Como resultado da hipótese de que o FB tivesse origem em cães ingleses, alguns clubes de criação passaram a adotar um padrão visual, que se assemelhasse a estas misturas.
No desenho a seguir, temos uma imagem bem característica do padrão moderno adotado hoje pelo próprio Cafib. Parte do clube afirma seguir as orientações de PSC e parte afirma que os julgamentos orientados por PSC se constituíram em “Graves Erros Conceituais”.
Na fotografia a seguir, pode-se ver a imagem de um padrão muito premiado e preferido pelos juízes do clube, nos anos 2000 a 2018 mais ou menos.
Esta fotografia, se comparada a outras de cães premiados pelo próprio Cafib em épocas que Santos Cruz orientava os julgamentos, destoa completamente da realidade da raça original.
Santos Cruz, apesar de sua hipótese sobre a origem da raça, nunca confundiu um Fila Brasileiro com um mestiço de raças inglesas. Seus julgamentos sempre aconteceram no sentido de preservar o original.
Ele nunca deixou de se mirar em seus cães antigos, da década de 1950.
As orientações do Cafib sob a tutela de PSC, foram de se buscar no interior, cães nativos, quando se percebeu que alterações estariam acontecendo na raça, possivelmente devido a mestiçagens.
Na fotografia a seguir, pode-se ver os juízes aprendizes de PSC, na década de 1980, analisando cães em uma fazenda em Frei Inocêncio, MG.
Cães criados à solta, originais, aborígenes, nativos do lugar.
Na fotografia a seguir, pode-se ver em parte da história do próprio Cafib, o cão Leão, resultado de cães de fazenda. Padrão absolutamente original, que hoje é negado por pessoas ligadas ao clube, que se colocam como comunicólogos do clube, e que afirmam que os ensinamentos de PSC se constituíram em “Graves Erros Conceituais”.
A seguir postamos um texto publicado pelo clube em seu site, em que se demonstra claramente a filosofia que foi abandonada, e que hoje, adotada pelo projeto OFB, é criticada e atacada.
“Leão foi um dos mais importantes exemplos do verdadeiro Fila Brasileiro típico, de fazenda, violento e muito bem estruturado. Sua figura era extremamente semelhante à do retrato desenhado pela artista plástica Marilda Mallet, orientada por Paulo Santos Cruz e seus alunos, para representar o padrão visual da raça."
E em seguida, o texto deixa claro a metodologia que se usava para obter os resultados desejados para a preservação do padrão original da raça:
“Vale ainda registrar, para efeito de arquivo, que, em 1987, alguns anos depois do “descobrimento” de Leão, Sebastião Pereira Monteiro Jr., que trabalhava no Posto Padroeira, em Aparecida (SP), foi o autor de outra importante “descoberta” ao notar, na carroceria de uma caminhonete que ali parara para abastecer, um Fila baio, muito típico e, aparentemente, bastante agressivo. Foi conversar com o motorista, Jurandir Meirelles, soube que ele, embora sem maiores conhecimentos técnicos, era criador da raça, e acabou por visitá-lo em sua residência, para conhecer o plantel ali mantido. O tal cão da caminhonete chamava-se Hércules e era, de fato, um excelente exemplar em estrutura, tipicidade e temperamento. Algum tempo depois, já analisado e aprovado, Hércules chegou a receber a cobiçada medalha de ouro das exposições do CAFIB, correspondente à qualificação “Ótimo”. “.
Então, fica claro que o cão Hércules, resultado de “descoberta” pelo entusiasta Sebastião Monteiro, era de origem desconhecida – como nossos aborígenes – no entanto chegando à premiação máxima do clube.
A negativa dos que nos atacam hoje, oriundos do projeto de resgate da raça de Santos Cruz, não encontra qualquer sentido, a não ser o comercial.
Felizmente, dentro da própria organização Cafib, já se percebe uma movimentação no sentido de corrigir equívocos e acertar rumos.
No texto a seguir, do próprio Cafib, afirma que a imagem da cabeça do cão Leão, serviu de ilustração para exposição:
“Sua cabeça ilustra o cartaz da 16ª Exposição do Fila Brasileiro do CAFIB na Espanha em 2019, promovida e julgada pelo criador Jaime Pérez Marhuenda, integrante de nosso quadro de juízes e titular do Canil Acaboclado, na cidade espanhola de Alicante, e com a presença de concorrentes também de outros países europeus.”
Reconhecemos que ainda se pode fazer algo pela raça, mesmo dentro dos ambientes onde se equivocou. Especialmente contando com criadores e juízes honestos, como no caso citado.