém designado para tanto. Nossos criadores estão sendo formados, para tal tarefa, e o farão na medida em que se estabelecerem núcleos regionais. Ainda não temos estas instâncias regulamentadas, e só teremos na medida em que os representantes locais estiverem devidamente habilitados e credenciados.
Muitos clubes de criação de FB naufragaram, alguns em pouco tempo, outros com maior duração, por se perderem relativamente a que padrão se reportarem, e principalmente na aplicabilidade deste padrão racial. Nosso caso é mais complexo e requer mais preparo para a formação de técnicos que farão os RI, porque a raça OFB é um conceito, e não um padrão idealizado pela cabeça de um grupo de pessoas. Temos que aproveitar a história como aprendizado. A primeira tentativa de salvar os nossos crioulos de alterações em seu fenótipo e raça, foi realizada por uma comissão nacional, denominada Comissão de Aprimoramento do Fila Brasileiro - CAFIB.
A comissão foi criada em 19 de Março de 1978. Esta comissão, encabeçada por figuras da cinofilia oficial à época, foi criada pela preocupação de que a raça estava passando por uma situação de alteração.Ela propunha na idealização de um programa para resgate da raça FB original, alguns itens que podemos aproveitar, assim como outros que devemos analisar se é o caso de seguir, assim como outras situações que já sabemos, não cabem:
01 -Estudar e propor a regulamentação de todos os aspectos de criação da raça Fila Brasileiro, visando sempre à sua pureza e aprimoramento.
02 -Incentivar as pesquisas científicas (biológicas, zootécnicas, cinéticas, fisiológicas, etc) com o objetivo de aprimorar os Fila Brasileiro e orientar seus criadores.
03- Pesquisar o genótipo dos exemplares em reprodução, visando a determinar os caracteres de dominância, recessividade e vias de transmissão de todos os caracteres rácicos.
04 - Coletar dados para fins estatísticos, e estudar e propor novos critérios nos julgamentos, visando a enaltecer detalhes somáticos e mentais da raça.
05 - Estudar meios para a manutenção de uma uniformização do fenótipo, caráter e temperamento do Fila Brasileiro.
06 - Estudar eventuais modificações a serem propostas ao padrão rácico.
07 - Propor aperfeiçoamento para as exposições especializadas.
08 - Regulamentar o adestramento e as exposições de adestramento, para o Fila Brasileiro.
09 - Estudar, debater e decidir, toda e qualquer questão, proposta ou crítica, que lhe for apresentada.
10 - Editar seus estudos e relatórios.
O programa traçado tinha a proposta de resgatar justamente o nosso cão crioulo, na sua concepção original. Propunha aproveitar cães com pedigree, que ainda representassem o conceito fenotípico original, desde o reconhecimento da raça, e buscar material genético nos interiores, nas fazendas, para revigorar o plantel e contribuir com genéticas intocadas pelos canis comerciais.
A experiência tem que, obrigatoriamente, se tornar em lição de aprendizado. Ou a memória histórica não nos valeria de nada.
A Comissão não teve êxito no âmbito da oficialidade, e passou a ser encabeçada por Paulo Santos Cruz, com a melhor das intenções, porém já com um grande equívoco – na nossa opinião – que é o objetivo de “aprimoramento” da raça. Esta palavra acabou por permitir que se alterasse a raça, seu fenótipo, sua morfologia, e boa parte de seu complexo comportamental. A prova está nos próprios Boletin O Fila, onde se pode ver pelas fotografias de cães premiados, entre 1979 a 1985, representando os originais e as fotografias dos cães premiados posteriormente, alterados dos originais.
Alguns itens que estavam previstos na proposta não tiveram encaminhamento, como parte do item 2: as pesquisas com mais profundidade, para que se tomasse decisões no sentido da preservação; o item 08 que previa regulamentar o adestramento e as exposições de adestramento para a raça, assim como o item 09, que abriria portas para críticas construtivas.
Então, podemos ver que o nosso caso, não se admitindo alterações na raça, para se preservar, temos que encaminhar mais estudos e caminhar com mais cautela, evitando-se equívocos que podem se tornar incontornáveis no futuro.
