Qual o sentido na discriminação da cor, quando em todas as pelagens pode haver desvios do padrão Paulo Santos Cruz (PSC)? Em quais das imagens abaixo, o preto é pior que os desenhos ou fotos ?
01
02
03
Qual é a relevância da cor, quando se tem tantos padrões aplicados para uma mesma raça, e todos os tipos podem ser sagrados campeões? Separar uma raça, tendo como base unicamente a cor preta, pode salvar o Fila Brasileiro das tantas alterações fenotípicas hoje existentes? Acreditamos ser mais racional, lógico e funcional separar os filas de padrão antigo, bem definido e único, em uma só raça: Original Fila Brasileiro.
Conheça o Padrão Original Fila Brasileiro, em versão ilustrada no livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, à página 273, assim como todos os padrões para a raça Fila Brasileiro, já editados em toda a história da raça.
04
05
06
Qual das imagens acima reproduz com fidelidade o desenho orientado por Paulo Santos Cruz (imagem 06)? Em qual das imagens, XY = XZ? Ou XY = ZS?
07. O modelo aplicado moderno FB não abriga também alguns Filas pretos?
Os pretos são sempre piores, ou agridem mais ao padrão PSC, do que os outros não pretos? Com tantos padrões de cabeça adotados pelos juízes como ideal, ocasionalmente podemos ver cães de cor preta, apresentarem cabeças mais obedientes ao padrão original, que cães de qualquer coloração, atualmente, provenientes de qualquer agremiação.
08
Podemos ver também (imagem 08), cães de qualquer pelagem seguirem tendências de moda, como as alterações na morfologia que são consideradas moda, atualmente. Uma delas é a postura rebaixada, que é decorrente de alterações nas angulações, especialmente a angulação escápulo-humeral, mais fechada do que o recomendado para uma boa movimentação dos cães.
09
Acima, imagem (09) de dois cães adultos de origem no Sul de Minas Gerais, sendo que a foto da esquerda corresponde ao cão Leãozinho do Aquenta Sol, e o da direita, Lord de José Gomes, quando idoso. Porte elevado! Totalmente diferente do que se vê valorizado nas pistas atualmente.
Veja no livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original”, 2018, à página 155, informações sobre a cor preta no Fila Brasileiro, incômodas para uma cinofilia que nega estudos e história, que a maioria dos criadores atuais desconhece. Até onde a questão da cor serve de escudo para aqueles que desrespeitam o padrão PSC, e desejam que o fato fique oculto? Estudar é conhecer. Se alguém quer preservar o nosso antigo cão de Fila Brasileiro, na sua acepção original, não permaneça enganado pela internet. Veja no novo livro “Cão Fila Brasileiro – Preservação do Original” (2018), porque uma morfologia mais elevada não diz respeito à raça Dog Alemão.
Em seguida, vamos dar uma olhada nos Filas brancos, ou com grandes partes do corpo em branco.
10. Bimba de Parnapuan (Netuno de Parnapuan X Lupe Von Cadys e Cadys).
Muito diferente dos cães atuais, e condizente com o padrão traçado desde 1951 e confirmado em 1978, a profundidade dos lábios não ultrapassa o comprimento do focinho. Invariavelmente, cães deste período da história do FB, possuem esta característica. Afinal, foram eles que inspiraram o texto do padrão.
11. Cão fotografado em uma exposição especializada da raça Fila Brasileiro, nos idos de 1960 Fonte: O Grande Livro do Fila Brasileiro, de Procópio do Vale.
Detalhe: no caso acima (11), é que o animal apresenta marcações pretas sobre o branco, embora sua morfologia e tipicidade não seja diferente dos demais FB da época. O que resultaria da cruza deste animal, com fêmeas amarelas ou tigradas? Seria aceitável esta pelagem, para o OFB?
12. O cão Galã, fazenda de Juca Luizinho, Malacaxeta, MG, com Daniel Rios de Magalhães Borges, 1978. Foto do autor.
Cão de criação tradicional, com origem aproximada no ano de 1940, com a mesma família. Nesta linhagem haviam muitos cães com grandes marcações brancas, embora nenhum inteiramente branco. Observe-se a cabeça forte e o focinho de pouca rima labial. Grande ossatura, porte elevado, sem qualquer excesso de pele.
13. Foto de 1980, Daniel Com a fêmea Lôba II, da criação de Juca de Luizinho, filha de Galã (acima). A mãe também possuía marcação branca. Observe a excelente cabeça.
14. Fotografia da década de 1990, Viçosa MG, do autor.
O cão acima descendia de cães enviados de Malacaxeta, MG, para Viçosa, MG.
Observe-se na imagem acima, ainda a mesma morfologia dos antigos, assim como os lábios bem “curtos”, em uma cabeça molossóde. É importante que se observe cães malhados de branco, em fotografias atuais, em sua maioria, fora do padrão antigo.
15
Cão fotografado pelo autor, Teófilo Otoni, MG, década de 1980.
É muito importante que se observe o tipo morfológico, cabeça e focinho. O animal é de padrão original. Mas devemos nos perguntar se é o caso de se registrar um animal destes, com tanto branco. Quais os riscos poderíamos estar trazendo para um trabalho iniciante, como surdez e sensibilidade da pele à luz. Estes problemas ocorrem em diversas raças caninas que aceitaram o branco como norma.
16. Fotografia oferecida por Alberto Jorge, Canil Cangaço, Brasilia, DF.
Observa-se neste caso, belo animal, típico, de forte ossatura no focinho, sem apresentar lábios grandes como nos cães modernos. Nota-se uma pigmentação tricolor, com o branco ao fundo em grande proporção, porém com a cor superior da pele dourada, com partes pretas no focinho, embora não toda a boca preta. O rosado no focinho, próximo da trufa, seria um sinal de despigmentação? Uma fragilidade da pele?
17. Acima a fêmea Guaxi de Tangará Açu, campeoníssima na década de 1980, SP.
Nos níveis de branco apresentados pela fêmea acima (17), ocupando cerca de um terço do corpo, o padrão original admite perfeitamente, desde que obviamente o animal apresente as características desta fêmea, do ponto de vista racial. Observe a forte ossatura, em contrapartida com o focinho “leve”, em função de pouco lábio superior. Para nós, uma característica desejável.
Neste tópico, desejamos provocar outra reflexão importante sobre a questão da cor no Original Fila Brasileiro. Seja de pelagem preta, branca, malhada, é importante mais que a questão da pigmentação, que se observe o tipo original. Não afirmaremos o padrão, fixando seu tipo morfológico como animal de trabalho, se nos detivermos demasiadamente em selecionar cores. Ou rejeitar cores, por princípio.
Devemos rejeitar aquilo que for moderno, que apresentar excesso de massa corporal, excesso de couro, excesso de lábios, orelhas de bracóides, pernas curtas, porte rebaixado, e enfim tudo que comprometa uma boa e saudável morfologia.