Neste post apresentamos em primeiro lugar um quadro com fotografias comparativas da cernelha de dois cães, sendo a fotografia 01, de um Fila Puro Moderno, e a 02, de um OFB.
Foto 1 (moderno)
Foto 2 (OFB)
Importante observar como é diferente a postura de ambos, neste detalhe. Pode-se perceber com facilidade, a diferença entre a posição da omoplatas, sendo que no Moderno a angulação é muito fechado, causando a postura rebaixada e as pernas menores.
Observa-se que o cotovelo do Moderno está muito mais “para dentro”, nas costelas, enquanto que no OFB a perna fica livre para uma movimentação muito menos “presa”, permitindo ao cão, com certeza, passos maiores, mais amplos, de longo alcance de terreno.
Na sequência, vemos a fotografia do cão Galã, com o menino Daniel (Canil Caramonã) em 1978, cão aborígene de antiga criação do Município de Malacacheta, MG, registrado em RI e pelo Cafib em 1980, quando ainda a entidade obedecia as orientações de PSC.
Foto 03
Cão Galã
Observa-se, na imagem 03, exemplar antigo, aborígene, com a estrutura de um cão de trabalho. Poderosa ossatura, dorso firme, angulações bem aprumadas, nada de rebaixamento.
Atualmente, pelo conceito moderno este cão é considerado mestiço de Dogue Alemão, segundo os comunicólogos do FBM.
O porte pode-se observar em comparação ao menino de 05 anos de idade.
Na sequência, vem a fotografia do Bicampeão Umbú da Fazenda Carolina, inúmeras vezes premiado em exposições, sob orientação do “mestre” do Fila Puro.
Umbú seria hoje uma decepção para os modernistas do Fila Puro.
Foto 04
Cão Umbú
Observa-se na imagem 04 as grande pernas, a poderosa ossatura, a estrutura adequada a grandes jornadas, e ao mesmo tempo adequada a um trabalho rústico, que poderia exigir força e agilidade.
Interessante observar a cabeça em formato de pera dos antigos Filas, que hoje os modernistas denominam de “cabeça triangular”, negando o antigo patrimônio da raça.
Na sequência, o cão do plantel atual OFB em reprodução, Baião do Caramonã.
Foto 05
Cão Baião do Caramonã
Observe-se as pernas deste cão, grandes e de poderosa ossatura, assim como o grande Galã e o Bicampeão Umbú.
Observe-se a posição das omoplatas, a angulação da omoplata relativamente à coluna. Angulação ampla, como sempre foi em todos os antigos cães originais, desta forma permitindo movimentação livre, de amplas passadas e grande cobertura de terreno.
A morfologia na formação de uma raça, ou na preservação de um plantel é importante fator, se o que se deseja é produzir ou preservar cães de trabalho.
Estabelecendo-se uma base morfológica e estrutural, a seleção nos quesitos Temperamento e sistema nervoso, encontrará apoio e estrutura para o exercício de trabalhos de campo.
Na sequência, segue a fotografia de um cão Fila Puro Moderno.
Faça um esforço honestamente, e compare com os antigos cães da raça original.
Foto 06
Fila Puro Moderno
O quadro que se vê é de um animal longo demais, atarracado devido ao fechamento da angulação da omoplata relativamente a uma linha imaginária traçada paralela ao chão.
Considerando-se esta linha imaginária, a coluna se encontra em linha descendente, com uma exagerada “dobradiça” no ponto da cernelha.
Reforçamos aqui que a importância de se entender que a referência à palavra “MORFOLOGIA”, no conceito da formação de uma raça de trabalho, como “ESTRUTURA ÓSSEA DESTINADA A DETERMINADA FINALIDADE, DE FORMA A PERMITIR MOVIMENTAÇÃO ADEQUADA A ESTA FINALIDADE OU FUNCIONALIDADE”.
Supõe-se que uma morfologia (tipo de esqueleto), foi formada ao longo de anos – talvez séculos, talvez milênios – de trabalho e apoio ao humano, em determinadas ações, que resultaram nos cães que fundaram a raça Fila Brasileiro, na década de 1950, quando se estabeleceu o primeiro padrão da raça, a partir da observação de campo.
Esta morfologia funcional é o que se dever preservar.