No n. 13 do Boletin o Fila, de Dezembro de 1979, Santos Cruz afirmava, à pag. 04, junto à fotografia de um exemplar tipicamente original : “ A raça Fila, um produto já fixado”. Então seria o caso de preservar, e selecionar, mas não de alterar.
Neste post, apresentamos algumas fotografias de época, como comprovação de que a raça foi alterada. Não podemos cometer os mesmos equívocos.
Em primeiro lugar, a fêmea jovem Tauá de Parnapuan, fotografia de 1952. Tauá era irmã do reprodutor Tamoio de Parnapuan.
Em segundo lugar, uma fêmea velha, de criação tradicional, fotografada na fazenda pelo pesquisador Paulo Augusto Monteiro de Moura, juiz do Clube Mineiro dos Criadores do Fila Brasileiro, em 1978.
Em terceiro lugar, o casal fundador do Canil Jaguara de Mr. Chalmers, MG, Leo I da Jaguara e Mariazinha da Jaguara, 1959.
A seguir duas fotografias de Tacape de Parnapuan, uma de cabeça, aproximadamente 1949/50. Observe-se a diferença entre estes cães e os atuais campeões de exposição, e tire suas próprias conclusões.
2 de março
Ao publicarmos um exemplo sobre as denuncias de mestiçagem, que há décadas fazem parte das estratégias de desclassificar cães da raça FB, utilizamos a situação da linhagem original do Canil da Cachoeira, com imagem do cão Cacique da Cachoeira, postada no livro de Procópio do Vale, “O Grande Livro do Fila Brasileiro”. Fomos questionados – até justamente, diga-se – por alguns de nossos seguidores, por estarmos citando imagem de um livro, que reconhecidamente defendeu alterações fenotípicas para a raça, com base em que os nossos FB, seriam descendentes de mastins.
Sabemos que o autor defendeu um “melhoramento” para o FB, aceitando a ideia de que deveria se parecer com um mastif, e que esta alteração teria o significado de evolução para a raça, que, segundo ele, nos seus primórdios, não teria um tipo bem definido. Mas não podemos demonizar as pessoas que não pensam como nós, e afinal, o livro trouxe sim contribuições em termos de pesquisas e imagens, para estudos sobre a raça. Como a situação que citamos anteriormente.
Afinal, a raça FB tem uma história repleta de tentativas de explicá-la, e, no entorno destas tentativas, tivemos muitos equívocos. Neste ponto, precisamos de um exercício de humildade em reconhecer que erramos. Sem esta atitude, não vamos acertar. Atitudes arrogantes, com objetivo de dominar a narrativa da raça, não nos levarão a nada, exceto ao que se tem conseguido até agora: agressões, animosidades, debates infrutíferos e sentimentos incontornáveis, da parte de criadores e clubes.
A raça FB está repleta de falta de clareza, de mitos, fantasias e preconceitos, que evitaram que criadores se debruçassem com isenção, sobre materiais de estudo e temas que tanto poderiam ter contribuído para medidas mais assertivas, com relação a preservar as qualidades da raça. Clareza é o que temos que buscar, para que nosso trabalho avance, com a menor margem de erros. Nossa palavra chave é “preservação”, e esta não é uma tarefa fácil. Para a preservação, é necessário que tenhamos o conhecimento fiel, do que é o material a se preservar.
Para a simples criação, cabe a idealização de algo, e a construção deste objeto. Respeitamos os criadores, e as raças criadas, nada contra. Mas não é nosso caso, criar uma raça. Entendemos que ela está criada, muito antes do advento da cinofilia reconhecê-la. Entendemos que o OFB é uma raça crioula, portanto, construída a partir de situações que não podemos reproduzir. Diferente de raças domésticas, criadas de forma intencional e por seleção artificial, como é o caso de nossos cavalos Mangalarga, Mangalarga Marchador, Campolina, Piquira, etc. Situação na qual se enquadra o FBM (Fila Brasileiro Moderno).
Imaginou-se um ideal, e através de seleção e/ou acasalamentos inter-raciais, produziu-se, ao longo de alguns anos, um padrão, e logo que este padrão se reproduz com fidelidade, por gerações, tem-se o conceito de pureza racial. Em geral, o trabalho de criação das raças, requer conhecimento técnico, feeling de criadores, e muita persistência. Trabalho de grande respeitabilidade.
