Premiação da fêmea Elba II de Jawa

Queremos aqui expressar nossa alegria e satisfação, porque não dizer júbilo, pela nossa querida raça Fila Brasileiro, ao nos depararmos com o resultado do CAMPEONATO SUL-AMERICANO, do Clube de Aprimoramento do Fila Brasileiro – Cafib, com a premiação da fêmea Elba II de Jawa, de padrão tipicamente original.

Ao que tudo indica, o clube – ou parte dele - já se movimenta no sentido de retomar suas origens, com o reconhecimento na prática, da necessidade de uma correção de rumos.

Nossos parabéns ao grupo que, internamente, luta pela busca de suas origens, sem medo de pressões psicológicas, financeiras, ou de outra ordem, e abre a visão para a realidade.

Parabéns ao criador, que corajosamente procura manter suas origens, e se coloca como defensor do antigo, frente à onda de modernização da raça, hoje tão ameaçadora para sua preservação, quanto foi há tempos, a moda dos cruzamentos com outras raças. Esta coragem do enfrentamento da moda, foi o que fez do Cafib uma bandeira para a preservação daqueles cães de função, enquanto era vivo o seu criador Paulo Santos Cruz. Que seu espírito retorne ao clube.

Com a premiação da fêmea Elba II de Jawa, embora ainda como vice campeã (a nosso ver deveria ser melhor referendada), quem sabe, um novo tempo vem por aí. Sabemos que muita água ainda tem que rolar, até que se chegue a uma conclusão de que rumos o clube teve tomar, mas neste momento, sentimos que o rei está nu. Não há mais como ocultar a verdade.

É óbvio e evidente, absolutamente incontestável, que os dois modelos passam a se confrontar no âmbito interno do clube, ainda com a permanência e premiação de animais que destoam do padrão originariamente idealizado, com excessos de massa corporal, excesso de couro, lábios que simplesmente afrontam o texto do padrão.

Quanto tempo este confronto pode durar, e qual modelo prevalecerá – o do bom senso, do padrão visual original, ou o da força da moda – não sabemos, mas o movimento pela volta ao original está lançado, e veio para ficar.

Cabe a pergunta: como os dirigentes vão resolver o impasse, quando premiam uma fêmea de padrão tipicamente original, comparável a um cão como Tamoio de Parnapuan – que os modernistas negam como bom padrão – e ao mesmo tempo, premiam como Reprodutora do Ano de 2018, uma fêmea tipicamente moderna? Como ficarão os descendentes destas fêmeas, frontalmente diversas? Que decisão terão que tomar as pessoas que desejam adquirir um filhote? Com qual segurança se pode adquirir? Seus filhotes poderão ser relegados a segundo plano no futuro? Por quanto tempo permanecerão as premiações de dois modelos de padrão no clube? Alguns anos, ou décadas? Prevalecerá a visão modernista ou a visão preservacionista, como nós preconizamos, para o OFB? Eis a questão!

Todos sabem para quem torcemos.

Que o Cafib retome seus rumos originais, que dirigentes ainda capazes de pensar o clube conforme suas diretrizes essenciais, possam adquirir capacidade de convencimento e força na política interna do clube.

Estes são os nossos votos, enquanto avançamos numa só direção, a todo vapor com nossa própria luta, pela preservação destes maravilhosos cães nativos do Brasil, o Original Fila Brasileiro.

Sigam-nos os bons!