Em geral as raças, digamos, artificiais, são construídas sobre uma base mais antiga, como é o caso de nossos equinos de raça, construídos sobre éguas de origem berbere. Estas éguas teriam sido cobertas por garanhões de origem luso, como o Alter do Chão, outra raça-base, e mais outras. Nossa luta tem sido no sentido de explicar, mas sobretudo provar, que o OFB é uma raça-base para o FBM, mas são raças diferentes.
Ao se observar documentos fotográficos e desenhos de cães FB antigos, desde o momento em que a raça foi reconhecida, e aceita em exposições caninas por volta de 1945, durante 30 anos - estes documentos são coerentes com nossos OFB. Ainda, em uma tentativa da parte de Paulo Santos Cruz, de resgatar a raça das alterações que se iniciavam, por volta de 1975, se pode ver fotografias no importante documento, o Boletim O Fila, a partir de 1979 a 1985, que fortalecem nosso projeto.
As fotografias de cães FB, desde 1945 até as de cães premiados por PSC, ou sobre sua orientação, em 1985, nos dão conta de que por 40 anos o padrão OFB, se manteve. Portanto, transmissível, portanto raça pura. Não duvidamos de que os cães alterados a partir desta base, sejam de raça pura. Se o padrão é transmissível de geração a geração, então a raça é pura. Nossa colocação é de outra natureza. Para prova praticamente conclusiva de que são raças diferentes, seria interessante a liberação dos “Boletim O Fila”, à venda, abrindo a conhecimento publico o seu conteúdo, com fotografias de cães premiados.
A negativa de que o FBM é um cão alterado do Original é desgastante para quem nega, diante de tantas comprovações, e mais, diante das recusas em tornar públicos os Boletin. Independente dos Boletins, o fato já está amplamente consumado. E não cabe mais a estratégia de acusações de mestiçagem, ou de se tentar confundir os OFB com os nossos vira latas, que nada tem a ver com a situação. Cada organização que mantenha seus compromissos com sua raça, e com seu público, e siga seu caminho em paz.
Neste post, mostramos, mais uma vez, entre dezenas ou centenas de imagens já divulgadas, algumas diferenças cabais entre as duas raças, o OFB e o FBM.
Em primeiro lugar, uma fotografia de uma excelente fêmea da década de 1970, Veruska da Rondônia, época do Clube Mineiro dos Criadores do Fila Brasileiro, onde se vê o padrão morfológico, hoje em extinção nos clubes dos FBM. Padrão abandonado, que estamos resgatando.
A seguir, dois cães de padrão semelhante, antigo, sendo um destes, Cacique da Cachoeira (1981), e outro, Eros Puri Moreno (2013). Mais de 30 anos separam estas fotos e estes animais. O padrão se manteve, sem as características que surgiram recentemente.
Se para os modernistas, estes cães não satisfazem suas idealizações, tudo bem, não os criem. Mas não neguem que eles são pré-existentes aos FBM. Simplesmente não há uma fotografia sequer, de um cão de padrão FBM, que compartilhe época com os antigos. Porque eles não existiam!
Em seguida mostramos a fotografia de um cão tipicamente FBM. Por mais que se busque em documentos históricos, não se encontra fotografias deste tipo, nos primórdios do “descobrimento” da raça FB.
Em seguida, colocamos alguns comparativos de cabeças, com desenhos do correto para os antigos FB, e desenhos do que é aplicado atualmente. As alterações são evidentes.
Os desenhos da artista Ligia Morris, finalizam a postagem de hoje, com imagens semelhantes aos melhores FBM da atualidade.
Se tivéssemos a liberdade de postarmos as fotografias dos cães mais premiados, no período do Boletim O Fila, teríamos a comprovação quase que cabal, não só de que a raça foi alterada, mas que o conceito de raça, mudou. E mudou muito. Os modernistas garantem que os antigos julgamentos de PCS, constituíram-se em “graves erros conceituais”, tanto que mudou.
As medidas em um dos desenhos, correspondem a estudos de campo, que estão nos dando o ideal para a raça OFB.
Todas as nossas postagens tem finalidade didática e de formação técnica, no sentido de esclarecer aos interessados sobre a raça crioula OFB.
21 de fevereiro
Em breve.